Relatório de situação sobre diversidade genética do novo coronavírus SARS-CoV-2 em Portugal – 22-03-2022 – INSA
22-03-2022
O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), através do Núcleo de Bioinformática do seu Departamento de Doenças Infeciosas, disponibiliza o mais recente relatório de situação sobre a diversidade genética do SARS-CoV-2 em Portugal. Até à data, foram analisadas 30.315 sequências do genoma do novo coronavírus, obtidas de amostras colhidas em mais de 100 laboratórios, hospitais e instituições, representando 304 concelhos de Portugal.
No âmbito da monitorização contínua da diversidade genética do SARS-CoV-2 que o INSA está a desenvolver, têm vindo a ser analisadas uma média de 520 sequências por semana desde o início de junho de 2021, provenientes de amostras colhidas aleatoriamente em laboratórios distribuídos pelos 18 distritos de Portugal continental e pelas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, abrangendo uma média de 137 concelhos por semana.
Segundo o mais recente relatório do INSA, a frequência relativa da linhagem BA.1 atingiu um máximo na semana 2 (95,6%, 10 a 16 de janeiro), altura em que iniciou uma tendência decrescente. Em concordância, a monitorização diária da proporção de amostras com “falha” na deteção do gene S (perfil SGTF) mostra que essa tendência decrescente se mantém até à atualidade, registando-se uma frequência estimada de 11,3% ao dia 21 de março.
Em contraste, a linhagem BA.2 é claramente dominante em Portugal, representando 88,7% das amostras positivas ao dia 21 de março de 2022. Esta linhagem foi detetada pela primeira vez em Portugal em amostragens aleatórias por sequenciação na semana 52 (27 de dezembro de 2021 a 2 de janeiro de 2022), tendo a sua frequência relativa aumentado paulatinamente desde então. Dada a circulação residual da variante Delta (<1% na semana 5), a linhagem BA.2 pode ser monitorizada de forma robusta, e em “tempo-real”, através da proporção de amostras positivas não-SGTF.
A linhagem BA.3 foi identificada pela primeira vez na África do Sul e apresenta características genéticas próximas das linhagens BA.1 e BA.2 da variante Omicron, tendo sido detetada esporadicamente a nível global. Em Portugal, a linhagem BA.3 foi apenas detetada na amostragem aleatória da semana 10 (7 a 13 de março de 2022) na Região Autónoma dos Açores, representando um caso com historial de viagem, não havendo, até à data, evidência da sua circulação comunitária.
Covid-19 | Alívio das restrições
Meta que permite alcançar o nível zero ainda não foi atingida
O Secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales, afirmou que é preciso «esperar com tranquilidade» pelo alívio das restrições para conter a Covid-19, uma vez que ainda não foi atingida a meta que permite alcançar o nível zero.
À margem da cerimónia de inauguração do Observatório Nacional de Envelhecimento, no concelho de Loulé, o governante explicou que falta chegarmos ao nível dos 20 óbitos por milhão de habitantes, lembrando que «tem havido uma tendência decrescente e, portanto, vamos esperar para chegar lá o mais rapidamente possível, para que depois as decisões políticas possam ser tomadas em função daquilo que é o seu suporte e a decisão técnica».
O Secretário de Estado referiu que, neste momento, Portugal está ainda com 25 óbitos por milhão de habitantes a 14 dias, valor ainda superior ao limiar de 20 óbitos.
A passagem do nível um para o nível zero de restrições implica que seja atingido o limiar de 20 óbitos em 14 dias por milhão de habitantes definido pelo Centro Europeu de Controlo de Doenças, uma das referências determinadas pelo Governo para o país levantar as restrições de controlo da pandemia.
António Lacerda Sales recordou que a meta de ocupação inferior a 170 camas nas unidades de cuidados intensivos por doentes Covid-19 «já foi atingida há muito», havendo atualmente nestas unidades «60 a 65 vagas».
Para o governante é preciso «esperar com tranquilidade, com serenidade» para atingir «esses indicadores epidemiológicos», que são «fundamentais» para que depois se possam tomar «as medidas políticas certas».
