Relatório de situação sobre diversidade genética do novo coronavírus SARS-CoV-2 em Portugal – 24-05-2022 – INSA
24-05-2022
O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), através do Núcleo de Bioinformática do seu Departamento de Doenças Infeciosas, disponibiliza o mais recente relatório de situação sobre a diversidade genética do SARS-CoV-2 em Portugal. Até à data, foram analisadas 35.307 sequências do genoma do novo coronavírus, obtidas de amostras colhidas em mais de 100 laboratórios, hospitais e instituições, representando 304 concelhos de Portugal.
No âmbito da monitorização contínua da diversidade genética do SARS-CoV-2 que o INSA está a desenvolver, têm vindo a ser analisadas uma média de 523 sequências por semana desde o início de junho de 2021, provenientes de amostras colhidas aleatoriamente em laboratórios distribuídos pelos 18 distritos de Portugal continental e pelas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, abrangendo uma média de 139 concelhos por semana.
Segundo o relatório do INSA, as amostragens semanais por sequenciação, juntamente com a avaliação diária da proporção de amostras com perfil SGTF, têm mostrado que, após a sua primeira deteção na semana 13 (28 de março a 3 de abril), a linhagem BA.5 tem apresentado uma frequência relativa marcadamente crescente, sendo dominante em Portugal (frequência relativa estimada de 78,7% ao dia 23 de maio). No último relatório foi projetada a tendência de crescimento a 15 dias da linhagem BA.5 em Portugal, e os dados obtidos desde então têm tido uma grande sobreposição com a projeção, confirmando que a linhagem BA.5 da variante Omicron atingiu uma frequência relativa de ~80% ao dia 22 de maio.
De acordo com a proporção de amostras positivas não-SGTF (perfil indicador de caso provável de Omicron BA.2), a linhagem BA.2 apresenta uma tendência decrescente na sua frequência relativa e estima-se que represente 21,3% das amostras positivas ao dia 23 de maio. Recentemente, foi detetada e tem vindo a ser monitorizada uma sublinhagem da BA.2 (BA.2.35) caracterizada pela mutação adicional L452R na proteína Spike, que desde a sua deteção a 1 de março (semana 9), tem apresentado em termos globais uma frequência relativa com tendência crescente, representando cerca de 3,0% das sequências analisadas nas semanas 18 e 19 (dados em apuramento).
A sublinhagem BA.2.12.1 foi detetada consecutivamente nas últimas três amostragens aleatórias por sequenciação (semanas 17 a 19) e, embora apresente uma frequência relativa <1%, foi já detetada em 5 das 7 regiões, sugerindo um aumento da sua circulação em Portugal. Esta linhagem tem suscitado interesse internacional pois caracteriza-se pela mutação adicional L452Q na proteína Spike (afetando o mesmo local proteico referido acima) e tem apresentado um considerável aumento de circulação em alguns países, nomeadamente nos Estados Unidos da América.
A frequência relativa da linhagem BA.1 atingiu um máximo na semana 2 (95,6%, 10 a 16 de janeiro), altura em que iniciou uma tendência decrescente. Estima-se que a sua circulação seja residual atualmente, tendo sido detetada a uma frequência inferior a 1% desde a semana 16 (18 a 24 de abril). Relativamente à linhagem BA.3, não foi detetado qualquer caso em Portugal desde a semana 11 (14 a 20 de março), enquanto que a linhagem BA.4 não foi detetada, até à data, em Portugal.
O relatório do INSA refere ainda que, em Portugal, os poucos vírus recombinantes identificados, até ao momento, foram detetados em casos esporádicos nas amostragens aleatórias semanais. Entre estes, destacam-se casos associados aos recombinantes com as designações internacionais “XM”, “XN”, “XE” e “XH”, sendo que todos são caracterizados por um perfil genético híbrido em que uma parte inicial do genoma corresponde à linhagem BA.1 e o restante à linhagem BA.2. Não existe evidência de que apresentem diferenças funcionais (ex., diferenças de transmissibilidade ou de evasão do sistema imunitário) em relação às linhagens parentais BA.1 e BA.2.
COVID-19: Testes rápidos de antigénio de uso profissional voltam a ser gratuitos – INSA
24-05-2022
Os Testes Rápidos de Antigénio (TRAg) de uso profissional voltam a ser gratuitos a partir desta terça-feira, dia 24 de maio, e até ao final de junho, mediante prescrição e desde que não custem ao Estado mais de 10 euros, de acordo com a Portaria n.º 151-B/2022, assinada pelo Secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales, e publicada dia 23 de maio em Diário da República.
