Classificação Internacional de Doenças OMS
Margarida Tavares salientou importância da informação para a qualidade do diagnóstico e dos tratamentos prestados às populações
“A Classificação Internacional de Doenças é a pedra angular de um sistema de informação em saúde pois permite conhecer tendências, traçar o perfil epidemiológico da população e desenhar políticas de saúde”, assinalou a Secretária de Estado da Promoção da Saúde, por ocasião da sessão de abertura do Encontro Lusófono sobre a Classificação Internacional de Doenças da Organização Mundial de Saúde (OMS), que se realizou no dia 13 de abril, em Lisboa.
A Classificação Internacional de Doenças é a base que permite identificar tendências e estatísticas de saúde em todo o mundo, contendo cerca de 17 mil códigos únicos para lesões, doenças e causas de morte, organizada numa linguagem comum que permite comparabilidade e partilha de informações padronizadas internacionalidade.
Margarida Tavares assinalou a importância da versão portuguesa deste “importante” instrumento ao serviço da qualidade da informação em saúde. “A língua portuguesa é falada por cerca de 280 milhões de pessoas, a quinta mais falada do mundo, facto que mostra a relevância deste trabalho”, disse, agradecendo em seguida o trabalho à equipa responsável pela tradução.
“Este trabalho, invisível para a larga maioria da opinião pública, é um importante contributo para a qualidade do diagnóstico e dos tratamentos que prestamos à populações”, disse Margarida Tavares.
A 11.ª revisão da Classificação Internacional de Doenças (CID-11) teve a sua última atualização publicada em fevereiro de 2022 e introduz inovações como ser totalmente digital e apresentar melhorias na clareza dos termos e recomendações de diagnóstico atualizadas para condições de saúde mental, saúde sexual e perturbações relacionadas com adição ao jogo.
Centro Oncológico de Referência do Sul
CHUA vai construir e gerir novo equipamento inovador no Algarve
O novo edifício destinado ao novo Centro Oncológico de Referência do Sul deverá estar a funcionar em finais de 2024, um projeto público integrado no Serviço Nacional de Saúde que vai nascer no Parque das Cidades, entre Faro e Loulé.
De acordo com um comunicado do CHUA, foi assinado, no dia 13 de abril, o protocolo entre a Associação de Municípios Loulé/Faro e o CHUA, a única entidade responsável pela construção, manutenção e exploração de todos os recursos técnicos e humanos deste centro. O concurso público foi aprovado ontem em Conselho de Administração e “deverá ser lançado já”, como assegurou Ana Varges Gomes, Presidente do CHUA.
Segundo Ana Varges Gomes, “para todos os doentes diagnosticados por ano na região do Algarve (cerca de 1500) este Centro vai ser uma mais-valia porque vão poder fazer todos os exames de estadiamento no mesmo sítio. Isto é muito relevante, pois para além de encurtar o espaço de diagnóstico, o que é muito importante em oncologia, fazemos todo o percurso no mesmo sítio, o que quer dizer que o doente pode fazer todo o seu estadiamento no mesmo tempo e no mesmo local, o que atualmente não acontece, infelizmente. Depois quanto tratamento em si também vai poder ser efetuado todo no mesmo sítio, quer seja a Radioterapia ou a Quimioterapia. Com este Centro vamos integrar todo o tratamento, o que vai permitir ao doente maior comodidade e seguramente um tratamento mais célere e humanizado”, concluiu.
No ato estiveram presentes, os Presidentes das autarquias de Faro e de Loulé, Rogério Bacalhau e Vítor Aleixo, respetivamente, bem como a presidente do Conselho de Administração do CHUA, Ana Varges Gomes, e o Presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve(CCDR), José Apolinário.
O futuro equipamento, que vai ser implantado numa área com cerca de 5.500 m2, terá um custo total de construção e apetrechamento tecnológico orçado em cerca de 14 milhões de euros e vai ser apoiado pelo Programa Operacional Algarve 2030 com uma verba de 9 milhões de euros, valor esse que poderá ser reforçado, com frisou o Presidente da CCDR do Algarve, José Apolinário. A comparticipação dos fundos europeus será de cerca de 60 por cento do valor total do investimento.
Dividido por várias áreas, o Centro Oncológico de Referência do Sul vai ter instalações modernas com todas as comodidades para os doentes e para os profissionais de saúde contando, para além dos equipamentos já mencionados, com salas de Ressonância Magnética, de Gama-câmara, de Radiologia, de TAC, de TAC-PET, de Ecografia, Radiofarmácia, Bloco Operatório, Recobro, Biobanco, Ecocardiografia e Patologia Clínica.
