DGS publica Norma sobre abordagem das pessoas com suspeita ou confirmação de COVID-19
A Direção-Geral da Saúde publicou a Norma n.º 013/2022, que define linhas orientadoras de abordagem das pessoas com suspeita ou confirmação de COVID-19. A atualização do modelo de cuidados de saúde deve-se à elevada cobertura vacinal e assenta na otimização da proteção de populações mais vulneráveis. Adicionalmente, a capacitação crescente das pessoas para a adoção de medidas de prevenção e controlo da infeção têm permitido mitigar o impacto da COVID-19 no sistema de saúde.
Perante a elevada cobertura vacinal alcançada, a maioria dos casos de COVID-19 tem uma gravidade ligeira, duração autolimitada e requer apenas tratamento sintomático.
A Norma reforça a importância da adoção das medidas de prevenção e controlo de infeção por todas as pessoas com sintomas respiratórios agudos. Estas medidas consistem em manter distanciamento de outras pessoas, evitando ambientes fechados ou aglomerados; utilizar máscara durante o contacto com outras pessoas ou em espaços de utilização partilhada; seguir a etiqueta respiratória; lavar e/ou desinfetar as mãos, equipamentos e superfícies em que contacte; e arejar os espaços interiores. Estas medidas devem ser seguidas, também, por todas as pessoas que tenham eventualmente obtido um resultado positivo num autoteste.
As pessoas que procurem cuidados de saúde devem ser encaminhadas, por contacto preferencial com o SNS24, para os cuidados adequados à sua situação e gravidade clínica, incluindo o autocuidado.
A realização de teste para detetar SARS-CoV-2 é integrada no contexto da avaliação clínica, à semelhança de outros vírus, como o da Gripe. Apenas está indicada em pessoas com infeção aguda das vias respiratórias e com critérios para realizar terapêutica antiviral específica. Poderá depender ainda do enquadramento clínico, por decisão do médico assistente. A realização de testes em pessoas sem sintomas deixa também de ser recomendada, bem como em pessoas que não tenham sintomas e que necessitem de realizar intervenções como cirurgias ou exames.
Durante o período da infeção, os doentes com COVID-19 devem manter o acesso a cuidados de saúde inadiáveis e, em caso se internamento, devem ter acesso a visitas. De igual modo, deve ser assegurado o direito a acompanhamento dos doentes COVID-19, nomeadamente durante a gravidez, parto, puerpério e em contexto pediátrico, desde que garantido o cumprimento das medidas de prevenção e controlo de infeção.
A Norma pode ser consultada aqui.
Balcão Nascer Cidadão retoma atividade em Évora
Suspenso devido à Covid-19, este balcão permite registar uma criança e pedir o seu primeiro cartão de cidadão
Foi reaberto o balcão Nascer Cidadão no Serviço de Obstetrícia do Hospital do Espírito Santo de Évora, que suspendeu atividade devido à pandemia. Este serviço é disponibilizado, desde 2017, às crianças nascidas nesta unidade hospitalar.
O serviço “Nascer Utente” permite a inscrição do recém-nascido no Serviço Nacional de Saúde (SNS), ainda durante o internamento (antes da alta hospitalar), atribuindo, de imediato, o número de utente ao bebé. É um processo que permite de forma automática, a inscrição do recém-nascido no centro de saúde, associado ao médico de família da mãe.
Este serviço permite aos pais declararem o nascimento do filho recém-nascido em balcão do registo civil, na Maternidade, evitando a deslocação à Conservatória. Os pais passam a ter a possibilidade de, em ato imediato à elaboração do registo de nascimento, solicitar o cartão de cidadão para o recém-nascido.
Projeto “Leiria Compassiva” com bolsa de financiamento
Centro Hospitalar quer capacitar a população para cuidar de pessoas com doença grave ou incapacitante
O projeto “Leiria Compassiva – comPAIXÃO pelos seus!” vai receber uma bolsa de financiamento para tornar a cidade e a comunidade compassivas, capacitando a população a cuidar de pessoas com doença grave ou incapacitante.
“Pretendemos sensibilizar e formar a nossa comunidade para o cuidar de pessoas com doença grave ou incapacitante e colocar a nossa comunidade em ação, a cuidar e a apoiar os cuidadores e doentes seguidos pelo SCP do CHL, com uma rede de cuidados na comunidade leiriense, com o apoio dos nossos parceiros”, explicou a diretora do Serviço de Cuidados Paliativos (SCP) do Centro Hospitalar de Leiria (CHL), Catarina Faria, em declarações à agência Lusa.
O projeto incidirá em três áreas diferentes, dirigindo-se a mulheres, cuidadoras de doentes em fim de vida, a homens que cuidam e a crianças e jovens que sentem.
“Leiria Compassiva – comPAIXÃO pelos seus!” integra diversas dinâmicas e propõe a realização de vários eventos.
O financiamento obtido prevê a criação de uma plataforma ‘online’ (Leiria comPAIXÃO), que funcionará como agregador de informação e conteúdos, e permitirá a visualização dos ‘workshops’ e de sessões ‘online’ de musicoterapia, pré-gravadas, como ferramenta de promoção da compaixão, destinadas, por exemplo, a serem usadas no domicílio de pessoas em fim de vida.