Segundo a referida portaria, esta medida é justificada pela “incidência muito elevada da pandemia de COVID-19 no país, com tendência crescente, para o que poderá contribuir o aumento de circulação de variantes com maior potencial de transmissão, estimando-se que a linhagem BA.5 da variante Omicron já seja dominante em Portugal”.
O documento sublinha também a relevância da realização de testes de diagnóstico para despiste de infeção por SARS-CoV-2, tanto para referenciação de pessoas sintomáticas como para deteção precoce de casos confirmados, acrescentando que “importa garantir o acesso e a realização de Testes Rápidos de Antigénio (TRAg) de uso profissional, prescritos no Serviço Nacional de Saúde (SNS) e financiados através de um regime especial de preços máximos para efeitos de comparticipação”.
Até aqui, apenas era possível fazer testes prescritos e comparticipados a 100% nos laboratórios com acordo com o SNS, possibilidade que volta agora a ser alargada às farmácias comunitárias. Passa também a estar fixado um regime especial de preços máximos para efeitos de comparticipação da realização dos TRAg de uso profissional, sendo que, para uma comparticipação a 100 por cento, o preço máximo não poderá exceder os 10 euros. Esta portaria vigora até dia 30 de junho, sem prejuízo de eventual prorrogação.
- Portaria n.º 151-B/2022 | D.R. n.º 99/2022, Série I de 2022-05-23
Regime excecional e temporário de comparticipação de testes rápidos de antigénio (TRAg) de uso profissional.
Projeto «COVID-19: Vacinação e Tratamento»
A Direção-Geral da Saúde (DGS) é beneficiária da iniciativa REACT-EU, ao abrigo da qual foi aprovada a candidatura relativa ao projeto «COVID-19: Vacinação e Tratamento».
O presente projeto tem como objetivo promover o combate à COVID-19, com impacto direto na população portuguesa. Para o efeito, pretende investir na preservação de vidas humanas e possibilitar a recuperação e sustentabilidade do sistema de saúde.
A fim de alcançar as condições sanitárias propícias à estabilização e retoma da vida social e da atividade económica, o projeto incide sobre a vacinação da população, através da aquisição, armazenamento e distribuição das vacinas contra a COVID-19 e dos artigos indispensáveis à sua administração, bem como a aquisição de medicamentos antivirais para tratamento da doença COVID-19.
HSMM | Investimento
Hospital de Barcelos investe na melhoria de condições para os utentes
O Hospital Santa Maria Maior (HSMM), em Barcelos, encontra-se a desenvolver uma série de investimentos e projetos com vista à melhoria de condições para os utentes, dentro de um modelo de maior proximidade e de melhoria dos cuidados de saúde.
Os investimentos em causa centram-se, principalmente, nas necessidades dos utentes e na preocupação pelo seu conforto e comodidade. Neste sentido, está a decorrer um investimento em mobiliário hospitalar e equipamentos da área de imagiologia.
Os principais investimentos decorrem da apresentação de candidaturas no âmbito do sistema de apoio à transformação digital da Administração Pública (SAMA2020) e permitem ao HSMM ser pioneiro em diversas áreas.
Entre os vários projetos, o HSMM destaca os investimentos na monitorização dos utentes no Bloco Operatório, na Unidade de Cirurgia de Ambulatório, internamento cirúrgico e ainda a telemonitorização à distância dos utentes internados em Hospitalização Domiciliária.
Outro investimento que terá um forte impacto no hospital, encontrando-se já em implementação, é a instalação wireless. Além dos benefícios diretos da sua utilização pelos utentes, irá permitir ao HSMM um salto qualitativo muito considerável, na possibilidade de opção por equipamentos clínicos de vanguarda.
Também a aplicação móvel do HSMM (MyHSMM), disponível desde 2021, será complementada com sistemas de monitorização e avaliação da satisfação dos utentes, permitindo garantir os processos de melhoria contínua com base nas opiniões dos utentes.
Está ainda em curso um projeto pioneiro ao nível da capacitação dos utentes da Unidade de Cirurgia de Ambulatório, que pretende reforçar a autonomia, uma recuperação mais adequada e o sucesso de cada intervenção.
Brevemente, os utentes do HSMM deixarão também de ter necessidade da prescrição em papel para levantar os seus óculos e lentes. O processo passará a ser totalmente desmaterializado, contribuindo assim para a sua rapidez e simplificação, com vantagens para o meio ambiente.