CHMT | Assistência Domiciliária
Unidade destinada a crianças e jovens celebra um ano de existência
A Unidade Pediátrica de Assistência Domiciliária (UPAD) do Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT) iniciou a sua atividade há um ano, no dia 22 de março de 2021, sendo, até ao momento, a única instituição de saúde pública que disponibiliza uma unidade de hospitalização domiciliária destinada a crianças e jovens.
A UPAD atua nas vertentes de Hospitalização Domiciliária e Consulta de Intervenção Domiciliária, sendo que ambas as valências oferecem um serviço de excelência, que mantém o rigor clínico e a abordagem multidisciplinar que podem ser encontrados num internamento convencional.
As visitas domiciliárias da equipa multidisciplinar de profissionais de saúde do CHMT neste modelo de internamento são diárias, podendo a sua frequência ser maior, se a situação clínica assim o exigir. Já a Consulta de Intervenção Domiciliária garante atos clínicos e assistenciais dirigidos a crianças e jovens com doenças crónicas que, desta forma, evitam deslocar-se ao hospital, proporcionando também um maior apoio aos pais destas crianças.
Nos seus 12 meses de existência, a UPAD possibilitou que 53 crianças estivessem internadas no conforto do seu lar, com acesso a cuidados de saúde de excelência prestados pelo CHMT. A média de idades das crianças assistidas situa-se nos 5,5 anos, sendo que 31 dos utentes servidos correspondem ao género feminino e 22 ao género masculino. Na valência da Consulta de Intervenção Domiciliária foram realizadas um total de 68 consultas.
Esta prestação de cuidados de saúde de proximidade, no contexto domiciliário, e com apoio dos cuidadores da família aumentou o conforto das crianças/jovens e das suas famílias, sendo a taxa de satisfação com este serviço de 98%.
Para saber mais, consulte:
CHMT > Notícias
STOP Infeção Hospitalar 2.0
Fase de candidaturas a decorrer até dia 1 de maio
Decorre, até ao próximo dia 1 de maio, a fase de candidaturas ao projeto «STOP Infeção Hospitalar!», uma iniciativa do Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistências aos Antimicrobianos da Direção-Geral da Saúde, em colaboração com a Fundação Calouste Gulbenkian.
Este projeto tem por objetivo a redução em 50% da taxa de infeção hospitalar adquirida, no prazo de três anos, em um novo conjunto de doze unidades hospitalares do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
As candidaturas deverão ser apresentadas por unidades hospitalares do SNS (apenas uma candidatura por instituição de saúde), sendo apenas admitidas a concurso as candidaturas apresentadas no formulário criado para o efeito, devidamente preenchido, que reúnam os requisitos exigidos no regulamento do concurso.
Para saber mais, consulte:
Direção-Geral da Saúde > Projeto STOP Infeção Hospitalar 2.0
Terapêutica endoscópica
ULSAM transmite técnicas de endoscopia do pâncreas e vias biliares
O Serviço de Gastrenterologia do Hospital de Santa Luzia (HSL), em Viana do Castelo, vai transmitir em direto, para a escola de Medicina da Universidade do Universidade do Minho, técnicas de endoscopia de última geração no diagnóstico e tratamento de tumores.
A Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM), na qual se insere o HSL, adiantou que o «maior curso de endoscopia do pâncreas e vias biliares realizado em Portugal» vai ser transmitido no dia 1 de abril e conta com a participação de mais de 250 especialistas.
O procedimento do novo endoscópio de uso único para diagnóstico e tratamento de tumores e cálculos integra a quarta edição do curso internacional de terapêutica endoscópica das vias biliares e pâncreas.
Segundo o diretor do serviço de gastrenterologia do HSL e professor da Escola de Medicina da Universidade do Minho, Luís Lopes, «esta nova geração de endoscópios elimina o risco de transmissão de infeções neste tipo de intervenções».
De acordo com a ULSAM, «nesta edição será apresentado, pela primeira vez, em Portugal num grande evento científico, o primeiro endoscópio de uso único (com o potencial de eliminar o risco de transmissão de infeções) para este tipo de intervenções. Serão ainda mais uma vez realizados procedimentos de última geração para o diagnóstico precoce de tumores das vias biliares e pâncreas, bem como para o tratamento de cálculos das vias biliares».
