Relatório de Situação nº 080 | 21/05/2020 – DGS
Infeção por novo coronavírus (COVID-19) em PORTUGAL – Relatório de Situação
Covid-19 | Vigilância no verão
Medidas não podem ser descuradas «nem por um momento» alerta DGS
A Diretora-Geral da Saúde, Graça Freitas alertou esta quinta-feira, dia 21 de maio, que é desconhecido o comportamento do novo coronavírus com temperaturas altas, apelando por isso a que no verão a vigilância e as medidas de proteção não sejam descuradas «nem por um momento».
«Os cidadãos não podem descurar as medidas porque nós não sabemos [se o calor tem influência no abrandamento]. Este vírus ainda não se deixou estudar completamente. Há coisas que não sabemos e temos de ter a humildade de dizer que não sabendo, temos de continuar a vigiá-lo e a tomar medidas para o pior cenário», afirmou a responsável, na conferência de imprensa diária de atualização de dados da pandemia de Covid-19 em Portugal.
A Diretora-Geral da Saúde, acompanhada do Secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, foi questionada sobre estudos e teorias que dão conta de que o novo coronavírus, que é já responsável pela morte de mais de 328 mil pessoas, reage bem ao calor.
«A questão da temperatura é uma questão que todo o mundo acompanha com ansiedade. Os outros coronavírus, os quatro que são sazonais, são sazonais porque aparecem sobretudo no outono e no inverno e começam a ter uma atividade muito baixa na primavera e no verão. Se este vírus tiver este comportamento vamos ter um alívio de casos no verão, mas não temos a certeza», sublinhou a Diretora-Geral da Saúde.
Graça Freitas frisou a necessidade de «continuar a vigiar» e, como exemplo relativamente à incerteza do comportamento do vírus, lembrou o caso de Singapura.«Não podemos nem por um momento descurar a vigilância epidemiológica, a monitorização dos casos, o isolamento dos casos. Estamos todos, à escala planetária, à espera do verão para ver o comportamento do vírus. Singapura está no Equador e teve surtos. É um país quente e teve de controlar casos. Temos de ter cuidado e estar muito atentos em relação à temperatura», concluiu.
Equilíbrio entre o «fique em casa» e o «retome a sua atividade»
Na semana em que Portugal iniciou a reabertura de alguns espaços como creches, aulas presenciais para os 11.º e 12.º anos, lojas de rua, cafés, restaurantes, museus, monumentos e palácios, ao Secretário de Estado da Saúde foi pedido um balanço sobre o desconfinamento.
«Ainda não estamos em tempo de balanço. Estamos ainda em tempo de dar respostas. É importante passar a mensagem [de equilíbrio] entre o ‘fique em casa’ e o ‘retome a sua atividade’. É importante que as pessoas percebam que continua a haver um critério de salvaguarda e contenção. É do ponto de equilíbrio que vai resultar com certeza no futuro um balanço favorável», afirmou António Lacerda Sales, elogiando, por fim, os portugueses por «evidenciarem responsabilidade, civismo e consciência social».
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Facebook do SNS > Covid-19 | Conferência de imprensa 21/05/2020
Covid-19 | Trace-Covid
Mais de 398 mil utentes acompanhados a partir do domicílio
Mais de 73 mil profissionais de saúde têm acesso à plataforma de acompanhamento de doentes em internamento domiciliário “Trace Covid”, vigiando mais de 398 mil casos confirmados ou suspeitos de Covid-19, desde o início da pandemia.
A informação foi avançada hoje, dia 21 de maio, pelo Secretário de Estado da Saúde, António Sales, na conferência de imprensa diária de acompanhamento da evolução da pandemia.
“Todos os dias aumentamos a nossa capacidade de vigilância de casos em domicílio», revelou António Lacerda Sales, acrescentando que existem mais 30 profissionais de saúde na plataforma Trace Covid, num total de cerca de 73.520 profissionais, que monitorizam mais de 398 mil utentes inscritos desde o início da pandemia, 16 mil dos quais em vigilância clínica”.
Ainda sobre a plataforma “Trace Covid”, o Secretário de Estado considera que “tem funcionado muito bem”. “É evidente que haverá sempre espaço para melhoria”, frisou o governante, considerando que o Governo tem “feito um grande investimento nos cuidados domiciliários”. Disse, ainda, que o Ministério da Saúde vai manter a aposta nas teleconsultas.
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Facebook do SNS > Covid-19 | Conferência de imprensa 21/05/2020
Covid-19 | Atividade do INEM
INEM apresenta balanço da atuação no contexto da pandemia
O Instituto Nacional de Emergência Médica transportou cerca de 12.643 utentes suspeitos de infeção por Covid-19, desde o início de março e até 17 de maio, o que totaliza uma média de 162 casos diários. Os números fazem parte do balanço que o INEM faz da atividade no contexto da atual pandemia provocada pelo novo Sars-Cov-2, publicados no seu própio site.
Com a passagem para a Fase de Mitigação no plano de resposta da Direcção-Geral da Saúde à Covid-19, O INEM relembra que qualquer situação de falta de ar triada pelos Centros de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) foi considerada suspeita de Covid-19, obrigando os profissionais de emergência médica pré-hospitalares a cuidados redobrados.
Os transportes realizados obrigaram a uma desinfeção cuidadosa das ambulâncias e dos seus equipamentos, sendo que algumas foram realizadas em colaboração com a Guarda Nacional Republicana, Forças Armadas e outros agentes de proteção civil.
