Relatório de situação sobre diversidade genética do novo coronavírus SARS-CoV-2 em Portugal – 07-03-2023 – INSA
07-03-2023
O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), através do Núcleo de Genómica e Bioinformática do seu Departamento de Doenças Infeciosas, disponibiliza o mais recente relatório de situação sobre a diversidade genética do SARS-CoV-2 em Portugal. Até à data, foram analisadas 45.598 sequências do genoma do novo coronavírus, obtidas de amostras colhidas em mais de 100 laboratórios, hospitais e instituições, representando 307 concelhos de Portugal.
Segundo o relatório do INSA, a linhagem BA.5 da variante Omicron (incluindo as suas múltiplas sublinhagens) é dominante em Portugal desde a semana 19 de 2022 (9 a 15 de maio), sendo que, a partir da semana 44 (31 de outubro a 6 de novembro), a sua intensa circulação é devida sobretudo à sublinhagem BQ.1 (e suas descendentes, em particular a BQ.1.1). Desde a semana 52 (26 de dezembro de 2022 a 1 de janeiro de 2023) a linhagem BA.5 tem vindo a apresentar um decréscimo contínuo na sua frequência relativa, atingindo os 46,3% entre as semanas 7 e 8 de 2023 (13 a 26 de fevereiro), de acordo com a mais recente amostragem aleatória por sequenciação.
Por outro lado, a linhagem BA.2 da variante Omicron, dominante em Portugal entre as semanas 8 (21 a 27 de fevereiro) e 19 (9 a 15 de maio), manteve uma frequência relativa residual durante o período de dominância da linhagem BA.5. No entanto, desde a semana 51 de 2022 (19 a 25 de dezembro), tem registado um progressivo aumento de frequência, sobretudo devido à circulação da linhagem CH.1.1 (e suas sublinhagens).
Desde a semana 1 de 2023, destaca-se o aumento de circulação da sublinhagem recombinante XBB (e suas descendentes), a qual registou uma frequência relativa de 35,3% entre as semanas 7 e 8. Em particular, realça-se a circulação em Portugal da sua sublinhagem XBB.1.5 desde a semana 49 de 2022. As sublinhagens que atualmente apresentam maior frequência relativa em Portugal (BQ.1, CH.1.1, XBB e suas descendentes) apresentam constelações de mutações potencialmente associadas à resistência a anticorpos neutralizantes. Assim, a sua maior transmissibilidade poderá dever-se a uma maior capacidade de evasão ao sistema imunitário.
Desde abril de 2020, o INSA tem vindo a desenvolver o “Estudo da diversidade genética do novo coronavírus SARS-CoV-2 (COVID-19) em Portugal”, com o objetivo principal de determinar os perfis mutacionais do SARS-CoV-2 para identificação e monitorização de cadeias de transmissão do novo coronavírus, bem como identificação de novas introduções do vírus em Portugal. Atualmente, esta monitorização contínua assenta em amostragens semanais de amplitude nacional. Os resultados deste trabalho podem ser consultados aqui.
Nomeação do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central
Rosa Valente de Matos reconduzida na presidência do Conselho de Administração
O Conselho de Administração do Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central EPE (CHULC) – que integra os hospitais de São José, Santo António dos Capuchos, Santa Marta, Dona Estefânia, Curry Cabral e a Maternidade Dr. Alfredo da Costa – foi nomeado com efeitos a 6 de março.
O Conselho de Administração do CHULC será presidido por Rosa Valente de Matos, sendo Diretor Clínico o médico Pedro Soares Branco. Maria José Dias será a Enfermeira Diretora. João Luís Martins e Paulo Espiga serão Vogais Executivos, o primeiro com o pelouro financeiro.
O novo Conselho de Administração foi designado por despacho dos membros do Governo responsáveis pelas áreas das Saúde e das Finanças, por proposta do Diretor Executivo do Serviço Nacional de Saúde, para um mandato de três anos.
Notas Curriculares
Rosa Augusta Valente de Matos Zorrinho é licenciada em Sociologia pela Universidade de Évora e pós-graduada em Administração Hospitalar pela Escola Nacional de Saúde Pública. Frequentou o PADIS – Programa de Alta Direção de Instituições de Saúde da AESE Business School. É, desde fevereiro de 2019, presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central. Foi Secretária de Estado da Saúde no XXI Governo Constitucional (2017-2018). Foi Presidente do Conselho Diretivo da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (2016-2017) e Presidente do Conselho Diretivo da Administração Regional de Saúde do Alentejo (2005-2011). Foi, em diferentes momentos, Administradora do Hospital do Espírito Santo em Évora, responsável pelas áreas de Meios Complementares de Diagnóstico e Terapêutica, Serviços Hoteleiros e Gestão dos Recursos Humanos. Possui vários trabalhos publicados no âmbito da Saúde e coordenou vários estudos de investigação nas áreas de financiamento, cuidados de saúde primários e telemedicina.
