Relatório de situação sobre diversidade genética do novo coronavírus SARS-CoV-2 em Portugal – 02-05-2023 – INSA
02-05-2023
O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), através do Núcleo de Genómica e Bioinformática do seu Departamento de Doenças Infeciosas, disponibiliza o mais recente relatório de situação sobre a diversidade genética do SARS-CoV-2 em Portugal. Até à data, foram analisadas 46.589 sequências do genoma do novo coronavírus, obtidas de amostras colhidas em mais de 100 laboratórios, hospitais e instituições, representando 307 concelhos de Portugal.
Segundo o relatório do INSA, a linhagem BA.5 da variante Omicron (incluindo as suas múltiplas sublinhagens) foi dominante em Portugal entre a semana 19 de 2022 (9 a 15 de maio) e a semana 7 de 2023 (13 a 19 de fevereiro), sendo que, a partir da semana 44 de 2022 (31 de outubro a 6 de novembro), a sua intensa circulação foi devida sobretudo à sublinhagem BQ.1 (e suas descendentes, em particular a BQ.1.1). Desde a semana 52 (26 de dezembro de 2022 a 1 de janeiro de 2023) a linhagem BA.5 tem vindo a apresentar um decréscimo contínuo na sua frequência relativa, atingindo os 7,7% entre as semanas 15 e 16 de 2023 (10 a 23 de abril), de acordo com a mais recente amostragem aleatória por sequenciação.
Por outro lado, a linhagem BA.2 da variante Omicron, dominante em Portugal entre as semanas 8 (21 a 27 de fevereiro) e 19 (9 a 15 de maio) de 2022, manteve uma frequência relativa residual durante o período de dominância da linhagem BA.5. Registou um aumento de frequência entre as semanas 51 de 2022 (19 a 25 de dezembro) e 3 de 2023 (16 a 22 de janeiro), sobretudo devido à circulação da linhagem CH.1.1 (e suas sublinhagens), tendo desde esse período vindo a decrescer, registando 4,5% entre as semanas 15 e 16 de 2023.
Desde a semana 1 de 2023, destaca-se o marcado aumento de circulação da sublinhagem recombinante XBB (e suas descendentes), a qual se tornou dominante em Portugal na semana 10 (6 a 12 de março). Na última amostragem, registou uma frequência relativa de 86,6% (semanas 15 e 16), maioritariamente devido às suas sublinhagens XBB.1.5 e XBB.1.9 (e suas descendentes).
As sublinhagens que atualmente apresentam maior frequência relativa em Portugal (XBB e suas descendentes) apresentam constelações de mutações potencialmente associadas à resistência a anticorpos neutralizantes. Assim, a sua maior transmissibilidade poderá dever-se a uma maior capacidade de evasão ao sistema imunitário.
Desde abril de 2020, o INSA tem vindo a desenvolver o “Estudo da diversidade genética do novo coronavírus SARS-CoV-2 (COVID-19) em Portugal”, com o objetivo principal de determinar os perfis mutacionais do SARS-CoV-2 para identificação e monitorização de cadeias de transmissão do novo coronavírus, bem como identificação de novas introduções do vírus em Portugal. Atualmente, esta monitorização contínua assenta em amostragens semanais de amplitude nacional. Os resultados deste trabalho podem ser consultados aqui.
Relatório n.º 20 da Resposta Sazonal em Saúde – Vigilância e Monitorização (17.04.2023 a 23.04.2023) – INSA
02-05-2023
A Direção-Geral da Saúde (DGS) divulgou o Relatório n.º 20 – Resposta Sazonal em Saúde – Vigilância e Monitorização, que incide sobre a evolução das infeções respiratórias agudas e os potenciais efeitos do frio na saúde da população. O documento integra informação de várias fontes e organismos além da DGS, como resultado de uma articulação intersetorial, nos quais se inclui o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).