Para saber mais, consulte:
ULSAM – https://www.ulsam.min-saude.pt/
Dia Mundial da Água
Data visa alertar para a importância e escassez deste recurso
O Dia Mundial da Água, instituído em 1993, e comemorado anualmente em 22 de março, tem como objetivo lembrar a importância deste recurso e alertar para o facto de existirem cerca de 2,2 bilhões de pessoas no mundo sem acesso a água potável.
A data, instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU), também tem como objetivo apoiar a concretização do «Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 6: água e saneamento para todos até 2030».
CHBM recebe exposição itinerante do Museu da Água.
No âmbito das comemorações desta efeméride, o Centro Hospitalar Barreiro Montijo (CHBM) recebe a exposição itinerante «A Água e os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS)», promovida pelo Museu da Água.
Esta exposição tem como objetivo relacionar a água com os 17 ODS da Agenda 2030, definida pela ONU, enquanto meta global do bem-estar económico, desenvolvimento social e sustentabilidade.
A água está no centro do desenvolvimento sustentável e das suas três dimensões – ambiental, económica e social. Os recursos hídricos, bem como os serviços a eles associados, sustentam os esforços de erradicação da pobreza, de crescimento económico e da sustentabilidade ambiental.
A exposição estará patente, na entrada principal do Hospital de Nossa Senhora do Rosário, até dia 26 de março.
Para saber mais, consulte:
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Dia Mundial da Água 2022 – INSA
22-03-2022
Assinala-se a 22 de março o Dia Mundial da Água, data instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 1993, com o objetivo de promover a reflexão e discussão sobre problemas relacionados com os recursos hídricos. Alinhado com o 6º Objetivo do Desenvolvimento Sustentável, que visa garantir a disponibilidade e a gestão sustentável da água potável e do saneamento para todos até 2030, a efeméride tem como tema este ano as águas subterrâneas, fonte de abastecimento urbano, rural, para indústria e agricultura.
As águas subterrâneas são uma parte significativa da água doce e abastecem massas de água como rios, lagos e pântanos, sendo reabastecidas principalmente pela precipitação atmosférica que se infiltra no solo e podem ser extraídas para a superfície por meio de furos e poços. A contaminação química ou microbiológica dos solos pode tornar as águas subterrâneas impróprias para os diversos fins, pelo que é de extrema importância proteger os solos onde se infiltram.
Uma das novas ferramentas analíticas para clarificar a origem de uma contaminação fecal designa-se por Microbial Source Tracking (MST) e consiste na deteção de sequências específicas de ADN que permitem identificar a(s) fonte(s) biológica(s) da contaminação, por exemplo de origem humana, ou animal como por exemplo ruminantes, suínos, aves, entre outras. Disponibilizada pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, através do seu Departamento de Saúde Ambiental, esta ferramenta tem-se revelado da maior utilidade para identificar a origem de uma contaminação fecal, permitindo às autoridades competentes atuar de forma mais célere e eficaz na remediação e correção do problema com reflexos na qualidade das águas subterrâneas.
Promovido pela Comissão Económica das Nações Unidas para a Europa (UNECE), pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) e pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), o Dia Mundial da Água é todos os anos assinalado a partir de um tema, sendo este ano dedicado à “águas subterrâneas: tornar visível o invisível”. Para mais informações, consulte o site do Dia Mundial da Água 2022 (em inglês).
Investimento de 274 mil euros
Hospital de Braga com novos equipamentos para exames endoscópicos
O Serviço de Gastrenterologia do Hospital de Braga dispõe de novos equipamentos altamente diferenciados para execução de exames de endoscopia, num investimento de aproximadamente 274 mil euros.
Estes equipamentos para execução de exames de endoscopia digestiva (endoscópios altos, colonoscópios e duodenoscópios de alta definição e respetivos processadores e monitores, bem como equipamento acessório) vão permitir melhorar significativamente a qualidade de imagem, rapidez e dinâmica do procedimento.
De acordo com o Hospital de Braga, já este ano, e para complemento deste investimento em Gastrenterologia, foram investidos mais de 55 mil euros para a compra de fontes de eletrocirurgia com árgon.
