Recomendações sobre medidas de minimização do risco de reações adversas graves: medicamentos da classe de Inibidores das JAK usados em doenças inflamatórias – Infarmed
Circular Informativa N.º 127/CD/550.20.001 de 03/11/2022
Para: Divulgação geral
Tipo de alerta: med
Contactos
- Centro de Informação do Medicamento e dos Produtos de Saúde (CIMI); Tel. 21 798 7373; Fax: 21 111 7552; E-mail: cimi@infarmed.pt; Linha do Medicamento: 800 222 444
03 nov 2022
O Comité de Avaliação do Risco em Farmacovigilância (PRAC) da Agência Europeia de Medicamentos (EMA na sigla em inglês) recomendou a implementação de medidas para minimizar o risco de ocorrência de efeitos indesejáveis graves associados aos medicamentos da classe de inibidores das Janus quinases (JAK), quando utilizados para tratar diversas doenças inflamatórias crónicas. Estes efeitos indesejáveis incluem doenças cardiovasculares, coágulos sanguíneos, cancro e infeções graves.
O Comité recomendou que estes medicamentos só devem ser utilizados nos seguintes doentes, caso não existam alternativas de tratamento adequadas: com 65 anos ou mais, com risco acrescido de problemas cardiovasculares graves (tais como, ataque cardíaco ou enfarte), fumadores atuais ou com passado longo de tabagismo e com risco acrescido de aparecimento de cancro. Além disso, recomendou que os inibidores das JAK sejam usados com cautela em doentes com fatores de risco para tromboembolismo venoso – TEV (coágulo sanguíneo numa veia profunda ou nos pulmões), e as doses devem ser reduzidas em alguns grupos de doentes que possam estar em risco de desenvolvimento de TEV, cancro ou problemas cardiovasculares major.
Estas recomendações resultam de uma revisão dos dados disponíveis, incluindo os resultados finais de um ensaio clínico1 de um medicamento pertencente à classe dos inibidores das JAK – Xeljanz (tofacitinib), as conclusões preliminares de um estudo observacional envolvendo outro inibidor das JAK – Olumiant (baricitinib), bem como a consulta de um grupo de peritos, composto por reumatologistas, dermatologistas, gastroenterologistas e representantes de doentes.
Esta revisão confirmou que o Xeljanz aumenta o risco de problemas cardiovasculares major, cancro, TEV, infeções graves e morte por qualquer causa, quando comparado com os inibidores do Fator de Necrose Tumoral alfa (TNF-α). O PRAC concluiu que estes resultados de segurança se aplicam a todas as indicações aprovadas para os inibidores das JAK em doenças inflamatórias crónicas (artrite reumatóide, artrite psoriática, artrite idiopática juvenil, espondiloartrite axial, colite ulcerosa, dermatite atópica e alopecia areata).
Recomenda-se que o Resumo das Caraterísticas do Medicamento / Folheto Informativo dos medicamentos da classe de inibidores das JAK utilizados no tratamento de doenças inflamatórias crónicas seja atualizado com novas recomendações e advertências, e os materiais educacionais para doentes e profissionais de saúde serão revistos em conformidade.
Os doentes devem contactar o seu médico sobre quaisquer questões ou preocupações com o tratamento ou risco de efeitos indesejáveis graves.
As recomendações do PRAC serão agora enviadas ao Comité dos Medicamentos para Uso Humano da EMA (CHMP), que irá adotar uma opinião final.
Relembra-se a importância de notificar ao Sistema Nacional de Farmacovigilância quaisquer suspeitas de reações adversas, em particular reações graves ou não identificadas previamente na informação do produto, diretamente através do Portal RAM.
O Vice-Presidente do Conselho Diretivo
(Carlos Lima Alves)
1 Ytterberg SR, et al. Cardiovascular and cancer risk with tofacitinib in rheumatoid arthritis. New Engl J Med 2022;386(4):316-326. doi: 10.1056/NEJMoa2109927
Investigação em Enfermagem
IPO do Porto organiza seminário, que decorre no dia 5 de novembro
A Unidade de Investigação em Enfermagem Oncológica (UIEO) do Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto vai realizar, no dia 5 de novembro, o 1.º Seminário de Investigação em Enfermagem, uma iniciativa que tem como objetivo fomentar e desenvolver a investigação em enfermagem na área da oncologia.
A UIEO é um grupo de investigação científica recém-formado que tem como propósito fomentar a investigação no âmbito da enfermagem oncológica, procurando contribuir para a compreensão dos cuidados de saúde centrados no doente através da ciência e das competências dos profissionais de enfermagem.