Os pontos do resumo desta semana são:
SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA
- Na semana em análise (semana 16 de 2023), observou-se uma diminuição das temperaturas do ar, nomeadamente das temperaturas máximas e mínimas, ainda que acima do esperado para esta época do ano;
- As coberturas vacinais contra a COVID-19 e contra a Gripe são elevadas. A cobertura vacinal contra a gripe (75%) alcançou o valor recomendado pelo ECDC e OMS para as pessoas com 65 ou mais anos;
- Não foram detetados casos positivos para o vírus da gripe no âmbito do Programa Nacional de Vigilância da Gripe. Desde o início da época, verificou-se um predomínio do subtipo A(H3) (78,1%), acompanhado de um aumento da proporção de casos do tipo B, correspondente a 9,4% dos casos;
- Na região europeia, na semana 15 de 2023, a atividade gripal diminuiu para 10% (15% na semana anterior). Foram detetados os tipos A e B, com predomínio do tipo B nos sistemas de vigilância sentinela e não-sentinela;
- A notificação de casos de infeção por SARS-CoV-2 manteve uma tendência estável. A sub-linhagem XBB tornou-se dominante na semana 10 de 2023 e tem vindo a aumentar, registando uma frequência relativa de 82,6%. Esta sub-linhagem tem uma maior capacidade na evasão ao sistema imunitário;
- Relativamente à infeção por SARS-CoV-2/COVID-19, a nível mundial, durante os últimos 28 dias (20/03 a 16/04/2023), o número de novos casos e de novos óbitos diminuiu (-27% e -32%, respetivamente), em comparação com os 28 dias anteriores. Globalmente, na semana 13/2023, a prevalência de XBB.1.5 foi de 50,8%, um aumento face à semana 09 de 2023 (46,2%);
- O número de consultas médicas nos Cuidados de Saúde Primários do Serviço Nacional de Saúde aumentou face à semana anterior. A proporção de consultas por síndrome gripal e a proporção de consultas por infeções respiratórias agudas diminuíram;
- A procura geral do SNS24 e do INEM aumentou;
- As proporções de episódios de urgência hospitalar por síndrome gripal e por infeção respiratória diminuíram. Os episódios reportados por síndrome gripal corresponderam sobretudo a adultos. A proporção de episódios por síndrome gripal com destino internamento diminuiu;
- Em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI), a ocupação de camas dedicadas a COVID-19 aumentou e a proporção de casos com gripe manteve-se em 0,0%;
- O número de internamentos em enfermaria por Vírus Sincicial Respiratório em crianças com menos de 2 anos de idade manteve uma baixa incidência;
- A mortalidade geral esteve de acordo com o esperado ao nível nacional. A mortalidade específica por COVID-19 apresentou uma tendência estável, abaixo do limiar definido pelo ECDC;
RECOMENDAÇÕES
- A análise semanal sustenta a manutenção da vacinação contra a COVID-19;
- Reforça-se a necessidade de utilização do SNS24 como primeiro ponto de contacto com o sistema de saúde.
