DGS atualiza Norma relativa à vacinação Mpox
A Direção-Geral da Saúde (DGS) publica hoje a atualização da Norma n.º 006/2022 da DGS relativa à Vacinação contra mpox.
Nesta Norma é dado acesso à vacinação pré-exposição por autoproposta, ou seja, pessoas que considerem preencher, pelo menos, um dos critérios de elegibilidade para vacinação pré-exposição, poderão agendar a vacinação através de contacto com um Ponto de Vacinação contra mpox.
Os grupos elegíveis para vacinação pré-exposição (pessoas com risco acrescido de mpox) mantêm-se:
1. Pessoas, com 18 ou mais anos de idade, nas seguintes situações:
• Homens que têm sexo com homens (HSH), com múltiplos parceiros sexuais;
• Diagnóstico de Infeção Sexualmente Transmissível (IST) recente (últimos 6 meses);
• História de práticas sexuais com uso de substâncias psicoativas (Chemsex);
• Pessoas envolvidas em sexo comercial;
• História de práticas sexuais em grupo;
• Funcionários e utilizadores de espaços onde se verifiquem práticas de sexo em grupo ou sexo anónimo;
• Pessoas com parceiros sexuais anónimos;
• Pessoas em programa PrEP (profilaxia pré-exposição para o VIH).
2. Profissionais de saúde com contacto direto e continuado com pessoas com infeção humana por vírus mpox ou profissionais envolvidos na colheita e processamento de produtos biológicos de casos de infeção humana por vírus mpox.
Relembra-se que a vacinação está recomendada em dois contextos: Vacinação pré-exposição, via intradérmica – pessoas com risco acrescido de mpox; Vacinação pós-exposição, via subcutânea – contactos de casos de mpox. Relembra-se ainda que a via de administração intradérmica não está indicada a pessoas com imunossupressão grave e grávidas.
Reforça-se a necessidade de ser cumprido o esquema recomendado de duas doses na vacinação pré-exposição, para garantir uma proteção mais robusta contra mpox.
As consultas das especialidades que atendem pessoas em maior risco de mpox continuam a ser determinantes para a divulgação e consciencialização sobre a vacinação pré-exposição, podendo recorrer ao preenchimento da declaração de elegibilidade, anexa a esta norma.
Consulte a Norma aqui.
Impacto do calor na Saúde – DGS
No Verão, com as temperaturas habitualmente elevadas, é importante compreender como é que o corpo humano responde ao calor, para a implementação de ações que protejam a saúde.
A Direção-Geral da Saúde, na campanha por um Verão Seguro 2023, apresenta uma infografia que explica em maior detalhe as duas principais vias de resposta do corpo humano ao calor:
– redistribuição do fluxo sanguíneo para transferir o calor dos músculos para a pele e, posteriormente, para o meio ambiente;
– produção de suor pela transpiração.
A infografia identifica, também, os principais grupos de risco, os quais se caracterizam por maior vulnerabilidade ao calor, bem como algumas curiosidades associadas a estes grupos.
São ainda salientadas as principais recomendações que devem ser colocadas em prática de modo a proteger a sua saúde nos períodos de maior calor:
– procure lugares frescos, arejados e com sombras ou locais com ar condicionado;
– beba água regularmente, mesmo se não tiver sede;
– evite o consumo de bebidas alcoólicas;
– opte por refeições leves e frescas;
– use roupas de cores claras, leves e largas.
Infografia “Impacto do calor na Saúde”:
Relatório n.º 34 da Resposta Sazonal em Saúde – Vigilância e Monitorização (24.07.2023 a 30.07.2023) – INSA
04-08-2023
A Direção-Geral da Saúde (DGS) divulgou o Relatório n.º 34 – Resposta Sazonal em Saúde – Vigilância e Monitorização, relativo à semana 30/2023 (24 a 30 de julho). O documento integra informação de várias fontes e organismos além da DGS, como resultado de uma articulação intersetorial, nos quais se inclui o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).
