Relatório de Situação nº 129 | 09/07/2020 – DGS
Infeção por novo coronavírus (COVID-19) em PORTUGAL – Relatório de Situação
Concluído trabalho de campo do Inquérito Serológico Nacional COVID-19 – INSA
09-07-2020
O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) concluiu o trabalho de campo do Inquérito Serológico Nacional COVID-19 (ISN COVID-19), tendo sido recrutados para este estudo cerca de 2300 participantes, um número que ultrapassou o objetivo inicial proposto. Até ao momento, já foram analisadas mais de 600 amostras, prevendo-se que os primeiros resultados do ISN COVID-19 sejam divulgados até ao final do mês de julho.
Desenvolvido pelos departamentos de Epidemiologia e de Doenças Infeciosas do INSA, o ISN COVID-19 tem como objetivo avaliar a presença de anticorpos contra o novo coronavírus (SARS-CoV-2) responsável pela COVID-19 na população residente em Portugal e monitorizar a sua evolução ao longo tempo. Este estudo permitirá conhecer a prevalência de anticorpos anti-SARS-CoV-2 de modo a determinar a extensão da infeção na população, assim como determinar e comparar a seroprevalência de anticorpos em grupos etários específicos.
Este inquérito de base populacional, que prevê a realização de cinco estudos epidemiológicos transversais, permitirá também estimar a fração de infeções subclínicas e assintomáticas e monitorizar a evolução distribuição de anticorpos ao longo do tempo. Para a concretização do primeiro estudo, estava prevista a seleção de 2.070 pessoas de todas as idades que recorressem a um dos laboratórios ou hospitais parceiros deste estudo para realização de análises laboratoriais de rotina.
A recolha de amostras e dados do ISN COVID-19 decorreu durante as últimas 5 semanas, através da colaboração de 96 postos de colheita da Associação Nacional de Laboratórios Clínicos e de 18 hospitais do Serviço Nacional de Saúde, distribuídos por todo o Continente e Regiões Autónomas. Todas as amostras estão a ser processadas pelo Laboratório Nacional de Referência para o Vírus da Gripe e Outros Vírus Respiratórios do INSA, onde os níveis de anticorpos contra o SARS-CoV-2 são determinados por um teste serológico denominado ELISA (ensaio de imunoabsorção enzimático).
Covid-19 | Consumo álcool em confinamento
SICAD conclui que foram mais os que diminuíram o consumo
O confinamento e o distanciamento social tiveram um impacto considerável no consumo de álcool revelou um inquérito nacional realizado pelo Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD). O inquérito, agora divulgado, revela que foram mais aqueles que diminuíram o consumo de bebidas alcoólicas do que aqueles que o aumentaram no período de confinamento gerado pela pandemia da Covid-19.
De acordo com este inquérito, realizado entre abril e maio, o confinamento levou a que 42% das pessoas bebessem menos, por falta da habitual companhia ou por desejo de terem um estilo de vida mais saudável.
O estudo, que abrangeu 950 consumidores de álcool com 18 ou mais anos, que responderam às perguntas via internet, e que visa avaliar o impacto da pandemia da Covid-19 nos padrões de consumo de bebidas alcoólicas, revela que, durante o período de confinamento, 21% das pessoas passaram a beber mais, enquanto 37% continuaram a beber o mesmo.
Perante os resultados, o SICAD assinala que a pandemia da Covid-19 «acabou por ter consequências pouco nefastas, apesar de alguns agravamentos dos consumos», sobretudo em pessoas que «declaram ter ou ter tido problemas relacionados com o consumo de álcool”, que “tendem a ser um grupo de particular risco em situações como esta».
Entre as pessoas que passaram a beber menos estão os mais jovens
Entre as pessoas que passaram a beber menos estão os mais jovens (com idades entre os 18 e os 24 anos), os estudantes, quem continuou a sair de casa para trabalhar, possui menos qualificações académicas, vive em agregados familiares de maior conflitualidade, bebia numa base mensal e nunca teve problemas com o álcool.
As razões invocadas pelos inquiridos para beber menos são o não ter a companhia das pessoas com quem costumava beber (45%), o gostar de beber apenas fora de casa, em ambiente festivo (35%) e o procurar um estilo de vida mais saudável possível devido à pandemia (34%).
O beber com menos frequência (33%), a abstinência (26%), a ingestão de bebidas com menor teor alcoólico (20%) e em menor quantidade numa ocasião (20%) são as alterações de comportamento de consumo apontadas pelas pessoas que passaram a beber menos durante o confinamento.
O inquérito sobre a ingestão de bebidas alcoólicas é parte de um estudo mais abrangente. Durante o estado de confinamento que o país atravessou, o SICAD disponibilizou um inquérito online com o objetivo de analisar quais as alterações no consumo de substâncias psicoativas e a utilização da internet e de videojogos durante o período da pandemia da Covid-19, ainda só foi divulgado o resultado do consumo de álcool.