Plano de Contingência para a Resposta Sazonal em Saúde – Referencial Técnico Inverno 2023/2024 – DGS
A Direção-Geral da Saúde (DGS) publicou o Plano de Contingência para a Resposta Sazonal em Saúde – Referencial Técnico Inverno 2023/2024, que tem como finalidade prevenir a mortalidade e morbilidade, reduzindo assim a procura dos serviços de saúde devido ao impacto do frio extremo e por infeção aguda das vias respiratórias, incluindo a COVID-19 e da Gripe.
Com a publicação deste Referencial, pretende-se minimizar a ocorrência de outros acontecimentos com impacto na saúde cuja frequência aumenta no inverno, na saúde da população em geral e dos grupos vulneráveis em particular.
De caráter nacional, este Referencial é um instrumento orientador, que promove o alinhamento dos Planos de Contingência específicos, elaborados pelas Administrações Regionais de Saúde (ARS), Unidades Locais de Saúde (ULS) e Instituições do Serviço Nacional Saúde (SNS), cuja operacionalização inclui a definição dos objetivos, metodologias, medidas e atividades, bem como os circuitos de informação/ comunicação mais adequados aos respetivos níveis.
Desde 2004, a DGS promove a implementação de Planos de Contingência de Verão e Inverno, competindo-lhe a identificação e comunicação do risco e ainda emanar recomendações para proteção das populações com adoção de medidas preventivas de acordo com o risco identificado.
O Plano de Contingência para a Resposta Sazonal em Saúde – Referencial Técnico Inverno 2023/2024 está disponível aqui:
Plano de Ação para a Prevenção da Violência no Setor da Saúde da DGS representado internacionalmente
A Direção-Geral da Saúde (DGS), através da Equipa do Plano de Ação para a Prevenção da Violência no Setor da Saúde (PAPVSS) – Programa Nacional de Prevenção da Violência no Ciclo de Vida, participou de 17 a 19 de setembro de 2023, em Barcelona, na 18th Conference of the European Forum for Primary Care – International Humanitarian Crises: What is the Role of Primary Care for International Social Cohesion? e no 46th IHF World Hospital Congress, que decorreu em Lisboa de 25 a 27 de outubro de 2023.
Em ambos os eventos, foi sistematizada a atividade dinamizada no âmbito do Plano. Numa abordagem que delineia o passado, presente e futuro, foram traçados aqueles que se constituem os principais resultados, lições aprendidas, desafios e potencialidades, destacando-se o modelo preventivo e de resposta que contempla governação a nível nacional, regional, institucional e local, bem como abordagem integrada e em rede intersetorial, envolvendo, para além das diversas áreas da Saúde – DGS, Gabinete de Segurança do Ministério da Saúde, Administrações Regionais de Saúde (ARS), Instituto Nacional da Administração (INA), Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), Agrupamento de Centros de Saúde (ACeS), Hospitais, Instituto para os Comportamentos Aditivos e as Dependências (ICAD), também Ordens Profissionais, outras associações profissionais da Saúde, Ministério da Administração Interna e da Justiça.
Salienta-se que, em 2021, o Plano de Ação foi reconhecido, entre 120 países, como uma das cinco boas práticas no relatório VIOLENCE AGAINST HEALTH CARE: Current practices to prevent, reduce or mitigate violence against health care, um estudo dinamizado pela Federação Internacional dos Hospitais (IHF), Associação Médica Mundial (WMA), Conselho Internacional de Enfermeiros (ICN) e Comité Internacional da Cruz Vermelha (ICRC). Também em 2022, o Conselho Europeu das Ordens dos Médicos (CEOM) considerou como pioneiro este modelo de atuação implementado no SNS na reunião sobre o tema Aggressions against Health care workers in Europe.
Mais informação disponível aqui.
Mais de 1 milhão de pessoas vacinadas no primeiro mês de vacinação sazonal – DGS
Entre 29 de setembro e 29 de outubro de 2023 foram vacinadas 1.010.615 pessoas com o reforço sazonal contra a COVID-19 e 1.271.728 pessoas contra a gripe.
