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Notícias a 12/01/2024

Relatório n.º 57 da Resposta Sazonal em Saúde - Vigilância e Monitorização

Relatório n.º 57 da Resposta Sazonal em Saúde – Vigilância e Monitorização – DGS

A Direção-Geral da Saúde (DGS) publica hoje o Relatório n.º 57 da Resposta Sazonal em Saúde – Vigilância e Monitorização (01.01.2024 a 07.01.2024).

Os pontos do resumo desta semana são:

SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA

• Na semana em análise (semana 01 de 2024), observou-se uma subida da temperatura do ar, acima do esperado para esta época do ano (no entanto temperaturas baixas).

• As coberturas vacinais contra a COVID-19 e contra a gripe nos grupos etários com 60 ou mais anos, corresponderam a cerca de 53% e 63%, respetivamente.

• No âmbito do Programa Nacional de Vigilância da Gripe, foi reportada atividade epidémica de gripe.

• A notificação de casos de infeção por SARS-CoV-2 diminuiu. Desde a semana 37 de 2023, a circulação da linhagem BA.2.86 tem aumentado, sobretudo devido à sublinhagem JN.1, tornando-se dominante (90%) nas semanas 46 a 49 de 20233.

• Na UE/EEE, a incidência de infeções respiratórias agudas na comunidade manteve uma tendência crescente, na semana 52 de 2023. A gripe encontra-se a circular em níveis mais elevados do que o SARS-CoV-2 e o vírus sincicial respiratório (VSR). Diferentes países apresentaram tendências crescentes e decrescentes na atividade do VSR.

• Na semana em análise, manteve-se o aumento da procura do SNS24 e do INEM.

• As proporções de consultas médicas nos Cuidados de Saúde Primários do Serviço Nacional de Saúde por infeções respiratórias agudas diminuíram e por síndrome gripal mantiveram o aumento.

• As proporções de episódios de urgência hospitalar por infeções respiratórias agudas e síndrome gripal diminuíram, acompanhado de uma diminuição da proporção destes com destino o internamento.

• Em Unidades de Cuidados Intensivos, a proporção de casos de gripe diminuiu (11,7%) face à semana anterior. A proporção da gripe em UCI aumentou entre as semanas 50 e 52 de 2023, altura em que atingiu os 17,1%, valor acima do registado em períodos homólogos (proporção máxima de 13,5% na época 2013-2014), o que pode ser enquadrado no contexto pós-pandémico.

• Os internamentos em enfermaria por VSR em crianças com menos de 2 anos apresentaram uma provável tendência decrescente.

• Desde a semana 51 de 2023, observa-se um excesso de mortalidade por todas as causas, sobretudo acima de 65 anos. Desde a semana 52 de 2023, observa-se um excesso acima de 45 anos. A mortalidade por COVID-19 apresentou uma tendência crescente, abaixo do limiar do ECDC.

RECOMENDAÇÕES

• A análise semanal sustenta a manutenção da vacinação contra a COVID-19 e contra a gripe.

• Reforça-se a necessidade de utilização do SNS24 (808 24 24 24) como primeiro ponto de contacto com o sistema de saúde.

• A atividade dos vírus respiratórios sustenta a comunicação da adoção de medidas de proteção individual contra as infeções respiratórias pela população. Conforme Norma 013/2022 da DGS, recomenda-se igualmente a utilização da máscara por todas as pessoas com sintomas respiratórios agudos sempre que estiverem em contacto com outras pessoas ou em espaços de utilização partilhada. Mais informação disponível aqui.

• Atendendo às temperaturas do ar baixas, no âmbito das medidas previstas nos planos de contingência ativados, foi reforçado junto das Autoridades de Saúde a importância de acautelar a possível necessidade de disponibilizar à população Abrigos Temporários climatizados, sobretudo aos mais vulneráveis como pessoas sem-abrigo, e de divulgar as recomendações e informação sobre os abrigos e a sua localização. Foi reforçado ainda a importância de divulgar produtos de comunicação e informação no âmbito da proteção contra o frio através dos meios de comunicação social regionais e/ou locais.

• Recomenda-se à população que adote medidas de proteção individual contra o frio que podem ser consultadas aqui e aqui.

• Informação sobre centros de saúde abertos, marcação de consulta, autodeclaração de doença e agendamento de vacinação está disponível aqui.

Consulte o Relatório n.º 57 da Resposta Sazonal em Saúde – Vigilância e Monitorização (01.01.2024 a 07.01.2024) na íntegra aqui.