Mutilação Genital Feminina
Portugal registou 433 casos entre janeiro de 2018 e dezembro de 2021
Portugal registou 433 casos de Mutilação Genital Feminina (MGF) entre janeiro de 2018 e dezembro de 2021, sendo a quase da totalidade dos registos introduzidos por unidades da Região de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo.
Estes dados constam de um relatório da Direção-Geral da Saúde (DGS) que traça um panorama de casos verificados ou comunicados em unidades do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
A nível global, estima-se que a prática ponha em risco três milhões de meninas e jovens todos os anos e que cerca de 200 milhões de mulheres e meninas tenham já sido submetidas a esta prática, o que leva a UNICEF a considerar a Mutilação Genital Feminina como uma questão de Direitos Humanos e um problema de saúde pública que urge prevenir e erradicar.
Até 2030, a Direção-Geral da Saúde pretende aprofundar o conhecimento sobre este fenómeno em Portugal, melhorando a qualidade dos registos, promover estratégias eficazes de combate e erradicação da MGF e aprofundar o conhecimento sobre os contextos socioculturais que permitem a prática e a sua replicação.
Para saber mais, consulte o relatório aqui.
Estudo internacional sobre Serviços de Saúde
Margarida Tavares reforça que a satisfação dos utentes deve ser o foco dos serviços de saúde
“A participação em estudos internacionais dá visibilidade a Portugal no ecossistema académico internacional e permite obter informação”, disse a Secretária de Estado da Promoção da Saúde, no dia 25 de novembro, em Lisboa.
Margarida Tavares falava por ocasião da reunião pública de apresentação do PaRIS – Patient-reported Indicator Survey, onde defendeu que a participação portuguesa no estudo internacional “permite recolher dados e robustecer a perceção geral sobre a real qualidade dos serviços de saúde”, através de “metodologias robustas, dados fiáveis e instrumentos validados”.
Para a Secretária de Estado, o Estudo Internacional sobre os Resultados e Experiências dos Utentes com os Serviços de Saúde permite “conhecer a realidade e tomar decisões para melhorar o sistema”, sem esquecer que “o trabalho de um governante é servir os cidadãos”.
O projeto PaRIS – Estudo Internacional sobre os Resultados e Experiências dos Utentes com os Serviços de Saúde, iniciativa da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), visa avaliar os resultados e as experiências descritos por utilizadores dos cuidados de saúde.
O estudo, em que participam 21 países, avalia aspetos como o acesso e a qualidade dos serviços de saúde, a capacitação do utente na gestão dos seus problemas de saúde, o impacto da pandemia COVID-19 no acesso e a qualidade de vida e o bem-estar físico e psicológico.
Para além da Direção-Geral da Saúde (DGS), coordenadora do estudo a nível nacional, estão envolvidos no projeto os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) e a Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP) da Universidade NOVA de Lisboa (parceiro académico).
Saúde mental é prioridade
Ministro da Saúde abriu a conferência ‘A Saúde Mental no Pós-Pandemia – Estigma e Combate’
“Debater de forma aberta é também combater o estigma”, afirmou o Ministro da Saúde esta segunda-feira, 28 de novembro, na abertura da conferência ‘A Saúde Mental no Pós-Pandemia – Estigma e Combate’, uma parceria da Rádio Renascença com a Câmara Municipal de Gaia.
Saudando a iniciativa, Manuel Pizarro defendeu que a “atitude social mais aberta” para falar sobre saúde mental e procurar ajuda é uma das consequências positivas da pandemia. Notou, no entanto, também um aumento da prevalência de situações de sofrimento mental, sublinhando que a melhoria de respostas à população é uma prioridade do Governo.
No âmbito do PRR, está previsto um investimento de 88 milhões de euros para o reforço dos serviços de saúde mental no SNS, onde se inclui a criação de 40 equipas de saúde mental comunitária. “Até ao final de 2022 contamos que sejam já 20 as equipas de saúde mental comunitária em funcionamento”, destacou o Ministro da Saúde.
Até 2026, está também prevista a abertura de 1500 novos lugares na Rede de Cuidados Continuados Integrados para respostas do foro mental.
Trazer a saúde mental para a comunidade
O Ministro da Saúde sublinhou a necessidade de continuar a combater o tabu em torno da doença mental, dissolvendo-o também na organização dos serviços. “A saúde mental tem de estar próxima da comunidade e temos de ser mais radicais no abandonar das velhas instituições psiquiátricas, estruturas que só tinham justificação numa época em que o armamentário terapêutico era muito diferente do que existe hoje”, afirmou, sublinhando também a importância de outros setores e instituições na promoção da saúde e bem-estar mental. Deu como exemplo as escolas, onde nos últimos seis anos houve um reforço de mil psicólogos, e consultas promovidas pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ), que já chegaram a 60 mil jovens. “Este não é apenas um tema da saúde, tem de ser trazido para comunidade”, sublinhou o governante.