Os dados constam do Relatório Mensal de Vacinação Sazonal 2023-2024, edição especial que será publicada na última semana de cada mês, pela Direção-Geral da Saúde (DGS), em articulação com a Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde (DE-SNS), que inclui dados relativos a regiões de saúde, pessoas elegíveis por patologias de risco e outros grupos específicos como os profissionais de saúde.
Desde o início da Campanha de Vacinação Sazonal foram vacinadas 71.110 pessoas com patologia de risco contra a COVID-19 e 79.863 contra a gripe.
Foram, igualmente, vacinados 28.121 profissionais de saúde contra a COVID-19 e 31.407 contra a gripe. Simultaneamente, decorreu a vacinação em lares de 119.751 pessoas contra a COVID-19 e 136.856 pessoas contra a gripe (residentes e profissionais).
No grupo etário de pessoas com 60 ou mais anos de idade, 892.329 pessoas contra a COVID-19 e 1.063.805 pessoas contra a gripe. Estes valores representam uma cobertura vacinal de 29,66% e 35,36%, respetivamente.
Das vacinas contra a COVID-19, 711.831 foram administradas em farmácias comunitárias e 298.773 em unidades de saúde do SNS. Simultaneamente, foram administradas 918.387 vacinas contra a gripe em farmácias comunitárias e 353.292 em unidades de saúde do SNS.
A monitorização e avaliação da Campanha de Vacinação Sazonal do Outono-Inverno 2023-2024 contra a gripe e COVID-19 é feita em colaboração com os demais serviços do Ministério da Saúde, as associações representativas das farmácias e os distribuidores farmacêuticos.
A DGS reforça o apelo aos grupos elegíveis, incluindo os grupos específicos, para se vacinarem contra a gripe e COVID-19 como medida de prevenção da doença grave.
O Relatório de Vacinação Sazonal 2023-2024 de 31 de outubro de 2023 está disponível aqui:
Reserva estratégica de medicamentos e equipamentos médicos
Aprovada candidatura de Portugal para reforçar reserva estratégica na saúde
- Projeto aprovado pela Comissão Europeia melhora as condições do país na criação de uma reserva estratégica de medicamentos e equipamentos médicos.
- Stocks asseguram capacidade estratégica para responder com celeridade às ameaças sanitárias transfronteiriças.
- Financiamento aprovado é superior a 146 milhões de euros e o projeto tem um prazo de 33 meses.
A Comissão Europeia aprovou esta semana a candidatura de Portugal a um projeto que tem como objetivo melhorar as condições do país na criação de uma reserva estratégica de medicamentos e equipamentos médicos, permitindo uma maior colaboração com a União Europeia na resposta às ameaças à Saúde Pública.
A candidatura portuguesa foi aprovada pela Comissão Europeia após um processo de submissão e avaliação que se iniciou em maio do corrente ano e terá um financiamento superior a 146 milhões de euros.
Esta candidatura congrega várias entidades do Ministério da Saúde: DGS – Direção Geral de Saúde; INEM – Instituto Nacional de Emergência Médica, I.P.; INFARMED – Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, I.P.; INSA – Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, I.P.; SPMS – Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, E.P.E., e SUCH – Serviço de Utilização Comum dos Hospitais, assim como o Laboratório Nacional do Medicamento.
A Comissão Europeia, conjuntamente com os Estados-Membros, criou desde 2020 um total de 11 reservas estratégicas de medicamentos e material médico em dez Estados-Membros. Esses stocks fornecem uma capacidade estratégica para responder às ameaças sanitárias transfronteiriças.
Através desta candidatura, Portugal responde a um apelo complementar para melhorar ainda mais a preparação coletiva da União Europeia para ameaças à Saúde Pública.
O principal objetivo do projeto é desenvolver e manter um stock de produtos farmacêuticos e de equipamentos médicos, em Portugal, capaz de responder às seguintes ameaças consideradas prioritárias à saúde:
- Agentes patogénicos com potencial pandémico;
- Ameaças nucleares, radiológicas, químicas, biológicas (CBRN);
- Resistência antimicrobiana;
- Catástrofes naturais (tais como sismos e cheias).
A proposta portuguesa garante uma mobilização de elevada celeridade para atender àquelas ameaças.
