Relatório de Situação nº 557 | 10/09/2021 – DGS
Infeção por novo coronavírus (COVID-19) em PORTUGAL – Relatório de Situação
Relatório de monitorização das linhas vermelhas para a COVID-19 – 10/09/2021 – INSA
10-09-2021
A Direção-Geral da Saúde (DGS) e o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) divulgam o relatório n.º 24 de monitorização das linhas vermelhas para a COVID-19. O relatório inclui os diversos indicadores descritos no documento das Linhas Vermelhas, nomeadamente a incidência a 14 dias e o índice de transmissibilidade (R(t)), nacionais e por região de saúde.
Do presente documento, destacam-se os seguintes pontos:
- O número de novos casos de infeção por SARS-CoV-2 / COVID-19, por 100 000 habitantes, acumulado nos últimos 14 dias, foi de 231 casos, com tendência decrescente a nível nacional.
Apenas no Algarve se observa uma incidência superior ao limiar de 480 casos em 14 dias por 100 000 habitantes (521);
- No grupo etário de 65 ou mais anos, o número de novos casos de infeção por SARS-CoV-2 / COVID-19, por 100 000 habitantes, acumulado nos últimos 14 dias, foi de 109 casos, com
tendência decrescente a nível nacional;
- O R(t) apresenta valor inferior a 1, indicando uma tendência decrescente da incidência de infeções por SARS-CoV-2 a nível nacional (0,87) e em todas as regiões;
- O número de casos de COVID-19 internados em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) no continente revelou uma tendência estável a decrescente, correspondendo a 50% (na semana
anterior foi de 55%) do valor crítico definido de 255 camas ocupadas;
- A nível nacional, a proporção de testes positivos para SARS-CoV-2 foi de 3,1% (na semana anterior foi de 4,0%) encontrando-se baixo do limiar definido de 4,0%. Observou-se uma
diminuição do número de testes para deteção de SARS-CoV-2 realizados nos últimos sete dias;
- A proporção de casos confirmados notificados com atraso foi de 4,9% (na semana passada foi de 4,5%), mantendo-se abaixo do limiar de 10,0%;
- Nos últimos sete dias, pelo menos 100% dos casos de infeção por SARS-CoV-2 / COVID-19 foram isolados em menos de 24 horas após a notificação e, no mesmo período, foram rastreados e isolados, quando necessário, todos os contactos em 90% dos casos;
- A variante Delta (B.1.617.2), originalmente associada à Índia, é a variante dominante em todas as regiões, com uma frequência relativa de 100% dos casos avaliados na semana 34/2021 (23 a 29 de agosto) em Portugal;
- A mortalidade específica por COVID-19 (14,1 óbitos em 14 dias por 1 000 000 habitantes) apresenta uma tendência estável a decrescente;
- A análise dos diferentes indicadores revela uma atividade epidémica de infeção por SARSCoV-2 de moderada intensidade, com tendência decrescente a nível nacional, assim como
uma tendência decrescente na pressão sobre os serviços de saúde e na mortalidade por COVID-19.
Monitorização das linhas vermelhas para a COVID-19 | Relatório nº 24 – 10/09/2021
Resumo da análise de risco | Relatório nº 24 – 10/09/2021
Programa EU4HEALTH – ACSS
A DGS e a ACSS, entidades representantes nacionais do EU4Health, elaboraram um folheto para dar continuidade ao processo de divulgação deste quarto programa de saúde, criado no âmbito do Regulamento (UE) 2021/522. O EU4Health constitui-se como uma resposta da União Europeia (UE) à COVID-19, centrada na resiliência dos sistemas de saúde.
Está previsto um investimento de 5,3 mil milhões de euros em ações com valor acrescentado a nível europeu, complementando as políticas dos países da UE e visando:
O EU4Health será aplicado através de programas de trabalho anuais, tendo sido concluído, no início do segundo semestre deste ano, o programa de trabalho para 2021. As medidas previstas têm quatro vertentes: prevenção da doença, preparação para situações de crise e sistemas de saúde e digitalização, com uma incidência transversal na área do cancro.