Pedro Paulo Valente Gentil Soares Branco é licenciado em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa, inscrito no Colégio da Especialidade de Medicina Física e de Reabilitação (MFR) e com Competência em Geriatria pela Ordem dos Médicos. É Doutorado em Medicina na Especialidade de MFR pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa. É, desde 2020, Diretor Clínico do Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central. É Professor Associado Convidado na NOVA Medical School, onde leciona História da Medicina, Introdução à Medicina, Introdução à Prática Clínica, Medicina Desportiva, Especialidades Médicas e Cirúrgicas e Dor. Entre outras funções, foi Consultor de MFR da Unidade de Missão para os Cuidados Continuados Integrados e membro do Grupo de Trabalho para a elaboração dos itinerários clínicos do acidente vascular cerebral da Direção-Geral da Saúde. É autor de diversos livros, capítulos e artigos científicos.
João Luís da Costa Rito Dias Martins é licenciado em Gestão Financeira pelo IESF – Instituto Estudos Superiores Financeiros e Fiscais. Possui um Mestrado em Estratégia e Desenvolvimento Empresarial pelo ISCTE – Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa. É pós-graduado em Direito e Prática da Contratação Pública pela Faculdade Direito da Universidade Católica Portuguesa e em Direito da Medicina pela Faculdade Direito da Universidade de Coimbra. Frequentou o PADE – Programa Alta Direção de Empresa da AESE Business School. Foi, até agora, Diretor da Direção de Acordos e Controlo Interno no Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social. Antes, foi Inspetor do quadro técnico superior da Inspeção-Geral de Finanças e Vogal Executivo do Conselho de Administração da Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, com os pelouros Financeiro, Auditoria Interna, Apoio Geral e Unidade de Gestão de Fraude e Exploração de Informação.
Paulo Jorge Espiga Alexandre é licenciado em Geografia e Planeamento Regional pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e Diplomado em Administração Hospitalar pela Escola Nacional de Saúde Pública. Frequentou o PADIS – Programa de Alta Direção de Instituições de Saúde e o XVII MBA – Master Business Administration, ambos na AESE Business School. É, desde fevereiro de 2019, Vogal do Conselho de Administração do Centro Hospitalar e Universitário de Lisboa Central. Anteriormente desempenhou funções como Administrador Hospitalar no Hospital Garcia de Orta e como Vogal no Conselho Diretivo do INEM – Instituto Nacional de Emergência Médica. Foi Presidente do Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano. Foi Chefe do Gabinete da Secretária de Estado da Saúde no XXI Governo Constitucional.
Maria José Martins da Costa Dias possui o curso de Enfermagem Geral pela Escola Técnica de Enfermeiras do Instituto Português de Oncologia de Francisco Gentil e o curso de Especialização em Enfermagem de Saúde Infantil e Pediátrica da Escola de Enfermagem Pós-Básica de Lisboa. É pós-graduada em Gestão de Unidades de Saúde pela Faculdade de Ciências Económicas e Empresariais da Universidade Católica Portuguesa. Possui um Doutoramento em Enfermagem pelo Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Católica Portuguesa, na área de especialização em Gestão de Unidades de Saúde e Serviços de Enfermagem, na vertente da Segurança do Doente. É Membro efetivo da Ordem dos Enfermeiros. É, desde fevereiro de 2019, Enfermeira Diretora do Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central. Antes desempenhou o mesmo cargo noutras unidades de saúde. É Membro do Conselho Geral da Escola Superior de Enfermagem de Lisboa, desde 2021. Colabora com diversas escolas como Professora Convidada. Foi distinguida em 2015 com o Prémio de Investigação em Enfermagem Mariana Diniz de Sousa 2014, atribuído pela Secção Regional do Sul da Ordem dos Enfermeiros.