Haverá ainda um espaço dedicado à Investigação e uma área para Hospital de Dia Oncológico com capacidade para cerca de 30 cadeirões de tratamento (com áreas recomendadas), 6 macas de tratamento e uma área em open space com 6 postos de trabalho e centrais de vigilância e acompanhamento ao doente.
Estarão ainda disponíveis 10 gabinetes de consulta, salas de colheitas, área de Internamento com 8 quartos individuais, refeitório, áreas de convívio e visitas, salas de espera, áreas de trabalho e de registos e áreas de descanso.
O edifício contará ainda com várias salas de espera, receção e acolhimento, localizadas em jardim interior, várias instalações sanitárias, vários gabinetes de trabalho, vestiários e todas as áreas técnicas essenciais e de apoio à atividade e logística hospitalar.
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900 vagas Médicos de Família
Ministério da Saúde anuncia a abertura de mais de 900 vagas para contratação de Médicos de Família
O Ministério da Saúde vai abrir mais de 900 vagas para médicos de família e haverá remuneração aumentada em cerca de 40% em parte dos agrupamentos de centros de saúde para atrair os profissionais, anunciou o Ministro da Saúde.
Manuel Pizarro refere que a medida estrutural mais importante para tentar resolver o problema da falta de médicos de família passa por aumentar a formação destes profissionais, tendo 507 começado a sua formação em janeiro. Além desta medida, destaca a necessidade de alargar as Unidades de Saúde Familiar [USF], em especial as que têm remuneração associada ao desempenho — as USF modelo B.
Segundo disse, o concurso deverá abrir ainda em abril e as 900 vagas abrangem “todos os locais do país onde falta um médico de família”.
Para cativar os médicos de família a ficarem no Serviço Nacional de Saúde (SNS), sobretudo nos locais onde fazem mais falta, o Ministro da Saúde aponta duas novidades adicionais: vagas carenciadas com remuneração aumentada em cerca de 40% apenas para os Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES) onde há mais de 25% de utentes sem médico de família e um novo modelo que implica compromisso de mobilidade por parte do médico.
Segundo explica, neste modelo, ainda com limitado no número – apenas 20 vagas para ver como funciona – os jovens médicos podem concorrer para uma vaga num ACES do Norte, mas com o compromisso de estarem em mobilidade até ao dia 01 de janeiro de 2026 num agrupamento mais carenciado de Lisboa e Vale do Tejo. Lembra que, “apesar de tudo”, o SNS consegue atrair entre 60 a 70% dos médicos que forma e dá o exemplo do concurso aberto este ano para os que acabaram a especialidade de Medicina Geral e Familiar na segunda época do ano passado (tinham acabado 108), em que foram recrutados 137.
Sobre a dedicação plena, diz que vai começar pelos médicos e pelos profissionais que estão nas USF, que têm um modelo de remuneração associado ao desempenho, nos centros de responsabilidade integrada nos hospitais, nas equipas dedicadas na urgência, sendo depois “progressivamente alargada”.
DGS organizou Encontro Lusófono sobre a Classificação Internacional de Doenças CID-11 da OMS
A Direção-Geral da Saúde, em colaboração com o Ministério da Saúde do Brasil, organizou o Encontro Lusófono sobre a Classificação Internacional de Doenças, versão 11 (CID-11), da Organização Mundial de Saúde (OMS), que decorreu a 13 e 14 de abril de 2023, no Instituto Nacional de Estatística e na Direção-Geral da Saúde (DGS), em Lisboa.
A CID-11 permite aos profissionais de saúde a partilha de informações padronizadas em todo o mundo, através de uma linguagem comum.
Na sessão de abertura, a Diretora-Geral da Saúde, Graça Freitas, referiu que “as classificações internacionais de doenças são fundamentais para nós porque permitem aos profissionais de saúde, que zelamos pela saúde dos nossos povos, a utilização de informações padronizadas em todo o mundo”.
O Encontro teve como objetivos definir uma estratégia de tradução e adaptação da CID-11 para uso pela Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), desenvolver a cooperação técnica entre os países de Língua Oficial Portuguesa para o melhor uso da CID, e discutir a viabilidade / oportunidade estratégica para a concretização de um Centro Colaborador da OMS para a Família Internacional de Classificações para a língua portuguesa.
Graça Freitas frisou que “é um bem extraordinário nós sermos de vários países, e falarmos a mesma língua que fala o mundo inteiro quando estamos a falar de doenças e de causas de morte”.