O programa pode conceder financiamento através uma das três formas estabelecidas no Regulamento Financeiro: subvenções (onde se incluem as joint actions e as action grants), prémios ou contratos públicos (procurement).
Ainda estão a decorrer as candidaturas para a primeira fase das action grants, estando previsto o arranque para a segunda fase já em outubro. Podem candidatar-se elementos da academia, estabelecimentos de ensino, institutos de investigação, hospitais, organizações/redes de peritos, organizações da sociedade civil (associações, fundações, ONGs), entidades privadas, autoridades na área da saúde pública e outras instituições na área da saúde pública.
As candidaturas devem ser realizadas através do seguinte endereço: ec.europa.eu/info/funding-tenders/opportunities/portal/screen/home.
Para mais informações, consulte o folheto ou a página https://ec.europa.eu/health/funding/eu4health_pt.
Publicado em 10/9/2021
Covid-19 | Tendência decrescente
Portugal regista situação pandémica de “moderada intensidade”
Portugal regista uma situação pandémica de covid-19 de “moderada intensidade”, mas com uma tendência decrescente em todo o país, de acordo com o relatório das “linhas vermelhas” divulgado esta sexta-feira.
“A análise dos diferentes indicadores revela uma atividade epidémica de infeção por SARS-CoV-2 de moderada intensidade, com tendência decrescente a nível nacional, assim como na pressão sobre os serviços de saúde e na mortalidade por covid-19”, refere o documento citado pela agência Lusa.
Segundo o relatório da Direção-Geral da Saúde (DGS) e do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), o número de novas infeções por 100 mil habitantes, acumulado nos últimos 14 dias, foi de 231 casos, e apenas o Algarve regista uma incidência superior ao limiar de 480.
Relativamente aos serviços de saúde, o número de pessoas com covid-19 internadas em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) no continente está a decrescer, correspondendo a metade do valor crítico definido de 255 camas ocupadas, quando na semana anterior era de 55%.
“Observou-se uma diminuição do número de testes para deteção de SARS-CoV-2 realizados nos últimos sete dias”, com um total de 314.823 despistes da covid-19, contra os 346.320 realizados na semana anterior, indicam os dados da DGS e do INSA.
Covid-19 | Eurobarómetro
Portugueses são os europeus que mais defendem a vacinação
Os portugueses são os europeus que mais consideram que os benefícios da vacina contra a Covid-19 superam os riscos (87%) e que mais defendem o «dever cívico» da vacinação (86%), segundo um inquérito Eurobarómetro hoje divulgado.
De acordo com o inquérito, 87% dos portugueses concordam e tendem a concordar que os benefícios da vacina compensam os seus riscos, o valor mais alto dos 27 Estados-Membros e 15 pontos acima da média (72%) da União Europeia (UE).
Dos inquiridos em Portugal 54% concordam ou tendem a concordar (32%) que vacinar-se contra a Covid-19 é «um dever cívico», também o valor mais alto de respostas positivas entre os Estados-Membros.
Ainda sobre o combate à pandemia do coronavírus SARS-CoV-2, a grande maioria dos portugueses (82%) estão satisfeitos (58%) ou muito satisfeitos (24%) com a forma como o Governo geriu a estratégia de vacinação (UE 50%).
Questionados sobre a gestão que a UE tem feito da estratégia de vacinação, 84% dos portugueses estão satisfeitos (69%) ou muito satisfeitos (15%) e 89% concordam (36%) e tendem a concordar (53%) que a UE está a desempenhar um papel fundamental para garantir o acesso às vacinas contra a Covid-19 em Portugal, sendo as médias da UE de, respetivamente, 49% e 64%.
O inquérito foi conduzido online pela empresa Ipsos European Public Affairs entre 17 e 25 de agosto de 2021, com 26.459 inquiridos a partir dos 15 anos em todos os 27 Estados-Membros.
A dimensão da amostra é composta por 500 entrevistas no Luxemburgo, Chipre e Malta e mil nos restantes países europeus.
