Notificação e Gestão de Incidentes de Segurança do Doente:
Atualização do sistema NOTIFICA – Segurança do Doente
A Direção-Geral da Saúde publicou a Norma 017/2022 sobre “Notificação e Gestão de Incidentes de Segurança do Doente”, em alinhamento com as recomendações emitidas pela Organização Mundial de Saúde e pela Comissão Europeia. Em simultâneo, disponibiliza hoje a atualização do sistema NOTIFICA – Segurança do Doente, onde podem ser reportados incidentes relacionados com a prestação de cuidados de saúde. Estes incidentes podem ou não gerar dano para o doente e podem ocorrer nos prestadores públicos ou privados.
A Norma agora publicada elenca a tipologia de incidentes a notificar, assim como o processo de notificação, a análise e gestão dos mesmos incidentes, reforçando que todas as instituições prestadoras de cuidados de saúde devem ter uma estrutura responsável pela gestão e análise interna de incidentes de segurança do doente. Essa estrutura gestora de incidentes terá como objetivos: desenvolver uma cultura de segurança, promover a notificação, gestão e análise de incidentes, implementando medidas corretivas e / ou de melhoria de modo a evitar novos incidentes.
Com o objetivo de otimizar o processo de notificação e de gestão de incidentes de segurança do doente, o sistema NOTIFICA – Segurança do Doente, está agora mais robusto, dando resposta às necessidades identificadas pelos utilizadores (notificadores e gestores de incidentes).
De uso fácil e intuitivo, o NOTIFICA– Segurança do Doente, permite a notificação, a gestão e o acompanhamento de incidentes notificados num único sistema. Possibilita ao notificador, o fornecimento de informação com maior detalhe sobre os incidentes e a validação de um resumo da sua notificação antes da submissão, facilitando-se a análise por parte dos gestores de incidentes. Ainda para os gestores de incidentes, o NOTIFICA– Segurança do Doente, integra várias ferramentas que permitem trabalhar os dados e os conteúdos, especificando-se, por exemplo, com maior detalhe, o local onde ocorreu o incidente. A partir de agora, as instituições de saúde podem também ter um maior número de gestores de incidentes de segurança do doente.
Neste sistema de notificação pode ser reportado qualquer incidente relacionado com a prestação de cuidados de saúde, gerador ou não de dano para o doente, nomeadamente: acidentes do doente (quedas, úlceras por pressão, outros); comportamento (tanto da parte dos profissionais da instituição de saúde, como do doente); dieta/alimentação; dispositivos/equipamento médico; documentação (registos médicos ou de enfermagem, relatórios clínicos, outros); infeção associada aos cuidados de saúde; infraestrutura / edifício / instalações; medicação / fluídos intravenosos (medicamentos LASA – Look Alike Sound Alike, dose, preparação, outros); oxigénio / gás / vapor; processo / procedimento clínico (diagnóstico, avaliação, procedimento / tratamento, outros); processo administrativo (admissão, marcação, referenciação, outros); recursos/gestão organizacional; ou sangue / hemoderivados.
Confidencial e anónimo, o NOTIFICA – Segurança do Doente não permite a identificação de quem faz uma notificação, nem do profissional ou profissionais envolvidos num incidente. Este sistema não é punitivo, ou seja, pretende contribuir para compreender e aprender com o erro, de modo a prevenir que este se repita no futuro.
O NOTIFICA– Segurança do Doente, não é um sistema de reclamações e / ou disciplinares. É um sistema de alerta para circunstâncias ou factos no âmbito da prestação de cuidados de saúde que necessitam ou devem ser objeto de análise e / ou de um plano de melhoria. Desta forma, a Segurança do Doente é reforçada e os cuidados de saúde tornam-se mais seguros.
Desenvolvido pela DGS e pelos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), o NOTIFICA – Segurança do Doente, integrou os contributos de profissionais de saúde e de peritos na área da segurança do doente.
Para mais informações sobre o NOTIFICA – Segurança do doente, clique aqui. Pode ainda consultar as questões frequentes aqui.
Relatório de situação sobre diversidade genética do novo coronavírus SARS-CoV-2 em Portugal – 20-12-2022 – INSA
20-12-2022
O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), através do Núcleo de Genómica e Bioinformática do seu Departamento de Doenças Infeciosas, disponibiliza o mais recente relatório de situação sobre a diversidade genética do SARS-CoV-2 em Portugal. Até à data, foram analisadas 44.209 sequências do genoma do novo coronavírus, obtidas de amostras colhidas em mais de 100 laboratórios, hospitais e instituições, representando 307 concelhos de Portugal.
