O futuro da saúde com os enfermeiros
Secretário de Estado da Saúde participou na sessão de abertura da II Convenção Internacional dos Enfermeiros
O Secretário de Estado da Saúde participou no dia 10 de maio, na sessão de abertura da II Convenção Internacional dos Enfermeiros, uma iniciativa da Ordem dos Enfermeiros que este ano tem lugar na Figueira da Foz. Ricardo Mestre saudou o papel da Ordem e a realização do encontro, subordinado ao tema “O futuro é Saúde”, salientando que esta é uma discussão necessária no país e que os enfermeiros, o maior grupo profissional do SNS, têm um papel central na resposta à população.
Ricardo Mestre apresentou o investimento que está a ser feito no SNS, ao abrigo do Plano de Recuperação e Resiliência, em novas infraestruturas físicas e digitais, mas também na aquisição de mais de 800 viaturas elétricas, que vão permitir às equipas dos cuidados primários, nomeadamente de enfermeiros, uma maior resposta de proximidade.
Destacou ainda o aumento da resposta do SNS em 2022, com mais de 53 milhões de contactos com a população, e as perspetivas renovadas para este ano, com uma despesa orçamentada para 2023 de 14,5 mil milhões de euros, um reforço de 40% face ao período pré-pandémico. “Temos uma dimensão no SNS que não existe em mais nenhuma outra área, com oportunidades de melhoria que temos de identificar e reconhecer para conseguirmos acompanhar as exigências e expectativas da população”, afirmou.
Dirigindo-se aos enfermeiros, Ricardo Mestre reconheceu que são necessários mais profissionais, “não só porque é necessário continuar a reduzir desigualdades territoriais ou em áreas de intervenção, mas também porque as necessidades em saúde da população continuam a aumentar”. O governante reiterou igualmente a necessidade de investir em melhores condições de trabalho e o compromisso do Governo em prosseguir com a valorização das carreiras, patente no acordo que, no ano passado, permitiu repor a contagem de pontos e progressão salarial dos enfermeiros.
“Quero agradecer o vosso trabalho diário e reforçar a nossa disponibilidade para, em conjunto, construirmos um SNS cada vez mais apto a responder às necessidades e expectativas da população”, concluiu o Secretário de Estado da Saúde.
Geração sem Tabaco até 2040
Perguntas e Respostas sobre a Proposta de Lei do Governo
A proposta de Lei do Governo pretende transpor a diretiva europeia que equipara o tabaco aquecido a outros produtos do tabaco. O objetivo central é promover a saúde pública, diminuindo os estímulos ao consumo e contribuindo para uma geração livre de tabaco até 2040.
Porquê alterar a Lei agora?
Esta Proposta de Lei do Governo, que ainda será submetida à discussão na Assembleia da República, transpõe para o ordenamento jurídico português uma diretiva delegada europeia que equipara os produtos de tabaco aquecido ao tabaco convencional.
Qual o objetivo?
Atendendo ao consumo de novos produtos de tabaco pela população mais jovem, a proposta aumenta as restrições ao fumo e à venda de produtos de tabaco.
Sabemos hoje que cerca de dois terços das causas de morte nos fumadores são atribuíveis ao consumo do tabaco e, em média, um fumador vive menos 10 anos do que um não fumador. O tabaco é o único fator de risco comum a quatro das principais de doenças crónicas: cancro, doença respiratória crónica, diabetes e doenças cérebro-cardiovasculares. E estima-se ainda que, em 2019, tenham ocorrido, em Portugal, cerca de 13 500 óbitos atribuíveis ao tabaco.
O objetivo central é, portanto, diminuir os estímulos ao consumo e contribuir para uma geração livre de tabaco até 2040.
Quais são as principais mudanças?
Esta Proposta de Lei estabelece a proibição de venda de produtos de tabaco aquecido que tenham aromatizantes nos seus componentes. Além disso, as embalagens de tabaco aquecido passarão a apresentar advertências de saúde combinadas, com texto e fotografia, sendo assim equiparadas ao tabaco convencional.
Além disso, limita os locais de acesso público onde é possível fumar, diminui a exposição ao tabaco pela população mais jovem, através da limitação do acesso aos produtos do tabaco e aos cigarros eletrónico, e reduz a sua publicidade, promoção e patrocínio, para desincentivar a experimentação, o consumo e a dependência destes produtos.
Estas medidas são comuns ao resto da Europa?
As medidas propostas são inovadoras e antecipam políticas públicas europeias e internacionais neste domínio. No cumprimento do seu programa e comprometido com as políticas públicas europeias e internacionais neste domínio, o Governo propõe um conjunto de medidas essenciais e adequadas aos objetivos de proteger a população da exposição aos produtos do tabaco, convencional e não convencional, nomeadamente a agentes carcinogénicos.
Passa a ser proibido fumar ao ar livre?
Em alguns espaços, sim. De acordo com a Proposta de Lei do Governo, passa a ser proibido fumar ao ar livre dentro do perímetro de estabelecimentos de saúde, dos locais destinados a menores de 18 anos, dos estabelecimentos de ensino, incluindo o ensino superior e dos centros de formação profissional, bem como dos recintos desportivos, piscinas públicas e parques aquáticos.