MONITORIZAÇÃO SOBRE TEMPOS DE ESPERA NO SNS NO 2.º SEMESTRE DE 2022
02/05/2023
A Entidade Reguladora da Saúde (ERS) realizou uma nova informação de monitorização sobre os tempos de espera no Serviço Nacional de Saúde (SNS), relativos ao segundo semestre de 2022. As principais conclusões relativas à evolução dos tempos de espera são as seguintes:
- No segundo semestre de 2022 foram realizadas 605.035 primeiras consultas de especialidade hospitalar a pedido dos Cuidados de Saúde Primários (CSP) – não incluindo consultas de cardiologia, nem consultas com suspeita ou confirmação de doença oncológica – o que corresponde a um aumento de 13% face a 2021;
- relativamente às consultas, cumpre salientar que, por constrangimentos decorrentes dos sistemas informáticos hospitalares, apenas foram analisadas as primeiras consultas hospitalares agendadas e realizadas a pedido dos CSP, não sendo consideradas as consultas decorrentes de pedidos internos do hospital ou pedidos externos de outros hospitais, pelo que a monitorização incide, em média, sobre cerca de 43% das consultas realizadas nos hospitais do SNS;
- o Tempo máximo de resposta garantido (TMRG) definido na lei foi ultrapassado em cerca de 43% das consultas realizadas nessas especialidades, o que corresponde a um aumento de 15,8 p.p. na percentagem de incumprimento face a 2021;
- a 31 de dezembro de 2022 havia 581.909 utentes em espera para primeira consulta, 47% dos quais com tempo de espera superior ao TMRG;
- Foram realizadas 254.205 cirurgias programadas nos hospitais do SNS – não incluindo as cirurgias de cardiologia, nem as da área oncológica –, o que corresponde a um aumento de 4% face ao segundo semestre de 2021;
- Apesar de haver uma diminuição de 3 p.p. na percentagem de incumprimento face ao segundo semestre de 2021, cerca de 11% dos utentes submetidos as cirurgias dessas especialidades foram sujeitos a tempos de espera superiores ao limite estabelecido na lei;
- A 31 de dezembro de 2022 havia 189.358 utentes em Lista de inscritos para cirurgia (LIC) programada de outras especialidades (excluídas Oncologia e Cardiologia), 23% dos quais com espera superior ao TMRG;
- No segundo semestre de 2022, foram realizadas 9.301 primeiras consultas com suspeita ou confirmação de doença oncológica nos hospitais do SNS, o que corresponde a um aumento de 14%, face ao segundo semestre de 2021;
- o TMRG definido para atendimento foi ultrapassado em cerca de 46% realizadas;
- no final do segundo semestre de 2022, 1.258 utentes aguardavam primeira consulta com suspeita ou confirmação de doença oncológica, tendo sido ultrapassado o TMRG para 70% dos utentes em espera, correspondendo esta percentagem de incumprimento à mais elevada desde o início da monitorização pela ERS;
- Foram realizadas 29.540 cirurgias programadas na área de oncologia – o que corresponde a aumento de 3% em relação ao segundo semestre de 2021;
- apesar da diminuição da percentagem de incumprimento de 4,2 p.p. face ao segundo semestre de 2021, cerca de 22% dos utentes operados na área da oncologia no segundo semestre de 2022 foram atendidos com tempos de espera superiores ao estabelecido na lei;
- a 31 de dezembro de 2022, 6.923 utentes aguardavam cirurgia na área de oncologia, 24% com espera superior ao limite legal;
- No segundo semestre de 2022, foram realizadas 19.587 primeiras consultas de cardiologia, nos hospitais do SNS, o que corresponde a um aumento de 12% face ao segundo semestre de 2021;
- o TMRG definido para atendimento foi ultrapassado em cerca de 89% das consultas de cardiologia realizadas;
- no final do segundo semestre de 2022, 15.406 utentes aguardavam primeira consulta de cardiologia, 85% com espera superior ao TMRG, correspondendo esta percentagem de incumprimento à mais elevada desde o início da monitorização pela ERS;
- Foram realizadas 4.093 cirurgias programadas no âmbito de doença cardíaca – o que corresponde a uma diminuição de 1% face ao segundo semestre de 2021.
- do total de utentes submetidos a cirurgias cardíacas, 28% foram atendidos com espera superior ao TMRG respetivo, o que representa um aumento da percentagem de incumprimento de 3,9 p.p. comparativamente com o segundo semestre de 2021;
- a 31 de dezembro de 2022, 2.880 utentes aguardavam cirurgia cardíaca, 51% em espera por tempo superior ao TMRG;
Adicionalmente, foi possível apurar que se mantêm os constrangimentos de registo e de funcionamento dos sistemas de informação dos hospitais já identificados pela ERS, que deram origem à emissão da Recomendação publicada em 5 de Maio de 2022 e disponível em https://ers.pt/media/rrijuw4l/recomendacao_tmrg_maio2022.pdf .
