Novas instalações do IN-Mouraria: inaugurada a consulta para tratamento da hepatite C

21/01/2019

A Secretária de Estado da Saúde, Raquel Duarte, estará presente na Inauguração das novas instalações do centro de rastreio comunitário IN-Mouraria, que decorre hoje, dia 21 de janeiro, em Lisboa.

O IN-Mouraria é um projeto lançado pelo GAT – Grupo Português de Ativistas sobre Tratamento de VIH/Sida. Trata-se de um centro de respostas integradas (sociais e de saúde) para pessoas que usam drogas, com a finalidade de reduzir os riscos e danos associados ao consumo de drogas, com particular foco na infeção pelo VIH e VHC.

A partir de hoje está disponível a «primeira consulta comunitária descentralizada em Portugal de tratamento da hepatite C destinada a pessoas que usam ou usaram drogas», que vão poder fazer o tratamento fora do ambiente hospitalar, «potenciando a cura da hepatite C», explica o GAT que, com esta iniciativa, pretende aproximar esta população dos cuidados de saúde.

A consulta comunitária resulta de uma parceria com o Serviço de Gastroenterologia do Centro Hospitalar Lisboa Norte (CHLN), que engloba os hospitais Santa Maria e Pulido Valente, e tem como objetivo tratar pessoas que «têm vidas difíceis» e «não se sentem bem nos hospitais», segundo o Presidente do GAT, Luís Mendão.

As pessoas vão ter médico, fazer as colheitas para as análises, fazer exames para avaliar o estado do fígado sem necessidade de se deslocarem ao hospital, acrescentou Luís Mendão.

«Pensamos que assim vamos conseguir tratar e curar a maior parte das pessoas desta população que vive com hepatite C», salientou o Presidente do GAT, que tem esperança que sejam tratadas 200 pessoas no primeiro ano da consulta.

O Diretor do Serviço de Gastrenterologia do CHLC, Rui Tato Marinho, que faz parte da equipa interdisciplinar, salientou a importância desta iniciativa para os doentes, mas também para os profissionais de saúde. «É aproximar o especialista da comunidade, ser útil à comunidade», uma vez que o «hospital é muitas vezes um sítio inóspito», sendo difícil para algumas pessoas a deslocação.

Com a deslocação da equipa de profissionais de saúde ao terreno consegue-se «fazer muito e ajudar muita gente em pouco tempo». Mas «também é bom» para os profissionais de saúde, pois «aproximamo-nos mais do outro, tornamo-nos mais humanos porque conhecemos outras faces da sociedade», sublinhou o especialista.

O Presidente do GAT avançou ainda que será desenvolvido um estudo observacional a partir desta consulta, com objetivo de determinar a taxa de sucesso do tratamento para a hepatite C entre pessoas que usam/usaram drogas em contexto comunitário.

A criação do novo espaço foi possível devido à contribuição da Câmara Municipal de Lisboa, Coaliton Plus e do Programa EDP Solidária Inclusão Social 2017, da Fundação EDP.

Fonte: Lusa