19/10/2020
O Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca (HFF) vai construir uma nova Unidade de Cuidados Intensivos (UCI) para reforçar a sua resposta no contexto da pandemia Covid-19, uma obra orçada em 801.900 € (oitocentos e um mil e 900 euros) e que deverá entrar em funcionamento em dezembro.
A construção da nova Unidade de Cuidados Intensivos de nível II (UCI II) está prevista começar esta segunda-feira, dia 19 de outubro, e deverá estar concluída em 10 de dezembro, avançou à agência Lusa o Presidente do Conselho de Administração Hospital Professor Doutor Fernando da Fonseca, Marco Ferreira.
Este investimento representa um aumento de 15 camas, em relação às atuais quatro existentes neste nível II e a equipa médica que a irá integrar resultará da reorganização da equipa do Serviço de Medicina Intensiva e da contratação de médicos intensivistas, enfermeiros e assistentes operacionais.
«É uma obra estruturante para o Hospital Professor Doutor Fernando da Fonseca e com um impacto transversal em toda a instituição e na qualidade dos cuidados que prestamos», adiantou Marco Ferreira.
A obra estava prevista realizar-se em 2021 mas, também, devido à atual situação de epidemia foi antecipada e vai ser realizada num «período bastante curto», informou o responsável, notando que o HFF é dos hospitais da região de Lisboa e Vale do Tejo com o maior número de doentes com Covid-19 internados desde o início da pandemia.
Projeto permite prestar cuidados de maior qualidade aos utentes
«O objetivo é começar desde já a dar resposta ao aumento de necessidade que é previsível não só pelo inverno, como pela situação de pandemia por Covid-19», vincou.
Atualmente, o HFF tem uma média de 2,6 camas de cuidados intensivos de nível II por 100 mil habitantes e este projeto vai permitir aumentar este rácio para cinco camas por 100.000 habitantes, «que já é mais próximo da média nacional e permite prestar cuidados de maior qualidade aos utentes», salientou Marco Ferreira.
Na sexta-feira, dia 16 de outubro, o hospital tinha três das 10 camas de nível III de cuidados intensivos ocupadas com doentes Covid-19, sendo as vagas disponíveis geridas a nível central pela Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo.
«Quando são necessárias disponibilizar a outras instituições que estão sob maior pressão, nós também as apoiamos», disse, explicando que esta capacidade também é complementar às camas que estão ocupadas por doentes com outras doenças.
«O HFF é dos hospitais da região de Lisboa e Vale do Tejo com o maior número de doentes Covid-19 internados desde o início da pandemia», sendo que a criação da UCI vai «aliviar a pressão sobre a Medicina Intensiva da instituição, estando previstos, a muito breve prazo, novos investimentos no reforço da resposta do hospital», salientou o o Presidente do Conselho de Administração do HFF.
A nova UCI irá melhorar de «forma significativa» os cuidados de saúde prestados, adequando-os ao doente crítico nos seus diferentes níveis de severidade, diminuindo o número de dias médio dos doentes internados na unidade de curta duração do Serviço de Urgência Geral, e otimizando a utilização das camas de cuidados intensivos.
Permitirá ainda reduzir a taxa de cancelamentos cirúrgicos associada à falta de camas de cuidados intensivos nas cirurgias de maior complexidade, nomeadamente as oncológicas.
A unidade, que será construída na área atualmente ocupada pela Unidade de Cirurgia Ambulatória, próxima do Serviço de Medicina Intensiva, urgência geral e bloco operatório, inclui um posto de enfermagem e de vigilância centralizado.