Participação portuguesa na Cimeira Global de Segurança do Doente com presença da DGS
No âmbito da 5th Global Ministerial Summit on Patient Safety “Less Harm, Better Care – from Resolution to Implementation”, que decorreu a 23 e 24 de fevereiro de 2023, em Montreux, Suíça, a Direção-Geral da Saúde (DGS) integrou a delegação portuguesa constituída pela Secretária de Estado da Promoção da Saúde, Margarida Tavares, pela Chefe de Divisão de Planeamento e Melhoria da Qualidade da DGS, Carla Pereira e pela representante da Equipa Nacional de Segurança do Doente da DGS, Natália Pereira. A representação de Portugal nesta Cimeira foi complementada com a participação da Presidente de uma das Comissões da Qualidade e Segurança (CQS), Lina Toro.
Com objetivo de abordar medidas que visam reforçar a segurança do doente, a Cimeira organizada pela Confederação Suíça contou com a presença de 80 países e 600 participantes.
O primeiro dia de trabalho incluiu sessões técnicas sobre a implementação da ciência – da teoria à prática e principais desafios, a utilização da ciência comportamental para melhorar a segurança do doente, a sustentabilidade nos programas de segurança do doente, o impacto da COVID-19, ou a necessidade de reforçar a segurança do doente nas pessoas com doenças/condições mentais, entre outros temas abordados.
No segundo dia, o Presidente da Confederação Suíça, Alain Berset, e o Diretor-Geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus, destacaram a importância da necessidade de adaptar em cada país o Plano Global da Segurança do Doente da Organização Mundial da Saúde – “Adapt to adopt” -, bem como para a necessidade de passar de um pensamento global para intervir a nível local – “Think global, act local” -.
A Cimeira culminou com as intervenções dos ministros e representantes das delegações internacionais, da qual se destaca a intervenção de Portugal, através da Secretária de Estado da Promoção da Saúde, Margarida Tavares. Vem a mesma realçar o facto de Portugal ter enquadramento legal e documento técnico subjacente ao Plano Nacional para a Segurança dos Doentes, a inclusão de novos contextos nomeadamente, o domicílio e a telessaúde, a existência de um sistema nacional de notificação e gestão de incidentes – NOTIFICA – Segurança do Doente. Portugal reafirmou a sua cooperação no reforço da segurança global do doente, subscrevendo a Montreux Charter on Patient Safety – “Less Harm, Better Care – from Resolution to Implementation”.
Laboratório de Análises de Dopagem do Instituto Ricardo Jorge participa em workshop internacional
07-03-2023
O Laboratório de Análises de Dopagem (LAD) do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) participou, entre 27 de fevereiro a 3 de março, no Workshop Manfred Donike, organizado pelo Laboratório de Análises de Dopagem de Colónia (Alemanha). A representação do LAD foi assegurada por Sara Costa, técnica na área da bioquímica e especialista em Eritropoetina (EPO), que apresentou uma comunicação em formato de poster intitulada “Long-term stability study of Erythropoietin (EPO) and Erythropoietin Receptor Agonists (ERAs) detection on Dried Blood Spots (DBS) and comparison of different absorbent sample supports”.
No trabalho apresentado pelo LAD foram testados diversos suportes de DBS, tendo sido possível demonstrar a aplicabilidade desta metodologia à análise dos compostos pertencentes à classe de substâncias proibidas – EPO e Agonistas do Recetor da Eritropoietina (ERAs). Foi igualmente demonstrada a elevada estabilidade das amostras recolhidas nestes suportes, o que reforça a utilidade desta metodologia como uma matriz complementar às tradicionalmente utilizadas em análises de dopagem.
Organizado pelo Laboratório de Análises de Dopagem de Colónia, o Workshop Manfred Donike decorre anualmente com o objetivo de apresentar as novas metodologias e estratégias desenvolvidas e utilizadas pelos profissionais da área, permitindo igualmente a troca de experiências entre os especialistas dos diversos laboratórios acreditados pela Agência Mundial de Antidopagem. Os tópicos apresentados, que vão desde estratégias analíticas de deteção de substâncias dopantes a investigações de adulterações de medicamentos, representam os mais recentes avanços no campo da investigação, muitos deles financiados através de Grants, Micro-Grants ou Working Groups.
Manfred Donike foi um especialista alemão em bioquímica e em análise antidopagem com um papel fundamental no incentivo às análises de dopagem no desporto, tendo criado um dos primeiros laboratórios para investigação antidopagem no desporto, na antecâmara dos Jogos Olímpicos de Munique em 1972. Além disso, Donike e um grupo de técnicos do Instituto de Bioquímica da Universidade Desportiva Alemã de Colónia administraram testes nos Jogos Pan-americanos de 1983 através da utilização de um laboratório portátil, identificando 19 positivos, não incluindo os múltiplos atletas que retiraram a candidatura aos Jogos, a fim de evitar a testagem.