Instituto Ricardo Jorge passa a disponibilizar à quarta-feira relatório sobre curva epidémica e parâmetros de transmissibilidade da COVID-19
23-03-2022
O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) passa a disponibilizar à quarta-feira o seu relatório com as estimativas da curva epidémica da infeção por SARS-CoV-2 por data de início de sintomas e as estimativas dos parâmetros de transmissibilidade R0 (número básico de reprodução) e R(t) (número de reprodução efetivo em função do tempo). Este documento, que até agora era publicado à sexta-feira, apresenta, além da evolução a nível nacional, estimativas para as regiões com mais casos reportados.
Divulgado semanalmente desde maio de 2020, o relatório de nowcasting do INSA é elaborado com base em dados recebidos da Direção-Geral da Saúde (DGS) com a data de início de sintomas e a data de confirmação laboratorial de casos de COVID-19 ou infeção por SARS-CoV-2, extraídos do SINAVE (Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica). Juntamente com este relatório, são também disponibilizados dados nacionais e regionais sobre o R(t). Até à data, já foram disponibilizados 95 relatórios.
O R(t) é o número médio de casos secundários resultantes de um caso infetado, medido em função do tempo. Ao contrário do R0, que é um indicador da transmissibilidade da infeção que deve ser calculado apenas na fase inicial da epidemia, o R(t) deve ser calculado ao longo da epidemia, podendo ser usado para medir a efetividade das medidas de contenção e mitigação. Desde o início da epidemia de COVID-19, a estimativa do R(t) variou entre 0,8 e 2,12, sendo de 0,98 a 18 de março de 2022.
Ao longo deste período, o INSA, através do seu Departamento de Epidemiologia, e em colaboração com a DGS, a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, tem elaborado relatórios com o objetivo de informar os decisores e técnicos do Ministério da Saúde diretamente envolvidos na gestão da epidemia e no planeamento das medidas de controlo. Assim, este relatório poderá vir a sofrer alterações ao longo do tempo, de acordo com as necessidades de informação necessárias.
Balcões SNS 24
Ministérios da Justiça e Saúde criam Balcões SNS 24 nas Prisões e Centros Educativos
Os Ministérios da Justiça e da Saúde vão ativar 52 Balcões SNS 24 nos vários Estabelecimentos Prisionais e Centros Educativos, permitindo-se aos cidadãos reclusos e aos jovens sujeitos a medida tutelar de internamento o acesso a teleconsultas agendadas em qualquer unidade de saúde do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Como instrumento de inclusão digital e social, o Balcão SNS 24 pretende apoiar o acesso de todos os cidadãos aos serviços digitais do SNS, nomeadamente a serviços de teleconsulta.
Em parceria com a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais arrancam hoje as ações de formação relativas ao funcionamento do Balcão SNS 24, que permitem capacitar, numa primeira fase, cerca de 15 Mediadores Digitais no acesso e utilização da plataforma dedicada.
Com o plano de formação, pretende-se que 52 elementos das equipas dos diferentes estabelecimentos, tenham as condições necessárias para apoiar os cidadãos reclusos e os jovens dos Centros Educativos no acesso a teleconsultas.
Trata-se de uma medida da maior importância no contexto da melhoria da acessibilidade aos cuidados de saúde pela população reclusa, assim como pelo compromisso assumido no âmbito dos direitos dos reclusos em matéria de saúde, preconizados pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH).
Hospitalização Domiciliária
CHUA celebra protocolos para ampliar rede e aumentar cobertura
O Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA) vai ampliar a sua rede e aumentar a cobertura da Hospitalização Domiciliária a nível regional através da assinatura de protocolos com quatro Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas (ERPI), nomeadamente a Santa Casa da Misericórdia de Faro, a ACASO de Olhão, o Centro de Apoio a Idosos de Portimão e a Santa Casa da Misericórdia de Lagos.
“É a primeira resposta deste tipo a nível nacional. Seguramente que as outras equipas de hospitalização domiciliária [do país] vão, certamente, alargar a sua disponibilidade de cuidados também para estas instituições, porque é uma forma de ter cada vez menos doentes internados em hospitais”, disse Ana Varges Gomes, Presidente do Conselho de Administração do CHUA. A cerimónia de assinatura dos protocolos de articulação decorreu esta quarta-feira, dia 23 de março, no Auditório da Biblioteca Municipal de Olhão, e contou com a presença do Coordenador do Programa Nacional de Implementação das Unidades de Hospitalização Domiciliária nos Hospitais do Serviço Nacional de Saúde, Delfim Rodrigues.
