CHUC realiza primeira intervenção percutânea eletrocirúrgica no país

A Unidade de Intervenção Cardiovascular do Serviço de Cardiologia do Centro Hospitalar Universitário de Coimbra (CHUC) realizou, recentemente, a primeira intervenção percutânea eletrocirúrgica em Portugal, ao folheto anterior da válvula mitral, após implantação de prótese percutânea mitral, a qual impedia a normal circulação do sangue do ventrículo esquerdo para a aorta.

A intervenção foi realizada a um doente de 75 anos e decorreu com sucesso, o que convergiu para a melhoria das queixas de cansaço extremo, a redução do risco de internamento hospitalar e, consequentemente, a melhoria da qualidade de vida do doente.

A eletrocirurgia cardíaca percutânea é uma técnica pouco invasiva que permite o corte de tecidos ou estruturas, através da utilização de guias/cateteres e corrente elétrica. Tradicionalmente, as opções de correção de estruturas cardíacas estavam limitadas à utilização de cirurgia cardíaca, de forma invasiva.

A eletrocirurgia tem vido a ser utilizada para evitar a obstrução coronária após implantação de válvula aórtica percutânea ou para evitar a obstrução da câmara de saída do ventrículo esquerdo, após implantação de válvula percutânea em posição mitral.

O potencial da eletrocirurgia percutânea está a estender-se, possibilitando também o tratamento da hipertrofia ventricular esquerda obstrutiva e a remoção de implantes/clips previamente utilizados em intervenções às válvulas cardíacas.

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CHUC – https://www.chuc.min-saude.pt/

CHUC participa em projeto destinado a crianças de famílias vulneráveis

O Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) está a participar no projeto europeu «Let’s Talk About Children» («Vamos falar sobre crianças») que junta onze instituições de nove países.

Coordenado, em Portugal, pela Universidade de Coimbra (UC) o objetivo deste projeto é permitir que os profissionais «possam adquirir novas competências para trabalhar com as famílias em prol do bem-estar das crianças» que vivem em «contextos familiares vulneráveis, como, por exemplo, famílias em que há casos de doença mental, carências económicas ou dificuldades na integração social».

O «Let’s Talk About Children» será implementado em escolas do primeiro e do segundo ciclos da região de Coimbra e em serviços de psiquiatria e saúde mental para crianças e adultos a nível nacional.

Coordenado pela Universidade de Turku, na Finlândia, o projeto foi financiado pela Comissão Europeia com cerca de três milhões de euros no âmbito do programa EU4Health, que apoia projetos que respondem a desafios na área da saúde.

Durante a primeira etapa de implementação do projeto, serão auscultadas as entidades que prestam apoio a famílias em situações de vulnerabilidade, como escolas, autarquias, serviços de saúde e associações. O objetivo é «identificar e avaliar as respostas existentes, bem como as suas limitações e dificuldades», refere Joaquim Cerejeira, docente da Faculdade de Medicina da UC, especialista em psiquiatria e coordenador do projeto em Portugal.

Depois, terá início a capacitação dos profissionais que lidam com as famílias e com as crianças nos contextos educativo e da saúde.
Este treino levará os profissionais a adquirirem metodologias que os levem a «reconhecer precocemente famílias em situação de vulnerabilidade e, através de intervenções multidisciplinares, promover as competências parentais, o desenvolvimento psicossocial das crianças e a saúde mental de toda a família», acrescentou o responsável.

O trabalho de auscultação já se encontra em curso, estando prevista a fase de capacitação dos profissionais de saúde para o mês de junho. A apresentação pública do projeto acontecerá no início desse mês, na UC, durante o simpósio «Vamos falar sobre crianças».

O projeto estará em curso até 2025, envolvendo instituições de Portugal, Finlândia, Chéquia, Bélgica, Itália, Estónia, Grécia, Polónia e Roménia.

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Reunião colaborativa junta Direção-Geral da Saúde e Ordem dos Médicos

A Direção-Geral da Saúde (DGS), através do Programa Nacional de Prevenção da Violência no Ciclo de Vida (PNPVCV), e a Ordem dos Médicos (OM) estão a colaborar na área da prevenção da violência no setor da saúde.

Neste âmbito, a primeira reunião colaborativa da DGS com a OM teve como objetivo apoiar o trabalho que foi apresentado pela delegação portuguesa da OM na Jornada Europeia realizada a 9 de março, em Madrid, a propósito do Dia Europeu de Sensibilização para a Violência contra Médicos e outros Profissionais de Saúde, que se assinalou a 12 de março.

As duas instituições, DGS e OM, encontram-se em sintonia e alinhadas quanto à importância da prevenção e atuação em situações de violência, tanto a nível nacional como europeu e pretendem continuar a aprofundar esta cooperação na disseminação de boas práticas, na área da literacia, formação, vigilância, circuitos de prevenção e apoio a vítimas e cooperação interinstitucional.

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Hospital de Évora em articulação com Cuidados de Saúde Primários

A partir do dia 20 de março, os utentes da cidade de Évora que se dirijam ao Serviço de Urgência do Hospital de Espírito Santo de Évora (HESE), e que após a triagem lhes seja atribuída cor azul (não urgentes) ou verde (pouco urgentes), podem optar por uma consulta na sua unidade de saúde familiar.

De acordo com o HESE, a consulta é agendada de imediato diretamente pelo hospital, bastando ao utente dirigir-se ao seu centro de saúde, com a documentação que lhe será entregue, ficando isentos do pagamento da taxa moderadora no serviço de urgência. Desta forma, e se for essa a sua opção, o utente assegura, num curto espaço de tempo, um atendimento adequado e personalizado na sua unidade de saúde, evitando tempos de espera no serviço de urgência do hospital.

