08/01/2020
O Centro Hospitalar Universitário Cova da Beira (CHUCB) registou mais de 60 casos de gripe, nos últimos dois meses, e já ativou o plano de contingência que permite reforçar meios e equipas para tratar doentes com síndroma gripal.
Desde o dia 4 de novembro de 2019 foram realizados 318 exames laboratoriais, sendo que 60 deram positivo para gripe.
“Este ano e até agora, o número é menor, o que pode significar que o pico da gripe ainda não está aí. Nós é que estamos já com alguma antecedência a precaver-nos para essa situação”, explicou João Casteleiro, presidente do CHUCB, que abrange os concelhos da Covilhã, Fundão e Belmonte, no distrito de Castelo Branco.
Em conferência de imprensa realizada com o objetivo de deixar algumas recomendações aos utentes, Casteleiro adiantou que, à data de 7 de janeiro, registaram-se cinco internamentos por gripe, com todos os doentes clinicamente estáveis e que os casos confirmados de gripe sazonal são principalmente do “tipo B”, havendo também algumas situações de “gripe A”.
O Presidente do CHUCB explicou ainda que o plano de contingência de inverno foi acionado no dia 3 de janeiro com o objetivo de criar melhores condições de resposta para os utentes e para ajudar a minimizar os impactos do vírus.
A iniciativa levou já ao reforço da equipa da Urgência, designadamente com um médico do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) da Cova da Beira.
O número de camas destinadas aos doentes com infeções respiratórias também aumentou e, no Serviço de Urgência, os doentes com sintomas de gripe são separados dos restantes, de modo a evitar o contágio.
Atualmente na “fase um”, o plano de contingência para a gripe contempla outras fases, que preveem o alargamento das medidas e até a possibilidade de se adiarem consultas não urgentes ou cirurgias programadas – o que só acontecerá em caso de necessidade, sublinhou Ricardo Costa, Diretor do Serviço de Urgência.
Aqueles responsáveis reiteraram ainda a importância de os utentes recorrerem à Linha Saúde 24 ou aos centros de saúde, antes da deslocação ao hospital, o que reduz as possibilidades de contágio e propagação e evita o aumento dos tempos de espera.
Outra das vantagens passa pela prioridade que é dada a utentes que tenham sido encaminhados pelos serviços de triagem ou centros de saúde.
Os médicos também lembraram que as visitas constantes aos internados são um fator de risco para os próprios e para os doentes.
A necessidade da prevenção e da vacinação foi igualmente vincada, sendo que, segundo dos dados do ACES da Cova da Beira, entre os centros de Saúde de Belmonte, Covilhã e Fundão, foram administradas cerca de 15 mil vacinas, 14.300 das quais a pessoas com mais de 65 anos e aos grupos de risco.
“Isto significa que mais de 50% da população com mais de 65 anos ficou vacinada contra a gripe”, sublinhou Manuel Geraldes, diretor do ACES da Cova da Beira.
Fonte: LUSA