O ano de 2019 foi um ano intenso, marcado pela avaliação exaustiva de novas estratégias vacinais, pela renovação da coordenação do PNV a nível nacional e regional e pelo crescente investimento na interação com a sociedade civil.
Portugal aumentou vacinação do HPV e da segunda dose do sarampo
O aumento da cobertura vacinal em Portugal continua a consolidar-se, registando-se no ano passado um aumento na segunda dose da vacina contra sarampo e na vacina contra infeções pelo Vírus do Papiloma Humano (HPV), de acordo com o boletim do Programa Nacional de Vacinação (PNV).
Segundo o documento, “a cobertura vacinal para a primeira dose da vacina contra o sarampo” foi de 99% no ano passado. Já a cobertura para a segunda dose desta vacina situa-se nos 98%, em todas coortes menos na coorte de 2013 que começou a vacinar-se em 2018.
A cobertura vacinal para o esquema completo da vacina HPV também revela valores mais elevados do que no ano passado, “atingindo os 91% dois anos após o início da vacinação e chegando aos 95% aos 14 anos de idade”.
A vacinação da grávida contra a tosse convulsa também “continua a destacar-se pela elevadíssima adesão que, três anos após a sua introdução no PNV, continua a aumentar”. Desta forma, aumentam as expectativas na consolidação do controlo da tosse convulsa nas crianças até aos 2 meses de idade.
O boletim do PNV revela que se mantém o cumprimento dos objetivos nacionais e internacionais do Programa de Eliminação do Sarampo, o que permite manter o sarampo e a rubéola eliminados, sendo, no entanto, importante melhorar a vacinação atempada para a 1ª dose do esquema recomendado”.
Aos 13 meses de idade, indica o documento, 14% das crianças mantêm-se suscetíveis, uma vez que ainda não iniciaram a vacinação contra o sarampo e contra a doença invasiva meningocócica do grupo C. “Este facto coloca as crianças desta idade em risco de surtos de sarampo, se contactarem com casos, uma vez que estão, na sua maioria, juntas em creches, sem beneficiarem da imunidade de grupo, conferida a partir de uma cobertura de 95%”.
A avaliação do PNV permitiu, ainda, atestar, uma vez mais, que 95% das crianças estão protegidas contra onze doenças, até aos 7 anos de idade. Por outro lado, alcançaram-se valores próximos dos 95% nas vacinas administradas até aos 25 anos de idade, com os esforços das “equipas da vacinação em convocar todos aqueles que se atrasam para a vacinação”.
De acordo com o relatório, verificam-se também “bons resultados na vacinação dos adultos contra o tétano, com valores de 80% a 92% nas idades-chave da vacinação, demonstrando também a contínua melhoria da cobertura vacinal na coorte dos 65 anos que passou de uma cobertura de 76% em 2015, para 78% em 2016 e 82% em 2019”.
Num momento em que o mundo se depara com uma emergência em saúde pública, é importante relembrar que “além da proteção individual, a maioria das vacinas tem ainda a capacidade de, a partir de determinadas taxas de cobertura vacinal, interromper a circulação dos microrganismos na comunidade, através da imunidade de grupo”.
Em tempos de Pandemia COVID-19, diz o boletim, “o risco de doenças evitáveis pela vacinação a nível internacional, mantém-se e pode até aumentar, devendo assim, ser dada particular importância à vacinação atempada dos grupos mais vulneráveis”.
Consulte aqui o Boletim nº 3 do Programa Nacional de Vacinação.
PNV | Relatório 2019
Cobertura vacinal aumentou para 2.ª dose do sarampo e para HPV
A cobertura vacinal subiu no ano passado para a segunda dose do sarampo e para a vacina do vírus do papiloma humano (HPV), indica o relatório do Programa Nacional de Vacinação (PNV).
Em declarações à agência Lusa, a coordenadora do PNV, Teresa Fernandes explicou que Portugal está bem e que conseguiu, em 2019, «aumentar as taxas para algumas vacinas, como o sarampo, pois a segunda dose [que deve ser tomada aos 5 anos] já vai nos 96 ou 98% [de cobertura], ultrapassando a 95%», que é quando se atinge a imunidade de grupo.
«Até aos 18 anos de idade estão todos com 98% de cobertura», acrescentou.
O boletim, que avalia o cumprimento do PNV, diz ainda que se manteve em 2019 o cumprimento dos objetivos nacionais e internacionais do Programa de Eliminação do Sarampo, o que permite manter o sarampo e a rubéola eliminados em Portugal.
No entanto, a Direção-Geral da Saúde (DGS) sublinha a importância de «melhorar a vacinação atempada para a 1.ª dose do esquema recomendado» para o sarampo.
Já a cobertura vacinal para o esquema completo da vacina HPV atingiu os 91% dois anos após o início da vacinação e chegou aos 95% aos 14 anos de idade.
«A vacina HPV também ultrapassou os valores do ano passado, a partir dos 12 anos de idade e as raparigas já têm 91 a 95%, já estão todas com o esquema completo», afirmou Teresa Fernandes, que considera que estes são «excelentes resultados».
Mais de 95% das crianças estão protegidas contra 11 doenças, até aos 7 anos de idade
A responsável destacou ainda a vacinação das grávidas, que continua a aumentar e, segundo as estimativas, atingiu os 88% de cobertura.
«É fantástico para um grupo etário adulto, ainda por cima as grávidas, que é sempre uma situação em que as pessoas temem qualquer medicamento e também vacinas (…). É a confiança no PNV», acrescentou.
O relatório indica que a vacinação das grávidas contra a tosse convulsa «continua a destacar-se pela elevadíssima adesão que, três anos após a sua introdução no PNV, continua a aumentar».
«Estes resultados criam elevadas expectativas na consolidação do controlo da tosse convulsa nas crianças até aos 2 meses de idade», acrescenta.
Segundo o boletim de avaliação do PNV, mais de 95% das crianças estão protegidas contra 11 doenças, até aos 7 anos de idade, atingiram-se valores próximos dos 95% nas vacinas administradas até aos 25 anos de idade e houve «bons resultados» na vacinação dos adultos contra o tétano, «com valores de 80% a 92% nas ‘idades-chave’ da vacinação».
Ainda sobre a vacina contra o tétano nos adultos, a avaliação demonstrou uma «contínua melhoria da cobertura vacinal no grupo dos 65 anos, que passou de (…) 76% em 2015, para 78% em 2016 e 82% em 2019», acrescenta o documento.
Que a vacinação seja resultado de decisões informadas
«É nossa ambição que a vacinação seja o resultado de decisões informadas e esclarecidas, com conhecimento sobre o risco da ação e o risco da inação», alerta a DGS nas notas finais do documento, sublinhando o momento atual de emergência de saúde pública internacional, com a pandemia da covid-19.
Esta altura de pandemia «relembrou o mundo que, para além da proteção individual, a maioria das vacinas tem ainda a capacidade de, a partir de determinadas taxas de cobertura vacinal, interromper a circulação dos microrganismos na comunidade, através da imunidade de grupo», refere a DGS.
Em tempo de pandemia de Covid-19, «o risco de doenças evitáveis pela vacinação a nível internacional, mantém-se e pode até aumentar, devendo assim, ser dada particular importância à vacinação atempada dos grupos mais vulneráveis», acrescenta.
Fonte: Lusa