402 casos confirmados de infeção humana por vírus Monkeypox em Portugal – DGS
A Direção-Geral da Saúde (DGS) confirma mais 11 casos de infeção humana por vírus Monkeypox em Portugal, havendo, até ao momento, um total de 402 casos. A maioria das infeções foram notificadas, até à data, em Lisboa e Vale do Tejo, mas já existem casos nas restantes regiões do continente (Norte, Centro, Alentejo e Algarve) e na Região Autónoma da Madeira. Todos as infeções confirmadas são em homens entre os 19 e os 61 anos, tendo a maioria menos de 40 anos. Os novos casos foram confirmados pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).
Os casos identificados mantêm-se em acompanhamento clínico, encontrando-se estáveis. Recorda-se que uma pessoa que esteja doente deixa de estar infeciosa apenas após a cura completa e a queda de crostas das lesões dermatológicas, período que poderá, eventualmente, ultrapassar quatro semanas.
A informação recolhida através dos inquéritos epidemiológicos está a ser analisada para contribuir para a avaliação do surto a nível nacional e internacional.
A DGS continua a acompanhar a situação a nível nacional em articulação com as instituições europeias.
Instituto Ricardo Jorge publica primeiros dados genómicos do vírus Monkeypox na revista científica Nature Medicine
30-06-2022
Uma equipa de investigadores do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), liderada por João Paulo Gomes, publicou na revista científica Nature Medicine as principais conclusões do estudo das sequências genéticas do vírus Monkeypox, na sequência dos múltiplos casos de infeção humana registados até ao momento. Os dados apurados apontam para que o surto tenha uma única origem mas potencialmente várias introduções em países diferentes, e para um número anormalmente elevado de mutações deste vírus, contrariando as expetativas da comunidade científica tendo em conta as características do agente em causa.
Publicados numa das mais prestigiadas revistas científicas a nível mundial, os resultados do estudo vêm não só dar importantes contributos na compreensão da forma como o vírus Monkeypox tem evoluído, como apresentam a teoria mais provável para a origem deste surto. A investigação do INSA sugere que o vírus causador do surto parece ter evoluído do vírus responsável pelo surto ocorrido na Nigéria em 2017, e que terá causado o aparecimento de alguns casos no Reino Unido, Israel e Singapura em 2018 e 2019, pelo que a hipótese mais plausível será a de que esta “linhagem” tenha continuado a circular na Nigéria ou em países vizinhos ao longo dos últimos cinco anos e tenha acumulado mutações nesse processo. Segundo esta teoria, algumas pessoas infetadas terão viajado, provavelmente durante o mês de abril de 2022, para países não endémicos (como Portugal, Reino Unido e Espanha) e iniciado cadeias de transmissão.
A equipa do INSA constatou também que o vírus em questão apresentava um número anormalmente elevado de mutações, contrariando o que se esperava para um vírus destas características. “Considerando como provável vírus ‘ancestral’ o vírus da Nigéria de 2017, e tendo em conta uma taxa de mutação típica deste tipo de vírus (1 a 2 mutações por ano), não seria de esperar que se observassem mais do que 5 a 10 mutações no vírus Monkeypox que está a causar este surto”, explica João Paulo Gomes, acrescentando que, “surpreendentemente, foram observadas cerca de 50 mutações, o que se traduz num processo de evolução ‘acelerada’, cujo significado biológico e impacto em termos de transmissão ainda está por esclarecer”.
O responsável da Unidade de Investigação do Núcleo de Genómica e Bioinformática do Departamento de Doenças Infeciosas do INSA explica também que a estas mutações acrescem outras alterações genéticas observadas já no processo de transmissão pessoa-a-pessoa durante o presente surto e que, curiosamente, muitas dessas mutações afetam proteínas do vírus que interagem com o nosso sistema imunitário, o que sugere um claro processo de adaptação aos humanos”. João Paulo Gomes salienta ainda que “a maior parte das mutações parecem resultar de um mecanismo de defesa do próprio ser humano, que atua normalmente com vista a modificar geneticamente o vírus invasor de forma a controlar a infeção, podendo, no entanto, acontecer que, por má regulação deste sistema, as mutações criadas no vírus não lhe sejam prejudiciais, o que parece ter sido exatamente o que aconteceu com o vírus Monkeypox de 2022”.
