Relatório de Situação nº 451 | 27/05/2021 – DGS
Infeção por novo coronavírus (COVID-19) em PORTUGAL – Relatório de Situação
Instituto Ricardo Jorge participa em estudo piloto da OMS para estabelecimento de controlo para antigénio do SARS-CoV-2
27-05-2021
O Laboratório Nacional de Referência para o vírus da Gripe e Outros Vírus Respiratórios (LNRVG) do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) foi selecionado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para participar num estudo piloto que tem como objetivo o estabelecimento do primeiro controlo internacional para o antigénio do SARS-CoV-2. Este trabalho permitirá à OMS produzir material de referência que possibilite a comparabilidade de resultados entre diferentes testes TRAg.
O material de referência será utilizado para a calibração secundária de materiais de referência utilizados nos testes de antigénio do SARS-CoV-2, constituindo uma unidade de referência comum que permitirá a comparação do desempenho entre diferentes testes de antigénio atualmente em utilização para o diagnóstico laboratorial da COVID-19. O trabalho laboratorial do INSA será desenvolvido através de um teste TRAg atribuído pela OMS, para a análise de amostras de referência.
Durante o estudo, serão avaliadas várias amostras de antigénio de SARS-CoV-2 candidatas ao controlo standard internacional, utilizando diferentes testes de pesquisa de antigénio selecionados para a deteção da nucleoproteína (N) e/ou da proteína da espícula (S) do SARS-CoV-2. Os laboratórios participantes avaliarão o painel de amostras e respetivas diluições, em triplicado e em dois momentos, sendo reportados os resultados ao National Institute for Biological Standards and Control (NIBSC) para a realização da análise global em colaboração com a OMS.
A comparação do desempenho da grande variedade de testes para a pesquisa de antigénio de SARS-CoV-2, disponível atualmente, será otimizada com a disponibilização do 1º Controlo Internacional da OMS para o antigénio do SARS-CoV-2. Este controlo internacional será posteriormente utilizado para aferir o desempenho dos teste de pesquisa de antigénio por parte dos produtores mas também pelos laboratórios que os realizam para o diagnóstico da COVID-19.
O LNRVG tem como missão identificar e caracterizar os vírus influenza em circulação, assim como a deteção de vírus emergentes com potencial pandémico como os coronavírus (entre eles o SARS-CoV-2), sendo responsável pela vigilância epidemiológica da gripe, em colaboração com o Departamento de Epidemiologia. A experiência adquirida na área da vigilância e diagnóstico laboratorial da gripe e de outros vírus respiratórios foi essencial para atuação do INSA no contexto da atual situação epidemiológica provocada pelo SARS-CoV-2, tanto a nível nacional como internacional.
Situação de calamidade até 13 de junho
Generalidade do país permanece na última fase do plano de desconfinamento
O Governo decidiu prolongar a situação de calamidade em território nacional até 13 de junho, no âmbito do combate à pandemia da covid-19, com a generalidade do país a permanecer na última fase do plano de desconfinamento iniciado a 1 de maio.
A decisão foi anunciada após a reunião de Conselho de Ministros, numa altura em que o país como um todo “está numa zona de transição entre a zona verde e amarela” da matriz de risco.
Esta semana entram em alerta quatro concelhos e saíram de alerta seis concelhos, devido ao nível de incidência de casos de covid-19. Lisboa é um dos municípios que entra em situação de alerta, juntamente com Chamusca, Salvaterra de Magos e Vale de Cambra, que se juntam a Tavira, Vila do Bispo e Vila Nova de Paiva, já em alerta desde a semana anterior
Para saber mais, consulte:
Covid-19 | RNCCI
Mais de 25 mil doentes passaram dos hospitais para cuidados continuados
Mais de 25 mil doentes que estavam internados em hospitais públicos foram colocados em unidades de cuidados continuados desde o início da pandemia de Covid-19.
De acordo com a coordenadora da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados, (RNCCI), Purificação Gandra, “a RNCCI alargou a sua oferta e foi possível internar mais 25.300 doentes entre março de 2020 e março de 2021”.
A propósito do Barómetro de Internamentos Sociais, divulgado hoje pela Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares, a Coordenadora da RNCCI afirmou à agência Lusa estar muito satisfeita com os resultados porque houve “um esforço muito grande de todas as equipas da saúde e da Segurança Social” para tentar “ao máximo obter respostas para estes doentes”.
Atualmente, a RNCCI tem uma capacidade de cerca de 9.400 camas, o que significa que quase triplicou a sua rotação com os 25.300 internamento.
Segundo a coordenadora, “foi um esforço muito grande que permitiu ter respostas a nível das camas para internar doentes Covid-19, mas passando agora a fase aguda da pandemia, que felizmente está neste momento com algum controle a nível de internamentos hospitalares, não podemos manter esta prioridade de colocação dos doentes dos hospitais porque temos também doentes nos domicílios à espera de uma resposta de continuidade de cuidados e uma vaga em cuidados continuados e temos que defender e cuidar dos doentes”, sublinhou.
A responsável também assinalou a diminuição para menos de metade do tempo de espera para colocação na rede, que passou de entre 78 e 80 dias para uma média de entre 30 e 33 dias. Sobre os 853 doentes que ainda aguardam resposta nos hospitais, reconheceu que é um número “elevado”, mas salientou que em 2020 eram cerca de 1.500.
