A taxa de infeção hospitalar diminuiu 31 % no período 2012/2016 no Centro Hospitalar São João (CHSJ), no Porto, com «melhor e menor utilização de antibióticos» e «redução da utilização desnecessária de dispositivos invasivos», anunciou o centro hospitalar.
«O principal resultado foi a redução da taxa de infeção, ou seja, da infeção contraída pelo doente dentro da instituição, que baixou de 16,5 %, em 2012, para 11,3 %, em 2016. Esse é um resultado importante e significativo», afirmou o Coordenador da Unidade de Prevenção e Controlo da Infeção, Carlos Alves.
Estes resultados, relativos ao centro hospitalar, constam do «Estudo Europeu de Prevalência de Infeção Associada a Cuidados de Saúde e Consumo de Antibióticos 2017».
Neste estudo, foram abrangidos 930 doentes internados naquele hospital e no período em análise, o que constituiu «a maior colheita de dados deste género de sempre no CHSJ».
«Os dados apresentados evidenciam melhorias importantes em várias áreas da luta contra a infeção e resistências aos antibióticos», sublinhou Carlos Alves.
O responsável destacou «a melhor utilização dos antibióticos e, consequentemente, diminuição do risco de desenvolvimento de resistências, traduzida pela diminuição de 22 % no número de doentes sob tratamento antibiótico, em relação a 2012».
Apontou também «a melhoria das práticas de profilaxia antibiótica cirúrgica com uma redução de 77 % no número de doentes em que foi feita em excesso».
«Temos indicadores que mostram que há maior preocupação, maior cuidado, na utilização do antibiótico, que se traduz na redução do número de doentes que estão a fazer o medicamento. Sabemos que, por vezes, havia situações em que eles eram utilizados ou por tempo demasiado ou em casos em que até poderiam não ser necessários», referiu o especialista.
Carlos Alves apontou ainda «a crescente preocupação em limitar o uso de dispositivos invasivos às situações em que são estritamente necessários e, desta forma, reduzir o risco de infeções que lhes está associado, evidente, nomeadamente, pela redução em 24 % do número de doentes algaliados em relação a 2012».
«Verificamos que em 2012, ano em que se realizou a primeira edição deste estudo europeu, cerca de um terço dos doentes internados estavam algaliados. Neste momento, esse valor baixou para um quarto, o que significa que estamos a usar melhor um meio que é necessário, mas que só deve ser utilizado quando, de facto, o risco de infeção é menor do que o benefício que traz», acrescentou.
Fonte: Lusa