17/05/2019
A Ministra da Saúde, Marta Temido , visitou esta sexta-feira, dia 17 de maio, o trabalho do projeto social e cultural Manicómio, que permite a aproximação entre público e artistas com doenças mentais, diluindo o estigma.
«O mais interessante foi falar com os artistas – os que vivem com doença mental e com uma capacidade artística muito interessante – e ver a forma como trabalham e como transmitem o que os inquieta e as suas emoções para os seus trabalhos», disse a Marta Temido .
Este é o primeiro espaço de criação de Arte Bruta em Portugal, no Beato, em Lisboa, onde a Ministra teve a oportunidade de falar com alguns artistas deste espaço, que funciona também como coworking.
O projeto foi fundado pela associação P28, que dinamiza o pavilhão 31 no Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa, e que foi agraciada com a distinção de mérito do Ministério da Saúde por serviços únicos e exemplares prestados ao Serviço Nacional de Saúde e ao país, no âmbito da promoção e prevenção da doença.
Marta Temido enalteceu a força de vontade e capacidade criativa dos responsáveis pelo espaço, sublinhado que este é um projeto «que interessa seguir e ajudar a desenvolver».
Sandro Resende, que lidera o P28, um espaço de expressão artística e reabilitação, sublinhou a importância do projeto, sobretudo no acompanhamento destas pessoas e na diluição do estigma para com as doenças mentais. «Era importante que o espaço tivesse esta mistura com outras pessoas, para a diluição do estigma da doença mental. Aqui ninguém aponta dedo a ninguém», afirmou sobre o projeto, onde 10 artistas expressam livremente a sua arte, na pintura, desenho, cerâmica ou escultura.
O responsável explicou que os artistas, que ali podem estar até «poderem voar sozinhos», recebem bolsa de estudo, refeições e transporte pago, além de apoio médico, caso precisem. Sandro Resende explicou ainda que o projeto vai lançar uma revista em setembro e que pretende abrir um novo espaço.
O projeto Manicómio conta com o apoio do Turismo de Portugal, instituições de saúde, juntas de freguesias de Lisboa e câmara municipal e surge num momento em que um quinto da população portuguesa sofre de doenças mentais, segundo o relatório Health at a Glance 2018, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico.
Fonte: Lusa