Estão disponíveis no Portal da Estatística da Saúde os seguintes relatórios:
- Relatório de Registos de Interrupção da Gravidez 2016 – janeiro a dezembro de 2016. Os dados foram extraídos da base nacional a 8 de maio de 2017, de forma a reduzir o impacto dos registos tardios.
- Relatório de Registos de Interrupção da Gravidez 2015 – janeiro a dezembro de 2015 – edição revista em maio de 2017. Procedeu-se novamente à publicação do relatório dos dados de 2015 com os registos atualizados no dia 8 de maio de 2017.
Número de interrupções da gravidez voltou a diminuir em 2016
O número de interrupções da gravidez (IG) voltou a diminuir em 2016: 15.959 (16.028 em 2015), de acordo com os dados divulgados pela Direção-Geral da Saúde.
Deste número, as interrupções por opção da mulher nas primeiras dez semanas constituem cerca de 96,6 % do total das intervenções realizadas, seguindo-se a «grave doença ou malformação congénita do nascituro» (2,77 %) e outras.
A categoria das «trabalhadoras não qualificadas» aumentou, tendo sido a predominante nesse ano (21,31 %) e ultrapassado, pela primeira vez, a de «desempregado» (18,62%). Em terceiro lugar surge a categoria de «estudante», com 15,96% das IG realizadas em 2016.
Sobre o grau de instrução, o relatório dos registos das interrupções da gravidez indica que mais de um terço (39,6 %) das mulheres tem o ensino secundário, 25, 1% o terceiro ciclo do ensino básico, 23,5 % o ensino superior e 9 % o segundo ciclo do ensino básico.
Trinta e cinco mulheres referiram não saber ler nem escrever, ou seja 0,2 % do total das mulheres que fizeram IG em 2016.
O documento indica que o número de IG em mulheres de nacionalidade estrangeira diminuiu no ano passado (18,3 % em 2015 e 17,7 % em 2016).
Entre as mulheres de nacionalidade estrangeira, que realizaram IG em Portugal, as de origem cabo-verdiana foram as que mais recorreram a este serviço (3,85 %), seguindo-se as brasileiras (2,46 %), as angolanas (2,11 %), as guineenses (1,20 %), as são-tomenses (0,90 %), as romenas (0,75 %), as ucranianas (0,65 %) e as chinesas (0,56 %).
Por idades, o grupo etário entre os 20 e os 24 anos foi o que mais IG praticou, seguindo-se o situado entre os 25 e os 29 anos e, em terceiro lugar, o grupo entre os 30 e os 34 anos.
Em relação à distribuição das interrupções por regiões de saúde, estas foram mais frequentes na região de Lisboa e Vale do Tejo (55,09 %) e no Norte (23,53 %).
Neste período, 49,5 % das mulheres que efetuaram uma IG nas primeiras 10 semanas de gestação, por opção, referiram ter um a dois filhos e 43 % não tinham filhos. Estes dados são muito semelhantes aos verificados em anos anteriores. (Quadro 12).
Entre as mulheres que realizaram uma IG em 2016, 233 (1,5 %) tinham tido um parto nesse mesmo ano (1,5 %).
Segundo o relatório, «entre as mulheres que efetuaram uma IG em 2016, 70 % nunca tinham realizado anteriormente uma interrupção, 21,7 % realizaram uma, 5,9 % tinham realizado duas e 2,4 % já tinham realizado três ou mais no decorrer da sua idade fértil».
«Das interrupções realizadas durante 2016, 260 (1,7 %) ocorreram em mulheres que já tinham realizado uma IG nesse ano», lê-se no documento.
Os autores referem que 72,2 % das IG por opção da mulher realizadas no ano passado foram feitas em unidades oficiais do Serviço Nacional de Saúde (SNS), o que constitui «um aumento de cerca de 0,8 % relativamente a 2015».
O relatório acrescenta que, em relação às IG realizadas em instituições do Serviço Nacional de Saúde (SNS), 55,7 % decorreram do acesso direto das mulheres à consulta hospitalar (iniciativa própria), 33,9 % tiveram uma referenciação prévia dos cuidados de saúde primários (encaminhamento do centro de saúde) e 4,6 % resultaram do encaminhamento de outras unidades hospitalares públicas.
Em relação a 2015, diminuiu ligeiramente o número de mulheres que recorreram à consulta de IG por iniciativa própria.
No que diz respeito às unidades privadas, a percentagem de mulheres encaminhadas por unidades hospitalares públicas e pelos cuidados de saúde primários foi de 21 % e 53 %, respetivamente. Tal significa que «aumentou consideravelmente o encaminhamento pelos centros de saúde com consequente diminuição do encaminhamento por hospitais públicos».
«Procuraram estas unidades por iniciativa própria e não ao abrigo de encaminhamento do SNS 24,3% das mulheres», adiantam os autores.
Em 2016, 71,7 % das IG por opção da mulher foram realizadas pelo método medicamentoso e 27,2 % pelo método cirúrgico.
«Nas unidades do SNS, a grande maioria das interrupções (98,3 %) foi realizada utilizando o método medicamentoso, tendo aumentado 0,3 % comparativamente a 2015», lê-se no relatório.
Já em relação às unidades privadas, a quase totalidade das interrupções foram realizadas pelo método cirúrgico (97,1 %), tendo aumentado 0,8 % em relação a 2015.
A esmagadora maioria (94,5 %) das mulheres que realizou um IG por opção escolheram, posteriormente, um método de contraceção.
Fonte: Lusa