Atualmente, há cerca de 300 doentes a aguardar colocação em lares e há 48 doentes nos hospitais públicos a aguardar uma vaga de saúde mental. Há ainda cerca de 400 doentes internados em todos o país que aguardam vaga na RNCCI e que serão colocados à medida que vão existindo vagas.
No entanto, Purificação Gandra realçou que estes números não podem ser olhados de “forma isolada” porque há fatores que têm de ser considerados, como casos que aguardam decisão do tribunal, doentes que precisam de um tutor ou que estão indocumentados e não podem transitar para nenhuma unidade enquanto o processo for resolvido.
Recorde-se que esta quarta-feira foi autorizado o alargamento da RNCCI em mais 363 camas na rede geral e 198 na área da saúde mental e que o Plano de Recuperação e Resiliência prevê a criação de mais 5.500 camas.
SNS | Mobilidade de médicos
Governo autoriza o recrutamento de 152 médicos, em regime de mobilidade
O Ministério da Saúde autorizou a abertura de procedimento para o recrutamento de 152 médicos, em regime de mobilidade, para unidades de saúde EPE (Entidade Pública Empresarial) integradas no Serviço Nacional de Saúde (SNS).
De acordo com o diploma publicado ontem, em suplemento, 60 postos de trabalho destinam-se à especialidade de medicina geral e familiar, cinco para a especialidade de saúde pública e os restantes 87 para as especialidades da área hospitalar.
Desta forma, o Ministério da Saúde promove o reforço de recursos humanos no SNS, numa lógica de maior eficiência na alocação de recursos e competências, permitindo maior equidade de acesso aos cuidados de saúde em todo o território nacional.
O procedimento de recrutamento é aberto e desenvolvido a nível nacional, competindo à Administração Central do Sistema de Saúde praticar todos os atos administrativos necessário ao seu desenvolvimento.
Para saber mais, consulte:
Despacho n.º 5312-A/2021 – Diário da República n.º 102/2021, 2º Suplemento, Série II de 2021-05-26
Finanças, Modernização do Estado e da Administração Pública e Saúde – Gabinetes do Ministro de Estado e das Finanças e dos Secretários de Estado da Administração Pública e Adjunto e da Saúde
Autoriza a abertura de procedimentos concursais de recrutamento e seleção destinados ao preenchimento de postos de trabalho da carreira médica e da carreira especial médica nas áreas hospitalar, medicina geral e familiar e saúde pública
Despacho n.º 5312-B/2021 – Diário da República n.º 102/2021, 2º Suplemento, Série II de 2021-05-26
Saúde – Gabinete do Secretário de Estado Adjunto e da Saúde
Autoriza a abertura de um procedimento de recrutamento destinado ao preenchimento de 152 postos de trabalho correspondentes à carreira especial médica ou da carreira médica dos estabelecimentos de saúde com natureza jurídica de entidade pública empresarial, integrados no Serviço Nacional de Saúde, nos termos do anexo ao presente despacho, do qual faz parte integrante
Obesidade | Tratamento cirúrgico
Hospital de Guimarães cria Centro de Responsabilidade Integrada de Obesidade
O Hospital da Senhora da Oliveira- Guimarães (Hospital de Guimarães) criou um Centro de Responsabilidade Integrada de Obesidade (CRI-O).
Esta estrutura «assume um papel fundamental na dinâmica do Hospital de Guimarães como um centro de referência nacional no tratamento cirúrgico de Obesidade», destaca o hospital, em comunicado.
Este Centro, o primeiro do Minho, «é uma clara aposta da administração deste Hospital, na melhoria contínua dos serviços que presta à população», assegura ainda o Hospital de Guimarães.
Os CRI são estruturas orgânicas de gestão intermédia que têm autonomia de funcionamento e decisão, com critérios e princípios de funcionamento previamente estabelecidos, em contrato-programa, e avaliados económica e financeiramente por um período de três anos.
Para saber mais, consulte:
Hospital de Guimarães – http://www.hospitaldeguimaraes.min-saude.pt/
Webinar debate comportamentos aditivos e dependências em minorias étnicas, migrantes e refugiados – DGS
A Divisão de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (DICAD) organiza o webinar “Comportamentos Aditivos e Dependências em minorias étnicas, migrantes e refugiados. Que respostas?”, que se realizará nos próximos dias 7 e 14 de Junho, das 10H00 às 12H30, na plataforma Teams.
Nos últimos anos tem crescido a preocupação com as necessidades e os cuidados de saúde prestados às minorias étnicas, migrantes e refugiados (MEM). Há uma evidência crescente que este grupo tem mais dificuldade em aceder a cuidados de saúde, recebe cuidados de saúde que são potencialmente menos eficazes, e tende a abandonar mais precocemente os tratamentos, com efeito cumulativo negativo sobre os seus indicadores de saúde, mas também sobre os seus indicadores sociais.
O impacto do percurso migratório na saúde reflete se nas principais patologias onde se incluem os CAD, incluindo o período pós migratório inicial e intermédio, onde fatores potencialmente modificáveis (sociais, culturais e clínicos) podem ser alvo de intervenções válidas e adaptadas, com mobilização de equipas e instituições culturalmente sensíveis.
A realização destes webinar pretende lançar um diálogo intra e interinstitucional sobre as práticas em curso, desafios e respostas que poderão melhorar a deteção, acompanhamento e tratamento deste grupo, no que diz respeito aos CAD.
Consulte aqui o programa completo. A participação é gratuita com inscrição obrigatória.
Mais informações através do email dicad@arslvt.min-saude.pt