21/04/2020
O Hospital de Santa Cruz realizou um duplo transplante de coração e rim a um doente de 39 anos que está «estável e em recuperação», um caso de sucesso no Serviço Nacional de Saúde (SNS), anunciou segunda-feira, dia 20 de abril, o Secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, na conferência de atualização dos dados da pandemia de Covid-19.
«Felizmente todos os dias há boas notícias também no SNS para além da Covid-19”, disse António Lacerda Sales, dando como exemplo o caso de um doente que saiu dos cuidados intensivos depois de «quadros complexos» e que foi operado no Hospital de Santa Cruz, unidade que pertence ao Centro Hospitalar Lisboa Ocidental (CHLO).
«Soubemos que o Hospital de Santa Cruz realizou com sucesso um duplo transplante de coração e rim a um doente que está estável e em recuperação. São notícias que nos devem deixar orgulhosos com confiança nos nossos profissionais de saúde e do nosso SNS», salientou.
O Diretor do Serviço de Cirurgia Cardiotorácica do CHLO, José Pedro Neves, afirmou que o doente «já estava há muitos meses à espera de coração, com uma doença arrastada e que estava nos cuidados intensivos há três meses ou mais». Como o coração não funcionava, o rim também deixou de funcionar e o doente precisou de fazer também um transplante renal.
«O doente foi operado no domingo de Páscoa», disse o especialista, precisando que a operação do coração ocorreu na parte da manhã e o rim foi transplantado à tarde e «as coisas correram bem».
Segundo José Pedro Neves, o doente ainda permanece internado no Hospital de Santa Cruz em recuperação da intervenção, considerada complexa e relativamente rara.
«O transplante de coração e rim não é frequente, mas já temos três casos desses. Há outros hospitais que também têm casos semelhantes, portanto não é uma novidade, mas, a meu ver, é relativamente raro», sublinhou.
Segundo o CHLO, esta intervenção ilustra o trabalho integrado em equipa multidisciplinar num centro que é referência tanto para o transplante de coração como de rim e «demonstra que é possível continuar atividades nobres da medicina em plena ameaça à saúde pública mundial».
Fonte: Lusa