Relatório de Situação nº 151 | 31/07/2020 – DGS
Infeção por novo coronavírus (COVID-19) em PORTUGAL – Relatório de Situação
Declara a situação de contingência e alerta, no âmbito da pandemia da doença COVID-19
Inquérito Serológico Nacional COVID-19 indica seroprevalência de 2,9% de infeção por SARS-CoV-2 em Portugal – INSA
31-07-2020
Os resultados do Inquérito Serológico Nacional COVID-19 (ISN COVID-19) indicam uma seroprevalência global de 2,9% de infeção pelo novo coronavírus na população residente em Portugal, não tendo sido encontradas diferenças significativas entre regiões e grupos etários. A seroprevalência agora estimada é compatível com uma limitada extensão da infeção na população portuguesa, entre março e junho de 2020, e inferior ao valor necessário para alcançar uma potencial imunidade de grupo.
O ISN COVID-19, desenvolvido pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), através dos seus departamentos de Epidemiologia e de Doenças Infeciosas, em parceria com a Associação Nacional de Laboratórios Clínicos (ANL) e vários Hospitais do Sistema Nacional de Saúde (SNS), revela uma seroprevalência global de acordo com valores obtidos noutros estudos seroepidemiológicos de base populacional e âmbito nacional realizados noutros países.
As diferenças observadas entre a seroprevalência e a incidência acumulada da infeção por SARS-CoV-2 reportada pelo sistema nacional de vigilância são consistentes com a evidência de sub-captação de casos ligeiros ou assintomáticos pelos sistemas de vigilância.
No que respeita à distribuição por sexo, a seroprevalência estimada foi mais elevada nos homens (4,1% vs 1,8%). Enquanto que por idade a seroprevalência apresentou valores semelhantes para os grupos etários em estudo, variando entre 2,2% no grupo etário dos 10 aos 19 anos e 3,2% no grupo etário dos 40 aos 59 anos. Entre as diferentes Regiões de Saúde, a seroprevalência variou entre 1,2% no Alentejo e 3,5% em Lisboa e Vale do Tejo, embora sem significância estatística.
Por nível de escolaridade, observaram-se diferenças estatisticamente significativas entre os valores de seroprevalência estimados, que se revelou mais elevado nos indivíduos que completaram o ensino secundário (6,4%) e mais baixo nos que concluíram o ensino superior (1,4%).
A seroprevalência foi mais elevada nos indivíduos que referiram ter tido um contacto prévio com caso suspeito ou confirmado de COVID-19 (22,3% vs 2,0%) e naqueles com sintomatologia compatível com COVID-19 – febre, arrepios, astenia, odinofagia, tosse, dispneia, cefaleias, náuseas/vómitos e diarreia – (6,5% vs 2,0%). Cerca de 44% dos indivíduos com anticorpos específicos contra o novo coronavírus não referiram qualquer sintoma anterior de COVID-19.
Segundo a coordenadora do ISN COVID-19, Ana Paula Rodrigues, os resultados encontrados “aconselham a manutenção das recomendações de proteção individual e coletiva para todos os indivíduos, independentemente do respetivo nível de anticorpos específicos contra SARS-CoV-2, e mostram a necessidade de monitorizar a evolução da seroprevalência destes anticorpos na população, de acordo com a evolução da epidemia em Portugal”.
O primeiro ISN COVID-19 teve por objetivos primários caracterizar a distribuição dos anticorpos específicos contra SARS-CoV-2 e determinar a extensão da infeção por SARS-CoV-2 na população residente em Portugal. Este estudo visa também determinar e comparar a seroprevalência de anticorpos específicos contra SARS-CoV-2 por grupo etário e por Região de Saúde, assim como determinar a fração de infeções assintomáticas.
O ISN COVID-19 é um estudo epidemiológico observacional, transversal de âmbito nacional, tendo sido analisada uma amostra não-probabilística (amostragem por quotas) de 2.301 pessoas residentes em Portugal, com idade superior ou igual a 1 ano, recrutados em 96 pontos de colheita de 7 Laboratórios de Patologia Clínica da comunidade associados da ANL e 18 hospitais do SNS, entre 21 de maio e 8 de julho.
Os estudos seroepidemiológicos permitem estimar incidências cumulativas mais precisas quando comparadas com as obtidas a partir dos resultados do teste de deteção do RNA viral (RT-PCR), identificar fatores de risco da infeção e avaliar a sua progressão na população ao longo do tempo, e estimar o tempo de permanência dos anticorpos em circulação no organismo, colmatando lacunas de informação essenciais para o planeamento das medidas mais efetivas de controlo da pandemia e avaliação da sua implementação.
Resultados preliminares do primeiro Inquérito Serológico Nacional COVID-19 – Relatório – INSA
31-07-2020
O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) divulga o relatório de apresentação dos resultados preliminares do primeiro Inquérito Serológico Nacional COVID-19 (ISN COVID-19), desenvolvido pelo INSA, através dos seus departamentos de Epidemiologia e de Doenças Infeciosas, em parceria com a Associação Nacional de Laboratórios Clínicos (ANL) e vários hospitais do Sistema Nacional de Saúde (SNS).