Covid-19 | Ano letivo 2021/2022
DGS e DGES divulgam orientações para atividades presenciais
A Direção-Geral da Saúde (DGS) e a Direção-Geral do Ensino Superior (DGES) divulgaram as orientações destinadas às instituições do ensino superior, que têm como objetivo assegurar «condições seguras» para atividades presenciais no próximo ano letivo.
No âmbito da prevenção e controlo do risco de infeções, as regras determinam que «é obrigatória a utilização de máscaras nas instituições científicas e de ensino superior por estudantes, docentes, não docentes, investigadores e outros colaboradores, de acordo com a legislação vigente».
A vacinação é «fortemente recomendada», refere o documento, que indica que devem ser definidos ou mantidos os circuitos de entrada e saída nas instalações, de forma a minimizar a concentração e o ajuntamento de pessoas, assim como privilegiada a renovação frequente do ar em todos os recintos fechados.
Já nas salas, deve ser garantido, quando possível, um distanciamento físico adequado entre as pessoas, sem comprometer o normal funcionamento das atividades, enquanto nas cantinas e bares deve ser acautelado o respeito pelas regras de distanciamento físico entre todos os utilizadores e o uso obrigatório de máscaras, com exceção durante o período de refeição.
Devem ser alargados horários do serviço de refeições, cruzando-os, sempre que possível, com uma maior flexibilidade de horários de atividades académicas, de forma a evitar concentrações elevadas de pessoas dentro desses espaços, bem como nas entradas e saídas dos mesmos.
O documento considera ainda que o acesso às residências «pode ser condicionado à exigência do certificado digital», que atesta que o seu detentor tem a vacinação completa, está recuperado ou testou negativo para a Covid-19, podendo também realizar um «teste rápido de antigénio (autoteste), realizado no momento, à porta do estabelecimento, com a verificação dos responsáveis por estes espaços».
No que se refere às aulas e estágios em estabelecimentos prestadores de cuidados de saúde, a orientação avança que «deve ser assegurada a correta formação e informação aos estudantes sobre as medidas de segurança, prevenção e controlo da infeção», os quais devem ainda ser informados sobre os «riscos associados à infeção pelo vírus SARS-CoV-2», ao nível da transmissão na comunidade e aos utentes.
«A todos os estudantes deve ser garantido o seguro escolar por forma a abranger as atividades desenvolvidas no decurso dos estágios em estabelecimentos prestadores de cuidados de saúde» e as instituições devem «garantir que os estudantes têm acesso a equipamentos de proteção individual e promover a formação adequada sobre a sua correta utilização», indica o documento.
Para saber mais, consulte:
Vacinação contra a Covid-19
Centro de Vacinação de Espinho encerra no dia 26 de setembro
O Centro de Vacinação de Espinho vai encerrar no dia 26 de setembro, sendo que, a partir dessa data, as inoculações da vacina contra a Covid-19 vão passar a realizar-se nos centros de saúde do concelho.
De acordo com o coordenador do Serviço Municipal de Proteção Civil, Pedro Louro, «o dia 26 será o último de funcionamento do Centro de Vacinação de Espinho. Essa data segue as recomendações nacionais da tutela, que são no sentido de que, a 27 de setembro, já as vacinas sejam administradas nos centros de saúde de cada concelho e em alguns pontos selecionados da rede de centros de vacinação, que não encerrará toda ao mesmo tempo».
De acordo com o responsável, até às 14 horas do dia 26 o dispositivo «continuará a funcionar em regime de porta aberta», embora sob a recomendação de que os interessados garantam previamente uma senha online para o respetivo atendimento.
Para saber mais, consulte:
- Covid-19 > Senha Digital | Casa Aberta
- Covid-19 > Afluência dos centros de vacinação | Semáforos virtuais
- Covid-19 > Casa Aberta | Horário de funcionamento
Recuperação da atividade assistencial
Hospital Distrital de Santarém atinge alguns níveis pré-pandemia
O Hospital Distrital de Santarém (HDS) recuperou o nível de atividade assistencial registado antes do início da pandemia por Covid-19, tendo superado até a atividade em algumas linhas de produção como, por exemplo, na área da cirurgia.