“A concretização da colaboração entre o CHUA e estas ERPI vai traduzir-se numa importante mais-valia para a recuperação dos doentes, que vão poder beneficiar do acompanhamento clínico por parte dos profissionais de saúde do CHUA no modelo de hospitalização domiciliária, aliado à capacidade técnica existente nos lares e nas estruturas, nomeadamente ao nível da enfermagem e das equipas de auxiliares com formação específica em geriatria”, observou Delfim Rodrigues.
A Unidade de Hospitalização Domiciliária do CHUA é uma alternativa ao internamento convencional que proporciona assistência clínica de modo contínuo e coordenado àqueles doentes que, requerendo admissão hospitalar, cumprem também uma série de critérios clínicos, sociais e geográficos que permitem o internamento no domicílio, agora estendido também a estas ERPI, num universo de cerca de 670 utentes.
Relembre-se que o CHUA dispõe do Serviço de Hospitalização Domiciliária desde 2019, na Unidade de Faro, e desde 2021 na Unidade de Portimão, contando já com um total de 15 camas e quase 700 utentes atendidos e agora, com esta iniciativa poderá duplicar o nível de atendimento para mais 650 beneficiários.
Para saber mais, consulte:
HDS | Projeto «Pausas»
Projeto visa promover bem-estar dos profissionais de saúde
Com o objetivo de promover a qualidade de vida no trabalho e o bem-estar dos profissionais de saúde, o Hospital Distrital de Santarém (HDS) criou o projeto «Pausas», que vai decorrer entre 22 de abril e 28 de junho.
Esta iniciativa contempla a realização de um ciclo de workshops de expressão artística, culinária, pilates clínico, terapia do riso e primeiros socorros psicológicos.
Para saber mais, consulte:
Cartaz – PDF – 2MB
Acreditação pelo INEM
Hospital Amato Lusitano já pode dar formação em emergência médica
O Serviço de Investigação, Formação e Ensino da Unidade Local de Saúde de Castelo Branco (ULSCB) foi acreditado pelo Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) para ministrar formações em Emergência Médica, na valência de Suporte Básico de Vida com Desfibrilhação Automática Externa.
Em comunicado, a ULSCB refere que, após cumprir todos os requisitos exigidos no processo, foi concedido parecer positivo do Gabinete de Certificação e Acreditação do INEM.
Os objetivos do sistema de acreditação passam por reconhecer entidades formadoras, na área da emergência médica, e avaliar a qualidade de formação por elas ministrada, através da realização de auditorias ou de outros mecanismos de controlo previstos.
Para saber mais, consulte:
ULSCB – https://www.ulscb.min-saude.pt/
Projeto Bloco Verde
São João cria projeto para melhorar gestão de resíduos hospitalares
O Bloco Operatório Central (BOC) do Centro Hospitalar Universitário São João (CHUSJ) criou um projeto estratégico de gestão ambiental que visa tornar o CHUSJ mais eco eficiente, através de uma gestão de resíduos mais adequada e menor impacto ambiental.
De acordo com a diretora do BOC, Susana Vargas, este projeto «implementado experimentalmente, em apenas 2 das doze salas de operações (…) permitiu a separar, numa semana, 20 kg de resíduos hospitalares que serão adequadamente reciclados. Brevemente, esta política de gestão de resíduos hospitalares será replicada a todo o BOC».
«Esta iniciativa, que conta com o apoio da Unidade de Gestão de Resíduos do Serviço de Instalações e Equipamentos do CHUSJ, assenta na política dos 5 R’s– Reduzir, Reutilizar, Repensar, Responsabilizar e Reciclar», afirmam os mentores do projeto e enfermeiros do BOC, Salomé Oliveira e Luís Pinho.
Um dos princípios orientadores do CHUSJ prende-se com o respeito pela natureza e procura de práticas ecologicamente sustentáveis, o que se traduz na implementação de projetos de melhoria contínua de qualidade, que promovam, tanto quanto possível, uma economia circular dos materiais.
Para saber mais, consulte:
CHUSJ > Notícias
Bombeiros e INEM | Parceria
Entidades acordaram medidas para reforço de parceria
A Liga Portuguesa dos Bombeiros e o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) acordaram um conjunto de medidas para reforçar a parceira entre as duas instituições e comprometeram-se a discutir soluções para responder ao aumento do preço dos combustíveis.