Os primeiros casos de Monkeypox em Portugal foram detetados em meados do mês de maio, poucos dias após ter sido dado o alerta de alguns casos no Reino Unido. A rápida deteção realizada pela Unidade de Resposta a Emergências e Biopreparação (UREB) do INSA foi possível devido às metodologias implementadas para a deteção de múltiplos agentes microbiológicos que possam constituir ameaças à Saúde Pública. Concluído esse processo, as amostras biológicas foram encaminhados de imediato para o Núcleo de Genómica e Bioinformática e para a Unidade de Tecnologia e Inovação e, poucos dias depois, Portugal tornava-se o primeiro país a sequenciar o genoma do vírus Monkeypox.
O agente tem como hospedeiro principal os roedores, podendo transmitir-se entre animais, de animais para pessoas e entre pessoas, sendo a infeção humana caracterizada pela apresentação localizada ou disseminada de lesões cutâneas, sendo transmitida de pessoa a pessoa, não exclusivamente mas essencialmente através do contacto físico com as lesões. À data de 27 de junho, já foi reportado um total de 4357 pessoas em 48 países infetadas pelo vírus Monkeypox.
Governo estende prazo de regime excecional de comparticipação de testes
A portaria que estabelece o regime excecional e temporário de comparticipação de testes rápidos de antigénio (TRAg) de uso profissional, prescritos pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS), será prorrogada até ao final do mês de julho de 2022.
De acordo com a anterior portaria, o preço máximo da realização dos TRAg de uso profissional não pode exceder os 10 (dez) euros.
No âmbito deste regime, os testes rápidos de antigénio à Covid-19 estão disponíveis em 1.502 farmácias e 718 laboratórios do país, segundo dados do Infarmed- Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde.
Dada a relevância da realização de testes de diagnóstico para despiste de infeção, importa garantir o acesso e a realização de testes rápidos de antigénio de uso profissional, prescritos no SNS e financiados através de um regime especial de preços máximos para efeitos de comparticipação.
Protocolo de Parceria entre o HAJC e a Cruz Vermelha já está em vigor
O Hospital de Cantanhede assinou um protocolo de parceria com a Cruz Vermelha Portuguesa que vai permitir concretizar os desejos de pessoas com doenças neurodegenerativas. A assinatura formal do protocolo teve lugar na passada semana no Hospital Arcebispo João Crisóstomo – Cantanhede (HAJC).
O Projeto Ambulância Mágica é um projeto inovador na área dos Cuidados Paliativos e tem como objetivo principal possibilitar ao adulto a concretização de um desejo significativo; este projeto procede à concretização do desejo, através da disponibilização de uma ambulância que permita a estabilidade do paciente, durante o transporte para a sua, com o apoio de uma equipa multidisciplinar especializada.
De acordo com o HAJC, este trabalho em rede integrado não só promove o respeito pelos direitos dos doentes, nomeadamente da sua dignidade e intimidade da vida privada, mas também permite dinamizar ações de sensibilização para a temática bem como capacitar voluntários promovendo estratégias de intervenção e formação.
Para saber mais, consulte:
S. João vacina gratuitamente contra HPV mulheres com alto risco para cancro
O Centro Hospitalar Universitário São João (CHUSJ) decidiu administrar gratuitamente a vacina contra o HPV (vírus do papiloma humano) a mulheres com alto risco para cancro não abrangidas pelo Plano Nacional de Vacinação.
De acordo com o responsável da Unidade de Trato Genital Inferior, Pedro Baptista, a iniciativa entrou em vigor na quarta-feira e prevê-se que o CHUSJ vacine “à volta de 100 mulheres por ano” com uma vacina de três doses que, quando não comparticipada, custa mais de 400 euros.
Segundo o CHUSJ, a referenciação ocorre através dos rastreios de HPV feitos pelos centros de saúde, após os quais se segue o encaminhamento para o hospital de residência.
Para saber mais, consulte:
CHUSJ > Notícias
Cirurgia Cardíaca implanta primeira prótese vascular destinada ao tratamento do arco aórtico e da aorta torácica.