Os pontos do resumo desta semana são:
SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA
- Na semana em análise (semana 30 de 2023), observou-se uma ligeira descida da temperatura do ar, dentro do esperado para a época. Prevê-se um aumento da temperatura do ar na semana seguinte à semana em análise, ao nível nacional, sobretudo nos dias 04 e 05/08/2023 no interior do país, em Santarém, Lisboa e Setúbal. Foi reportado um risco muito elevado de exposição à radiação ultravioleta (UV), para todo o país;
- Na semana em análise, a procura geral do SNS24 e INEM aumentou. Observou-se um aumento dos atendimentos por “náuseas e vómitos” e associados ao calor com encaminhamento para Serviços de Urgência e Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM). Observou-se uma redução dos atendimentos por “exposição solar”, “queimaduras” e associados ao calor com encaminhamento para Cuidados de Saúde Primários;
- Face à semana anterior, o número de consultas médicas nos Cuidados de Saúde Primários do Serviço Nacional de Saúde diminuiu, acompanhado de um aumento da proporção de consultas por infeções respiratórias agudas e por gastroenterite e uma diminuição da proporção de consultas por desidratação;
- Observou-se ainda uma diminuição dos episódios de urgência hospitalar, acompanhado de uma diminuição da proporção de episódios por infeção respiratória aguda, por vómito, diarreia ou gastroenterite aguda, por desidratação e da proporção de episódios com destino internamento;
- A mortalidade geral esteve de acordo com o esperado ao nível nacional;
- Foi reportada uma circulação esporádica do vírus da gripe no âmbito do Programa Nacional de Vigilância da Gripe;
- A notificação de casos de infeção por SARS-CoV-2 estabilizou. A sublinhagem XBB mantém-se dominante desde a semana 10 de 2023, com uma prevalência estável e uma frequência de 92,8% nas semanas 27 a 29 de 2023, sobretudo pela XBB.1.9. (54% das amostras);
- A nível mundial, durante os últimos 28 dias (03/07 a 30/07/2023), o número de novos casos de infeção por SARS-CoV-2/ COVID-19 aumentou e o de novos óbitos diminuiu (+7% e -53%, respetivamente) em relação aos 28 dias anteriores. A XBB.1.16 é dominante desde a semana 24 de 2023, correspondendo a 18,1% das sequências na semana 28 de 2023 (20,9% na semana 24 de 2023).
RECOMENDAÇÕES
- A análise sustenta a adoção de medidas de proteção contra os efeitos do calor intenso, nomeadamente beber água (pelo menos 1,5L por dia) ou sumos de fruta naturais, mesmo sem sede, e evitar o consumo de bebidas alcoólicas; fazer refeições frias, leves e comer mais vezes ao dia; utilizar roupa larga, que cubra a maior parte do corpo, chapéu de abas largas e óculos de sol com proteção UV; manter-se em ambientes frescos arejados, pelo menos 2 a 3 horas por dia; evitar a exposição direta ao sol, sobretudo entre as 11 e as 17 horas; utilizar protetor solar, com fator igual ou superior a 30; evitar atividades que exijam grandes esforços físicos, nomeadamente, desportivas e de lazer no exterior; escolher as horas de menor calor para viajar de carro e não permanecer dentro de viaturas estacionadas e expostas ao sol; ter especial atenção a doentes crónicos, grávidas, crianças, idosos e pessoas com mobilidade reduzida. Os trabalhadores no exterior devem ainda hidratar-se frequentemente e trabalhar acompanhados, porque em situações de calor extremo pode ficar confusos ou perder a consciência;
- No período de maior calor, correr as persianas ou portadas. Ao entardecer deixar o ar circular pela casa;
- Informar-se quanto às previsões meteorológicas e seguir as recomendações da Direção-Geral da Saúde. Mais informação pode ser consultada aqui;
- Reforça-se a necessidade de utilização da Linha SNS24 como primeiro ponto de contacto com o sistema de saúde. Em caso de emergência, ligar 112;
- Atendendo ao aumento previsto da temperatura do ar, reforçou-se junto das Autoridades de Saúde e serviços de saúde a importância de divulgar as recomendações da Direção-Geral da Saúde e acautelar a possível necessidade de disponibilizar à população Abrigos Temporários climatizados, sobretudo às populações de risco. Reforçou-se a importância de divulgar produtos de comunicação e informação no âmbito da proteção contra o calor através dos meios de comunicação social regionais e/ou locais.