O comunicado refere, ainda, que a Administração Regional de Saúde do Alentejo, o Agrupamento de Centros de Saúde do Alentejo Central e o HESE irão implementar este modelo de referenciação em articulação, o primeiro a decorrer no Sul do país.

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O combate ao cancro é uma das prioridades da agenda da política de saúde a nível europeu

A Secretária de Estado da Promoção da Saúde, Margarida Tavares, no dia 9 de março, dirigiu uma mensagem de boas-vindas aos participantes do 10.º Congresso Europeu de Oncologia da Cabeça e Pescoço, que se realizou em Lisboa.

A governante afirmou que “a literacia em saúde ao longo de todo o ciclo de vida das pessoas é uma das grandes prioridades” do Governo, renovando o compromisso com “o reforço do diagnóstico precoce e das campanhas em favor de estilos de vida saudáveis e de redução dos principais fatores de risco.

Margarida Tavares deixou ainda um apelo para que as sociedades europeias não deixem de promover o princípio da Saúde em Todas as Políticas. “O apoio social e os cuidados de saúde devem andar de mãos dadas”, disse a governante, apelando um esforço comum para que “a promoção da saúde e a prevenção da doença sejam uma constante no quotidiano das pessoas e das comunidades”, disse.

Nesse sentido, a secretária de Estado disse que é necessário continuar a “construir sistemas de saúde fortes, capazes de enfrentar as desigualdades, e que garantam cobertura universal e acesso à inovação em saúde”, referindo depois a Estratégia Nacional de Luta contra o Cancro 2021-2030 como exemplo do alinhamento com os objetivos europeus, em termos de prevenção e mitigação dos impactos sociais, económicos e pessoais que a doença oncológica tem nas sociedades.

Margarida Tavares: “A prevenção da doença é uma forma de combate às desigualdades sociais”

“Rastrear, prevenir, tratar melhor e dar mais qualidade de vida às pessoas que vivem com hemocromatose têm de ser metas do país”, disse Margarida Tavares, no dia 13 de março, no encontro comemorativo do 20.º Aniversário da Associação Portuguesa de Hemocromatose, no Porto.

A Secretária de Estado da Promoção da Saúde relembrou o Governo está “firmemente” empenhado na “criação de incentivos e na disponibilização de meios para a prevenção da doença e para a promoção da saúde”, ambição que, segundo a governante, “naturalmente inclui a hemocromatose”.

Margarida Tavares abordou ainda os determinantes sociais da saúde e os custos associados ao diagnóstico e tratamento da doença, salientando o papel da prevenção no combate às desigualdades sociais. “Sempre que prevenimos a doença estamos não só a promover a Saúde, mas sobretudo a combater ativamente as desigualdades sociais”, disse a governante.

A hemocromatose é uma doença hereditária caracterizada por uma absorção exagerada de ferro. O ferro é ingerido normalmente através da alimentação e é absorvido pelo intestino. Quando os depósitos de ferro no organismo estão adequados, a absorção do ferro pelo intestino diminui por forma a evitar a sua acumulação.

A hemocromatose é a doença hereditária mais frequente na população de origem europeia (nórdicos ou celtas), estimando-se que 5 a 10 por cada mil pessoas seja portadora do gene da hemocromatose. Resulta da herança de duas cópias de um gene (gene mutante HFE). Se não diagnosticada e tratada precocemente, o excesso de ferro e os depósitos de ferro poderão causar no fígado a cirrose e o cancro, no coração a insuficiência cardíaca, no pâncreas a diabetes, nas articulações a artrite e, na hipófise a impotência sexual.

Profissionalismo das equipas permite ambicionar novas metas para a Hospitalização Domiciliária e tratar em casa 30 mil pessoas por ano

“Os profissionais no terreno são os verdadeiros embaixadores da Hospitalização Domiciliária”, disse Ricardo Mestre, na sessão de encerramento do 3.º Encontro de Hospitalização Domiciliária, dia 10 de março, no Centro Hospitalar Universitário de Coimbra (CHUC).

Nas palavras do Secretário de Estado da Saúde, o profissionalismo das equipas permite “ambicionar novos objetivos e novas metas para a Hospitalização Domiciliária em Portugal”. Neste sentido, o governante endereçou palavras de reconhecimento às equipas “pelo empenho diário na partilha de experiências e procura de soluções para melhorar as respostas” do Serviço Nacional de Saúde.

Ricardo Mestre salientou que “a estratégia de desenvolvimento do SNS abrange a valorização dos programas de Hospitalização Domiciliária”, reforçando que “esta é uma resposta forte da política de saúde do Governo”, que resulta do reforço do investimento em Saúde que “tem necessariamente de refletir-se na qualidade de vida das pessoas”, disse.

O Ministério da Saúde anunciou que até 2026 pretende triplicar a capacidade atual do programa de HD, com o objetivo de tratar em casa 1.000 pessoas em cada momento e, assim, tratar cerca de 30 mil pessoas por ano. O alargamento do programa a todos os doentes em que seja possível o tratamento domiciliário “é uma grande vantagem para as pessoas”, nomeadamente ao nível do conforto, proximidade com a família e redução de risco de infeção hospitalar.

Quase 9.000 doentes receberam em 2022 cuidados hospitalares em casa, totalizando 87.747 dias de internamento, revelam dados do Ministério da Saúde, que apontam um aumento de 68,3% das admissões diretas de utentes para hospitalização domiciliária face a 2021.