O financiamento atribuído à candidatura portuguesa, no montante de 146 351 367,22€ (cento e quarenta e seis milhões trezentos e cinquenta e um mil, trezentos e sessenta e sete euros e vinte e dois cêntimos) será financiado a 100%. O projeto tem uma duração estimada de 33 meses.
Referência: Call: UCPM-2023-rescEU-MED-CBRN-Stockpiles-IBA (Development and maintenance of rescEU (medical/CBRN) stockpiles)/Topic: UCPM-2023-rescEU-MED-CBRN-Stockpiles-IBA
Novas viaturas no CHUA
Centro Hospitalar recebe dois veículos para transporte de doentes
O Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA) recebeu, no dia 28 de outubro, um Veículo Dedicado ao Transporte de Doentes (VDTD) para apoio aos utentes do Departamento da Criança, Adolescência e Apoio à Família, informou o CHUA.
Esta viatura, oferecida pelo Lions Clube de Vilamoura, vem juntar-se a outro VDTD adquirido pelo CHUA e entregue também esta semana. De acordo com o CHUA, com estas duas novas viaturas, o Conselho de Administração (CA) pretende suprir uma necessidade há muito evidenciada.
“Até agora tínhamos duas muito antigas, uma com 868 mil quilómetros e outra com 556 mil quilómetros. Dado que houve este donativo, encomendámos ambas para substituição, no plano aprovado de aquisição de uma por ano, a responsabilidade das aquisições e definição dos meios foi deste CA, recebendo o apoio financeiro do Lions Clube de Vilamoura” para uma, referiu Paulo Neves, vogal executivo do CHUA na cerimónia que decorreu junto ao Serviço de Pediatria da Unidade Hospitalar de Faro.
Na cerimónia de entrega das viaturas, abençoadas pelo capelão do CHUA Padre Luís Gonzaga, estiveram ainda presentes o procurador-geral adjunto da Procuradoria-Geral da República, João Luís Gonçalves, o presidente da Câmara Municipal de Loulé, Vítor Aleixo, a vice-presidente da Câmara de São Brás de Alportel, Marlene Guerreiro, e o presidente da Junta de Freguesia de Quarteira, Telmo Pinto, autarquias que também contribuíram para o esforço e apoio ao Lions Club nesta iniciativa. Da parte do Lions, a entrega das viaturas contou com a presença do presidente do Conselho Nacional de Governadores do Lions, Américo Marques, o governador Armando Cottim, entre outros presidentes de clubes e sócios do Lions Clube de Vilamoura.
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Dia Mundial do AVC
Apenas 57% dos utentes liga 112 nas duas primeiras horas após o início de sintomas de AVC
No primeiro semestre de 2023, o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) encaminhou para os hospitais mais adequados 3.647 utentes com sinais e sintomas de AVC, através da Via Verde do AVC. As primeiras horas após o início dos sintomas de AVC são essenciais, pois é esta a janela temporal que garante a eficácia dos principais tratamentos.
No Dia Mundial do AVC (Acidente Vascular Cerebral), assinalado no calendário a 29 de outubro, o INEM revela que, em apenas 57% dos casos, o contacto dos utentes para o 112 ocorreu nas primeiras duas horas após início dos sintomas.
Entre janeiro e junho de 2023, o INEM encaminhou 3.647 doentes com suspeita de AVC para os hospitais mais adequados, através da Via Verde do AVC. O distrito do Porto registou o maior número de casos, com 725 doentes encaminhados, seguido de Lisboa e Braga, com 683 e 261 casos, respetivamente.
Hospital da Feira recebeu 281 através da Via Verde do AVC
Os números referentes ao primeiro semestre de 2023 indicam que o Centro Hospitalar e Universitário Lisboa Norte – Hospital de Santa Maria, em Lisboa, foi o hospital que mais casos suspeitos de AVC recebeu através da Via Verde do AVC, com 281 registos. Seguem-se o Hospital Garcia de Orta, em Almada, e o Hospital de Braga, com 192 e 173 casos, respetivamente.
Os dados agora divulgados pelo INEM refletem um maior número de registos, comparativamente a anos anteriores, devido à implementação da ferramenta iTEAMS (INEM Tool for Emergency Alert Medical System), que se encontra em funcionamento em todos os meios de emergência médica do INEM e em 115 entidades do Sistema Integrado de Emergência Médica (Bombeiros e Cruz Vermelha Portuguesa).
