A Direção-Geral da Saúde (DGS), através do Programa Nacional de Prevenção da Violência no Ciclo de Vida, promoveu esta quarta-feira um webinar formativo para profissionais de saúde sobre o novo Registo Clínico de Violência em Adultos (RCVA).
Na sua intervenção, a diretora do Programa Nacional de Prevenção da Violência no Ciclo de Vida, Daniela Machado, lembrou que este registo abrange a violência em adultos em todo o ciclo de vida e “é resultado de alguns anos de trabalho da nossa equipa”.
“Permite o registo, o tratamento e a partilha de dados sobre as situações sinalizadas no sistema de saúde português”, esclareceu, acrescentando que está disponível para médicos e enfermeiros, que devem inserir no sistema qualquer forma de vitimação em pessoas adultas.
Entre as especificidades, Daniela Machado destacou a facilidade do registo e a interoperabilidade da informação entre instituições e diferentes níveis de cuidados no SNS, bem como a formação e a capacitação dos profissionais.
Segundo a diretora do Programa, foi desenvolvido um guia prático do RCVA e está em curso a elaboração de uma orientação técnica relativamente à sua utilização.
Acessível a partir do Registo de Saúde Eletrónico, o RCVA tem como objetivo a desmaterialização dos registos nesta área e melhoria de cuidados prestados, bem como o rastreio e deteção precoce de situações de violência, avaliação de indicadores de risco, estabelecimento de planos de intervenção ajustados à situação de vitimação, promovendo a proteção e segurança dos/as utentes.
Na abertura da sessão, Miguel Arriaga, chefe da Divisão de Literacia, Saúde e Bem-Estar, lembrou que “em Portugal, no Serviço Nacional de Saúde (SNS), o fenómeno da violência tem vindo a ser sistematicamente organizado a partir de uma estratégia preventiva e abrangente, coordenada pela Direção-Geral da Saúde (DGS), a partir do desenvolvimento da Ação de Saúde para Crianças e Jovens em Risco e da Ação de Saúde sobre Género, Violência e Ciclo de Vida”.
O Novo Registo Clínico de Violência em Adultos, prosseguiu, “é uma ferramenta essencial à boa prática, garantindo a continuidade de cuidados integrais às vítimas atendidas no SNS e permitindo monitorizar de forma mais célere e eficaz, a nível nacional, a implementação da estratégia de prevenção e intervenção em situações de violência numa perspetiva de ciclo de vida, com especial enfoque em vítimas particularmente vulneráveis”.