No campo da saúde, Manuel Pizarro destacou a publicação, no final de 2021, do Decreto-Lei nº 113/2021, “que veio transformar significativamente aspetos nucleares da organização dos serviços de saúde mental”. Compreende seis eixos essenciais: a criação de uma Coordenação Nacional para as Políticas de Saúde Mental; a criação de cinco Coordenações Regionais de Saúde Mental; a criação de Centros de Responsabilidade Integrados nesta área; a instituição das equipas comunitárias como o elemento central da organização dos serviços; a formalização da articulação com os CSP e a RNCCI e a presença de familiares e utentes no planeamento e monitorização dos serviços.
O Ministro da Saúde reforçou, por fim, o avanço em matéria de direitos humanos da proposta de lei do Governo, aprovada a 14 de outubro na Assembleia da República, revendo a atual Lei da Saúde Mental, com 20 anos. Uma nova lei que acentua a “visão humanista” e respeito pelos direitos humanos de todos e a necessidade de construir um modelo de resposta que vá ao encontro dos doentes, em todos os níveis de cuidados.
AlHaMBRA Project
Secretária de Estado da Promoção da Saúde enaltece papel do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências
Portugal acolheu a conferência final do AlHaMBRA Project, com a Secretária de Estado da Promoção da Saúde, Margarida Tavares, a presidir à Sessão de Abertura do evento, altura em que o trabalho feito pelo país foi reconhecido e elogiado.
A conferência do AlHaMBRA Project – Alcohol Harm: measuring and building capacity for policy response and action (Efeitos nocivos do álcool: medindo e construindo capacidade para resposta e ação política) teve lugar na segunda-feira, dia 21 de novembro, em Lisboa. No encontro, a Secretária de Estado recordou o legado que o Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD) tem deixado pelo mundo nestas áreas, nos últimos 20 anos, que deve ser mantido e alargado, nomeadamente às questões do álcool.
“O SICAD é um exemplo para todos nós, pela construção de respostas pragmáticas e humanizadas para as pessoas que utilizam drogas”, exemplificou a Secretária de Estado, elogiando ainda a partilha de evidência e as discussões que integram o programa da conferência e que promovem “uma visão integrada” das várias políticas.
Margarida Tavares recordou ainda que o trabalho de promoção da Saúde não pode ser separado da vida das pessoas e que devemos contar com o envolvimento de todos para um mundo mais saudável.
A sessão precedeu a conferência Lisbon Addictions que arrancou no dia 23 de novembro. O projeto coordenado pelo SICAD e financiado pelo Programa de Saúde da UE 2014-2020, com a Agência Executiva de Saúde e Digital, da Comissão Europeia, tem como objetivo apoiar os Estados Membros na obtenção de conhecimento científico, boas-práticas e capacitação na área de danos relacionados com o consumo nocivo de álcool.
Primeiro congresso internacional sobre alimentação, nutrição e saúde pública reúne mais de 350 participantes – INSA
28-11-2022
A primeira edição do “International Congress on Food, Nutrition & Public Health – ICFNH 2022”, que decorreu dia 17 de novembro em formato híbrido, no auditório do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), em Lisboa, contou com intervenções de prestigiados oradores nacionais e internacionais, tendo reunido cerca de 370 participantes. Organizado pelo Departamento de Alimentação e Nutrição do INSA, a iniciativa permitiu debater a importância dos sistemas alimentares sustentáveis, nas vertentes da alimentação, nutrição e saúde pública.
O ICFNH 2022 teve como objetivos apresentar e debater questões relacionadas com alimentos e alimentação sustentável, dietas e consumo sustentável, e saúde pública e sustentabilidade dos sistemas alimentares. O evento contou ainda com a presença da Secretária de Estado do Desenvolvimento Regional do Ministério da Coesão Territorial, Isabel Ferreira, da Bastonária da Ordem dos Nutricionistas, Alexandra Bento, e de Adalberto Campos Fernandes, Professor Associado da Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa.
Do total de 154 resumos submetidos ao congresso, nove foram apresentados sob a forma de comunicação oral e 143 sob a forma de comunicação em painel, tendo sido atribuído o prémio de melhor comunicação oral ao trabalho intitulado “In vivo study of Pterospartum tridentatum leaf extract in Type 2 Diabetes Mellitus and in silico evaluation of their bioactive compounds against inflammation” e o prémio de melhor comunicação em painel ao trabalho intitulado “Marine-based edible coatings for mackerel fillets (Scomber scombrus): a sustainable and healthy approach to reduce oil uptake during frying”. Para consultar o livro de resumos do ICFNH 2022, clique aqui.
No âmbito do ICFNH 2022, será publicado um volume especial intitulado “Proceedings of First International Congress on Food, Nutrition and Public Health—Towards a Sustainable Future (ICFNH2022)” para divulgar os trabalhos científicos apresentados neste congresso. Este volume especial será publicado no “International Journal of Environmental Research and Public Health”, na secção “Health Behavior, Chronic Disease and Health Promotion”. Os participantes podem submeter artigos de revisão, artigos originais e comunicações breves até 1 de outubro de 2023.