Quanto aos cuidados de saúde prestados pelas unidades de cuidados de saúde primários, no segundo semestre de 2022 apuraram-se taxas de incumprimento dos TMRG entre 13,6% e 23,8% nas consultas no domicílio e entre 2,4% e 10,4% nos pedidos de renovação de medicação, não tendo sido possível monitorizar as taxas de incumprimento dos TMRG relativas a consultas por motivo não relacionado com doença aguda, por ausência dos registos necessários para permitir a respetiva monitorização.
A versão integral do documento está disponível aqui.
Informação mensal sobre Infeção Humana por virus Monkeypox – Nº 023 – DGS
Desde 3 de maio até 28 de abril de 2023, foram identificados 953 casos confirmados laboratorialmente para o vírus mpox, sem novos casos reportados desde a informação mensal anterior. Desde 16 de julho de 2022 a 20 de abril de 2023, foram vacinadas 3.454 pessoas (mais 376 em relação ao total do mês passado), a maioria em contexto de pré-exposição. A 24 de abril verificou-se a abertura de mais um local de vacinação preventiva contra a Mpox na região de saúde Centro – do ACES Dão Lafões.
A nível internacional o surto mantém-se como uma Emergência de Saúde Pública de Âmbito Internacional (PHEIC) declarada pelo Comité de Emergência do Regulamento Sanitário Internacional da OMS. A 24 de abril de 2024 foram reportados surtos ativos e casos esporádicos em 111 países, destacando-se surtos recentes no Japão, Coreia do Sul e China.
A 17 de abril de 2023, a WHO Europe alertou para o facto do vírus ainda estar a circular na Região Europeia, bem como para a possibilidade de reintroduções das áreas endêmicas ou dos países recentemente afetados. A WHO Europe recomenda que os indivíduos em maior risco continuem atentos e sejam vacinados com o esquema completo de duas doses, especialmente considerando os eventos de primavera e verão que estão agendados por toda a Europa.
A DGS continua a reforçar a relevância da Norma 006/2022 – atualizada a 27 de dezembro de 2022 na identificação de elegíveis para a vacinação pré-exposição, em especial no decurso desta Semana Europeia da Vacinação, reforçando, previamente à participação em festivais e eventos de massa na primavera/verão, a importância das duas doses como das medidas mais eficazes de proteção contra a infeção e a formas mais graves da doença.
A lista de locais de vacinação encontra-se disponível no site da DGS, assim como Perguntas Frequentes e acesso a diferentes materiais de divulgação sobre vacinação, podendo a versão impressa dos mesmos ser solicitada à DGS através do email comunicacao@dgs.min-saude.pt
Relatório n.º 20 da Resposta Sazonal em Saúde – Vigilância e Monitorização
A Direção-Geral da Saúde (DGS) publica hoje o Relatório n.º 20 da Resposta Sazonal em Saúde – Vigilância e Monitorização (17.04.2023 a 23.04.2023).
Os pontos do resumo desta semana são:
SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA
– Na semana em análise (semana 16 de 2023), observou-se uma diminuição das temperaturas do ar, nomeadamente das temperaturas máximas e mínimas, ainda que acima do esperado para esta época do ano.
– As coberturas vacinais contra a COVID-19 e contra a Gripe são elevadas. A cobertura vacinal contra a gripe (75%) alcançou o valor recomendado pelo ECDC e OMS para as pessoas com 65 ou mais anos.
– Não foram detetados casos positivos para o vírus da gripe no âmbito do Programa Nacional de Vigilância da Gripe. Desde o início da época, verificou-se um predomínio do subtipo A(H3) (78,1%), acompanhado de um aumento da proporção de casos do tipo B, correspondente a 9,4% dos casos.
– Na região europeia, na semana 15 de 2023, a atividade gripal diminuiu para 10% (15% na semana anterior). Foram detetados os tipos A e B, com predomínio do tipo B nos sistemas de vigilância sentinela e não-sentinela.