De acordo com informação avançada pelo HSMM, foram investidos mais de um milhão de euros no primeiro quadrimestre de 2022, o que supera todos os valores anuais de investimento efetuados na ultima década.
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Fast Track Cities
ARSLVT e Câmara Municipal de Almada reforçam parceria
Decorreu no dia 23 de maio, em Almada, a cerimónia de assinatura das declarações de compromisso para mais uma etapa do programa Fast-Track Cities, celebrado entre a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLTV) e a Câmara Municipal de Almada (CMA).
O objetivo das parcerias agora firmadas é dar mais um passo na implementação da Estratégia «Almada Sem SIDA». Desde 2018, altura em que a CMA subscreveu a Declaração de Paris ao Fast-Track Cities/Cidades na Via Rápida para acabar com o Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH), que a autarquia tem desenvolvido esforços para alcançar a principal meta deste programa internacional – eliminar a infeção VIH e a SIDA até 2030.
Assim, com vista à formalização dessa cooperação, representantes de 28 entidades assinaram as declarações de compromisso. Além da ARSLVT e do Agrupamento de Centros de Saúde Almada-Seixal, a parceria com a CMA inclui o GAT – Grupo de Ativistas em Tratamento, Hospital Garcia de Orta, Direção-Geral da Saúde, Associação Nacional de Farmácias, Fundação para a Ciência e Tecnologia, Universidade Nova de Lisboa, agrupamentos de escolas, associações locais, juntas de freguesia, entre outros.
Para saber mais, consulte:
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CHEDV | Missões humanitárias
Médicos anestesiologistas participam em missões em África
Médicos do Serviço de Anestesiologia do Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga (CHEDV) participaram em missões humanitárias na Guiné-Bissau e em Moçambique, sendo responsáveis pela logística, estratégia clínica e formação de profissionais de saúde.
Catarina Campos Costa, médica anestesiologista do CHEDV, participou, entre 8 e 18 de maio, na missão promovida pela Health4Moz em Moçambique, sendo responsável pela formação em Suporte Básico de Vida (SBV), Suporte Avançado de Vida e eventos críticos.
A missão decorreu integrada em ensino pré-graduado a alunos do 5.º ano de medicina, e no ensino pós-graduado a cirurgiões, pediatras e anestesiologistas. Nas faculdades de medicina foi lecionado o «5.º curso teórico-prático de introdução à cirurgia pediátrica» durante 10 dias, nas cidades de Beira, Maputo e Nampula. Cerca de 180 alunos e profissionais puderam assistir a sessões teóricas de casos clínicos cirúrgicos e de trauma, bem como sessões práticas de suturas, SBV e atuação em trauma.
Na Guiné-Bissau, Emília Lima Silva, médica anestesiologista do CHEDV, participou, entre 26 de março e 9 abril, como responsável pela logística e estratégia clínica da equipa de Anestesia na missão «Rumo a Guiné 2022» da Associação Bisturi Humanitário. A missão teve como objetivo proporcionar aos utentes do Hospital Nacional Simão Mendes cuidados cirúrgicos na área de Ortopedia e formação em diversas áreas médicas, incluindo Anestesiologia.
O projeto de intervenção cirúrgica da Missão Rumo à Guiné 2022 foi estruturado na possibilidade de ter movimento operatório em 2 salas contíguas. Durante 9 dias, que corresponderam a 16 tempos operatórios de cerca de 8-9 horas, foram efetuadas cirurgias ortopédicas programas e de urgência.
Para saber mais, consulte:
CHEDV – https://www.chedv.min-saude.pt/
Formação “Prevenção da Violência no Setor da Saúde”
O Gabinete de Segurança do Ministério da Saúde, em parceria com o Plano de Ação para a Prevenção da Violência no Setor da Saúde (PAPVSS), vai levar a cabo o curso “Prevenção da Violência no Setor da Saúde”.
A formação, que se realiza no dia 30 de maio em formato virtual, desenvolve-se em articulação com a Guarda Nacional Republicana (GNR) e tem como destinatários a rede de pontos de contacto desta força de segurança. De forma a estabelecer respostas protetivas, céleres e eficazes em situações de violência no Setor da Saúde, esta Formação tem como objetivos potenciar sinergias e promover a articulação entre as forças de segurança e o Serviço Nacional de Saúde (SNS),
O Plano de Ação para a Prevenção da Violência no Setor da Saúde (PAPVSS), integrado no Programa Nacional de Prevenção da Violência no Ciclo de Vida, é coordenado a partir da Direção-Geral da Saúde.