Implantação de registador de eventos cardíacos
HVFX realizou o primeiro implante de dispositivo que permite fazer a monitorização remota do utente
A equipa de Cardiopneumologia do Hospital de Vila Franca de Xira (HVFX) realizou o primeiro implante de dispositivo registador de eventos cardíacos, no dia 27 de junho.
Vitor Branco é utente do HVFX e foi quem recebeu a primeira intervenção. Trata-se de um pequeno dispositivo que é implantado debaixo da pele, sob anestesia local, através de uma pequena incisão com menos de um centímetro. Um procedimento minimamente invasivo e que permite que o utente regresse a casa uns minutos depois da intervenção.
De acordo com o HVFX, este equipamento é disponibilizado com um sistema monitorização remota que permite uma avaliação à distância do aparelho e possibilita o envio de notificações perante a presença de determinadas arritmias cardíacas.
Nelson Cunha, cardiologista que realizou este primeiro implante, destacou “a mais valia de uma monitorização contínua, durante cerca de 4 anos, que permite fazer a monitorização electrocardiografica do utente”.
Marta Gomes, cardiopneumologista, destaca a possibilidade de “serem detetados possíveis arritmias precocemente” e demonstra a satisfação pelo desenvolvimento “de uma técnica nova, no nosso hospital, e é um grande orgulho fazer parte de estes novos passos no centro de pacing”.
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Prémio Jornalismo em Saúde
Manuel Pizarro marcou presença na cerimónia de entrega do Prémio APIFARMA/ Clube de Jornalistas – Jornalismo em Saúde
“Não há democracia sem imprensa e não há jornalismo sem jornalistas livres. A imprensa é determinante para comunicarmos as vitórias, mas também os desafios do Serviço Nacional de Saúde”, disse Manuel Pizarro, na cerimónia de entrega do Prémio Jornalismo em Saúde, em Lisboa, reforçando que os jornalistas “merecem todo o reconhecimento” do Ministério da Saúde.
O Ministro da Saúde agradeceu o papel da comunicação social durante pandemia, nomeadamente na transmissão de mensagens das autoridades de saúde e abertura do espaço mediático a especialistas em Saúde Pública. “Contribuíram para afirmar os benefícios e as evidências da ciência, foram verdadeiros agentes de saúde pública e isso tem de ser reconhecido”, disse Manuel Pizarro.
Na sua intervenção, o ministro felicitou os premiados e destacou que o prémio, uma iniciativa conjunta da Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica e do Clube de Jornalistas, “promove, distingue e celebra a qualidade do trabalho jornalístico dedicado à Saúde”, permitindo “ter uma visão” do SNS além da “voragem mediática” quotidiana.
Manuel Pizarro relembrou ainda que “o Serviço Nacional de Saúde é um serviço aberto 24 horas por dia, todos os dias do ano, em mais de 2.000 pontos, de norte a sul do país, que atende mais de 150 mil pessoas diariamente”, para salientar que “apesar das dificuldades”, o SNS “permitiu que a sociedade atingisse resultados muito expressivos” em termos de saúde.
Prevenir a obesidade infantil
A Secretária de Estado da Promoção da Saúde participou na apresentação do estudo COSI Portugal, no INSA
“Se não investirmos agora, vamos falhar a estas crianças e às suas famílias e vamos falhar enquanto país”. O repto foi deixado esta terça-feira, 27 de junho, pela Secretária de Estado da Promoção da Saúde, no final da apresentação do estudo COSI Portugal, que avalia a prevalência de excesso de peso infantil e os hábitos das crianças.
O estudo, parte de uma iniciativa da OMS/Europa a que Portugal aderiu desde 2008, concluiu que, em 2022, 31,9% das crianças portuguesas entre os 6 e os 8 anos de idade tinham excesso de peso, das quais 13,5% apresentavam obesidade, um aumento face à última avaliação feita antes da pandemia, em 2019.
Na sessão de apresentação no INSA – Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, Margarida Tavares reiterou que são necessários “dados robustos, comparáveis, que procurem aferir a realidade e as assimetrias a nível nacional” e que permitam passar “à ação sobre os seus determinantes sociais, económicos e ambientais”, destacando algumas conclusões e as medidas que estão a ser tomadas pela tutela.
Relativamente à promoção da alimentação saudável, a Secretária de Estado salientou que os resultados desta sexta ronda do COSI sugerem uma melhoria da alimentação, mas existem ainda indicadores a melhorar, o que o Governo pretende fazer envolvendo os jovens nas decisões e capacitando-os para opções saudáveis. “Temos um lema até na resposta ao VIH que é ‘nada para nós sem nós’. Nesta área é igual e é possível e desejável que cada vez mais possamos envolver as crianças e os jovens na escolha dos menus, na organização das cantinas [escolares]. Temos um programa desenhado nesse sentido que esperamos vir a implementar para que seja mais atrativo levar uma alimentação saudável”, afirmou Margarida Tavares.