Na reunião que decorreu na passada terça-feira, dia 22 de março, discutiu-se o aumento dos combustíveis, tendo ficado definido que a LBP apresentará uma fórmula para reavaliar de forma trimestral o valor dos combustíveis que estão incluídos nos chamados valores de saída ou de quilometro percorrido que esteja indexada às flutuações do preço dos combustíveis.
As duas instituições vão começar a discutir a revisão de Regulamento de Transporte de Doentes e do Acordo de Cooperação com o INEM, com uma nova reunião agendada para 6 de abril.
Para saber mais, consulte:
INEM – https://www.inem.pt/
Protocolo de colaboração
CHMT e IPT assinam acordo na área do conhecimento e inovação
O Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT) e o Instituto Politécnico de Tomar (IPT) celebraram, no dia 22 de março, um protocolo de cooperação que tem como objetivo contribuir para a afirmação da região do Médio Tejo como polo de conhecimento, investigação e tecnologia.
A cerimónia, realizada no auditório da Unidade de Tomar, contou com a presença do Presidente do Conselho de Administração do CHMT, Casimiro Ramos, e do Presidente do IPT, João Freitas Coroado.
A parceria entre as duas instituições prevê a organização de ações de formação e a criação de projetos conjuntos de investigação e desenvolvimento tecnológico, bem como a realização de eventos conjuntos.
Para o Presidente do CHMT «a constituição de laços entre as duas instituições beneficiará a nossa população, nomeadamente através da criação na Unidade de Tomar do CHMT de um centro de investigação», sublinhando que a aposta do CHMT em parcerias com instituições de ensino superior permitirá concretizar oportunidades de investigação e desenvolvimento, num contexto hospitalar, em benefício dos doentes.
Casimiro Ramos explicou que, no âmbito deste protocolo, serão desenvolvidos inúmeros projetos que têm como foco o doente e a inovação dos cuidados de saúde prestados, dando o exemplo da criação de protótipos que venham a tornar-se ferramentas preciosas no auxílio à recuperação de doentes, nomeadamente nas áreas da medicina física e reabilitação/ fisioterapia.
A partilha de conhecimento nas áreas clínicas e da gestão estará também em foco nesta parceria, explicou o dirigente.
Para saber mais, consulte:
CHMT > Notícias
Investigadores do Instituto Ricardo Jorge identificam explicação para desenvolvimento de cancro colorretal após inflamação intestinal crónica
23-03-2022
Um grupo de investigadores do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), associado ao Instituto de Biosistemas e Ciências Integrativas (BioISI) da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, identificou um mecanismo molecular para explicar como a inflamação intestinal crónica pode promover o desenvolvimento do cancro colorretal. Os resultados deste trabalho sugerem um novo alvo terapêutico para travar a progressão maligna das células tumorais.
O cancro do cólon e do reto é dos tumores mais frequentes em Portugal. O risco de desenvolver este tipo de cancro aumenta na presença de inflamação intestinal, uma doença crónica debilitante que afeta cerca de 25 mil portugueses. Embora seja já aceite na comunidade científica que um microambiente inflamatório à volta de células pré-cancerígenas promove a progressão maligna destas, a natureza molecular desta associação é ainda pouco conhecida. No trabalho agora publicado, a equipa de investigação liderada por Peter Jordan, do Departamento de Genética Humana do INSA, identificou um mecanismo molecular por detrás do efeito da inflamação.
Para o efeito, os investigadores colocaram células do cólon em contacto com células pro-inflamatórias e verificaram que a presença de fibroblastos e macrófagos estimulou as células do cólon a produzirem uma proteína designada por RAC1B, que estimula a sobrevivência e multiplicação das células do cólon. Foi ainda identificado que a molécula solúvel, interleucina 6, produzida pelas células pro-inflamatórias, é responsável por esta estimulação das células do cólon.
A equipa de investigação do INSA tem vindo a estudar o aumento deste biomarcador pro-tumoral RAC1B em tumores do cólon, e o trabalho agora publicado aponta a presença aumentada da interleucina 6 no ambiente inflamatório como um dos estímulos conducentes à progressão maligna. Os resultados sugerem um novo alvo terapêutico para travar a progressão maligna das células tumorais. Estes resultados foram agora publicados na versão online da revista internacional Cancers, e podem ser consultados através deste link.