Infarmed atua para garantir disponibilidade de medicamentos

11 fev 2025

Relatório Anual da Gestão da Disponibilidade de Medicamentos de 2024, divulgado na sexta-feira pelo INFARMED. I.P., sublinha o papel fundamental da entidade na monitorização e gestão do abastecimento de medicamentos em Portugal.

Segundo o relatório, 97% das apresentações de medicamentos não registaram qualquer rutura com impacto nos doentes ao longo do ano. Do total de 12 436 apresentações comercializadas, 80% (9 899) não tiveram problemas de disponibilidade. Em 17% (2 141) houve notificação de faltas que foram resolvidas. Apenas 3% (377) das apresentações enfrentaram ruturas com impacto médio e 0,2% (19) tiveram um impacto elevado. Para estes casos, que são sobretudo medicamentos de uso hospitalar, o Infarmed implementou soluções alternativas de abastecimento para garantir o acesso dos doentes aos tratamentos necessários.

“Este relatório sublinha o papel crucial do Infarmed enquanto autoridade reguladora em assegurar que os medicamentos continuam acessíveis a quem deles precisa. Trabalhamos diariamente, em colaboração com todos os intervenientes, para mitigar situações de indisponibilidade e proteger a saúde pública”, afirmou Rui Santos Ivo, presidente do Infarmed, na apresentação do relatório aos jornalistas.

Nuno Simões, diretor da Unidade de Projetos Interinstitucionais e para o Sistema de Saúde (USS), destacou a importância da cooperação em toda a cadeia de abastecimento: “A monitorização do abastecimento do mercado pelo Infarmed é contínua e a colaboração de todos os interlocutores da cadeia é um fator fundamental para o nosso trabalho. É essencial que todos cumpram as suas responsabilidades legais em matéria de notificação, gestão e monitorização de stocks e definição de estratégias de prevenção e mitigação de interrupções do abastecimento. As situações classificadas como de impacto potencial elevado na saúde em 2024 foram resolvidas através de diferentes soluções definidas entre o Infarmed, as empresas responsáveis pela comercialização e distribuidores por grosso.”

O Infarmed implementou medidas como as Autorizações de Utilização Excecional, a monitorização diária das necessidades dos utentes e a atualização mensal das listas de medicamentos com exportação suspensa, para assegurar que os utentes mantêm acesso aos tratamentos de que necessitam.

Os principais fatores que afetam o abastecimento são os problemas de fabrico e o aumento da procura. Quando uma apresentação está indisponível, existem frequentemente outras alternativas equivalentes em dosagem e substância ativa.

Monitorização colaborativa

As empresas responsáveis pelo fornecimento de medicamentos devem notificar o Infarmed com dois meses de antecedência sobre qualquer previsão de interrupção de abastecimento. Este procedimento permite o desenvolvimento de estratégias preventivas e medidas alternativas para evitar impactos nos doentes. Além disso, profissionais de saúde, farmácias e utentes desempenham um papel importante, comunicando sinais de escassez que ajudam na identificação precoce de situações pontuais de rutura.

A escassez de medicamentos é um desafio que ultrapassa fronteiras, sendo uma preocupação a nível nacional, europeu e global. O Infarmed mantém o seu compromisso diário de proteger a saúde pública, reforçando a cooperação internacional e utilizando todos os instrumentos regulatórios disponíveis para assegurar o abastecimento contínuo e adequado do mercado.