Relatório de situação sobre diversidade genética do novo coronavírus SARS-CoV-2 em Portugal – 26-10-2021 – INSA

26-10-2021

O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), através do Núcleo de Bioinformática do seu Departamento de Doenças Infeciosas, disponibiliza o mais recente relatório de situação sobre a diversidade genética do SARS-CoV-2 em Portugal. Até à data, foram analisadas 19.443 sequências do genoma do novo coronavírus, obtidas de amostras colhidas em mais de 100 laboratórios, hospitais e instituições, representando 303 concelhos de Portugal.

No âmbito da monitorização contínua da diversidade genética do SARS-CoV-2 que o INSA está a desenvolver, têm vindo a ser analisadas uma média de 544 sequências por semana desde o início de junho de 2021, provenientes de amostras colhidas aleatoriamente em laboratórios distribuídos pelos 18 distritos de Portugal continental e pelas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, abrangendo uma média de 127 concelhos por semana.

De acordo com o relatório do INSA, nas semanas 39 e 40 (entre 27 de setembro e 10 de outubro), com amostragens fechadas e análises concluídas, registou-se uma frequência relativa de 100% para a variante Delta (B.1.617.2). Na semana 41 (11 a 17 de outubro), apesar de a variante Delta apresentar uma frequência relativa de 100%, este valor é provisório pois os dados ainda estão a ser apurados.

Desde a semana 40 (4 a 10 de outubro) é apresentada uma evolução semanal da frequência relativa das diversas sublinhagens da variante Delta (recentemente definidas com o prefixo “AY.”). Esta subclassificação, através do agrupamento de vírus com maior proximidade genética/epidemiológica entre si, facilita a monitorização contínua da evolução genética e dispersão geotemporal de SARS-CoV-2, potenciando a deteção precoce de novas constelações de mutações (i.e., variantes) de interesse.

Segundo o relatório do INSA, a discriminação em sublinhagens não indica que estas apresentem diferenças funcionais (i.e., maior transmissibilidade, associação a doença severa, maior capacidade de evasão ao sistema imunitário, etc.), encontrando-se em constante revisão e refinamento, esperando-se a supressão e/ou adição de sublinhagens nas próximas atualizações. Em Portugal, as 9.963 sequências Delta analisadas até à data dividem-se em mais de 30 sublinhagens.

Desta monitorização contínua destaca-se a atual circulação de diversas sublinhagens da variante Delta em Portugal, sendo que 14 destas foram detetadas consecutivamente nas últimas três semanas ou na atual semana em análise, sendo que nenhuma sublinhagem apresenta uma frequência relativa com tendência crescente, com exceção da sublinhagem AY.5. Foram detetados até à data 9 casos associados à sublinhagem AY.4.2, os quais foram registados entre os dias 24 de agosto e 4 de outubro. Na semana 40 (4 a 10 de outubro), foi ainda detetado um caso da sublinhagem AY.1, após sete semanas consecutivas sem a deteção de qualquer caso.

O relatório refere ainda que não é detetado qualquer caso associado à variante Gamma (P.1) desde a semana 37 (13 a 19 de setembro), situação semelhante à variante Beta, que não é detetada desde a semana 29 (19 a 25 de julho).

Desde abril de 2020, o INSA tem vindo a desenvolver o “Estudo da diversidade genética do novo coronavírus SARS-CoV-2 (COVID-19) em Portugal”, com o objetivo principal de determinar os perfis mutacionais do SARS-CoV-2 para identificação e monitorização de cadeias de transmissão do novo coronavírus, bem como identificação de novas introduções do vírus em Portugal. Atualmente, esta monitorização contínua assenta em amostragens semanais de amplitude nacional. Os resultados deste trabalho podem ser consultados aqui.

COVID-19: Referencial outono/inverno 2021-22 – INSA

26-10-2021

A Direção-Geral da Saúde (DGS) divulgou o Referencial outono/inverno 2021-22, que pretende ser um documento orientador da ação no setor da saúde, de acordo com a evolução epidemiológica da COVID-19 e os potenciais desafios relacionados com este período do ano. O plano contempla três cenários de evolução da epidemia de Covid-19, do mais favorável ao menos favorável, prevendo medidas para cada um, reduzindo o potencial impacto deste período na saúde da população em geral e, em especial, nos grupos de risco.

O Referencial outono/inverno 2021-22 pretende orientar a operacionalização da resposta ao nível regional e local e assenta em cinco linhas estratégicas: vigilância e intervenção em Saúde Pública; vacinação; gestão de casos; resposta intersetorial; literacia e comunicação. O principal objetivo é fornecer uma resposta eficiente e coordenada, ajustada ao contexto pandémico e os desafios adicionais do período outono/inverno, reduzindo o impacto na saúde da população em geral e, em especial, nos grupos de risco.

O documento parte do pressuposto que a identificação atempada dos fatores que influenciam a saúde dos cidadãos e levam a um aumento da procura dos serviços de saúde poderão minimizar a sua sobrecarga e motivar uma melhoria dos resultados. Uma das medidas recomendadas é o planeamento de uma resposta dos serviços adequada às necessidades de saúde da população, minimizando a sua sobrecarga e os seus efeitos na saúde, nomeadamente um potencial aumento da mortalidade.

