20/05/2019
A Câmara Municipal do Porto e 22 instituições assinaram esta segunda-feira, dia 20 de maio, o protocolo de criação do consórcio para implementar a estratégia uma «Cidade Sem Sida» até 2020, fixando como uma das metas que 90% dos infetados tenham tratamento.
O protocolo foi assinado entre a autarquia, Direção-Geral da Saúde, Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte, Centro Hospitalar Universitário de São João, Centro Hospitalar Universitário do Porto, Agência Piaget, ARRIMO – Organização Cooperativa para Desenvolvimento Social e Comunitário, Associação Farmácias de Portugal e Médicos do Mundo.
«As cidades subscritoras da Declaração de Paris, nas quais o Porto se inclui, propõe-se reduzir o estigma, atingindo a discriminação zero através do cumprimento das metas 90-90-90 por volta de 2020, isto é: 90% das pessoas que vivem com a infeção sabem que estão infetadas, 90% das pessoas que sabem que estão infetadas estejam em tratamento e 90% das pessoas que estão em tratamento tenham a infeção controlada», explicou Rui Moreira, Presidente da autarquia.
Henrique de Barros, coordenador científico e técnico do «Plano de Ação da Estratégia Porto, Cidade Sem Sida», observou que, no Porto, «os valores do diagnóstico [da doença], por ano e por 100 mil habitantes, são quase o dobro da média nacional».
«Apesar do sucesso em alguns aspetos, como a diminuição imensa da infeção [pelo VIH/Sida] nas pessoas que utilizam drogas, Portugal e o Porto continuam a ser das comunidades com maior risco. A infeção está a aumentar de forma muito marcada nos homens que fazem sexo com outros homens, em idades relativamente jovens», observou o especialista.
Para Henrique de Barros, «uma das razões» para este crescimento «é o facto de a sida se ter transformado numa espécie de doença semelhante a todas as outras, para a qual existe uma resposta terapêutica bastante eficaz». De acordo com Henrique de Barros, no Porto a iniciativa vai apostar na «promoção do acesso ao teste do VIH».
O Presidente da Câmara, Rui Moreira, identificou como «prioridade» a aposta «na prevenção da infeção, no diagnóstico precoce» e «na correta e atempada referenciação das pessoas diagnosticadas para que sejam adequadamente acompanhadas nos cuidados de saúde».
Carlos Nunes, presidente da ARS Norte, defendeu a necessidade da «afirmação da saúde em todas as políticas» e apontou a estratégia de combate local à sida como «um passo em frente na relação da administração central e regional» com as autarquias. «Esta estratégia pretende facilitar o acesso aos objetivos através do trabalho conjunto», disse.
Subscreveram ainda o documento a Federação Académica do Porto, o Instituto Ricardo Jorge, a Abraço, a Misericórdia do Porto, a Universidade do Porto, o Instituto Politécnico do Porto e o Instituto Português do Desporto e Juventude, entre outras entidades.
Fonte: Lusa