Rastreio Neonatal: 85.764 recém-nascidos estudados em 2023 – INSA

12-01-2024

Em 2023, foram estudados 85.764 recém-nascidos no âmbito do Programa Nacional de Rastreio Neonatal (PNRN), mais 2.328 “testes do pezinho” comparativamente ao ano de 2022 (83.436). Coordenado pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), através da sua Unidade de Rastreio Neonatal, Metabolismo e Genética do Departamento de Genética Humana, o PNRN tem vindo a contribuir para o diagnóstico precoce na primeira infância, um dos pilares da saúde materno-infantil em Portugal.

Os dados do PNRN referentes ao ano de 2023 mostram que o maior número de bebés rastreados se observou nos distritos de Lisboa e do Porto, com 25.805 e 15.456 testes efetuados, respetivamente, seguidos de Setúbal (6.904) e Braga (6.275). Por outro lado, Portalegre (554), Bragança (594) e Guarda (646) foram os distritos com menos recém-nascidos estudados.

PNRN realiza, desde 1979, testes de rastreio de algumas doenças graves, em todos os recém-nascidos, o chamado “teste do pezinho”. O painel das doenças rastreadas é constituído por 28 patologias: hipotiroidismo congénito, fibrose quística, drepanocitose (integrou painel em 2023, após conclusão de estudo-piloto em dezembro de 2022), atrofia muscular espinal (em fase de estudo-piloto, iniciado em outubro de 2022) e 24 doenças hereditárias do metabolismo.

Durante o ano de 2023, foram diagnosticados 150 casos: 54 casos de doenças hereditárias do metabolismo; 50 casos de hipotiroidismo congénito, 6 casos de fibrose quística, 34 casos de drepanocitose e 6 casos de atrofia muscular espinal.

Segundo o coordenador do PNRN, Fernando de Almeida, os números de 2023 parecem indicar “um regresso a valores de rastreio idênticos aos verificados no período pré-pandemia, confirmando o aumento de rastreios que se tem vindo a verificar desde 2022”. Em 2020, foram estudados 85.456 bebés, valor que desceu para 79.217 em 2021, refletindo a diminuição da natalidade aí ocorrida. O valor mais baixo até então tinha sido registado em 2013, com 82.571 recém-nascidos estudados.

O “teste do pezinho” é efetuado através da recolha de umas gotículas de sangue no pé da criança, para permitir diagnosticar algumas doenças graves que clinicamente são difíceis de identificar nas primeiras semanas de vida, e que mais tarde podem provocar atraso mental, alterações neurológicas graves, alterações hepáticas ou até situações de coma.

Desde 1979 e até final de 2023, foram rastreados 4.224.550 recém-nascidos e identificados 2.692 casos de doenças raras, possibilitando que todos os doentes iniciassem de imediato um tratamento específico, evitando défice intelectual e outras alterações neurológicas ou extraneurológicas irreversíveis, com a consequente morbilidade ou mortalidade. Apesar de não ser obrigatório, o PNRN tem atualmente uma taxa de cobertura de 99,5%, sendo o tempo médio de início do tratamento de cerca de 10 dias.


Mais nascimentos em 2023

12/01/2024

“Testes do pezinho” revelam que nasceram mais 2.328 bebés em Portugal

Portugal registou 85.764 nascimentos em 2023, mais 2.328 do que no ano anterior, segundo dados dos “testes do pezinho”, que cobrem a quase totalidade dos bebés que nascem no país.

Pelo segundo ano consecutivo, Portugal ultrapassou a barreira dos 80 mil nascimentos. Os dados do Programa Nacional de Rastreio Neonatal (PNRN), coordenado pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, revelam que Lisboa foi o distrito com mais “testes do pezinho” realizados em 2023, totalizando 25.805, mais 963 comparativamente a 2022, seguido do Porto, com 15.456 (mais 201), Setúbal, com 6.904 (mais 531) e Braga, com 6.275 exames realizados, menos 132.

O exame deve ser realizado entre o terceiro e o sexto dia de vida do recém-nascido, porque antes do terceiro dia os valores dos marcadores existentes do sangue do bebé podem não ter valor diagnóstico, e após o sexto dia alguns marcadores perdem sensibilidade, havendo o risco de atrasar o início do tratamento.

Para saber mais, consulte:

“Saúde+Ciência” pretende fomentar a investigação, valorizar e capacitar os profissionais de saúde

  1. Investimento superior a 9,4 milhões de euros para a investigação científica nas instituições públicas de saúde e para formação avançada de profissionais de saúde.
  2. Profissionais de saúde que realizem doutoramento a tempo parcial têm tempo protegido para investigação.
  3. Programa promove a produção e a aplicação de conhecimento científico para melhorar a organização e a qualidade dos cuidados e serviços de saúde.