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Secretária de Estado presidiu à sessão de encerramento da Conferência Anual da Plataforma Saúde em Diálogo
A Secretária de Estado da Promoção da Saúde, Margarida Tavares, defendeu que a literacia em saúde, qualidade de vida e desenvolvimento sustentável – temas da Conferência Anual da Plataforma Saúde em Diálogo – “são da maior importância para a área da saúde, como um todo, mas também para a vida de cada um de nós, de forma individual e em sociedade”.
A governante, que presidiu ao encerramento da conferência, esta quinta-feira, dia 26 de outubro, afirmou que “A literacia em saúde é importante para todos nós quando estamos doentes, quando estamos em risco e quando tentamos permanecer saudáveis. É praticável e é uma inspiração para melhorar o bem-estar público”.
“Hoje, estamos confrontados com um crescimento das necessidades em saúde, que nenhum sistema de saúde poderá satisfazer adequadamente se continuar apenas focado na produção de atos de prestação de cuidados. O caminho da promoção da saúde e da prevenção tem de ser reforçado. Precisamos de inverter o paradigma. E esta necessidade de inversão reconduz-nos, já de forma estrutural, para o tema da literacia”, reforçou Margarida Tavares.
A Secretária de Estado defendeu que “ao invés de exigir que as pessoas lidem com sistemas e processos complexos, é necessário mudar os sistemas e os processos de saúde para que estes lidem com a complexidades das pessoas”.
“Uma literacia em saúde desadequada está ligada a um baixo conhecimento ou compreensão, quer dos serviços de prestação de cuidados, quer dos próprios resultados em saúde, e estará também associada a uma maior probabilidade de hospitalização, uma maior prevalência e gravidade de algumas doenças crónicas, pior estado geral de saúde, e uma baixa adesão a medidas de prevenção e rastreio de doença”, elucidou.
Apesar do muito caminho que há para percorrer, a governante destacou que “Portugal tem sido um dos países pioneiros no que diz respeito à definição de estratégias e ações no âmbito da Literacia em Saúde”. Tanto a nível individual como coletivo há medidas a implementar, mas Margarida Tavares frisou que “a literacia em saúde não é, nunca, apenas uma responsabilidade individual (do cidadão se capacitar), mas uma responsabilidade coletiva e dos sistemas de saúde que devem promover essa capacitação”.
“Assim, temos também de entender e buscar a literacia enquanto condição para uma cidadania relevante e efetiva num contexto democrático. Ora, a cidadania é mais do que o simples civismo, a mera observância de regras de convivência. A cidadania é mais exigente, pressupondo não só a titularidade de direitos (o “direito a ter direitos”), mas um envolvimento com a coisa pública, uma participação construtiva na comunidade e para a comunidade politicamente organizada”, disse.
“Assim o desígnio maior do esforço da promoção da literacia em saúde é assegurar a cada cidadão a capacidade de compreender e negociar as suas decisões com consequências na sua saúde ou na gestão da sua doença: trata-se portanto de emancipar, ou, se preferirem o termo mais vulgar, empoderar os cidadãos no seu direito de navegar os determinantes e os serviços de saúde, ou seja por em prática uma escolaridade abrangente e integradora”, concluiu.
Iniciativa Saúde Aberta passou pelos 15 concelhos do distrito de Portalegre. Ricardo Mestre visitou Alter do Chão, Monforte, Elvas, Campo Maior e Arronches
Conhecer melhor as unidades de saúde, ouvir os cidadãos, os profissionais de saúde e os autarcas para resolver os problemas e ir ao encontro das expetativas e necessidades identificadas. Estes foram os principais objetivos da quinta edição da Saúde Aberta, uma iniciativa do Ministério da Saúde que está a percorrer todos os concelhos do país e que vai já na quinta edição.
Na segunda-feira, dia 23 de outubro, o Ministro da Saúde, a Secretária de Estado da Promoção da Saúde e o Secretário de Estado da Saúde percorreram os 15 concelhos do Norte Alentejano, com Ricardo Mestre a passar por Alter do Chão, Monforte, Elvas, Campo Maior e Arronches.