– A notificação de casos de infeção por SARS-CoV-2 manteve uma tendência estável. A sub-linhagem XBB tornou-se dominante na semana 10 de 2023 e tem vindo a aumentar, registando uma frequência relativa de 82,6%. Esta sub-linhagem tem uma maior capacidade na evasão ao sistema imunitário.
– Relativamente à infeção por SARS-CoV-2/COVID-19, a nível mundial, durante os últimos 28 dias (20/03 a 16/04/2023), o número de novos casos e de novos óbitos diminuiu (-27% e -32%, respetivamente), em comparação com os 28 dias anteriores. Globalmente, na semana 13/2023, a prevalência de XBB.1.5 foi de 50,8%, um aumento face à semana 09 de 2023 (46,2%).
– O número de consultas médicas nos Cuidados de Saúde Primários do Serviço Nacional de Saúde aumentou face à semana anterior. A proporção de consultas por síndrome gripal e a proporção de consultas por infeções respiratórias agudas diminuíram.
– A procura geral do SNS24 e do INEM aumentou.
– As proporções de episódios de urgência hospitalar por síndrome gripal e por infeção respiratória diminuíram. Os episódios reportados por síndrome gripal corresponderam sobretudo a adultos. A proporção de episódios por síndrome gripal com destino internamento diminuiu.
– Em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI), a ocupação de camas dedicadas a COVID-19 aumentou e a proporção de casos com gripe manteve-se em 0,0%.
– O número de internamentos em enfermaria por Vírus Sincicial Respiratório em crianças com menos de 2 anos de idade manteve uma baixa incidência.
– A mortalidade geral esteve de acordo com o esperado ao nível nacional. A mortalidade específica por COVID-19 apresentou uma tendência estável, abaixo do limiar definido pelo ECDC.
RECOMENDAÇÕES
– A análise semanal sustenta a manutenção da vacinação contra a COVID-19.
– Reforça-se a necessidade de utilização do SNS24 como primeiro ponto de contacto com o sistema de saúde.
Consulte o Relatório n.º 20 da Resposta Sazonal em Saúde – Vigilância e Monitorização (17.04.2023 a 23.04.2023) na íntegra aqui.
Investir na Saúde Ocupacional
Portugal tem de continuar a promover uma cultura de prevenção de acidentes e doenças ocupacionais
“A Saúde Ocupacional é fundamental para prevenir acidentes e doenças em contexto laborar, melhora a qualidade de vida dos trabalhadores e aumenta a produtividade das empresas”, disse Margarida Tavares no dia 28 de abril, em Lisboa.
A Secretária de Estado da Promoção da Saúde falava na apresentação pública do Sistema de Indicadores de Saúde Ocupacional (SIOC), iniciativa da Direção-Geral da Saúde (DGS), referindo a necessidade da implementação de “medidas adequadas de segurança e saúde e de consciencialização dos trabalhadores sobre os riscos associados às atividades laborais”.
Margarida Tavares sinalizou que “para além do cumprimento da legislação”, é necessário continuar a “promover uma cultura de prevenção de acidentes e doenças ocupacionais”, sendo “os dados de qualidade fundamentais concretizar este objetivo”, disse a governante.
O SIOC possibilita a produção e utilização de diversas informações validadas, contribuindo para a monitorização e avaliação da saúde ocupacional em Portugal.
“Um ambiente laboral seguro e saudável é um direito de qualquer trabalhador”, acrescentou Margarida Tavares, concluindo que “é uma condição essencial para trabalhadores mais saudáveis, mais motivados e mais produtivos”, para um país “mais próspero e mais desenvolvido”.
O Programa Nacional de Saúde Ocupacional da DGS, constituído há 14 anos, tem como objetivo promover a saúde e a segurança em ambiente laboral visa reduzir o número de doenças e acidentes relacionados com o trabalho e melhorar a qualidade de vida dos trabalhado.
O programa está baseado em três eixos, prevenção, vigilância e intervenção, e promove formação e capacitação de trabalhadores e empregadores e incentiva a participação dos trabalhadores na gestão da saúde e segurança no trabalho.