O Governo determinou, através de uma resolução do Conselho de Ministros, a criação do Programa de Estímulo à Investigação Científica na área da Saúde, destinado a fomentar a investigação em saúde nas instituições públicas prestadoras de serviços e cuidados de saúde, a valorizar e capacitar os profissionais de saúde e a qualificar o exercício de atividades de promoção da saúde e prevenção da doença.

Para a criação e implementação do novo programa, denominado “Saúde+Ciência”, o Governo atribuiu mais de 9,4 milhões de euros, montante destinado às duas primeiras edições e que será aplicado já a partir de 2024.

O programa terá quatro eixos de investimento: 1. Projetos de investigação que envolvam parcerias entre entidades tuteladas pelo Ministério da Saúde e instituições de Investigação & Desenvolvimento; 2. Apoios para profissionais de saúde que queiram realizar o seu doutoramento ao mesmo tempo que prosseguem a sua atividade profissional; 3. Bolsas de doutoramento para acolhimento em entidades tuteladas pelo Ministério da Saúde de bolseiros que queiram aí realizar parte da sua investigação; 4. Apoio à contratação de doutorados para as entidades tuteladas pelo Ministério da Saúde.

Dentro destes eixos, os profissionais de saúde que realizem o seu doutoramento a tempo parcial passam a contar com tempo protegido, correspondente a 35% do período normal de trabalho anual, até 3 anos, e é assegurado o pagamento das propinas relativas ao doutoramento, entre outros apoios.

O “Saúde+Ciência” responde ao compromisso assumido pelo Governo de reforço continuado e sistemático da investigação e inovação, capacitando os profissionais de saúde para uma cultura científica orientada para a advocacia em saúde, a criação de evidência para a mudança e a avaliação de resultados numa perspetiva de adequação e aprendizagem ao longo da vida.


MS inaugura centro de saúde do Beato

12/01/2024

Novas instalações dão resposta a 15 mil utentes

O Ministro da Saúde, Manuel Pizarro, inaugurou esta sexta-feira, 12 de janeiro, as novas instalações do centro de saúde do Beato. O novo edifício é um dos 15 novos centros de saúde financiados pela Câmara Municipal de Lisboa ao abrigo de um acordo com a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, firmado em 2017. Nove unidades estão já em funcionamento, estando previsto um investimento global de 48 milhões de euros.

Na visita e inauguração à unidade, o Ministro da Saúde sublinhou que esta obra é exemplo da estreita colaboração entre o Ministério da Saúde e a Câmara Municipal de Lisboa. “A descentralização já está em marcha e estou certo de que, também aqui, concretizaremos o auto de transferência de competências”, frisou Manuel Pizarro.

O Ministro da Saúde destacou as reformas organizativas em curso no SNS, das 222 novas USF-B que iniciaram atividade a 1 de janeiro às novas Unidades Locais de Saúde, afirmando que este processo visa melhorar a prestação de cuidados de saúde e as condições de trabalho dos profissionais. “Não tem de ser o utente a andar à procura do caminho certo no Serviço Nacional de Saúde”, acrescentou, destacando o objetivo de uma maior integração dos diferentes níveis de cuidados.

Apelo à vacinação

Com a campanha de vacinação sazonal ainda a decorrer, o Ministro da Saúde aproveitou a ocasião para sublinhar o papel preventivo das vacinas da gripe e covid-19, que passarão a ser administradas gratuitamente a partir dos 50 anos de idade. “Este ano, pela primeira vez, mudámos o grupo populacional com indicação para a vacinação da gripe: todas as pessoas acima dos 60 anos. Nos outros anos era acima dos 65. Ora, isso permite-me afirmar que nunca tínhamos vacinado tantas pessoas em número absoluto, é mesmo o recorde de vacinas contra a gripe”, frisou o governante.


Boletim Epidemiológico Observações – Especial 15 One Health – INSA

12-01-2024

Encontra-se disponível para consulta novo número especial do Boletim Epidemiológico Observações, publicação científica periódica editada pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) em acesso aberto. Este número especial é subordinado ao tema One Health / Uma Só Saúde, destacando-se trabalhos desenvolvidos pelo INSA nas seguintes áreas: vigilância epidemiológica de base laboratorial; preparação e resposta a surtos, epidemias e pandemias; doenças zoonóticas; saúde ambiental; alimentação e nutrição.