A comitiva do Secretário de Estado da Saúde começou o dia em Alter do Chão, tendo reunido com o Município e visitado o centro de saúde, onde foi reconhecida a necessidade de renovação das instalações. Ricardo Mestre elogiou o papel das autarquias na resposta de proximidade às populações e assegurou que o caminho da descentralização de competências é muito importante para melhorar as respostas. “Os autarcas são decisivos para também na saúde conseguirmos servir melhor as pessoas”, destacou.
O governante prosseguiu a visita em Monforte. Aqui, o Secretário de Estado reafirmou a vontade do Ministério da Saúde de melhorar a resposta dos cuidados de saúde primários, generalizando as denominadas Unidades de Saúde Familiar. Na região, a dimensão de alguns concelhos pode trazer algumas barreiras a este processo, pelo que Ricardo Mestre alertou que é essencial investir-se mais no trabalho em rede e na cooperação entre municípios. “É preciso olhar para além das fronteiras dos centros de saúde”, disse. “É em rede que respondemos melhor às pessoas”, acrescentou.
Elvas foi o terceiro concelho visitado pelo Secretário de Estado da Saúde, que aproveitou para reforçar a mensagem sobre a centralidade que o Serviço Nacional de Saúde assume em distritos como Portalegre, onde muitas vezes a única resposta é mesmo a resposta pública. “O SNS é um instrumento de igualdade territorial”, disse.
Neste concelho, Ricardo Mestre aproveitou a visita para, além da reunião com o Município e da visita ao centro de saúde, inaugurar oficialmente a Unidade de Alta Resolução do Hospital de Elvas. “Este é um projeto de modernidade que vai ao encontro das necessidades das pessoas. O que está a acontecer aqui é o presente e o futuro do SNS”, disse, lembrando que o hospital está a permitir investir mais no diagnóstico precoce, ao aumentar a capacidade da região em exames ainda com carências.
“Os cuidados de saúde primários são a nossa rede de proximidade que queremos continuar a aprofundar.” Foi desta forma que o Secretário de Estado da Saúde, já em Campo Maior, definiu a importância dos cuidados de saúde primários no SNS, pretendendo-se que sejam capazes de proporcionar cada vez mais e melhor acesso, em proximidade. Ricardo Mestre recordou que em todo o país, nomeadamente com recurso a verbas do Plano de Recuperação e Resiliência, estão a ser construídos mais de 100 novos centros de saúde, a que se somam mais de 300 requalificações. Neste contexto, o governante visitou as obras de requalificação do centro de saúde de Campo Maior, que vão permitir dar mais conforto a profissionais e utentes e abrir novas valências.
Antes de rumar a Portalegre, para visitar vários serviços do hospital, o Secretário de Estado ainda esteve em Arronches, onde encontrou no poder local a vontade de melhorar a resposta em rede dos centros de saúde, em aliança com mais concelhos.
“Este foi um dia muito gratificante. Tivemos oportunidade de discutir a resposta do SNS nestes concelhos e encontrámos nas autarquias e nos profissionais a vontade de melhorarem a resposta”, sintetizou o Secretário de Estado da Saúde, que encontrou vontade, nos vários concelhos, de colaborarem entre si para qualificarem as respostas, partilhando desafios e soluções.
Reforço da Saúde Pública
Secretária de Estado da Promoção da Saúde presidiu à sessão de encerramento do IV Congresso Nacional de Saúde Pública
Para Portugal poder ter uma população com mais saúde é necessária uma aposta forte na prevenção das doenças e na promoção da saúde, no combate às desigualdades, e na capacitação dos cidadãos e das comunidades. A promoção da saúde e a saúde pública devem ter um papel mais relevante na definição das políticas públicas de todas as áreas do nosso país. Estas foram algumas das ideias partilhadas esta sexta-feira, dia 27 de outubro, pela Secretária de Estado da Promoção da Saúde, Margarida Tavares, quando presidiu à sessão de encerramento do IV Congresso Nacional de Saúde Pública, em Viseu.
“Desde a segunda metade do século passado, o mundo vem assistindo à progressão dos fatores de risco para as doenças crónicas e que muito têm contribuído para a carga da doença, primeiro nos países de renda elevada e depois também nos países de baixa e média renda”, lembrou Margarida Tavares.
