Os dados publicados no Relatório Anual de Acesso a Cuidados de Saúde nos estabelecimentos do SNS e entidades convencionadas, divulgado esta quinta-feira, demonstram que 2019 foi um ano positivo em termos de acesso dos cidadãos à prestação de cuidados de saúde.
A nível dos Cuidados de Saúde Primários (CSP) destaca-se o aumento de 1,2% no número de consultas médicas, face a 2018, o correspondente a um total de 31,5 milhões de consultas realizadas, bem como o número de consultas de enfermagem, que ultrapassaram os 19 milhões no ano passado.
Em paralelo, um total de 92,7% de utentes tinham médico de família atribuído, importando também destacar a existência de 87,5% de cidadãos inscritos nos CSP com enfermeiro de família.
Estes resultados refletem a continuação da concretização de medidas que visam melhorar a capacidade resolutiva dos cuidados de saúde primários, não só no âmbito dos indicadores já referidos, bem como na implementação de novas respostas de saúde oral, no alargamento de rastreios e na disponibilização de meios complementares de diagnóstico e terapêutica nos centros de saúde.
Relativamente aos Cuidados de Saúde Hospitalares registou-se igualmente um aumento do número de consultas externas realizadas (+1,9% em relação a 2018), assim como um contínuo crescimento do total de intervenções cirúrgicas que, pela primeira vez nos últimos 9 anos, ultrapassou as 700 mil cirurgias realizadas no SNS.
No período em análise, observou-se também a manutenção da média nacional de consultas realizadas dentro do TMRG nos 70% e o atendimento de 74,3% de episódios de urgência dentro do tempo previsto no protocolo de triagem de Manchester. A este nível, a percentagem de cirurgias de ambulatório continua a crescer, com inúmeras vantagens na qualidade da prestação e satisfação dos utentes.
Ainda a nível hospitalar, o ano de 2019 ficou também marcado pela continuidade na aposta das respostas de hospitalização domiciliária, sendo que no final do ano estavam já criadas 24 unidades nos hospitais do SNS, as quais permitiram tratar cerca de 2.500 doentes no seu domicílio.
Na área dos Cuidados Continuados Integrados, sublinha-se o aumento em 5,4% do número de camas de internamento disponíveis, em 2019, atingindo um total de 9.013 camas de internamento, assim como o aumento do número total de lugares (inclui internamento, ambulatório e domiciliário), que ascendeu aos 14.833 no final do ano. O número de atendimentos ultrapassou os 50 mil, mais 3,7% que em 2018.
A publicação do Ministério da Saúde garante ainda que, no âmbito dos programas de saúde prioritários, ficou evidenciado o esforço coletivo para a concretização das medidas previstas nestes programas que visam responder às principais necessidades em saúde da população, assim como destaca que para 2020 é essencial continuar o investimento “não só em mais recursos financeiros, mas, sobretudo, nas pessoas: nos profissionais de saúde – nas suas condições de trabalho, na sua motivação – e nos cidadãos – na resposta às suas necessidades, na aposta na sua literacia e na abertura à sua participação”.
Publicado em 28/8/2020