Relatório de Situação nº 081 | 22/05/2020 – DGS
Infeção por novo coronavírus (COVID-19) em PORTUGAL – Relatório de Situação
Resposta à COVID-19 aprovada em Assembleia Mundial da Saúde
22 mai 2020
A 73.ª Assembleia Mundial da Saúde, da Organização Mundial da Saúde (OMS), reunida por teleconferência, aprovou por consenso, no passado dia 19 de maio, uma resolução, promovida pela União Europeia, intitulada “Resposta à COVID-19”.
A resolução aprovada incentiva os Estados-membros a promoverem uma resposta conjunta ao surto pandémico de COVID-19 e procura também realçar o papel da OMS, estimulando um “acesso universal, rápido e equitativo a todos os produtos necessários para a resposta à pandemia” e apelando para que qualquer vacina seja considerada um “bem público global”.
Em termos complementares, a resolução incita a OMS a colaborar de forma estreita com as restantes entidades competentes (Organização Mundial da Saúde Animal, Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação, etc.) para identificar a fonte zoonótica (animal) do vírus e determinar por que via foi introduzido na população humana.
Por outro lado, nesta resolução, defende-se que se inicie, no momento apropriado, e em consulta com os Estados-membros, um processo faseado de avaliação imparcial, independente e completa, que inclua os mecanismos existentes para rever a experiência ganha e as lições aprendidas na resposta internacional de saúde coordenada pela OMS.
Neste sentido, os parâmetros a avaliar devem incluir as ações desenvolvidas pela OMS durante este período, os tempos de reação em relação à pandemia de COVID-19, a eficácia dos mecanismos ao dispor da OMS e o funcionamento dos Regulamentos Internacionais de Saúde. Deste modo, pretende-se que, desta avaliação, possam sair recomendações que permitam melhorar a preparação global para as pandemias, bem como a capacidade de resposta, designadamente o fortalecimento do Programa de Emergências Sanitárias da OMS.
Outro aspeto a assinalar nesta resolução prende-se com o pedido que é feito aos Estados-mMembros para fornecerem informação de saúde pública atempada, precisa e suficientemente pormenorizada no que diz respeito à pandemia de COVID-19, conforme se exige nos Regulamentos Internacionais de Saúde, devendo partilhar com a OMS e com os restantes países o conhecimento, lições aprendidas, experiências, melhores práticas, dados, materiais e condições necessárias para a resposta a este surto pandémico.
Por último, é também feito um apelo aos Estados-membros para promoverem um financiamento sustentável à OMS de forma a garantir que esta organização responda de forma eficaz às necessidades globais de saúde pública e continue a prestar apoio aos Estados-membros com maiores fragilidades para que estes possam manter em funcionamento os seus sistemas de saúde e os programas de vacinação, saúde mental, saúde materna, infantil e reprodutiva.
Covid-19: Utilização de máscaras no setor alimentar – INSA
22-05-2020
A segurança alimentar depende de atividades que garantam o cumprimento dos requisitos de boas práticas de higiene e que não afetem a qualidade nutricional dos alimentos. As medidas de higiene para prevenir a contaminação devem ser tomadas em cada uma das etapas da cadeia alimentar (do prado/mar ao prato) e reforçadas no âmbito da pandemia em curso. A utilização de máscaras no setor alimentar pode ser um elemento útil na proteção de contaminações.
Na maioria das vezes, o desconforto provocado pelo uso da máscara leva à utilização incorreta deste equipamento de proteção individual. Por este motivo, a probabilidade de contaminação dos alimentos e das superfícies, pelos manipuladores, nos estabelecimentos onde se manipulam géneros alimentícios pode aumentar, pelo que não é habitualmente recomendado o seu uso.
Contudo, durante a pandemia de COVID-19, a sua utilização poderá ser uma mais valia, de forma a disciplinar hábitos como o de tocar na face, nos olhos, no nariz e na boca, e a consequente contaminação de alimentos e de superfícies, em locais onde manter o distanciamento social recomendado (cerca de 2 metros) é uma dificuldade acrescida. A utilização deste equipamento de proteção individual deverá ser efetuada mediante informação imperativa e clara aos operadores sobre a importância da sua correta utilização.
Nas zonas de confeção, e principalmente nas linhas de empratamento, pela natureza do trabalho, é frequente a necessidade de falar durante o ato de servir e distribuir alimentos ao cliente/utente. Este comportamento facilita a libertação de aerossóis que podem contaminar os alimentos, os utensílios e diretamente os consumidores/manipuladores. O uso de máscaras/viseiras no momento da preparação e confeção de alimentos, e na etapa de distribuição aos clientes/utentes na fase de prevenção da COVID-19, é aconselhável, como barreira física no reforço das medidas de higiene e proteção.