“Os estilos de vida que se instalaram nas nossas sociedades têm sido os responsáveis por mais doença, mais incapacidade, mais multimorbilidade. Tabaco, álcool, sedentarismo, consumo excessivo de sal, de açúcar, de gorduras saturadas, dieta pobre em fibras, frutas e vegetais, má qualidade do ar: Estes fatores de risco tornaram inevitável uma reorientação da saúde pública para a promoção da saúde”, acrescentou a Secretária de Estado.
A governante frisou que “a promoção da saúde precisa de parceiros em todos os sectores e precisa do compromisso de todos. Esse compromisso tem de ser inabalável e precisa de recursos para poder ser robusto. As unidades locais de saúde pública são essenciais para liderar esta transformação e estamos precisamente a fazer o levantamento dos recursos humanos e físicos aí existentes”.
Para a Secretária de Estado da Promoção da Saúde, a saúde pública e a promoção da saúde reclamam um novo modelo organizacional, que passa pela criação de uma Agência para a Promoção da Saúde.
“Este organismo terá de ser capaz de fazer pontes e de cooperar com as demais entidades públicas, privadas e do sector social e também com a sociedade civil, no sentido de atuar de forma mais efetiva sobre os determinantes da saúde, de aplicar efetivamente os princípios ‘Saúde em Todas as Políticas’ e ‘Uma Só Saúde’, reduzindo-se as desigualdades, aumentando e preservando o capital de saúde e o bem-estar dos cidadãos ao longo do curso da vida”, adiantou.
Com esta estrutura, explicou, será possível influenciar as políticas nos outros sectores. “Precisamos de olhar para a saúde como um recurso – o recurso mais valioso – para o sucesso da nossa sociedade. Não podemos resignar-nos a ter uma baixa esperança de vida saudável aos 65 anos nem continuar a assistir ao aumento da incidência de tantas doenças associadas aos estilos de vida. Temos o dever de agir”, asseverou.
Este percurso, insistiu, será feito com a Direção-Geral da Saúde e com o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge. “Temos dito e repetido que não contarão connosco para menorizar ou delapidar estas instituições históricas”, disse.
“O novo desenho organizacional que está a ser trabalhado visa justamente proceder a uma repartição clara das competências das várias entidades, centrando-as naquilo que é a sua primária vocação”, acrescentou.
Abrangência da medicina do trabalho
Secretária de Estado da Promoção da Saúde defendeu necessidade de um novo paradigma no Fórum Nacional de Medicina do Trabalho
Os locais de trabalho são espaços privilegiados para a implementação de uma verdadeira cultura de promoção da saúde e de prevenção da doença, sendo esta alteração de paradigma fundamental para o presente e o futuro dos sistemas de saúde. Esta foi uma das mensagens transmitidas pela Secretária de Estado da Promoção da Saúde, Margarida Tavares, na sexta-feira, dia 27 de outubro, na Sessão Solene do 17º Fórum Nacional de Medicina do Trabalho, que decorreu em Coimbra.
“O conceito de local de trabalho saudável (Healthy Workplace) é hoje amplamente reconhecido. Os resultados de uma organização, nomeadamente o desempenho e a produtividade, são indiscutivelmente influenciados pela Saúde e Qualidade de Vida dos trabalhadores”, começou por dizer a Secretária de Estado. “Uma cultura organizacional e uma estratégia orientadas para a promoção do bem-estar e locais de trabalho saudáveis conduz, de facto, a maiores índices de satisfação com o trabalho, diminui os riscos psicossociais no trabalho, e estão assim relacionados com o desenvolvimento pessoal, melhoria das competências e das capacidades individuais”, destacou Margarida Tavares.
A governante lembrou que, de acordo com as estimativas mundiais da Organização Internacional do Trabalho (OIT), todos os anos 2,78 milhões de trabalhadores morrem devido a doenças profissionais e a acidentes de trabalho – com destaque para o impacto do trabalho nas doenças cérebro-cardiovasculares, oncológicas, respiratórias, lesões profissionais e doenças transmissíveis – e 374 milhões de trabalhadores são vítimas de acidentes de trabalho não fatais.
