Stop Infeção Hospitalar! Luta contra infeções hospitalares vai ser alargada no SNS

08/05/2018

No âmbito da apresentação dos resultados da iniciativa Desafio Gulbenkian Stop Infeção Hospitalar!, o Ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, revelou que o Governo pretende generalizar ao maior número de unidades de saúde as práticas de uma iniciativa que envolveu 19 hospitais e que reduziu em mais de 50% quatro tipos de infeções hospitalares.

«Nunca Portugal tinha alcançado resultados tão positivos numa batalha como esta», acrescentou ainda o Ministro da Saúde aos jornalistas. Momentos antes, na sessão de encerramento da apresentação da iniciativa, já havia considerado como «históricos» os resultados alcançados.

As infeções hospitalares e as bactérias resistentes são «uma ameaça mundial», referiu Adalberto Campos Fernandes, lembrando que Portugal tem das mais elevadas taxas de infeção hospitalar.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que encerrou a cerimónia, afirmou também ser «inequívoco que as infeções hospitalares são um grave problema de saúde pública», que colocam em causa a qualidade da prestação de cuidados, que aumentam o tempo de internamentos e provocam mais óbitos.

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As doze instituições de saúde que receberam a distinção pela participação no projeto Stop Infeção Hospitalar! foram:

1. Unidade Local de Saúde do Nordeste
2. Hospital da Senhora da Oliveira Guimarães
3. Hospital de Braga
4. Instituto Português de Oncologia do Porto Francisco Gentil
5. Centro Hospitalar de São João
6. Unidade Local de Saúde de Matosinhos
7. Centro Hospitalar Cova da Beira
8. Centro Hospitalar de Lisboa Central
9. Centro Hospitalar Lisboa Norte
10. Centro Hospitalar Barreiro Montijo
11. Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo
12. SESARAM (Serviço de Saúde da Região Autónoma da Madeira)

Desafio Gulbenkian Stop Infeção Hospitalar!

O Desafio Gulbenkian Stop Infeção Hospitalar! foi apresentado em março de 2015 na Gulbenkian, em Lisboa, propondo-se reduzir em 50% quatro tipos de infeções hospitalares e assim poupar vidas, diminuir o número de dias de incapacidade por doença, poupar o sofrimento dos doentes e famílias e poupar os consumos, como lembrou a Presidente da Gulbenkian, Isabel Mota.

Em 2014 Portugal tinha quase o dobro das infeções hospitalares que a média dos países europeus.

Passados três anos a trabalhar com 19 hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e com mais de 240 profissionais, a implementação deste projeto, com uma metodologia própria, tem permitido uma notória melhoria dos procedimentos de prevenção das infeções do local cirúrgico (colon/reto, vesícula biliar, prótese da anca e joelho), infeção do trato urinário em doentes com cateter vesical, infeções da corrente sanguínea em doentes com cateter vascular central (CVC) e na pneumonia associada à intubação.

Até ao momento, com a implementação deste projeto foi possível reduzir:

  • 65% das infeções do local cirúrgico em cirurgia geral;
  • 78% das infeções do local cirúrgico de ortopedia;
  • 35% das infeções do trato urinário associado a cateter vesical;
  • 51% das pneumonias associadas a intubação; e
  • 61% da KSRCVC.

Créditos fotografias: Márcia Lessa