Caso seja necessário trabalhar próximo de outras pessoas, sem uma barreira física entre elas (ex. janelas ou divisórias em acrílico), é também aconselhável o uso de máscara/viseira. Esta medida atenua a transmissão por intermédio de pessoas infetadas e portadores assintomáticos da COVID-19, diminuindo a difusão do coronavírus no ambiente, persuadindo o cumprimento das regras básicas de higiene no decurso da manipulação e preparação de alimentos: não colocar a mão na face e não se assoar ou não provar alimentos.
Adaptação a diferentes utilizações
Importante lembrar a necessidade imperativa de lavar as mãos corretamente, antes e depois de colocar a máscara/viseira. Recorde-se, contudo, que a proteção nunca é total, podendo inclusivamente o seu uso inadequado promover uma contaminação. As máscaras usadas durante a preparação de alimentos são normalmente “máscaras de papel” finas, com uma ou duas camadas e não se destinam a proteger ou impedir a propagação de doenças infeciosas.
A máscara para impedir a propagação de uma infeção é a máscara cirúrgica que é constituída por duas ou três camadas: a mais interna absorve a humidade, a do meio é um filtro e a externa repele a água. Devem ter um mínimo de 95% de eficiência na filtragem de bactérias e ser compostas por tecido liso ou pregueado que permite expandir a máscara para cobrir a área do nariz ao queixo. As máscaras cirúrgicas também protegem o utilizador.
As máscaras têm que ser trocadas quando ficarem húmidas, sujas ou danificadas e após cada utilização. Se em material descartável, devem ser usadas uma única vez e deitadas ao lixo imediatamente após o uso. Se em tecido (após uso único), devem ser acondicionadas num saco para posteriormente serem lavadas/descontaminadas, passadas a ferro e completamente secas antes de voltar a utilizar. O saco que a(s) acondicionou deve ser imediatamente rejeitado.
As viseiras devem ser lavadas com água e sabão e completamente secas antes de voltar a usar. Depois de mexer na máscara/viseira, ou no saco que as acondicionou após remoção, as mãos devem ser lavadas com água e sabão durante pelo menos 20 segundos ou usar desinfetantes à base de álcool a 70%. As máscaras cirúrgicas devem ser reservadas prioritariamente para profissionais de saúde, doentes e seus cuidadores ou para outros grupos da população que as Autoridades de Saúde assim o entendam.
As máscaras de papel e as máscaras caseiras não possuem filtro de microrganismos que proteja o utilizador. Contudo, diminuem a probabilidade do utilizador contaminar o meio ambiente. Nenhuma máscara substitui quaisquer outras medidas no controlo da transmissão da COVID-19, sendo menos eficaz do que lavar corretamente as mãos com água e sabão, ou permanecer longe de outras pessoas, cumprindo o distanciamento social recomendado.
Instituto Ricardo Jorge promove estudo sobre saúde mental e bem-estar em tempos de pandemia
22-05-2020
O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) está a promover um estudo para avaliar o impacto da COVID-19 na saúde mental e bem-estar dos profissionais de saúde e de outros profissionais que estão na primeira linha de combate à pandemia, assim como da população em geral. Os dados obtidos permitirão produzir recomendações que contribuam para a melhoria de respostas dos serviços de saúde aos problemas de saúde mental das populações.
Coordenado pelo Departamento de Promoção da Saúde e Prevenção de Doenças Não Transmissíveis do INSA, o projeto “Saúde Mental em Tempos de Pandemia (SM-COVID19)” pretende avaliar dimensões consideradas relevantes em saúde mental, tais como bem-estar geral, auto-percepção do estado de saúde, stress, ansiedade, depressão, stress pós-traumático, consumos e adições, resiliência, presentismo, burnout e acesso aos serviços.
Desenvolvido em colaboração com o Instituto de Saúde Ambiental da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (ISAMB) e com a Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental (SPPSM), este estudo vai também identificar fatores de proteção e/ou fragilização da saúde mental e bem-estar, através de questões sobre a situação individual face à pandemia, conciliação trabalho-família, situação face ao trabalho e rendimento, desempenho profissional e segurança laboral, atividades de lazer e estilos de vida e expectativas face ao futuro.
A recolha de dados do projeto será realizada em três momentos distintos, entre maio e julho de 2020, através do preenchimento de um questionário online. Composto por 52 itens, o questionário demora cerca de 20 minutos a preencher, sendo garantida a confidencialidade e a anonimização de todas as respostas. Ao longo do trabalho, serão disponibilizados dados e análises preliminares no site do projeto.