Totalmente digital, a CID-11 melhora a clareza dos termos e facilita a codificação de detalhes importantes. “Contém cerca de 17 mil códigos únicos para lesões, doenças e causas de morte, sustentados por mais de 120 mil termos codificáveis”, enfatizou a Secretária de Estado da Promoção da Saúde, Margarida Tavares. Este “é um trabalho invisível para a grande maioria do público, mas representa um importantíssimo contributo para a qualidade do diagnóstico e, consequentemente, para a qualidade do tratamento que prestamos às populações”, concluiu Margarida Tavares.
No Encontro juntaram-se a Portugal as delegações de Angola, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau, Moçambique, Timor-Leste e Brasil.
14.º Workshop Rede de Vigilância de Vetores – REVIVE – INSA
14-04-2023
O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), através do seu Centro de Estudos de Vetores e Doenças Infeciosas (CEVDI) Doutor Francisco Cambournac, promoveu, dia 13 de abril, o 14.º Workshop da Rede de Vigilância de Vetores – REVIVE. O evento, que decorreu em formato híbrido através da plataforma Teams e presencialmente nas instalações do CEVDI, em Águas de Moura, teve como principal objetivo divulgar os resultados nacionais e regionais desta Rede relativos a 2022.
Além da apresentação dos resultados anuais, o 14.º Workshop REVIVE, que contou com uma assistência “virtual” de mais de 300 profissionais de saúde, incluiu também diversas comunicações tendo em vista a troca experiências entre os participantes, tanto a nível nacional como regional. Foram ainda apresentadas várias iniciativas desenvolvidas no âmbito das atividades da Rede REVIVE, entre as quais os projetos “PRAGMATICK: antecipar para mitigar doenças emergentes” e “SIVIZ – Sistema Integrado de Vigilância de Zoonoses”.
Coordenado pelo INSA, o programa REVIVE tem como objetivos monitorizar a atividade de artrópodes hematófagos e caracterizar as espécies e sua ocorrência sazonal. O REVIVE visa também identificar agentes patogénicos importantes em saúde pública, dependendo da densidade dos vetores, o nível de infeção ou a introdução de espécies exóticas para alertar para as medidas de controlo.
A criação do REVIVE, em 2008, deveu-se principalmente à necessidade de instalar capacidades nas diversas regiões, visando aumentar o conhecimento sobre as espécies de vetores presentes, sua distribuição e abundância, impacte das alterações climáticas, explicar o seu papel como vetores e para detetar espécies invasoras em tempo útil, com importância na saúde pública. O INSA, como autoridade competente na vigilância epidemiológica, formação e divulgação de conhecimento, participa no REVIVE através do CEVDI, coordenando a atividade deste grupo.
As doenças transmitidas por vetores resultam da infeção de humanos e outros animais por artrópodes hematófagos como mosquitos, carraças e flebótomos. Estas doenças são evitáveis, já que os métodos de controlo e prevenção são amplamente conhecidos, sendo necessário conhecer a área geográfica de distribuição para que possam ser estabelecidas medidas, de forma a mitigar os efeitos na população.
Investigadora do Instituto Ricardo Jorge organiza primeiro encontro presencial da Ação Cost “TRANSLACORE”
14-04-2023
Luísa Romão, investigadora na Unidade de Investigação e Desenvolvimento do Departamento de Genética Humana (DGH) do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), organizou, com o apoio do INSA, o primeiro encontro presencial da Ação Cost “TRANSLACORE Europe”. A iniciativa que decorreu, nos dias 20 e 21 de março, no Infarmed, em Lisboa, contou com a participação de mais de 60 cientistas nacionais e estrangeiros envolvidos neste projeto europeu de investigação.
A Ação TRANSLACORE tem como objetivo juntar diferentes disciplinas e conhecimento em toda a Europa, com o objetivo de promover a investigação científica no controlo da síntese proteica e o seu envolvimento no cancro. Este projeto constituirá uma oportunidade única para compreender este processo biológico no cancro, permitindo desenvolver novas oportunidades terapêuticas para esta doença baseadas em tecnologias de RNA que contribuirão, inequivocamente, para a medicina personalizada do cancro.
As Ações COST (European Cooperation in Science and Technology) visam fomentar o intercâmbio entre cientistas numa área científica muito específica e são projetos financiados através da União Europeia. Estas ações cobrem uma grande variedade de tópicos, desde a investigação fundamental às colaborações entre os setores académico e industrial.
Entre as diferentes competências da Unidade de Investigação e Desenvolvimento do DGH, destacam-se, por exemplo, a investigação da ação dos genes no contexto genómico, as interações entre si e com o ambiente, bem como o estudo das componentes genéticas das suscetibilidades a doenças frequentes, e da epidemiologia genética nas populações residentes em Portugal ou noutras populações de interesse.