O evento é presencial e limitado à atual lotação do auditório principal do IPO do Porto, pelo que a inscrição é obrigatória.
Para saber mais, consulte:
IPO do Porto > Inscrição e programa do 1.º Seminário de Investigação em Enfermagem
CMIN com equipamento inovador
Novo equipamento permite fazer hemodiálise a recém-nascidos
O Centro Materno Infantil do Norte (CMIN), inserido no Centro Hospitalar Universitário do Porto, dispõe de um novo equipamento que permite fazer hemodiálise a recém-nascidos com doença renal ou doenças metabólicas.
De acordo com o diretor do CMIN, Alberto Caldas Afonso, «esta máquina é uma mais-valia para todas as crianças deste país que necessitem deste tipo de oferta. Tínhamos, e temos, uma limitação muito grande nos recém-nascidos que têm insuficiência renal aguda».
Em Portugal, este é o único centro que possui esta máquina, que «tem poucos exemplares espalhados pela Europa», e custou cerca de 35 mil euros.
Em declarações à agência Lusa, o diretor do CMIN explicou que esta máquina é adaptada a recém-nascidos e permite fazer diálise em bebés a partir dos 1.800 quilos.
«Este micro equipamento permite fazer hemodiálise em recém-nascidos, o que abre uma janela de oportunidade enorme. O CMIN é um dos maiores centros de prematuridade e o prematuro é um recém-nascido muito suscetível a complicações de insuficiência renal aguda», descreveu Alberto Caldas Afonso.
Sobre os tratamentos anteriores ao aparecimento desta máquina, o diretor do CMIN admitiu que «tinham maior risco de infeção e menor taxa de eficácia».
Esta máquina é responsável por, através de um cateter, fazer circular o sangue fora do corpo da criança, passando-o por um filtro que filtra as impurezas antes do sangue ser recolocado no sistema sanguíneo da criança. «Permite fazer a técnica tendo somente 27 mililitros de sangue extracorporal. Tudo é adaptado à dimensão de um recém-nascido», explicou o diretor.
Entre outras valências, o CMIN é centro de referência de nefrologia pediátrica nacional para o transplante de baixo peso. «Incorporamos situações agudas que acontecem um pouco por todo o país e não será diferente agora com esta máquina. Vai haver seguramente procura de outros hospitais e todos os pedidos são bem-vindos», concluiu o diretor.
Para saber mais, consulte:
Centro Hospitalar Universitário do Porto – https://www.chporto.pt/
Coimbra | Hospitalização domiciliária
Unidade do CHUC atendeu 155 doentes no primeiro ano de atividade
A Unidade de Hospitalização Domiciliária do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) atendeu 155 pessoas no seu primeiro ano de atividade.
Na sessão comemorativa, que decorreu na manhã do dia 3 de novembro, no Hospital Geral do CHUC, o Presidente do Conselho de Administração, Carlos Santos, salientou que esta modalidade de prestação de cuidados vai ao encontro da vontade dos doentes, retirando-os do hospital e tratando-os em casa, com maior conforto e com menor risco de infeções.
O dirigente explicou que «existem enormes ganhos qualitativos», tais como a redução de risco de infeção associado aos cuidados hospitalares, a satisfação do doente e a libertação de camas para os doentes que não têm condições para serem atendidos em casa.
Segundo Carlos Santos, o objetivo do CHUC é aumentar, «em pelo menos 50%, o número de doentes e ir consolidando, de forma consistente».
Ainda na manhã de 3 de novembro, no Hospital Geral do CHUC, foram inauguradas a Unidade de Reabilitação Cardiorrespiratória, destinada a doentes com patologia respiratória crónica, e a Consulta de Pé Diabético.
«Queremos que os resultados na região Centro sejam substancialmente melhorados e, para isso, a colaboração multidisciplinar e multiprofissional é a chave para responder aos problemas dos doentes, que são cada vez mais multidisciplinares e com polipatologias que precisam de uma abordagem integrada», defendeu o Presidente do Conselho de Administração.
Para Carlos Santos, o objetivo do CHUC é alargar as respostas para as necessidades dos doentes e «melhorar a qualidade da resposta e dos resultados clínicos», pelo que aquelas unidades estão focadas «na criação de valor e qualidade dos serviços prestados».
Para saber mais, consulte:
Redução das listas de espera
Protocolo entre o CHMT e Misericórdia visa a realização de 80 cirurgias
O Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT) contratualizou com Santa Casa da Misericórdia do Entroncamento (SCME) a realização, nos próximos meses, de 80 cirurgias da especialidade de Ortopedia.