De acordo com comunicado divulgado pelo HDS, e até agosto de 2021, foram realizadas 5.135 cirurgias, número que diz respeito às intervenções cirúrgicas programadas (convencionais e em ambulatório) e urgentes. Comparativamente com igual período de 2020, os primeiros oito meses deste ano demonstraram um aumento de 57% nas cirurgias programadas e de 3,2% nas cirurgias urgentes. Registou-se também um acréscimo face a 2019, ano em que foram realizadas 4 954 cirurgias.
Quanto às consultas, verificou-se um aumento de 14,2% no total face a 2020, tendo sido realizadas 9 063 entre janeiro e agosto de 2021.
Por sua vez, a Unidade de Hospitalização Domiciliária mais do que duplicou o número de doentes assistidos. Nos primeiros oito meses de 2021 foram seguidos 112 doentes, mais 75 do que em igual período de 2020.
Outro indicador positivo prende-se com o número de partos. Em 2020, nasceram 1.126 crianças, ou seja, mais 20 do que em 2019 (1106) e mais 45 do que em 2018 (1081).
De acordo com a presidente do Conselho de Administração, Ana Infante, esta recuperação deve-se “à reorganização interna feita durante a pandemia e ao esforço desenvolvido por todos os profissionais afetos à prestação de cuidados de saúde ”.
Alerta do Infarmed
Recolha voluntária de 34 lotes do medicamento Losartan
O Infarmed – Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde suspendeu a comercialização de 34 lotes dos medicamentos para o tratamento da hipertensão Losartan e Losartan/Hidroclorotiazida devido à deteção de uma impureza acima do limite aceitável na substância ativa utilizada no seu fabrico.
Em comunicado, o Infarmed refere que as empresas Ratiopharm – Comércio e Indústria de Produtos Farmacêuticos e a Teva Pharma – Produtos Farmacêuticos irão proceder à recolha voluntária dos lotes em questão.
Em causa estão 34 lotes dos medicamentos Losartan Ratiopharm, 50 mg e 100 mg, Losartan Mepha/Teva 50 mg e 100 mg, Losartan/Hidroclorotiazida Ratiopharm 50+12,5 mg e 100+25 mg, Losartan/Hidroclorotiazida Teva 50+12,5 mg e 100+25 mg, comprimido revestido por película.
Na sequência da decisão das empresas, o Infarmed determinou a suspensão imediata da comercialização destes lotes e apela às entidades que possuam estes lotes de medicamento em stock para não os vender, dispensar ou administrar, devendo proceder à sua devolução.
Os doentes que estejam a utilizar medicamentos pertencentes a estes lotes não devem interromper o tratamento e “logo que possível, devem solicitar a substituição por outro lote ou contactar o médico para substituir por um medicamento alternativo.
Para saber mais, consulte:
Infarmed > Recolha voluntária de 34 lotes de medicamentos Losartan e Losartan/Hidroclorotiazida
Novos aceleradores lineares
IPO Coimbra recebe 2.º acelerador linear a ser instalado este ano na Instituição
O Instituto Português de Oncologia de Coimbra Francisco Gentil (IPO Coimbra) vai receber amanhã, dia 11 de setembro, o segundo acelerador linear a ser instalado este ano na Instituição.
Trata-se de um acelerador linear da marca Varian, modelo TrueBeam dotado de características tecnológicas e especificidades que permitirão realizar tratamentos com recurso a técnicas avançadas de radioterapia, tais como radioterapia de intensidade modulada (IMRT), arcoterapia volumétrica, também, com intensidade modulada (VMAT), radioterapia estereotáxica de fração única (também designada por radiocirurgia) e com hipofracionamento (SBRT). Todas estas técnicas são já realizadas no IPO de Coimbra nos equipamentos que têm vindo a ser instalados desde 2016, primeiro a Tomoterapia e, mais recentemente (em abril passado) o acelerador Halcyon.
