Relatório n.º 26 da Resposta Sazonal em Saúde – Vigilância e Monitorização (30.05.2023 a 04.06.2023) – INSA
14-06-2023
A Direção-Geral da Saúde (DGS) divulgou o Relatório n.º 26 – Resposta Sazonal em Saúde – Vigilância e Monitorização, relativo à semana 22/2023 (30 de maio a 4 de junho). O documento integra informação de várias fontes e organismos além da DGS, como resultado de uma articulação intersetorial, nos quais se inclui o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).
Os pontos do resumo desta semana são:
SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA
- Na semana em análise (semana 22 de 2023), observou-se um aumento da temperatura do ar. Prevê-se que a temperatura do ar aumente na semana seguinte à semana em análise, ligeiramente acima do esperado para esta época do ano. Foi reportado um risco elevado e muito elevado de exposição à radiação ultravioleta (UV), sobretudo no centro e sul do país;
- Não foram detetados casos positivos para o vírus da gripe no âmbito do Programa Nacional de Vigilância da Gripe. Desde o início da época, verificou-se um predomínio do subtipo A(H3) (77,9%), seguido do subtipo A(H1) (12,7%) e do tipo B (9,3%);
- A notificação de casos de infeção por SARS-CoV-2 apresentou uma tendência estável. A sublinhagem XBB tornou-se dominante na semana 10 de 2023 e a prevalência aumentou, registando uma frequência relativa de 95,6% nas semanas 21 e 22 de 2023;
- Relativamente à infeção por SARS-CoV-2/COVID-19, a nível mundial, durante os últimos 28 dias (01/05 a 28/05/2023), o número de novos casos e de novos óbitos diminuiu (-30% e -39%, respetivamente), em comparação com os 28 dias anteriores. Globalmente, a prevalência da XBB.1.5 tem diminuído, representando 34% na semana 19 de 2023 (49% na semana 15 de 2023); a XBB.1.16 continua a aumentar em prevalência, representando 16,3% das sequências na semana 19 de 2023 (8,8% na semana 15 de 2023);
- Face à semana anterior, o número de consultas médicas nos Cuidados de Saúde Primários do Serviço Nacional de Saúde diminuiu. A proporção de consultas por infeções respiratórias agudas diminuiu e a proporção de consultas por síndrome gripal estabilizou;
- A procura geral do SNS24 e do INEM diminuiu;
- Observou-se uma diminuição dos episódios de urgência hospitalar, acompanhado de uma diminuição da proporção de episódios de urgência hospitalar por infeção respiratória e de uma estabilização da proporção de episódios de urgência hospitalar por síndrome gripal;
- O número de internamentos em enfermaria por Vírus Sincicial Respiratório em crianças com menos de 2 anos de idade manteve uma baixa incidência;
- A mortalidade geral esteve de acordo com o esperado ao nível nacional.
RECOMENDAÇÕES
- A análise sustenta a adoção de medidas de proteção, incluindo evitar exposição ao sol entre as 11h e as 17h, aplicar protetor solar, utilizar óculos de sol com filtro UV, procurar locais à sombra e climatizados e utilizar roupas frescas que cubram o corpo. Mais informação pode ser consultada aqui;
- A análise semanal sustenta a manutenção da vacinação contra a COVID-19;
- Reforça-se a necessidade de utilização do SNS24 como primeiro ponto de contacto com o sistema de saúde.
IPST e SPMS lançam nova campanha de apelo à dádiva de sangue
IPST e SPMS lançam uma campanha de sensibilização à dádiva de sangue
O Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST) e a Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, EPE (SPMS) lançam uma campanha de sensibilização à dádiva de sangue, divulgada nas plataformas digitais, dirigida à população em geral e aos jovens em particular, sob o mote “1 Dádiva pode salvar até 3 vidas”.
A campanha é lançada a 14 de junho, no Dia Mundial do Dador de Sangue. Esta campanha de comunicação apresenta uma imagem apelativa e recorre a uma narrativa simples, acessível e fácil, com o intuito de reforçar o apelo à dádiva de sangue. Esta campanha, que terá diversas imagens e vídeos animados, será divulgada através de diferentes plataformas digitais, desde as redes sociais do SNS, websites do Portal SNS, SPMS e IPST, bem como as newsletters do IPST e do Portal SNS. O objetivo da campanha, que se prolonga durante as Jornadas Mundiais da Juventude, é chegar às gerações mais jovens e principalmente no cidadão capaz de dar sangue ou, não podendo, capaz de incentivar outros a dar.
Esta campanha desmistifica alguns mitos relacionados com os critérios de elegibilidade, por exemplo se a mulher grávida pode dar sangue ou se alguém que fez uma tatuagem está apto à dádiva, e, por outro lado, também informa sobre os locais de colheita existentes no país. O IPST e a SPMS têm colaborado ativamente na disseminação de informação aos cidadãos, ao longo dos últimos meses, nos canais digitais do Serviço Nacional de Saúde e agora, com esta campanha, pretende-se ir mais longe. “1 Dádiva pode salvar até 3 vidas” quer levar mais pessoas a agir, mostrando como um gesto simples e fácil pode fazer a diferença na vida, não de uma, mas de muitas pessoas, e como as reservas de sangue são fundamentais para o sistema de saúde.
