Dia 6 de fevereiro de 2020 – Dia da Tolerância Zero à mutilação Genital Feminina

Dia 6 de fevereiro de 2020 – Dia da Tolerância Zero à mutilação Genital Feminina (MGF)

A Direção-Geral da Saúde associa-se ao Dia da Tolerância Zero à mutilação Genital Feminina (MGF), chamando a atenção de todos os profissionais de saúde para esta realidade, em particular daqueles que prestam cuidados a mulheres e crianças. No âmbito do Plano de Ação para a Prevenção e o Combate à Violência contra as Mulheres e à Violência Doméstica 2018-2021, integrado na Estratégia Nacional para a Igualdade e a Não-Discriminação 2018-2030 – Portugal + Igual, estão previstas medidas de combate às práticas tradicionais nefastas, nomeadamente a mutilação genital feminina (MGF).

O facto de Portugal receber cada vez mais migrantes oriundos de Países onde a Mutilação Genital Feminina (MGF) é uma prática comum, torna fundamental que os profissionais de saúde se sintam cada vez mais capacitados para reconhecer e agir nestas situações.

Neste sentido, a DGS divulga e convida os profissionais para o evento que assinala este Dia e que terá lugar na Escola Nacional de Saúde Pública, conforme convite em anexo.


Mutilação Genital Feminina

06/02/2020

Secretário de Estado da Saúde garante empenho do Governo na erradicação

O Secretário de Estado da Saúde garantiu hoje o empenho do Governo na erradicação da Mutilação Genital Feminina. António Lacerda Sales falava na cerimónia de assinatura dos protocolos dos Projeto Práticas Saudáveis, que contou com a presença da Secretária de Estado para a Cidadania e Igualdade, Rosa Monteiro.  «Nenhuma tradição, nenhuma crença tem o direito de pôr em causa a integridade e a vida humana, porque a Mutilação Genital Feminina é não só um crime como uma questão de saúde pública», afirmou.

O governante lembrou que as consequências para a saúde física e psicológica, mas também sexual e reprodutiva são uma realidade à qual não podemos ficar indiferentes. «São marcas que se prolongam pela vida e que muitas vezes impõe uma morte prematura pelas complicações que provocam», revelou. E precisou: «Hemorragias, traumas psicológicos, aumento da probabilidade de risco de vida durante o parto ou problemas quando menstruam, ou têm relações sexuais».

Por tudo isto, o Secretário de Estado regozijou-se  com o alargamento a mais cinco Agrupamentos de Centro de Saúde  do Projeto Práticas Saudáveis e com o relançamento da Pós-graduação destinada essencialmente aos profissionais de saúde. «Temos de continuar a apostar na formação dos profissionais de saúde de forma a ajudá-los a lidar com este fenómeno, para que o contacto com as pessoas vítimas de mutilação genital feminina, se estabeleça através de uma cultura de proximidade, aberta e de confiança», defendeu.  E foi mais longe: « É tempo de a partir deste grande trabalho que tem sido desenvolvido por todos, reproduzir o modelo e estender para o resto do país onde esta prática nociva e esta violação dos direitos humanos tenha maior prevalência».


Dia da Tolerância Zero à MGF

06/02/2020

OMS alerta para custos físicos, mentais e económicos da mutilação genital feminina

A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou hoje para os custos da Mutilação Genital Feminina (MGF) na saúde física e mental das mulheres e meninas, mas também dos recursos económicos de um país.

«Mutilação Genital Feminina não é apenas um abuso catastrófico dos direitos humanos que prejudica significativamente a saúde física e mental de milhões de meninas e mulheres. É também um esgotamento dos recursos económicos vitais de um país», afirmou o Diretor do Departamento de Saúde Sexual e Reprodutiva e Pesquisa da OMS, Ian Askew.

A propósito do Dia Internacional de Tolerância Zero para as Mutilações Femininas, que se comemora hoje, dia 6 de fevereiro, defendeu: «É urgentemente necessário mais investimento para parar a MGF e acabar com o sofrimento que ela inflige».

Impactos da MGF na saúde

Em comunicado, a OMS revelou que os custos totais do tratamento dos impactos da MGF na saúde ascenderiam a 1,4 mil milhões de dólares (1,2 mil milhões de euros) por ano, a nível mundial.

Individualmente, esta prática custa em média cerca de 10% do total das suas despesas anuais com a saúde. Em alguns países, essa percentagem atinge os 30%.

Para chegar a estes valores, foi criada uma ferramenta que é lançada no Dia Internacional de Tolerância Zero para as Mutilações Femininas.

Além dos custos económicos, a MGF representa vários riscos para as mulheres e meninas sujeitas a este procedimento, seja imediatamente após o corte – como infeções, hemorragias ou traumas psicológicos – ou a nível crónico através de problemas que podem ocorrer ao longo da vida.

As mulheres sujeitas à MGF têm mais probabilidades de risco de vida durante o parto, além de poderem vir a sofrer de distúrbios ao nível da saúde mental.

Devido a este procedimento, estas mulheres e meninas ficam em risco de ter dores ou problemas quando menstruam, urinam ou têm relações sexuais.

«Os elevados custos dos cuidados de saúde para os países aumentam devido aos trágicos impactos pessoais nas mulheres e meninas. Os governos têm a responsabilidade moral de ajudar a acabar com esta prática prejudicial», afirmou o Diretor interino para a Cobertura Universal da Saúde e o Curso de Vida na Agência Regional Africana da OMS, Prosper Tumusiime.

Por outro lado, a prevenção da MGF traz grandes benefícios para as mulheres, meninas, comunidades e economias.

Com base em dados de 27 países de alta prevalência de MGF, a Calculadora de Custos demonstra claros benefícios económicos ao acabar com a MGF.

Se esta prática fosse abandonada agora, a poupança associada em custos de saúde seria superior a 60% até 2050.

Em contrapartida, se não forem tomadas medidas, estima-se que estes custos subam 50% no mesmo período, à medida que as populações crescem e que mais raparigas são submetidas ao procedimento.

Fonte: Lusa

Para saber mais, consulte:

OMS > Dia Internacional da Tolerância Zero à Mutilação Genital Feminina (em inglês)