Fórum Saúde em Segurança
A prevenção da violência nas instituições de saúde obriga a agir nos determinantes socioeconómicos
“O bem-estar, a segurança e a proteção dos recursos humanos no Serviço Nacional de Saúde é uma prioridade”, disse Margarida Tavares, dia 28 de abril, em Lisboa, no encerramento do Fórum Saúde em Segurança.
A Secretária de Estado da Promoção da Saúde identificou a promoção da saúde como “um eixo estruturante para reforçar a segurança em contexto de cuidados de saúde”, destacando que o Plano de Ação para a Prevenção da Violência no Setor da Saúde “está alinhado” com os objetivos do Programa Nacional de Prevenção da Violência no Ciclo de Vida da Direção-Geral da Saúde.
Margarida Tavares reforçou “o empenho do Ministério na promoção de “ambientes seguros e saudáveis para utentes e profissionais de saúde”, sinalizando que o trabalho realizado pelo Gabinete de Segurança para a Prevenção e o Combate à Violência contra os Profissionais de Saúde permitiu realizar inúmeras ações de formação junto de profissionais do Serviço Nacional de Saúde (SNS), reforçar a visibilidade de forças de segurança nas instalações do SNS e desenvolver inúmeras campanhas e avaliação de risco em diveras instituições.
A governante considera que “só é possível enfrentar a violência em contexto de prestação de cuidados de saúde abordando a sua génese”, o que obriga “a atuar nos determinantes sociais, económicos e educacionais”, disse.
Ao mesmo tempo, a Secretária de Estado referiu que “temos de agir localmente”, tornando as unidades de saúde “locais acolhedores e confortáveis”, dotados das condições e recursos necessários. “É premente investir nas condições de acolhimento e na forma de comunicar com os utentes e famílias”, destacou.
O Fórum Saúde em Segurança, organizado pela PSP com o apoio do Gabinete de Segurança do Ministério da Saúde, foi realizado no Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho e assinalou o primeiro ano do Programa “Saúde em Segurança” da Polícia de Segurança Pública.
Na sua intervenção, Margarida Tavares reconheceu publicamente o trabalho colaborativo realizado no contexto da rede colaborativa entre as áreas governativas da Administração Interna, Justiça e Saúde. “Esta rede está orientada para um objetivo: prevenir a violência no setor da saúde”, referiu.
Os participantes abordaram o tema da violência no setor da saúde e salientaram a importância da abordagem intersectorial e o papel da sociedade em promover ambientes saudáveis, destacando a necessidade de ações conjuntas e multidisciplinares para garantir um ambiente seguro para os profissionais de saúde, para os utentes do SNS e para a sociedade em geral.
O Fórum contou ainda com a participação da Secretária de Estado da Administração Interna, Isabel Oneto, e do Diretor Nacional Adjunto da PSP, Constantino Ramos.
Aneurisma da aorta abdominal
CHTMAD usa nova técnica por via endovascular
A Unidade de Angiologia e Cirurgia Vascular do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD) realizou, pela primeira vez, no dia 3 de abril, uma intervenção por via endovascular a um aneurisma complexo da aorta abdominal, utilizando a técnica de Chimney.
De acordo com o CHTMAD, trata-se de uma técnica altamente diferenciada, cuja indicação terapêutica é direcionada para pacientes com situação clínica muito específica, constituindo um desafio pela sua complexidade, riscos e custos acrescidos.
Para Luís Machado, responsável por esta unidade, “esta diferenciação técnica permite alargar a oferta terapêutica aos nossos doentes e, também, aumentar a atratividade deste centro hospitalar na fixação de profissionais de saúde nesta região”.
O Aneurisma da Aorta é uma dilatação anormal da principal artéria do abdómen que, sendo progressiva, aumenta o risco de rotura e, consequentemente, o risco de morte. É um problema de saúde que afeta, sobretudo, homens com mais de 60 anos, fumadores.
