23/11/2020
O Serviço de Anestesiologia do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho (CHVNG/E) está a implementar um projeto-piloto que incide na captação e reciclagem de gases anestésicos e visa a redução do impacto dos gases medicinais no aquecimento global, contribuindo para o equilíbrio ambiental, económico e social.
De acordo com Daniela Maia, vogal executiva do conselho de administração do CHVNG/E citada pela agência Lusa, pretende-se “que a utilização desta tecnologia inovadora traga não só benefícios para o doente e para a melhoria dos resultados clínicos, como a possibilidade de darmos resposta aos atuais desafios de redução de resíduos e de maior sustentabilidade ambiental”.
Nste projeto-piloto que está a ser implementado no CHVNG/E através de um protocolo com a Baxter Médico Farmacêutica, é descrito que “dos anestésicos inalatórios mais utilizados em procedimentos cirúrgicos, em regime de internamento ou ambulatório, apenas menos de 5% é metabolizado pelo doente”.
Assim, na prática são implementados coletores que se ligam às máquinas de anestesia para captar o gás exalado, não permitindo a sua libertação para o ambiente.
Os responsáveis descrevem que “depois de completos, [os coletores] são substituídos e recolhidos para processamento numa unidade especializada”.
Já o gás capturado pelo coletor é extraído, separado e esterilizado para ser utilizado como nova substância ativa para gases anestésicos, o que faz com que “depois de purificado e reembalado seja novamente distribuído nos hospitais, em novas embalagens, criando um sistema completo de economia circular”.
“A aposta na sustentabilidade dos recursos, dos procedimentos, das técnicas e dos equipamentos que utilizamos é uma preocupação crescente do CHVNG/E e que procuramos estender a todas as nossas unidades”, explica Daniela Maia.
A Diretora do Serviço de Anestesiologia do CHVNG/E, Carla Bentes, lembra que “os anestésicos inalatórios são agentes frequentemente utilizados na realização de procedimentos anestésicos, sendo estes libertados para o meio ambiente, demorando vários anos até se desintegrarem”.
Segundo Carla Bentes, “ao tornarmos estes procedimentos mais sustentáveis, minimizaremos todo o impacto ambiental”. A responsável refere ainda que “os médicos anestesiologistas têm aqui um grande papel e uma motivação acrescida para fazer a diferença no decorrer de toda a sua atividade no bloco operatório”.
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Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho – http://www.chvng.pt/