O Boletim Epidemiológico Observações tem como objetivo contribuir para o conhecimento da saúde da população, os fatores que a influenciam, a decisão e a intervenção em Saúde Pública, assim como a avaliação do seu impacte na população portuguesa, divulgando resultados científicos gerados por atividades de observação em saúde, monitorização e vigilância epidemiológica nas áreas de atuação do INSA.

Dando especial atenção à disseminação rápida de informação relevante para a resposta a temas de relevo para a saúde, a publicação tem como principal alvo todos os profissionais de saúde, investigadores e decisores intervenientes na área da Saúde Pública em Portugal, dirigindo-se igualmente à comunidade em geral.

Consulte aqui o número especial do Boletim.

SUMÁRIO:

  • Editorial
    • One Health / Uma Só Saúde e a Cooperação com a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP)
  • Vigilância epidemiológica de base laboratorial
    • Projeto da melhoria da qualidade laboratorial (ProMeQuaLab): Uma Só Saúde nos Países de Língua Portuguesa
  • Preparação e resposta a surtos, epidemias e pandemias
    • Colaboração intersetorial na investigação de surtos numa abordagem “Uma Só Saúde”: resultados de um exercício de simulação a nível nacional de resposta a um surto de origem alimentar
    • Capacidades da força de trabalho em saúde pública e os desafios da preparação para resposta a pandemias
  • Doenças zoonóticas
    • Caracterização genotípica e fenotípica de estirpes de Escherichia coli patogénicas, Salmonella spp. e Campylobacter spp. isoladas de aves em liberdade em Portugal continental
    • Escherichia coli patogénica, Salmonella spp. e Campylobacter spp. em dois Centros de Conservação da Vida Selvagem em Portugal: caracterização genotípica e fenotípica
    • Mycobacterium caprae: um agente zoonótico ignorado da tuberculose humana
  • Saúde ambiental
    • Impacto das alterações climáticas na saúde ambiental: possíveis efeitos em One Health
  • Alimentação e nutrição
    • Fontes alternativas de proteínas nas dietas europeias: a contribuição do projeto ALTERNATIVA para a perspetiva One Health

Instituto Ricardo Jorge participa no Fórum Doenças Raras: da estratégia à pessoa

12-01-2024

O Grupo de Trabalho Intersetorial para as Doenças Raras promove, dia 29 de janeiro, na Aula Magna da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, o Fórum Doenças Raras: da estratégia à pessoa. O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) estará presente na iniciativa através da coordenadora do seu Departamento de Genética Humana do INSA, Glória Isidro, que integrará o painel de comentadores da sessão “Registo, Plataformas e Cartão da PpDR”.

O programa do evento prevê ainda a realização de mais três painéis, onde serão abordados os seguintes temas: Centros de Referência e ERN: cenário atual e futuro; Integração de Cuidados; Investigação e Informação. A participação no evento é gratuita, mas carece de inscrição prévia, através da submissão de nome e área profissional para o endereço eletrónico scmed@scmed.pt.

As doenças raras são doenças crónicas maioritariamente debilitantes e muitas vezes fatais precocemente, que requerem esforços combinados especiais de várias áreas de intervenção, onde têm grande papel a investigação genética e farmacológica, os produtos de apoio e as respostas sociais ou a satisfação de necessidades educativas especiais, a fim de permitir que os doentes sejam tratados, reabilitados e integrados na sociedade de forma mais eficaz. Estima-se que, em Portugal, existam cerca de 600 a 800 mil pessoas portadoras destas doenças.

Na União Europeia (UE) uma doença é considerada rara quando a prevalência observada é inferior a 1 caso em cada 2.000 pessoas. No entanto, todos os indivíduos com doenças raras compreendem no seu conjunto cerca 30 milhões de cidadãos, ou seja, 6% a 8% da população da UE. Sabe-se hoje que existem mais de 6000 doenças raras, sendo que 80% destas doenças são de origem genética, e muitas vezes crónicas, podendo pôr em risco a própria vida.

O DGH do INSA disponibiliza atualmente o diagnóstico genético para mais de 500 doenças raras e assumindo-se como o maior departamento de genética humana, público e nacional, para o diagnóstico laboratorial de patologias genéticas. É no DGH que se encontra sediado o braço laboratorial do Programa Nacional de Rastreio Neonatal, um programa de Saúde Pública que realiza testes de rastreio de doenças raras potencialmente graves em todos os recém-nascidos, o chamado “teste do pezinho”.

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