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Artigo INSA: Avaliação do Impacto da vacina materna contra a tosse convulsa durante a gravidez na ARSLVT

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17-08-2020

O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, através do seu Departamento de Epidemiologia, em articulação com a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) efetuou um estudo com o objetivo de avaliar o impacto da vacinação materna contra a tosse convulsa durante a gravidez na incidência da doença, na ARSLVT, um ano após a introdução no Programa Nacional de Vacinação (PNV). Os resultados obtidos indicam que a taxa de incidência de tosse convulsa diminuiu 82% e 40% entre 2016 e 2017, respetivamente para as faixas etárias dos 0-2 meses e dos 2-6 meses.

De acordo com os resultados auferidos, a análise das taxas de incidência revela um decréscimo bastante significativo da taxa de incidência de tosse convulsa entre 2016 e 2017 nos grupos etários analisados, o que sugere uma efetividade vacinal (efeito direto) elevada. A menor redução verificada na faixa etária dos 2-6 meses pode estar relacionada com o facto de serem crianças mais velhas, algumas nascidas em 2016 (quando a vacina não fazia parte do PNV) ou no início do ano de 2017 (quando se iniciou a vacinação materna).

Dado que as crianças com idades compreendidas entre os 2-6 meses no segundo semestre de 2017 nasceram todas durante esse mesmo ano, a vacinação materna já terá sido generalizada. A evidência atual indica que a vacinação contra a tosse convulsa durante a gravidez estimula a imunidade materna, com consequente passagem de anticorpos para o feto que conferem imunidade passiva.

Em Portugal, identificou-se um padrão de reemergência da doença, devido ao aumento de casos desde 2000, com vários picos cíclicos registados. O último surto, ocorrido em 2016, incidiu maioritariamente em crianças com idade inferior a 1 ano. Tendência idêntica foi verificada entre 2012 e 2015, quando 74% dos casos reportados corresponderam a bebés com menos de 6 meses, dos quais 42% tinham menos de 2 meses de idade.

“Avaliação do Impacto da vacina materna contra a tosse convulsa durante a gravidez na Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, um ano após a sua introdução no Programa Nacional de Vacinação” foi publicado no Boletim Epidemiológico Observações, publicação científica periódica editada pelo Instituto Ricardo Jorge em acesso aberto. Para consultar o artigo de Sara Gomes Raposo e Baltazar Nunes, clique aqui.

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