O IPO de Coimbra fica, assim, capacitado com dois novos aceleradores lineares, correspondentes a um investimento superior a 5,8 milhões de euros que visam a substituição de outros dois equipamentos de megavoltagem, com mais de uma década de atividade.
Estes novos equipamentos permitem aumentar a capacidade de resposta às necessidades dos doentes de toda a Região Centro, particularmente no que diz respeito à complexidade das técnicas de tratamento, com tradução quer na precisão, quer na segurança da radioterapia prescrita, garantindo a capacidade de tratamento de forma eficiente, clinicamente efetiva e de acordo com os mais elevados padrões de qualidade técnica e científica.
De acordo com a instituição, a aquisição deste equipamento vem reforçar o posicionamento do IPO de Coimbra, como instituição de referência, nos tratamentos de radioterapia, fortalecendo e consubstanciando a rede assistencial em radioncologia.
Para saber mais, consulte:
IPO de Coimbra > Notícias
Atendimento de doentes respiratórios
Caldas da Rainha tem nova Área Dedicada para Doentes Respiratórios
Encontra-se em funcionamento, desde 7 de setembro, a nova Área Dedicada para Doentes Respiratórios do Serviço de Urgência (ADR-SU) da Unidade de Caldas da Rainha, inserida no Centro Hospitalar do Oeste.
A nova ADR-SU localiza-se nas traseiras do edifício do Serviço de Urgência (antigo parque de estacionamento) e tem capacidade para acomodar 14 doentes. É constituída por uma sala de espera, sala de testagem, gabinete de triagem, dois gabinetes de consulta, sala de emergência, ala de observação com capacidade para seis camas, dois quartos de isolamento, e uma área para doentes suspeitos e em estudo.
Para a criação deste espaço foi necessário um investimento total de 760.915,44 euros, sendo 680.923,08 euros referentes à instalação da estrutura e 79.992,36 euros destinados à aquisição de equipamentos.
A entrada em funcionamento desta estrutura vai libertar espaço no Serviço de Urgência, onde ainda está a decorrer a obra de ampliação e remodelação, e irá permitir melhores condições de trabalho e de segurança para os doentes e para os profissionais.
Para saber mais, consulte:
Centro Hospitalar do Oeste – https://www.choeste.min-saude.pt/
Instituto Ricardo Jorge colabora em estudo internacional sobre Hipercolesterolemia Familiar
10-09-2021
O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), através do seu Departamento de Promoção da Saúde e Prevenção de Doenças Não Transmissíveis, colaborou num estudo internacional sobre Hipercolesterolemia Familiar (FH, na sigla inglesa), na qualidade de coordenador do Estudo Português de FH. As primeiras conclusões deste trabalho foram agora publicadas na revista “The Lancet” e permitem traçar o perfil da população adulta com esta doença genética e hereditária.
Os principais resultados deste estudo revelam que os doentes com FH estão a ser identificados tardiamente (entre os 40 e os 50 anos) e que a grande maioria não está a receber o tratamento adequado. Tendo em conta que as pessoas com esta doença têm colesterol elevado desde o nascimento, isso significa que há uma acumulação de colesterol nas suas artérias durante várias décadas, ao que vão acrescendo, com a idade, outros fatores de risco cardiovascular, aumentando assim a probabilidade de sofrerem um enfarte de miocárdio.
Outro dos resultados deste trabalho indica que, dependendo do país, 20 a 30 por cento das pessoas com FH acabam por sofrer um enfarte agudo do miocárdio em idade jovem. Assim, os investigadores responsáveis pelo estudo concluem que é necessário detetar mais precocemente a FH e melhorar o tratamento destes indivíduos com maior uso de terapia hipolipemiante intensiva, incluindo tratamento combinado (mais de 1 medicamento), para atingir os objetivos das recomendações sobre o tratamento do colesterol elevado e assim prevenir o aparecimento da doença cardiovascular.