Já sobre o aumento do uso de ecrãs e de comportamentos sedentários, a Secretária de Estado da Promoção da Saúde sublinhou que esta penetração da tecnologia é transversal a toda a sociedade, mas particularmente prejudicial nos mais novos. Com o objetivo de contrariar o sedentarismo e reconhecendo que são necessárias medidas em vários setores, Margarida Tavares anunciou que vai ser relançada a Comissão Intersetorial para a Promoção da Atividade Física (CIPAF), criada em 2017.
“Estes resultados e estes instrumentos devem ser sobretudo um alerta e um incentivo a fazermos mais e a procurarmos responder aos desafios que identificamos a nível nacional e em cada uma das nossas comunidades e regiões”, acrescentou a governante, defendendo que o processo de descentralização de competências na área da saúde para as autarquias é uma “enorme oportunidade” para reforçar as ações de promoção da alimentação saudável e atividade física a nível local.
Primeiros anos de vida são prioritários
“Tudo o que sejam ações nos primeiros anos de vida são muito importantes e uma prioridade nossa”, vincou Margarida Tavares, destacando que uma das conclusões negativas deste estudo é o facto de apenas 21,8% das crianças terem sido amamentadas em exclusivo até aos seis meses, como preconizam as orientações internacionais. Uma realidade que está ainda “muito aquém” do desejado, sublinhou a governante.
Margarida Tavares concluiu que o grande aumento da esperança de vida ocorrido no último século tem de ser complementado hoje com ganhos na qualidade de vida, que só serão possíveis com uma aposta na prevenção e promoção da saúde que permita reduzir fatores de risco e carga de doença.
Instituto Ricardo Jorge e Instituto Superior Técnico apresentam resultados de projeto na área dos eventos climáticos extremos
29-06-2023
O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) e o Instituto Superior Técnico (IST) apresentam dia 30 de junho, nas instalações do INSA em Lisboa, os resultados do projeto RELIABLE “REal tIme dAshboard on BuiLdings occupants risk during extreme weather Events”, desenvolvido pelo INSA na área da saúde e da epidemiologia e pelo IST na área das características dos edifícios e da meteorologia/clima. Na ocasião, será apresentado o portal CLIMAEXTREMO, uma plataforma que identifica os edifícios que apresentam maior risco de saúde durante a ocorrência de eventos climáticos extremos.
Desenvolvido pelo Centro de Estudos em Inovação, Tecnologia e Políticas de Desenvolvimento (IN+) do IST, em parceria com o INSA e os também centros de investigação do IST Maretec, ITI e ISR-Lisboa, o portal CLIMAEXTREMO decorre do projeto RELIABLE e utiliza um modelo de risco do aumento da mortalidade com base na previsão meteorológica e nos dados de saúde de municípios de Portugal Continental, cruzando esses dados com outro modelo que considera as características de construção de mais de 2 milhões de edifícios e que tem como objetivo prever as temperaturas dentro das habitações.
Esta plataforma poderá ser usada pela Proteção Civil e pelos serviços de saúde para sinalizar populações em maior risco e ajudar a desenhar estratégias de intervenção e sinalização das populações mais vulneráveis. O portal CLIMAEXTREMO permitirá ainda o registo de instituições e organizações para acesso a informação detalhada de locais pré-selecionados, com o índice de risco, vulnerabilidade e recomendações da Direção-Geral de Saúde.
Financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, o projeto RELIABLE teve como objetivo o desenvolvimento de um painel público geográfico com informação em tempo real e de alta resolução espacial sobre os riscos à saúde dos ocupantes dos edifícios durante eventos climáticos extremos. Para isso, o grupo de trabalho contou ainda com a colaboração da ADENE – Agência para a Energia e do Agrupamento de Centros de Saúde de Trás-os-Montes – Alto Tâmega e Barroso.
Segundo a Organização Meteorológica Mundial, uma onda de calor corresponde a um período de pelo menos seis dias consecutivos em que a temperatura máxima diária é 5ºC superior ao valor médio das temperaturas máximas do período de referência. De modo simétrico, as ondas de frio correspondem ao mesmo período com a temperatura mínima diária 5ºC inferior ao valor de referência. Estes fenómenos meteorológicos extremos representam os riscos naturais mais mortíferos das últimas décadas, afetando particularmente a população mais idosa.
Portugal é considerado um dos países europeus mais vulneráveis à alteração do padrão climático, apesar de se registar uma diminuição do risco de mortalidade associada ao calor após a implementação dos planos de contingência para ondas de calor em 2004. Os atuais sistemas nacionais de alerta para as ondas de calor (ÍCARO) e para as ondas de frio (FRIESA), preveem o aumento do risco de morte com base na previsão de temperaturas e são utilizados pelas autoridades de saúde, proteção civil e outras entidades tendo em vista a implementação precoce de medidas preventivas que possam de minimizar o impacto.