Também a aquisição de um enteroscópio espiral permitirá introduzir esta nova técnica endoscópica no Hospital de Braga, evitando que os utentes se desloquem a outras instituições para realização do exame.
Para Raquel Gonçalves, Diretora do Serviço de Gastrenterologia do Hospital de Braga, «o reforço destes equipamentos no Serviço de Gastrenterologia permite uma maior diferenciação técnica, através de tecnologia mais moderna, apostando-se na inovação com o objetivo de aumentar a capacidade e a qualidade de resposta nesta especialidade».
Para saber mais, consulte:
Hospital de Braga > Notícias
Observatório do Envelhecimento
Secretário de Estado Adjunto e da Saúde na inauguração do Observatório Nacional do Envelhecimento
“Temos de trabalhar na definição de políticas públicas que permitam que os anos que ganhámos sejam vividos com qualidade, saúde e independência. Uma política de longevidade que seja uma verdadeira confluência solidária e intergeracional”, afirmou esta segunda-feira, dia 21 de março, António Lacerda Sales, na inauguração do Observatório Nacional do Envelhecimento (ONE), em Alte, no concelho de Loulé.
Na sessão, que contou também com a presença da Ministra do Trabalho Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, o Secretário de Estado Adjunto e da Saúde salientou que é necessária “uma abordagem holística, que considere as várias fases do ciclo de vida do cidadão, desde a conceção, mesmo antes do nascimento, até ao processo de envelhecimento e fim de vida.”
Isto implica, prosseguiu, “pensar em todas as condições de saúde, de comportamentos, de estilos e hábitos de vida, que devem fazer parte de uma política de saúde de prevenção da doença, de proteção e promoção da saúde.”
“Estou certo de que deste Observatório, cuja sede hoje inauguramos, sairão valiosos contributos para o aprofundamento do estudo sobre o envelhecimento, importante e imprescindível para o nosso futuro coletivo”, concluiu.
O ONE é coordenado pelo Algarve Biomedical Center (ABC) e pretende dinamizar a colaboração entre instituições públicas, privadas e sociedade civil para o estudo do envelhecimento.
Saúde em Segurança
Criados pontos oficiais de contacto para prevenir violência no SNS
No âmbito do programa de policiamento de proximidade «Saúde em Segurança» foram criados pontos oficiais de contacto da Polícia de Segurança Pública (PSP) em todo o país, com o objetivo de prevenir e monitorizar a ocorrência de episódios de violência no Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Este programa surge após a aprovação do plano de ação para a prevenção da violência no setor da saúde e tem como principais funções «aumentar o policiamento junto das unidades de saúde e prevenir este tipo de fenómenos».
De acordo com declarações de Inês Lemos, do departamento de operações da PSP, a formação dos agentes que integram os pontos oficiais de contacto teve início no dia 21 de março e conta com a participação do coordenador do gabinete de segurança na saúde, médicos e representantes das cinco administrações regionais de saúde.
Na formação são abordados os procedimentos e a forma de atuar junto dos profissionais de saúde, mas também a forma como se devem realizar as reuniões e a articulação com os pontos oficiais de contacto do SNS.
Os grandes pontos desta formação passam pela prevenção e monitorização dos episódios de violência, conselhos de segurança e organização do SNS.
Cuidados Paliativos em Alcobaça
CHL assinala primeiro aniversário da Unidade de Internamento
O Centro Hospitalar de Leiria (CHL) assinala esta terça-feira, dia 22 de março, o primeiro aniversário da Unidade de Internamento de Cuidados Paliativos (UICP) no Hospital de Alcobaça Bernardino Lopes de Oliveira (HABLO), com uma sessão comemorativa que conta com a presença do Secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales.
O evento tem início com a visita a uma exposição, seguindo-se a apresentação do primeiro ano de funcionamento. A cerimónia termina com a partilha de testemunhos de profissionais e familiares de doentes acompanhados na UICP e com um momento musical.
Ainda no mesmo dia, a partir das 14 horas, o Serviço de Cuidados Paliativos do CHL promove, no auditório da Biblioteca Municipal de Alcobaça, uma sessão pública sobre Cuidados Paliativos, com entrada livre, que tem como objetivo esclarecer dúvidas e mitos associados a este tipo de cuidados.