Os autores do estudo, promovido pela European Atherosclerosis Society (EAS) com a colaboração de mais de 60 investigadores de 56 países, referem ainda que menos de cinco por cento das pessoas com FH em todo o mundo estão identificadas, pelo que serão necessárias estratégias a nível nacional para se aumentar a deteção destes casos e prevenir o aparecimento precoce da doença cardiovascular.
O screening universal de colesterol por volta dos 20 anos (e se possível antes dos 10 anos de idade) é uma das estratégias sugeridas neste trabalho. Portugal já tem, desde 2013, uma recomendação no Plano Nacional de Saúde Infantil e Juvenil da Direção-Geral da Saúde para se realizar o doseamento do perfil lipídico (colesterol total, colesterol LDL, colesterol HDL e triglicéridos) em crianças, uma vez antes dos 10 aos e outra vez antes dos 20 anos.
O estudo que deu origem ao artigo “Global perspective of familial hypercholesterolaemia: a cross-sectional study from the EAS Familial Hypercholesterolaemia Studies Collaboration (FHSC)” teve por base os dados de mais de 42 mil indivíduos, incluindo dados portugueses, provenientes do registo global de Hipercolesterolemia Familiar, e que foram analisados para melhorar o conhecimento sobre a carga de doença e os desafios mundiais nos cuidados necessários a ter com estas pessoas.
A hipercolesterolemia familiar é uma doença genética autossómica dominante, comum, caracterizada por colesterol LDL elevado e risco aumentado de doença cardiovascular prematura. A sua frequência é de cerca de um a cada 300 indivíduos na população geral, mas é maior entre os doentes com doenças cardiovasculares. Por exemplo, um médico de clínica geral que acompanha 2000 utentes pode ter entre 6 a 8 utentes com Hipercolesterolemia Familiar na sua prática clínica, enquanto que um cardiologista pode ter um número maior.
Falecimento do antigo Presidente da República Portuguesa Jorge Sampaio – INSA
10-09-2021
O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) manifesta o seu pesar pelo falecimento do Dr. Jorge Sampaio, Presidente da República Portuguesa entre 1996 e 2006 e que era atualmente presidente da Plataforma Global para os Estudantes Sírios, fundada por si em 2013. Licenciado em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, foi advogado e político, desempenhando várias funções de relevo no sistema político-partidário no pós-25 de abril.
Filho de António Arnaldo de Carvalho Sampaio, médico, especialista em Saúde Pública e diretor do INSA entre 1968 e 1972, Jorge Sampaio sempre foi um amigo do Instituto, tendo em 2015 aceitado o convite para participar nas Comemorações do Dia do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, onde proferiu uma palestra intitulada “Uma visão estratégica de cooperação no âmbito da CPLP. O Papel dos Institutos Nacionais de Saúde”.
Nascido em Lisboa em 18 de setembro de 1939, Jorge Sampaio desenvolveu, enquanto estudante, uma relevante atividade académica e uma persistente ação política de oposição à Ditadura, tendo sido um dos protagonistas da crise académica do princípio dos anos 60. Teve uma intensa carreira de advogado, que se estendeu por todos os ramos de Direito, e desempenhou também funções diretivas na Ordem dos Advogados.
Em 1978, Jorge Sampaio tornou-se militante do Partido Socialista, partido que viria a liderar em 1989, na qualidade de Secretário-Geral. De 1979 a 1984, foi membro da Comissão Europeia dos Direitos do Homem no Conselho da Europa, realizando um importante trabalho na defesa dos Direitos Fundamentais. Presidente da Câmara de Lisboa entre 1989 e 1995, renunciou à liderança da autarquia para se candidatar à Presidência da República Portuguesa, lugar que ocupou entre 1996 e 2006.
Em abril de 2006 tomou posse como Conselheiro de Estado, na qualidade de antigo Presidente da República, tendo sido ainda designado Enviado Especial do Secretário-Geral das Nações Unidas para a Luta contra a Tuberculose em maio de 2006 e, em abril de 2007, nomeado Alto Representante para a Aliança das Civilizações.