O Serviço de Cirurgia Cardiotorácica e Transplantação de Órgãos Torácicos (CCTOT) do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) realizou, pela primeira vez, a implantação de uma prótese vascular destinada ao tratamento do arco aórtico e da aorta torácica.
A intervenção cirúrgica foi realizada pela equipa do Serviço de CCTOT-CHUC, num doente de 67 anos, com dissecção crónica da aorta ascendente, arco aórtico e aorta torácica descendente. O procedimento foi efectuado em estreita colaboração com o cirurgião cardíaco Juan José Legarra, director do Serviço de Cirurgia Cardíaca do Hospital Álvaro Cunqueiro, Vigo-Espanha.
O Director do Serviço de Cirurgia Cardiotorácica e Transplantação de Órgãos Torácicos do CHUC, David Prieto, descreve que “a intervenção consistiu na implantação da prótese híbrida Evita OPEN-NEO® que permitiu a substituição de toda a aorta ascendente e arco aórtico, bem como remodelagem da aorta torácica descendente”. “O procedimento e o internamento do doente decorreram sem intercorrências com alta clínica ao oitavo dia”, refere.
Adianta, ainda, que “esta nova opção terapêutica tem como objectivo dotar a região Centro da capacidade para o tratamento agudo/crónico das patologias de toda a aorta torácica, tais como aneurismas e dissecções da aorta torácica”.
David Prieto refere também que “na sequência deste importante passo, será criada uma consulta externa em conjunto com a Cirurgia Vascular do CHUC, para facilitar a referenciação destes doentes de toda a região Centro, os quais eram, até agora, orientados para outra unidade nacional e/ou internacional. “A abordagem conjunta destas patologias, numa área em que ambas as especialidades se complementam, é uma mais-valia considerável para o tratamento dos doentes”, sublinhou.
Para saber mais, consulte:
CHL celebra data com início da obra da Unidade de Internamento de Cuidados de Convalescença
Na cerimónia de celebração do 57.º aniversário do Hospital Distrital de Pombal (HDP), dedicada à temática “A Felicidade faz bem à Saúde”, o Presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar de Leiria (CHL), Licínio de Carvalho, destacou investimentos previstos para o triénio 2022/24 naquela unidade de saúde.
A empreitada para a criação deste espaço, que comportará novas 16 camas, foi entregue à Certificoimbra, Lda., e terá a duração de nove meses.
De acordo com o responsável, “este investimento estrutural sê-lo-á de todo o Centro Hospitalar de Leiria, será um investimento estratégico, que vai servir toda a região, viabilizando uma gestão mais racional do internamento do CHL (superior a 500 camas), melhorando o processo de cura e de reabilitação dos doentes internados, preparando-os para um desejável regresso mais facilitado e integrador no domicílio”.
Esta obra inclui ainda a criação do novo serviço de Medicina Física e Reabilitação do HDP, num investimento total de 1 milhão de euros, comparticipados pelo Portugal 2020.
Licínio de Carvalho destacou ainda mais alguns investimentos previstos para o triénio 2022/24 no HDP: a reabilitação e expansão da Consulta Externa (300 mil euros); a requalificação da rede de águas residuais (120 mil euros); e a substituição do equipamento da Radiologia (320 mil euros).
Para saber mais, consulte:
CHL > Notícias
Digital Health Portugal debate o futuro dos dados em Saúde
Atualmente, as organizações de saúde são ricas em dados de pacientes, mas estarão a tirar o melhor valor deles?
Esta foi a questão central do debate sobre os data lake no 4.º Meetup Digital Health Portugal, que aconteceu no passado dia 29 de junho.
Victor Herdeiro, presidente do Conselho Diretivo da ACSS, marcou presença e reconheceu os data lake como um instrumento que traz claras vantagens para os sistemas de saúde, afirmando que «é importante para o desenvolvimento de uma medicina personalizada e de precisão, para a investigação e para o core da governança, na medida em que podemos fazer uma alocação mais adequada dos recursos na área da saúde».
A Digital Health Portugal é uma iniciativa da sociedade civil que reúne fundadores, CXOs convidados e gestores de topo de diversas organizações que incluem associações de doentes, fornecedores de tecnologia e o Ministério da Saúde português.
Publicado em 30/6/2022