Esta parceria tem como objetivo impulsionar a recuperação da atividade cirúrgica suspensa pela pandemia de Covid-19, uma aposta que tem sido prioritária para o CHMT, nomeadamente através da realização de consultas e cirurgias da especialidade de Ortopedia durante os fins-de-semana.
Através deste protocolo de cooperação, as cirurgias de 80 utentes do CHMT vão ser realizadas nas instalações do Hospital de São João Baptista, no Entroncamento, uma instituição da SCME.
Em comunicado, o CHMT explica que os utentes abrangidos não terão quaisquer custos ou incómodos associados a esta contratualização, uma vez que a sua transferência para o Hospital São João Baptista, estará a cargo do CHMT. Os utentes são acompanhados de um completo relatório clínico, que contém o diagnóstico e exames realizados, bem como todos os detalhes sobre o historial clínico.
As cirurgias serão realizadas pelas equipas médicas e de enfermagem do Hospital de São João Baptista, que garantirá, igualmente, o acompanhamento pós-cirúrgico e internamento prestado aos utentes do CHMT. Após a alta médica cirúrgica, o CHMT irá convocar o utente que beneficiou desta modalidade de contratualização cirúrgica para uma avaliação e continuação dos tratamentos ou consultas posteriores.
As 80 cirurgias agora contratualizadas com a SCME representam um quarto da lista de espera cirúrgica de Ortopedia, e vão permitir uma significativa redução dos tempos de espera.
Para saber mais, consulte:
CHMT > Notícias
CHOeste | Saúde Mental
Unidade de Torres Vedras passa a assegurar cuidados de psiquiatria
O Departamento de Psiquiatria e Saúde Mental do Centro Hospitalar do Oeste (CHOeste) passou a garantir a prestação de cuidados de psiquiatria e saúde mental à população dos concelhos de Torres Vedras, Cadaval e Lourinhã.
Nos últimos anos, devido à ausência da valência de psiquiatria na Unidade de Torres Vedras, a prestação de cuidados de saúde mental em internamento e em ambulatório à população da área geográfica desta unidade foi assegurada pelo Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa, através do Núcleo de Intervenção Comunitária de Torres Vedras (NIC – Torres Vedras).
De acordo com o CHOeste, ao longo deste último ano decorreu a transferência gradual para o centro hospitalar da responsabilidade pela totalidade dos utentes assistidos no NIC – Torres Vedras, estando agora esse processo concluído.
Para saber mais, consulte:
CHOeste > Notícias
Dia do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge – 2022
03-11-2022
Assinala-se no próximo dia 15 de novembro o Dia do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), que este ano comemora o seu 123º aniversário. O programa das celebrações, que decorrem em formato híbrido, prevê a realização de uma Conferência-debate intitulada “Alterações Climáticas – Impacto na Saúde”, proferida por Kamal Mansinho, médico infeciologista, Diretor do Serviço de Infeciologia do Centro Hospitalar Lisboa Ocidental e Professor Convidado do Instituto de Higiene e Medicina Tropical.
A Conferência-debate contará ainda com um painel de discussão, constituído por Felisbela Lopes (Professora e Investigadora da Universidade do Minho), Jorge Miguel Miranda (Presidente do Conselho Diretivo do Instituto Português do Mar e da Atmosfera), Nuno Canada (Presidente do Conselho Diretivo do Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária) e Nuno Lacasta (Presidente do Conselho Diretivo da Agência Portuguesa do Ambiente). Este painel de discussão terá como moderadora Cristina Abreu Santos, vogal do Conselho Diretivo do INSA.
O programa das comemorações prevê ainda a inauguração da exposição “Centenário do nascimento de Laura Ayres”, bem como uma sessão solene, presidida pelo Ministro da Saúde, Manuel Pizarro, na qual serão homenageados colaboradores do INSA com 30 ou mais anos de serviço. O evento será transmitido através das redes sociais do INSA (Facebook, Twitter e YouTube).
Fundado em 1899 pelo médico e humanista Ricardo Jorge, o INSA desenvolve uma tripla missão como laboratório do Estado no setor da saúde, laboratório nacional de referência e observatório nacional de saúde. O INSA tem por missão contribuir para ganhos em saúde pública através de atividades de investigação e desenvolvimento tecnológico, atividade laboratorial de referência, observação da saúde e vigilância epidemiológica, bem como coordenar a avaliação externa da qualidade laboratorial, difundir a cultura científica, fomentar a capacitação e formação e ainda assegurar a prestação de serviços diferenciados.