Instituto Ricardo Jorge volta a garantir vigilância epidemiológica do Festival Andanças 2018

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08-08-2018

O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge implementou, mais uma vez, a vigilância epidemiológica do Festival Andanças 2018, que decorreu, entre os dias 1 e 5 de agosto, em Castelo de Vide. Este Festival promove a música e a dança popular de raiz tradicional, portuguesas e do mundo, tendo a edição deste ano contado com a presença de mais de 15 mil participantes.

Através da monitorização em tempo real dos cuidados de saúde prestados no terreno, a participação do Instituto Ricardo Jorge visou detetar rapidamente qualquer situação que precisasse de intervenção para defesa da saúde dos participantes no festival. Todas as ocorrências atendidas no “Espaço Saúde” do Festival foram registadas, permitindo a recolha destes dados a elaboração de um relatório diário com todas as ocorrências e a análise de toda a informação, que era depois partilhada com as várias entidades intervenientes (Produção do Festival, Proteção Civil Municipal, Bombeiros e GNR, entre outros organismos).

No total, foram registadas 361 ocorrências, sendo que os principais motivos de recurso aos cuidados de saúde no “Espaço Saúde” do Festival foram feridas (53,1%), queixas osteoarticulares (10,8%) e queixas gastrointestinais (9,2%). Cerca de 65% das ocorrências eram do sexo feminino e cerca de 20% tinham menos de 20 anos, o que corresponde ao perfil demográfico do Festival.

A equipa de vigilância epidemiológica do Instituto Ricardo Jorge foi composta por sete elementos. Além da coordenação de Ricardo Mexia (médico de Saúde Pública e epidemiologista do Departamento de Epidemiologia), integraram a equipa Emma Saez (microbiologista integrada no Programa EUPHEM no Instituto Ricardo Jorge), Susana Martins (técnica de Análises Clínicas do Departamento de Doenças Infeciosas) e quatro médicas internas de Saúde Pública.

Eventos de massas ou multidões (mass gatherings) são definidos como eventos que reúnem mais do que um determinado número de pessoas num local específico para uma finalidade específica (função social, de lazer, desportiva ou outra), por um período definido de tempo e que colocam sob pressão os sistemas locais. As implicações de saúde desde tipo de evento incluem desde o risco de transmissão de doenças infeciosas, lesões ou doenças crónicas, até ao potencial de funcionarem como atividades promotoras de saúde.

No caso concreto dos festivais de música, os riscos para a saúde são aumentados, devido ao maior número de contactos interpessoais, à concentração elevada de participantes, oriundos de outras regiões ou países, com alojamentos e estruturas de restauração temporárias que podem contribuir para um maior risco de doenças transmissíveis e também com consumos de álcool ou uso de drogas recreativas, o que pode também propiciar comportamentos de risco.