Acabam os espaços para fumadores?
Não completamente. Esta Proposta de Lei institui a proibição da criação de novos espaços reservados a fumadores nos recintos onde já é proibido fumar nas áreas fechadas, excetuando-se os aeroportos, as estações ferroviárias, as estações rodoviárias de passageiros e as gares marítimas e fluviais. Os recintos que possuem estes espaços ao abrigo da portaria que produziu efeitos no início de 2023, nomeadamente os estabelecimentos de restauração e similares, poderão mantê-los até 2030.
Continua a ser possível fumar nas esplanadas de restaurantes e bares?A Proposta de Lei do Governo prevê a proibição de fumar nos restaurantes, bares e espaços de dança e similares, quer no interior, quer nas esplanadas ou pátios exteriores que estejam cobertos ou delimitados por paredes ou outro tipo de estruturas, fixas ou amovíveis, de pátios interiores, de terraços e de varandas, bem como junto de portas e janelas destes estabelecimentos.
O que acontece nos restaurantes e espaços de diversão que se adaptaram à Lei em vigor?
A partir de outubro de 2023, passa a ser proibido criar novos espaços reservados a fumadores nos recintos onde já é proibido fumar nas áreas fechadas, excetuando-se os aeroportos, as estações ferroviárias, as estações rodoviárias de passageiros e as gares marítimas e fluviais.
Os recintos que possuem estes espaços ao abrigo da portaria que produziu efeitos no início de 2023, nomeadamente os estabelecimentos de restauração e similares, poderão mantê-los até 2030.
A venda de tabaco continua a ser feita nos mesmo locais?
Também aqui haverá alterações. A Proposta de Lei procede à extensão da proibição da venda de tabaco à generalidade dos locais onde é proibido fumar, redefinindo-se igualmente os espaços onde é permitido a instalação de máquinas de venda automática, as quais devem localizar-se a mais de 300 metros de estabelecimentos de ensino. As alterações às proibições de venda de tabaco produzirão efeitos a partir de janeiro de 2025.
As máquinas de venda automática acabam em todo o lado?
As máquinas de venda automática passam a poder ser instaladas apenas em locais a mais de 300 metros de locais destinados a menores de 18 anos e de todos os estabelecimentos de ensino.
A venda automática é ainda possível em estabelecimentos especializados de comércio a retalho de tabaco e aeroportos, estações ferroviárias, rodoviárias de passageiros e gares marítimas e fluviais.
A proposta prevê um período transitório que permite aos operadores económicos adaptarem-se às alterações introduzidas, com efeitos a partir de janeiro de 2025.
Vai ser proibido fumar nos festivais de música?
A proposta prevê apenas a proibição da promoção e da venda de tabaco nestes recintos.
Haverá lugar a coimas?
As contraordenações são aquelas já previstas na legislação em vigor, somente sendo ajustadas em função das alterações propostas.
O que muda no imediato?
Por força do cumprimento das obrigações decorrentes do direito da União Europeia, a partir de 23 de outubro de 2023, passará a ser proibida a venda de produtos de tabaco aquecido que tenham componentes que alterem o odor ou o sabor destes produtos.
Além disso, as embalagens de tabaco aquecido passarão a ter a apresentar advertências de saúde combinadas, texto e fotografia, tal como no tabaco convencional.
Na mesma data, passará a ser proibido fumar ao ar livre dentro do perímetro de locais de acesso ao público em geral ou de uso coletivo.
Que passos se seguem?
A proposta de alteração à Lei do Tabaco (a quarta alteração à Lei n.º 37/2007, de 14 de agosto), depois de aprovada em Conselho de Ministros, será submetida pelo Governo à Assembleia da República, onde será discutida e votada.
Apresentação pública das recomendações para o consumo de pescado para a população portuguesa – INSA
11-05-2023
O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) acolhe, dia 16 de maio (14:30), no seu auditório em Lisboa, a sessão de apresentação pública das recomendações para o consumo de pescado para a população portuguesa. Estas recomendações têm por base a avaliação do risco-benefício associada ao consumo de pescado, considerando a exposição a mercúrio e a ingestão de ácidos gordos ómega-3 pela população.
Na ocasião serão apresentadas as conclusões do grupo de trabalho responsável pela elaboração destas recomendações, promovido pela Direção Geral da Alimentação e Veterinária (DGAV) e que integrou, além do INSA, a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), a Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto (FCNAUP), o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) e o Instituto Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP).
A definição das recomendações para a população portuguesa, caracterizada por um elevado consumo de pescado, com benefícios para a saúde, teve por base a frequência de consumo pela população, obtida através do inquérito nacional (IAN-AF), a recolha de dados relativos ao teor de mercúrio determinado em centenas de amostras colhidas e analisadas, no âmbito do controlo oficial e de diferentes estudos científicos, tendo estes dados sido integrados numa avaliação de Risco-Benefício associada ao consumo de pescado.
Os interessados em assistir à sessão pública de apresentação das conclusões deste estudo, que contará com representantes de todo o grupo de trabalho, poderão fazê-lo através da plataforma Zoom, bastando para tal aceder ao seguinte link. Para mais informações, consultar o programa do evento.