Nestes casos, as soluções disponíveis de tratamento são: a Cirurgia Convencional e a Cirurgia Endovascular. Esta última, permite o tratamento de uma forma menos invasiva e é utilizada em doentes com maior risco cirúrgico.
No ano de 2022, o CHTMAD tratou, nas duas modalidades, cerca de 20 doentes com aneurismas da aorta abdominal.
O Conselho de Administração do CHTMAD, que integra os hospitais de Chaves e de Lamego, congratulou-se pela “melhoria alcançada na prestação de cuidados de saúde à população da região de Trás-os-Montes e Alto Douro”.
Para saber mais, consulte:
CHTMAD – https://www.chtmad.min-saude.pt/
DGS apresentou jogo “Exploradores da Saúde” em parceria com o projeto “Bola Mágica”
A Direção-Geral da Saúde (DGS), através da Divisão de Literacia, Saúde e Bem-Estar, no âmbito da parceria com a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) no projeto “Bola Mágica”, apresentou o novo jogo para crianças do 1.º ciclo “Exploradores da Saúde”, durante a inauguração da exposição “Literacia na Promoção da Saúde e Bem-Estar”, na Biblioteca Municipal José Saramago, no dia 28 de abril de 2023, em Avis.
O jogo foi criado em parceria com os Programas Nacionais e com as restantes Direções e Divisões da DGS e pretende promover a literacia em saúde de forma lúdica e divertida. Trata-se de um jogo de cartas que integra vários temas na área da saúde, como vacinação, saúde oral, prevenção e controlo de infeções, acidentes, saúde mental, alimentação saudável e atividade física.
O jogo estará disponível em breve em vários Agrupamentos de Escolas do país no âmbito deste projeto.
Instituto Ricardo Jorge no Porto organiza reunião da Parceria Europeia para Avaliação do Risco de Químicos
02-05-2023
O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) no Porto organizou, nos dias 18 e 19 de abril, uma reunião de investigadores da Parceria Europeia para Avaliação do Risco de Químicos (PARC), no âmbito da tarefa de Formação, liderada pelo Departamento de Saúde Ambiental do INSA Porto, através dos investigadores João Paulo Teixeira e Carla Trindade Costa. O encontro teve como objetivo discutir as necessidades de formação identificadas por investigadores de diferentes instituições europeias que participam na PARC.
A reunião, que decorreu no Centro de Saúde Pública Doutor Gonçalves Ferreira do INSA no Porto, visou ainda debater as diversas modalidades e estratégias de formação a implementar nos próximos anos do projeto, tendo contado com representantes de diferentes grupos de trabalho (WP) e instituições europeias envolvidas na PARC, nomeadamente do National Public Health Center (Hungria), National Institute of Public Health (Eslovénia), General Chemical State Laboratory (Grécia), Instituto de Salud Carlos III (Espanha), Universidade de Aveiro (Portugal) e University of Birmingham (Reino Unido).
Coordenada pela Agência Francesa de Alimentos (ANSES), a PARC irá apoiar a Estratégia para a Sustentabilidade dos Produtos Químicos e o Plano de ação da UE “Rumo à poluição zero no ar, na água e no solo” da Comissão Europeia e os seus resultados serão utilizados para o desenvolvimento de novas estratégias com vista à redução da exposição a substâncias químicas perigosas e do seu impacto na saúde e no ambiente, com evidentes ganhos em saúde pública.
Enquanto entidade colíder da PARC, o INSA é responsável pelo grupo de trabalho dedicado à comunicação, disseminação e sinergias (WP3), que tem como principal objetivo potenciar o impacto da PARC junto de grupos-alvo a nível nacional, europeu e internacional, através da divulgação dos resultados produzidos. Este grupo de trabalho visa ainda promover sinergias e colaborações com outras iniciativas científicas a nível nacional e internacional na área da avaliação de risco. Além do WP3, o INSA é ainda responsável por tarefas respeitantes a mais quatro grupos de trabalho da PARC.