Em comunicado, o CHL lembra que a UICP abriu as suas portas no dia 15 de março de 2021 e conta com 12 camas, distribuídas por 10 quartos, espaços de trabalho para os profissionais, sala de tratamentos, zona de limpos e sujos, refeitório e sala de convívio e de atividades. Este projeto contou com um investimento de cerca de 680 mil euros, cofinanciado em 156.825 mil euros no âmbito do Programa Portugal 2020, e em 75 mil euros pela Câmara Municipal de Alcobaça.
Para saber mais, consulte:
CHL – https://www.chleiria.pt/
Apresentado 5º Relatório do Programa de Vigilância Nacional da Paralisia Cerebral – INSA
22-03-2022
O 5º relatório trienal do Programa de Vigilância Nacional da Paralisia Cerebral (PVNPC) foi apresentado, dia 21 de março, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa. Tendo como tema principal a “Evolução dos Fatores de Risco de Paralisia Cerebral em Portugal no século XXI”, o trabalho tem como base os dados de crianças com Paralisia Cerebral (PC) nascidas entre 2001 e 2012 e apresenta os primeiros resultados da avaliação dos adolescentes com Paralisia Cerebral nascidos no século XXI.
O risco de ter PC aos 5 anos de idade em crianças nascidas em Portugal, dado pela taxa de incidência por ano de nascimento (coorte), manteve-se estável ao longo dos primeiros 12 anos deste século. Este é um dos principais destaques do relatório do PVNPC, que aponta também a prematuridade como o fator de risco mais intenso de PC aos 5 anos, em especial a grande (28 a 31 semanas de gravidez) e a extrema prematuridade (menos de 28 semanas) que, comparando com as crianças nascidas a termo (37 ou mais semanas), aumentam o risco de PC 50 vezes e 85 vezes, respetivamente. O documento refere ainda que o risco associado à grande prematuridade e à prematuridade limiar e tardia (32 a 36 semanas) tem diminuído ao longo deste período.
Outros fatores de risco são também importantes e frequentemente cumulativos com a prematuridade, como a gemelaridade, a idade materna superior a 39 anos à data de nascimento, a presença de malformação congénita e o nascer leve para o tempo de gravidez. Os indicadores de risco identificados chamam ainda a atenção para a importância de informar corretamente a população em idade reprodutiva e de investir na promoção de comportamentos de saúde saudáveis e, especificamente, de saúde reprodutiva.
Em relação à amostra de adolescentes com PC, o relatório indica, por exemplo, que um terço dos adolescentes referiu dificuldades significativa nas competências de comunicação pela fala, mas apenas 15% utilizavam um meio aumentativo e/ou alternativo de comunicação. O documento faz notar ainda que estavam institucionalizados, em casa ou a frequentar um colégio de ensino especial, 22% dos adolescentes, devido a fatores como défice cognitivo moderado a grave, complexidade da PC e o facto de não terem nascido em Portugal.
O PVNPC regista desde 2006 os casos de PC ocorridos em crianças nascidas no século XXI, e a evidência científica robusta que tem sido produzida contribui para a melhor satisfação das necessidades de saúde, educação e apoio social de quem vive com PC, além de identificar oportunidades de prevenção e de tornar mais presente a voz destas pessoas. É disso exemplo o acompanhamento feito durante a pandemia de COVID-19, concretizado através do Barómetro COVID-19, cuja informação tem permitido ter evidência especifica na época de crise pandémica.
O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge é um dos parceiros do PVNPC e participa neste trabalho de colaboração em rede entre a Federação das Associações Portuguesas de Paralisia Cerebral, o Centro de Reabilitação de Paralisia Cerebral Calouste Gulbenkian (na tutela da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa) e as sociedades clínico-científicas nacionais de Medicina Física e de Reabilitação, Neuropediatria, Pediatria, Neonatologia e Pediatria de Neurodesenvolvimento, contribuindo com as suas competências e recursos no trabalho diário de produção científica, a nível nacional e internacional em prol dos concidadãos que vivem com Paralisia Cerebral.