Ministro da Saúde no EPSCO
Último conselho sob a presidência sueca do Conselho da UE teve lugar nos dias 12 e 13 de junho, no Luxemburgo
O Ministro da Saúde, Manuel Pizarro, participou esta terça-feira, 13 de junho, no segundo Conselho EPSCO de 2023, a reunião dos ministros europeus com as pastas do emprego, assuntos sociais, saúde e defesa do consumidor. O reforço das medidas de controlo da resistência antimicrobiana, a política europeia de dados em saúde ou o novo pacote legislativo para reforço do ecossistema farmacêutico foram alguns dos temas na ordem de trabalhos da reunião dedicada à saúde. Este foi o último EPSCO sob a presidência da Suécia, que no segundo semestre do ano passa a liderança do Conselho da União Europeia a Espanha. A delegação portuguesa incluiu, além do Ministro da Saúde, o presidente do Infarmed, Rui Santos Ivo, e a embaixadora Manuela Teixeira Pinto, representante permanente adjunta de Portugal na UE.
“Em Portugal, temos, desde 2013, um Programa Prioritário de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência aos Antimicrobianos e, desde 2019, um Plano Nacional de Combate à Resistência Antimicrobiana”, salientou Manuel Pizarro, vincando a nova meta definida a nível nacional: uma redução anual de 20% no consumo dos antibióticos que mais contribuem para as resistências antimicrobianas.
O Ministro da Saúde defendeu que a recomendação agora adotada pelo Conselho Europeu nesta área vai estimular um reforço da atenção dada a este dossiê pelos diferentes países, sendo um exemplo da necessidade de implementar a abordagem “Uma Só Saúde”, em que se pretende o reforço da cooperação entre as diferentes agências da União Europeia e as autoridades nacionais – nas áreas do Medicamento, Alimentar, Química, Ambiental e Prevenção e Controlo das Doenças – e intervenções intersectoriais, nomeadamente cruzando saúde, ambiente e agricultura.
“Precisamos de muito mais Europa e cooperação”
Já na ronda de intervenções sobre o novo pacote farmacêutico, ainda numa fase inicial do circuito legislativo na UE, o Ministro da Saúde apontou os princípios que devem pautar o caminho a seguir a nível europeu, nomeadamente o reforço da articulação entre academia, reguladores e sistemas de saúde na definição de tópicos de investigação, mais apoios à I&D e competitividade, mas também à disponibilidade de medicamentos essenciais, bem como incentivos à investigação direcionada às necessidades dos doentes.
Manuel Pizarro referiu ainda a necessidade de sistemas regulamentares mais ágeis, que tirem partido de novas ferramentas digitais, e também a vantagem de uma maior articulação entre o sistema europeu de autorização de novos medicamentos e os sistemas nacionais de avaliação, que garantem os processos de comparticipação e reembolso, promovendo-se um acesso às equitativo à inovação.
O Ministro da Saúde português deixou neste Conselho EPSCO um forte apelo à solidariedade e cooperação europeia, para garantir, a médio e longo prazo, a sustentabilidade do acesso ao medicamento, perante a aceleração da inovação e também da despesa nesta área.
“Precisamos de muito mais Europa e cooperação entre os Estados Membros, de outra forma não será possível aos países mais pequenos e com menor PIB continuar a assegurar o acesso à inovação”, afirmou Manuel Pizarro, manifestando o apoio de Portugal à proposta de revisão legislativa da Comissão Europeia. Sem o reforço do ecossistema farmacêutico, acrescentou o governante, “corremos o risco de agravar desigualdades e de não garantir a cobertura universal de acesso de que tanto nos orgulhamos no espaço europeu”.
Saiba mais sobre o pacote farmacêutico no Portal EPSCO [em inglês]
Curso Epidemiologia de campo – Investigação de surtos – INSA
14-06-2023
O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) promove, nos dias 22 e 23 de junho, nas suas instalações em Lisboa, a 9ª edição do curso “Epidemiologia de campo – Investigação de surtos”. Promovida pelos departamentos de Epidemiologia e de Doenças Infeciosas do INSA, a ação formativa tem como destinatários profissionais de saúde e todos aqueles com especial interesse na temática.
A formação possui uma forte componente prática com a simulação da investigação de um surto com a intervenção dos participantes, e permitirá também abordar breves conceitos em epidemiologia, medidas de frequência e de associação, assim como desenhos de estudo e os passos da investigação de um surto, entre outros temas. Os interessados em participar na primeira edição de 2023 deverão efetuar a sua inscrição através do seguinte formulário. Para mais informações, consultar a plataforma de e-Learning do INSA.
A investigação de surtos é fundamental para a implementação de medidas de controlo e prevenção, sendo que as ferramentas que permitem essa investigação de forma rápida e efetiva estão atualmente ao dispor de todos os níveis profissionais. Os formadores do curso “Epidemiologia de campo – Investigação de surtos” dispõe de formação específica em epidemiologia (treino EPIET/EUPHEM), à qual se adicionam vários anos de experiência em vigilância e investigação epidemiológica.
Fundado em 1899 pelo médico e humanista Ricardo Jorge, como braço laboratorial do sistema de saúde português, o INSA tem por missão contribuir para ganhos em saúde pública, para a definição de políticas de saúde e para o aumento da qualidade de vida da população. Dispõe de unidades operativas na sua sede em Lisboa, em centros no Porto (Centro de Saúde Pública Doutor Gonçalves Ferreira) e em Águas de Moura (Centro de Estudos de Vetores e Doenças Infeciosas Doutor Francisco Cambournac).