Segundo o relatório do INSA, a linhagem BA.5 da variante Omicron (incluindo as suas múltiplas sublinhagens) é dominante em Portugal desde a semana 19 (9 a 15 de maio), apresentando uma frequência relativa de 84% de acordo com a mais recente amostragem aleatória por sequenciação na semana 49 (6 a 12 de dezembro). Foi também detetada uma sequência da linhagem BA.4 da variante Omicron na semana 48, a qual não era detetada desde a semana 44.
Por outro lado, a linhagem BA.2 da variante Omicron, dominante em Portugal entre as semanas 8 (21 a 27 de fevereiro) e 19 (9 a 15 de maio), apresenta desde então uma frequência relativa residual, representando <6% das sequências analisadas até à semana 47. Entre as semanas 48 e 49, representou 10% das sequências analisadas (sobretudo devido à linhagem BN.1 e suas sublinhagens), com uma frequência relativa neste período de 4,6% e 6,7%, respetivamente.
No decurso da monitorização contínua realizada pelo INSA, tem-se observado a emergência de sublinhagens de interesse, com novas constelações de mutações potencialmente associadas à resistência a anticorpos neutralizantes. Em Portugal, realça-se o aumento de frequência relativa da sublinhagem BQ.1 e suas descendentes, em particular a BQ.1.1, que é dominante desde a semana 44. Até à data, foram detetadas 27 sequências da sublinhagem recombinante XBB, a qual tem também suscitado interesse devido à sua capacidade de evasão ao sistema imunitário.
Desde abril de 2020, o INSA tem vindo a desenvolver o “Estudo da diversidade genética do novo coronavírus SARS-CoV-2 (COVID-19) em Portugal”, com o objetivo principal de determinar os perfis mutacionais do SARS-CoV-2 para identificação e monitorização de cadeias de transmissão do novo coronavírus, bem como identificação de novas introduções do vírus em Portugal. Atualmente, esta monitorização contínua assenta em amostragens semanais de amplitude nacional. Os resultados deste trabalho podem ser consultados aqui.
Deliberações, decisões dos Processos Contraordenacionais e Medidas Cautelares adotadas durante o 3º trimestre de 2022
20/12/2022
A ERS passou a divulgar, além das Deliberações tomadas durante o 3º trimestre, as decisões dos Processos Contraordenacionais e as Medidas Cautelares adotadas durante este período (3º trimestre de 2022).
Clique para consultar:
Saúde mental central na condição humana
37.ª reunião plenária da Comissão Nacional para os Direitos Humanos
A Secretária de Estado da Promoção da Saúde, Margarida Tavares, participou esta terça-feira, 20 de dezembro, na 37.ª reunião plenária da Comissão Nacional para os Direitos Humanos, organismo de coordenação interministerial criado em 2010 para uma abordagem integrada dos direitos humanos e a concertação da ação de entidades públicas e privadas. Tratou-se da última reunião de 2022, com a saúde mental na ordem de trabalhos, num momento de reflexão sobre os avanços e desafios nesta área.
A Secretária de Estado de Promoção da Saúde participou no encontro a convite do Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, enaltecendo no final a mesa redonda propiciada e a coragem do testemunho de um jovem português com diagnóstico de doença bipolar, como parte do caminho para derrubar barreiras e colocar a saúde e a saúde mental em todas as políticas.
“Existe, internacionalmente, um alargado reconhecimento da importância primordial da proteção e da promoção da saúde mental, vistas como um valor central da condição humana”, sublinhou Margarida Tavares na sua intervenção no arranque dos trabalhos, reconhecendo que a “escassez e a distribuição desigual de recursos” levam a que a saúde mental permaneça ainda sub-valorizada na sociedade.
“Independentemente da importância da proclamação da adesão a grandes princípios civilizacionais, importa reconhecer os desafios por solucionar”, frisou a governante, chamando a atenção que saúde mental e direitos humanos se intersectam em diferentes dimensões. “Há alguns anos, a OMS chamou-nos a atenção para o facto de as pessoas que sofrem de problemas de saúde mental verem frequentemente desrespeitados outros direitos humanos, através da privação liberdade ou da estigmatização social. Por sua vez, muitos cidadãos confrontam-se com problemas de saúde mental enquanto consequência do abuso de outros direitos humanos, como a violência, a violação ou a migração forçada”, elencou Margarida Tavares.