A pandemia COVID-19 tem impacto na saúde mental (SM) e bem-estar (BE), podendo conduzir a ansiedade e depressão ou eventualmente ao suicídio, assim como ao aumento de vulnerabilidade social. De entre os fatores que conduzem à fragilização da SM incluem-se medo, isolamento, frustração, falta de bens essenciais, informação desadequada, perda de rendimentos ou do emprego e estigma.
No contexto atual, os doentes e os profissionais de saúde estão mais vulneráveis a potenciais impactos emocionais, bem como cidadãos em isolamento, quarentena ou distanciamento social. Torna-se assim fundamental avaliar o impacto da pandemia em diferentes dimensões da SM e tomar medidas promotoras de BE e reforço da SM positiva, mitigando o sofrimento psicológico identificado na comunidade e nos profissionais dos serviços de saúde e outros.
Ministra visita Hospital de Ovar
Oportunidade para conhecer o projeto de construção do novo bloco operatório
A Ministra da Saúde visitou esta tarde o Hospital Hospital Dr. Francisco Zagalo, em Ovar.
Acompanhada por Luís Miguel Ferreira, presidente do conselho de administração desta unidade hospitalar, Marta Temido visitou a ala cirúrgica, o bloco operatório, bem como a área dedicada à consulta externa.
Esta deslocação serviu também para conhecer o trabalho desenvolvido pelos profissionais de saúde desta que foi a unidade de cuidados hospitalares da cerca sanitária ao concelho de ovar e que, desde o primeiro momento, teve se de readaptar para dar resposta à população.
Numa fase inicial da pandemia por Covid-19 em Portugal, em que era difícil para a comunidade científica conhecer os contornos do novo coronavírus, a tenacidade destes profissionais permitiu manter a prestação de cuidados de saúde numa fase crítica da vida dos habitantes de Ovar. Muitos tiveram mesmo de sair das suas casas e permanecer longe dos seus familiares.
Estes profissionais de saúde souberam não só responder prontamente às necessidades de saúde dos utentes, como também de prestar algum conforto tão fundamental nesta altura.
Nesta curta visita houve ainda oportunidade para conhecer o projeto de construção do novo bloco operatório do Hospital de Ovar.
Reinventar cuidados em tempo de pandemia
Como a USF Alpha se organizou para manter os cuidados prestados à população
A Ministra da Saúde visitou hoje a Unidade de Saúde Familiar Alpha, em Válega. Aproveitando a deslocação ao concelho de Ovar, hoje em agenda, Marta Temido foi conhecer o trabalho desenvolvido por esta unidade de cuidados de saúde primários, que mesmo em tempos de pandemia não esqueceu o trabalho de «proximidade» junto dos seus utentes.
A Covid-19 obrigou a USF Alpha a organizar-se de uma forma diferente. O contacto direto com os utentes passou a ser prestado, sempre que necessário, através de chamada telefónica, com a palavra a substituir um cuidado que, tradicionalmente, é de maior proximidade.
Nos últimos meses, todos foram chamados a desempenhar o seu papel de forma diferente para que os cuidados de saúde a prestar à população abrangida por esta USF não fossem descurados, do auxiliar ao enfermeiro e ao médico de família.
A pandemia veio demonstrar à toda a equipa que era possível organizar o trabalho de uma outra forma, menos habitual quando se prestam cuidados de saúde de proximidade, como é o caso dos cuidados de saúde primários, mas sem nunca esquecer as questões de segurança.
Covid-19 | Apoio humanitário
INEM apoia montagem de hospital de campanha em São Tomé e Príncipe
Um grupo de profissionais do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) encontra-se a trabalhar em São Tomé e Príncipe há uma semana, para apoiar a resposta daquele país ao surto de Covid-19.
A equipa do INEM encontra-se naquele território a pedido do governo são-tomense, integrando a resposta da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da União Europeia.
O trabalho desenvolvido pelos quatro profissionais do INEM durante esta primeira semana de missão consistiu em prestar apoio na montagem e materialização efetiva da estrutura de um hospital de campanha. Houve necessidade de avaliar as estruturas existentes e rever o seu planeamento para que fosse possível definir circuitos com segurança para profissionais, utentes e restante comunidade.
Após quatro dias de trabalho, foi apresentada ao Ministro da Saúde de São Tomé e Príncipe a nova configuração do hospital de campanha, sendo que esta estrutura se encontra agora preparada para receber doentes suspeitos de Covid-19.
O trabalho em São Tomé e Príncipe vai continuar, em articulação com as entidades deste país, e cumprindo a missão atribuída aos profissionais do INEM pela OMS.
Para saber mais, consulte:
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