Os estudos sero-epidemiológicos permitem estimar incidências cumulativas e taxas de letalidade mais precisas quando comparadas com as obtidas a partir dos resultados do teste de deteção do RNA viral (RT-PCR), identificar fatores de risco para a infeção, avaliar a sua progressão na população ao longo do tempo, e estimar o tempo de permanência dos anticorpos em circulação no organismo, colmatando lacunas de informação essenciais para o planeamento das medidas mais efetivas de controlo da pandemia e avaliação da sua implementação.
O primeiro (ISN COVID-19) teve por objetivos primários: 1) caracterizar a distribuição dos anticorpos específicos contra SARS-CoV-2 e determinar a extensão da infeção por SARS-CoV-2 na população residente em Portugal; 2) determinar e comparar a seroprevalência de anticorpos específicos contra SARS-CoV-2 em grupos etários específicos e por Região de Saúde; e 3) determinar a fração de infeções assintomáticas por SARSCoV-2 na população residente em Portugal.
O ISN COVID-19 é um estudo epidemiológico observacional, transversal, de âmbito nacional. Foi analisada uma amostra não-probabilística (amostragem por quotas) de 2.301 pessoas residentes em Portugal, com idade superior ou igual a 1 ano, estratificada por grupo etário. Foram recolhidos dados demográfico-sociais, epidemiológicos e clínicos, através da aplicação de um questionário e efetuada a recolha de uma amostra de sangue a cada um dos participantes, em 96 pontos de colheita de 7 Laboratórios de Patologia Clínica da ANL e em 18 hospitais do SNS, entre 21 de maio e 8 de julho de 2020.
De acordo com a definição de caso selecionada neste estudo (presença de IgM ou IgG específicas contra SARS-CoV-2), ao nível nacional foi estimada uma seroprevalência de 2,9% (IC 95: 2,0 – 4,2%), valor superior à incidência acumulada da infeção reportada, no final do período de estudo, pelo Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (SINAVE) (0,44%), e à proporção de participantes que, neste estudo, referiu infeção prévia por SARS-CoV-2 (0,8%).
Para consultar o relatório clique aqui.
Inquérito Serológico Nacional
Portugal regista uma seroprevalência global de 2,9% de infeção pelo novo coronavírus
Os resultados do Inquérito Serológico Nacional Covid-19 (ISN Covid-19) indicam uma seroprevalência global de 2,9% de infeção pelo novo coronavírus na população residente em Portugal, o que aconselha a «manutenção das recomendações de proteção individual e coletiva para todos os indivíduos», sublinhou a Ministra da Saúde na conferência de imprensa de atualização da situação epidemiológica.
Para Ana Paula Rodrigues, coordenadora do estudo conduzido pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) estes valores indicam que houve «uma baixa circulação do novo coronavírus na população portuguesa muito provavelmente relacionada com as medidas de saúde pública instituídas logo no início da epidemia».
Dados do estudo
No que respeita à distribuição por sexo, a seroprevalência estimada foi mais elevada nos homens (4,1% vs 1,8%). Enquanto que por idade a seroprevalência apresentou valores semelhantes para os grupos etários em estudo, variando entre 2,2% no grupo etário dos 10 aos 19 anos e 3,2% no grupo etário dos 40 aos 59 anos. Entre as diferentes regiões de saúde, a seroprevalência variou entre 1,2% no Alentejo e 3,5% em Lisboa e Vale do Tejo, embora sem significância estatística.
Por nível de escolaridade, observaram-se diferenças estatisticamente significativas entre os valores de seroprevalência estimados, que se revelou mais elevado nos indivíduos que completaram o ensino secundário (6,4%) e mais baixo nos que concluíram o ensino superior (1,4%).
A seroprevalência foi mais elevada nos indivíduos que referiram ter tido um contacto prévio com caso suspeito ou confirmado de Covid-19 (22,3% vs 2,0%) e naqueles com sintomatologia compatível com Covid-19 – febre, arrepios, astenia, odinofagia, tosse, dispneia, cefaleias, náuseas/vómitos e diarreia – (6,5% vs 2,0%). Cerca de 44% dos indivíduos com anticorpos específicos contra o novo coronavírus não referiram qualquer sintoma anterior de Covid-19.
Manutenção das recomendações de proteção individual e coletiva
Segundo a coordenadora do ISN COVID-19, Ana Paula Rodrigues, os resultados encontrados «aconselham a manutenção das recomendações de proteção individual e coletiva para todos os indivíduos, independentemente do respetivo nível de anticorpos específicos contra SARS-CoV-2, e mostram a necessidade de monitorizar a evolução da seroprevalência destes anticorpos na população, de acordo com a evolução da epidemia em Portugal».
Sobre o estudo
O ISN COVID-19, desenvolvido pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, através dos seus departamentos de Epidemiologia e de Doenças Infeciosas, em parceria com a Associação Nacional de Laboratórios Clínicos e vários hospitais do Serviço Nacional de Saúde, revela uma seroprevalência global de acordo com valores obtidos noutros estudos seroepidemiológicos de base populacional e âmbito nacional realizados noutros países.