“É muito importante tirar do hospício a saúde mental”
Reiterando os compromissos nacionais em matéria de defesa dos direitos humanos, a Secretária de Estado da Promoção da Saúde destacou a importância de desestigmatizar e desinstitucionalizar o tratamento de pessoas com doença mental, tirando “a saúde mental do hospício”.
Margarida Tavares salientou a importância do investimento garantido no âmbito do PRR ao reforço da resposta às necessidades em cuidados de saúde mental. Até 2026, está previsto um investimento superior a 80 milhões de euros, que vai permitir reforçar as equipas comunitárias e os lugares em cuidados continuados, bem como a integração de áreas de internamento em hospitais gerais, evocou.
Reforçou ainda a proposta do Governo para uma nova lei da Saúde Mental, em apreciação no Parlamento, legislação que substitui o conceito de internamento compulsivo pela designação de internamento involuntário, pondo fim à possibilidade da sua extensão perpétua.
“O importante é cumprir o desígnio fundador e garantir que, finalmente, a saúde mental tem a centralidade que lhe é devida e que as sociedades criam não só as condições para uma reparação do sofrimento mental como, sobretudo, retiram os obstáculos e promovem a criação de um capital de saúde que, de forma sustentada, promova uma vida com dignidade e assim, também, dê sentido e substância ao direito humano à saúde”.
Na reunião foi ainda apresentada uma campanha de promoção dos direitos da pessoa com necessidade de cuidados em saúde mental, em desenvolvimento pela associação GIRA – Grupo de Intervenção e Reabilitação Activa, com um momento de participação por parte da audiência, uma vez que esta reunião foi aberta à participação pública.
Margarida Tavares aproveitou a ocasião para defender a importância do trabalho de base comunitária na promoção da saúde e aumento do acesso à saúde, nas suas múltiplas vertentes, conforme a definição da OMS: saúde é bem-estar físico, mental e social.
CHMT | Hospitalização Domiciliária
Mais de 600 internamentos em quatro anos de atividade
A Unidade de Hospitalização Domiciliária (UHD) do Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT) celebrou, no dia 19 de dezembro, quatro anos de existência. Durante este período foram 603 os utentes da região do Médio Tejo que puderam receber cuidados de saúde altamente diferenciados a partir do conforto do seu lar.
Em comunicado, o CHMT explica que o marco dos mais de 600 internamentos nos quatro anos de atividade foi atingido a partir das seis camas «virtuais» disponibilizadas desde 2018. Estas camas são, na realidade, as camas que estão nas casas dos doentes, e que podem ser convertidas em modelo de hospitalização domiciliária desde que cumpridos determinados critérios clínicos, bem como critérios sociais, psicológicos e geográficos.
O público-alvo deste modelo de assistência hospitalar do CHMT centra-se numa população maioritariamente idosa, com elevada prevalência de doenças crónicas e com diversas patologias.
A média de idades dos doentes admitidos nos últimos quatro anos foi de 66 anos. As patologias mais frequentes foram as infeções respiratórias, urinárias, dos tecidos moles, as úlceras e erisipelas nos membros inferiores, osteomilite e endocardite. Foram, também, prestados cuidados de saúde em casa a utentes com doença pulmonar obstrutiva crónica agudizada, a doentes portadores de insuficiência cardíaca descompensada, e a doentes com cancro, em fase paliativa ou com episódios infeciosos.
Nos primeiros onze meses de 2022, o CHMT já prestou assistência em modelo de hospitalização domiciliária a 132 doentes, registando-se uma taxa de ocupação das camas da UHD do CHMT superior a 93%. Em média, estes utentes estiveram internados ao domicílio um período de 12,8 dias.
A UHD é composta por sete médicos (um em permanência e seis de prevenção) e cinco enfermeiros, contando, ainda, com o apoio de um assistente operacional, um assistente social, um assistente técnico, um farmacêutico, um nutricionista e um administrador hospitalar responsável. A unidade tem alocada uma viatura automóvel, que ao longo dos últimos quatro anos percorreu 255 mil quilómetros.