No âmbito da vigilância e intervenção em Saúde Pública, é aconselhada a adoção de medidas não-farmacológicas, uma gestão de contactos realizada com base na Norma n.º 015/2020 da DGS e o cumprimento do Regulamento Sanitário Internacional. O Certificado Digital COVID da União Europeia assume especial relevância na retoma das rotinas sociais.

Por outro lado, a vacinação continua a ser “fundamental na prevenção da doença”. Igualmente importante é a gestão de casos na separação de doentes com COVID-19, sendo necessária uma adequação de recursos humanos e materiais face aos cenários e níveis de resposta. Neste aspeto, a estratégia de intensificação da testagem é considerada essencial.

O Referencial Outono/Inverno 2021-22 defende, ainda, que deve ser dada prioridade às populações vulneráveis, designadamente as residentes nas Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas e nas Unidades de Cuidados Continuados Integrados. Da mesma forma, recomenda alguma contenção nas medidas aplicadas no ensino, “dado o impacto negativo do encerramento das escolas em toda a comunidade escolar e nos encarregados de educação”.

Dirigido às entidades do Ministério da Saúde, o Referencial não substitui os planos específicos de reforço da capacidade de resposta e recuperação do sistema de saúde e do Serviço Nacional de Saúde.

• Referencial outono/inverno 2021-22

Documento visa uniformizar as dietas hospitalares nas instituições do SNS

A Direção-Geral da Saúde (DGS), através do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável divulgou o “Manual de Dietas Hospitalares 2021”, um documento que pretende harmonizar as dietas hospitalares e a sua nomenclatura em todos os hospitais da rede do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Em paralelo foi publicado esta terça-feira, dia 26 de outubro, um despacho que determina que os contratos a celebrar para a prestação de serviços de fornecimento alimentar pelos estabelecimentos hospitalares do SNS devem ser elaborados em conformidade com o Manual de Dietas Hospitalares da DGS.

O fornecimento de alimentação saudável e adequada nos estabelecimentos hospitalares é uma das vertentes da prestação de cuidados de saúde de qualidade. Esta é determinante para a recuperação do doente, contribuindo diretamente para o seu bem-estar e qualidade de vida, para a redução da incidência de deficiências nutricionais e de desnutrição, para a redução de desperdícios alimentares, podendo ainda ter impacto em diversos outcomes de saúde, nomeadamente na redução do tempo de internamento e das complicações durante o período de internamento.

Para saber mais, consulte:

Direção-Geral da Saúde > Manual de Dietas Hospitalares 2021

Despacho n.º 10511/2021
Saúde – Gabinete do Secretário de Estado Adjunto e da Saúde
Determina que os contratos a celebrar para a prestação de serviços de fornecimento alimentar – refeições hospitalares destinadas a doentes, pelos estabelecimentos hospitalares do SNS, devem ser elaborados em conformidade com o Manual de Dietas Hospitalares da Direção-Geral da Saúde

Já são mais de 110 postos a funcionar em juntas de freguesia

Marcar uma consulta ou exame, renovar receitas de medicamentos, tirar o certificado digital covid ou ser avaliado numa teleconsulta, sem ter que fazer quilómetros até ao centro de saúde. Agora já é possível através dos balcões SNS24, instalados nos edifícios das juntas de freguesia.

Os primeiros balcões abriram em dezembro de 2020 e, em menos de um ano, são já 110 no país, 95 dos quais no Norte, espalhados por 17 municípios. Há dez no Centro e cinco em Lisboa e Vale do Tejo. Todos os mesmos surgem novos postos e o objetivo é que continuem a aumentar.

Este serviço permite descongestionar serviços e evitar deslocações desnecessárias, transferindo para as juntas de freguesia as competências dos centros de saúde.

A iniciativa veio melhorar o acesso aos serviços de saúde digitais e resulta da criação de uma rede de parcerias, entre municípios, juntas de freguesia, Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES) e Administrações Regionais de Saúde (ARS). Com colaboradores devidamente habilitados, os balcões SNS 24 prestam apoio assistido ao cidadão, sobretudo a quem tem pouca literacia digital, sem acesso a equipamentos tecnológicos ou à internet e a outros meios, condições ou competências necessárias para aceder remotamente aos serviços digitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS), de forma eficiente e mais próxima dos cidadãos.

Com o objetivo de servir melhor o cidadão, facilitar a prestação de serviços de forma remota e promover a literacia digital em saúde, traduz-se numa mais-valia para os utentes.

O Presidente do Conselho de Administração da SPMS – Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, Luís Goes Pinheiro, realça que este “é um serviço que se enquadra nas prioridades da SPMS no que respeita à promoção da telessaúde”, salientando a importância de existirem mais unidades do SNS 24 Balcão no país, serviço “pensado a olhar para lá da situação da Covid-19”.

Lisbon Addictions 2022