O primeiro ISN COVID-19 teve por objetivos primários caracterizar a distribuição dos anticorpos específicos contra SARS-CoV-2 e determinar a extensão da infeção por SARS-CoV-2 na população residente em Portugal.
Este estudo visa também determinar e comparar a seroprevalência de anticorpos específicos contra SARS-CoV-2 por grupo etário e por região de saúde, assim como determinar a fração de infeções assintomáticas.
O ISN COVID-19 é um estudo epidemiológico observacional, transversal de âmbito nacional, tendo sido analisada uma amostra não-probabilística (amostragem por quotas) de 2.301 pessoas residentes em Portugal, com idade superior ou igual a 1 ano, recrutados em 96 pontos de colheita de 7 laboratórios de patologia Clínica da comunidade associados da Associação Nacional de Laboratórios Clínicos e 18 hospitais do SNS, entre 21 de maio e 8 de julho.
Para saber mais, consulte:
Facebook do SNS > Covid-19 | Conferência de imprensa 31/07/2020
INSA > Notícias
Covid-19 | Atividade assistencial
Aposta na telessaúde e no acesso dos utentes aos serviços de saúde
“Nenhum sistema de saúde ficou imune a uma pandemia deste tipo na sua capacidade de resposta às doenças não covid”, afirmou hoje a Ministra da Saúde, questionada na conferência de imprensa de hoje para atualização dos dados da Covid-19 em Portugal sobre a redução do número de consultas presenciais realizadas no Serviço Nacional de Saúde no primeiro semestre deste ano.
Marta Temido sublinhou que na monitorização da atividade assistencial é necessário ter em linha de conta o número de consultas não presenciais. Assim, nos primeiros seis meses de 2020 realizaram-se menos um milhão de consultas face ao mesmo período do ano passado, quando foi efetuado um total de 31 milhões de consultas. Cerca de 2,8 milhões de consultas foram realizadas neste período de forma não presencial.
A Ministra da Saúde recordou o esforço que o SNS tem vindo a desenvolver na telessaúde, uma área a desenvolver com aplicação dos fundos europeus de recuperação económica. “Quando incentivamos os contactos não presenciais, temos que melhorar as formas pelas quais os utentes podem aceder a estes atos”, admitiu.
Facebook do SNS > Covid-19 | Conferência de imprensa 31/07/2020
Vacinação contra a Gripe
Estratégia de vacinação para a próxima época gripal em análise
A avaliação de quem deve receber primeiro a vacina contra a gripe, numa altura em que as autoridades de saúde delineiam a estratégia de vacinação para a próxima época gripal, assenta em “critérios de risco” e os “ mais vulneráveis são sempre prioritários ”, afirmou hoje a Diretora-Geral da Saúde.
Graça Freitas, que acompanhou a Ministra da Saúde na conferência de atualização dos dados sobre a pandemia por Covid-19 em Portugal, sublinhou que na linha prioritária para receber a vacina da gripe estarão os utentes de lares e profissionais de saúde e todos aqueles que prestam cuidados diretamente a doentes e pessoas de risco.
Questionada sobre se os professores estariam incluídos neste grupo prioritário, a Diretora-geral da Saúde salvaguardou que os docentes poderão ser prioritários para receber a vacina da gripe se tiverem mais de 65 anos ou alguma doença crónica que seja fator de risco para a covid-19.
O Ministério da Saúde comprou este ano o maior número de sempre de doses da vacina para a gripe sazonal, cerca de dois milhões.
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Covid-19 | Atividade INEM
Menos casos suspeitos e colheitas de amostras, entre 20 e 26 de julho
Entre os dias 20 e 26 de julho, foram transportados 2.143 utentes com sinais e sintomas de Covid-19, menos 87 casos suspeitos do que na semana anterior. «Foi a primeira descida de casos transportados registada no mês de julho», divulga o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).
O INEM já transportou 30.879 casos suspeitos de Covid-19, desde o dia 1 de março. Segundo o INEM, a definição de caso suspeito é, entre outros e de acordo com as normas em vigor, qualquer situação de falta de ar (dispneia) triada pelos Centros de Orientação de Doentes Urgentes (CODU).
De acordo com os dados da atividade semanal do INEM, relativo à Covid-19, as equipas de colheitas de amostras biológicas registaram, na quarta semana de julho, 69 colheitas, menos 52 do que na semana anterior. Quarenta e quatro destas colheitas foram realizadas na área de influência da Delegação Regional do Sul e 21 na Delegação Regional do Sul – Algarve.
Recursos humanos
No âmbito da resposta à Covid-19, e de acordo com a legislação aprovada para resposta à pandemia, o INEM contratou 15 trabalhadores: Um enfermeiro, dois farmacêuticos, cinco psicólogos, dois técnicos superiores, três assistentes técnicos e dois assistentes operacionais.
Para saber mais, consulte:
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