Para o CHMT, são inequívocos os ganhos em saúde pela implementação da hospitalização domiciliária, sendo este um modelo que reforça a segurança dos doentes, com a minimização de possíveis infeções, e promove uma maior humanização dos cuidados de saúde.
Para saber mais, consulte:
CHMT > Notícias
Modernização Administrativa
Centro Hospitalar de Setúbal investe no atendimento ao utente
O Centro Hospitalar de Setúbal implementou um projeto de Modernização e Capacitação do Atendimento – Central de Atendimento do Utente, um investimento cofinanciado no valor de 336.288,91€, no âmbito da candidatura ao Sistema de Apoio à Modernização Administrativa.
Entre os projetos desenvolvidos pelo CHS, está o «Portal do Utente», uma plataforma online que pretende facilitar o acesso a serviços digitais e que está na fase final de implementação. Através deste canal é possível apresentar diversas informações úteis para os utentes, tais como marcações e remarcações de consultas, entre outras funcionalidades.
Também foi implementado o projeto «Quiosques de Atendimento», que visa auxiliar o utente no encaminhamento para os serviços de que necessita. A implementação destes equipamentos conduz à redução do tempo de espera e, simultaneamente, ao aumento da eficiência no atendimento.
Foi ainda realizado o upgrade da central telefónica, que permite selecionar opções de atendimento telefónico diretamente para os serviços pretendidos, e o questionário de satisfação (Happy Survey), que permite o recurso a equipamentos simples de avaliação da satisfação dos utentes sobre os serviços e a prestação de cuidados de saúde.
Por fim, na receção principal, junto ao balção de atendimento, foi instalado um mupi digital multimédia, que tem como principal objetivo transmitir conteúdos em saúde e notícias relevantes para utentes e acompanhantes.
Para saber mais, consulte:
14.ª Reunião Anual PortFIR: Livro de Resumos – INSA
20-12-2022
O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, através do Departamento de Alimentação e Nutrição, disponibiliza o resumo da 14.ª Reunião Anual PortFIR – Plataforma de Informação Alimentar, subordinada ao tema “Promoção de ambientes alimentares saudáveis e sustentáveis | Resiliência, inovação e desenvolvimento na indústria e distribuição alimentares”. A publicação apresenta as comunicações e abstracts/posters do evento, bem como os indicadores do grau de satisfação e sugestões dos participantes.
O documento agora disponibilizado inclui o link de acesso à gravação do evento, bem como as comunicações orais, poster e todos os resumos submetidos. O resumo da reunião apresenta também os resultados da avaliação ao grau de satisfação e sugestões dos participantes bem como algumas fotos do evento, que contou com a presença, física e online, de cerca de 300 participantes registados, e um número significativo de participantes através do canal de YouTube do INSA.
A 14.ª Reunião Anual PortFIR teve como objetivo apresentar e debater os impactos e desafios mais prementes na indústria e distribuição alimentares, em consequência da guerra na Europa e das crises económica, sanitária e climática e, sobretudo, explorar e discutir como o desenvolvimento e a inovação nacional nestes setores podem contribuir para a descarbonização do sistema alimentar e para a promoção de ambientes alimentares mais saudáveis e sustentáveis.
Criado em 2009 pelo Instituto Ricardo Jorge, em parceria com a GS1 Portugal, o PortFIR visa implementar redes nacionais de conhecimento e partilha de dados nas áreas da nutrição e segurança alimentar, otimizando a utilização de recursos e criando um sistema para atualização e manutenção sustentável de bases de dados nacionais e de qualidade reconhecida sobre composição de alimentos, contaminação de alimentos e consumos alimentares. Inclui, na área da composição de alimentos, a Tabela de Composição de Alimentos portuguesa.
O PortFIR pretende ainda ser um espaço de espaço de diálogo, cooperação e partilha de recursos e informação com entidades públicas e privadas da área da alimentação, nutrição, saúde e segurança alimentar, com o objetivo comum de produzir e gerir informação fiável permitindo atualizar continuamente a Tabela Portuguesa da Composição de Alimentos, suportar estudos e decisões com impacto na saúde pública, gerir o benefício/risco associados à alimentação e partilhar informação com os seus membros/stakeholders e entidades e organismos nacionais e internacionais.
Para aceder ao resumo da 14.ª Reunião Anual PortFIR, clique aqui.