“Falar de locais de trabalho não é falar de um qualquer setor das nossas vidas. Os locais de trabalho são a nossa segunda casa, quando não são mesmo a primeira”, insistiu, reiterando que “pensar nos locais de trabalho é pensar na sociedade que queremos ter como um todo, e assim, é também pensar no contexto privilegiado para uma alteração de paradigma que precisamos com urgência, para podermos ter menor foco na doença e mais foco na promoção da saúde e prevenção da doença”.
“Cumpre-me aqui também recordar o importante papel que os Serviços de Saúde Ocupacional / Saúde e Segurança no Trabalho do Serviço Nacional da Saúde tiveram durante a Pandemia, encontrando-se na linha da frente no processo de gestão da vacinação dos profissionais do SNS, contribuído para o seu sucesso, e desenvolvendo exemplos de boas práticas, no âmbito do controlo dos riscos psicossociais”, reforçou a Secretária de Estado.
Margarida Tavares frisou que tanto o Ministério da Saúde como o SNS estão comprometidos com o objetivo de melhorar os ambientes e o bem-estar no trabalho, o que implica reforçar os serviços de saúde ocupacional. Do Plano Nacional de Saúde à Estratégia Nacional de Combate à Pobreza 2021-2030, foram vários os exemplos avançados pela governante.
“Estamos alinhados nestes objetivos com a Organização Mundial de Saúde, que salienta que esta aposta em locais de trabalho mais saudáveis passa por um conjunto de intervenções mais alargadas, como o incentivo à adoção de uma alimentação saudável, prática de atividade física e promoção da saúde mental e familiar, na medida em que uma dieta não saudável, tabagismo, estilo de vida sedentário e maior consumo de álcool aumentam significativamente o risco de várias doenças crónicas evitáveis”, concluiu.
Dia do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge 2023: conheça o programa
30-10-2023
Conheça o programa do Dia do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), que assinala no próximo dia 10 de novembro o seu 124º aniversário. O programa das celebrações, que terão lugar no auditório da Ordem dos Contabilistas Certificados, no Porto, prevê a realização de uma Conferência-debate intitulada “Alimentação e Sustentabilidade”, seguida de um painel de debate com especialistas da Direção-Geral da Saúde, da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária e da Ordem dos Nutricionistas, entre outros.
O programa do evento terá início com o descerramento de uma placa evocativa do 15º aniversário do edifício do Centro de Saúde Pública Doutor Gonçalves Ferreira – Delegação do INSA no Porto, à qual se seguirá a habitual sessão de abertura e boas-vindas. A Conferência-debate intitulada “Alimentação e Sustentabilidade” será proferida por João Breda, senior advisor da Divisão de Sistemas e Políticas de Saúde da Organização Mundial da Saúde para a região europeia (OMS Europa), e por Válter Fonseca, technical officer da Divisão de Sistemas de Saúde do Gabinete Europeu da OMS para a Qualidade em Saúde (Atenas/Grécia).
De seguida, haverá espaço para um painel de debate com especialistas da Direção-Geral da Saúde, da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) e da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto, bem como de representantes da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária e da Ordem dos Nutricionistas, numa sessão com moderação de Ana Maria Correia, diretora do Centro de Saúde Pública Doutor Gonçalves Ferreira – Delegação do INSA no Porto. O evento terminará com uma sessão solene presidida pelo Ministro da Saúde, Manuel Pizarro, na qual serão homenageados colaboradores do INSA com 30 ou mais anos de serviço. A iniciativa será transmitida através das redes sociais do INSA (Facebook, Twitter e YouTube).
Fundado em 1899 pelo médico e humanista Ricardo Jorge, o INSA desenvolve uma tripla missão como laboratório do Estado no setor da saúde, laboratório nacional de referência e observatório nacional de saúde. O INSA tem por missão contribuir para ganhos em saúde pública através de atividades de investigação e desenvolvimento tecnológico, atividade laboratorial de referência, observação da saúde e vigilância epidemiológica, bem como coordenar a avaliação externa da qualidade laboratorial, difundir a cultura científica, fomentar a capacitação e formação e ainda assegurar a prestação de serviços diferenciados.