Desde o dia 10 de março que o INEM disponibilizou equipas de enfermagem para efetuar recolha de amostras biológicas em domicílios, lares ou outras instituições, para diminuir a necessidade de transporte de utentes aos hospitais. As seis equipas que o INEM criou para este efeito efetuaram um total de 7.497 recolhas de amostras para análise até à data.
Com o objetivo de detetar precocemente casos suspeitos de infeção pelo novo coronavírus, o INEM alocou aos aeroportos continentais equipas para monitorizar e avaliar casos suspeitos. Desde o dia 20 de março e até ao dia 10 de maio foram monitorizados 1.598 passageiros, tendo sido detetados 10 casos suspeitos. Foram igualmente controlados pelos trabalhadores do INEM 1.916 passageiros do navio cruzeiro MSC Fantasia, aportado em Lisboa, não tendo sido detetado qualquer caso suspeito.
O INEM operacionalizou adicionalmente estruturas de apoio para unidades hospitalares, tendo montado tendas de triagem nos Hospitais de São João, no Porto, e Dona Estefânia, em Lisboa. Auxiliou ainda na montagem de um «hospital de campanha» em Ovar, com a cedência de material e consultoria técnica para montagem da estrutura provisória.
Desde o início da pandemia, que 18 trabalhadores e colaboradores do INEM testaram positivamente Covid-19. Em 17 de maio apenas três profissionais estão infetados, sendo dois deles prestadores de serviços. Todos estes profissionais tiveram o acompanhamento devido por parte de equipas do INEM criadas para o efeito, e nenhum inspirou cuidados.
O INEM procurou, também, soluções para que os seus trabalhadores pudessem exercer funções através do regime de teletrabalho. Foram criadas condições para que 200 profissionais trabalhassem a partir de casa, não só trabalhadores de backoffice, mas também profissionais dos CODU.
A par de todo o trabalho efetuado em contexto Covid-19, o INEM, através do Sistema Integrado de Emergência Médica, continuou a responder ao trabalho quotidiano, às doenças súbitas e acidentes que não deixaram de acontecer, garantindo a prestação de cuidados de emergência pré-hospitalar a todos os cidadãos que deles necessitaram.
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INEM > Notícias
Saúde e atividades diárias
DGS divulga manual com medidas de prevenção em contexto escolar
A Direção-Geral da Saúde (DGS) lançou, no dia 20 de maio, o terceiro volume do manual «Saúde e Atividades Diárias», dedicado às medidas de prevenção e controlo da Covid-19 em estabelecimentos de ensino.
Este manual apresenta as medidas específicas a adotar em estabelecimentos de ensino, divididas em duas categorias: «escolas» e «creches, amas e amas familiares».
Entre as medidas dedicadas às escolas, a DGS lembra que os alunos devem ser organizados em grupos, com horários de aulas, intervalos e refeições organizados de forma a evitar o contacto com os restantes grupos. Devem, ainda, ser definidos circuitos de entrada e saída de aula para cada grupo, de forma a impedir um maior cruzamento de pessoas.
Dentro da sala de aula é importante garantir a maximização do espaçamento entre alunos e alunos/docentes, mantendo a distância mínima de 1,5 a 2 metros, e virar as secretárias todas para o mesmo lado.
Devem também ser cumpridas medidas de distanciamento, higiene pessoal e ambiental, bem como usar máscara durante toda a atividade letiva. É recomendada a higienização das mãos à entrada e saída do recinto e que sejam mantidas abertas as portas de acesso.
Relativamente aos procedimentos a adotar em creches e amas, destacam-se a maximização do espaçamento entre crianças, incluindo no período de refeições, a organização das crianças e educadores em salas fixas e a entrega das crianças à porta da instituição.
Na sala de atividades, cada criança deve usar sempre o mesmo berço ou espreguiçadeira e, quando se sentam ou circulam no chão, devem deixar o calçado à entrada, podendo ser pedido aos encarregados de educação que levem um par de calçado extra.
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RESEARCH 4 COVID19
Hospital de Ovar será “caso-piloto” em projeto de investigação
O Hospital Dr. Francisco Zagalo – Ovar (HFZ-Ovar) participa, como “caso-piloto”, num projeto que visa a criação de uma escala de risco Covid-19 que está a ser desenvolvida por uma equipa de investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) e do CINTESIS.
“A nossa instituição apresenta enorme expetativa no desenvolvimento deste importante projeto, do qual somos parceiros em conjunto com a Winning Consulting. Temos que estar preparados para futuras ocorrências tão impactantes da nossa atividade assistencial como foi a Covid-19 e esta escala de risco que está a ser criada, com definição de planos de contingência específicos associados ao risco que venha a ser identificado em cada momento, é de uma importância extrema para a nossa instituição e, diria mesmo, para todo o SNS”, afirma o presidente do Conselho Diretivo do HFZ-Ovar, Luís Miguel Ferreira.
De acordo com os promotores, a escolha do HFZ-Ovar para “caso-piloto” prende-se “com a existência de uma colaboração prévia e com o impacto da pandemia neste concelho, que esteve um mês em estado de calamidade pública e em cerca sanitária”.
O objetivo do projeto – recentemente contemplado com quase 30.000 euros no âmbito da iniciativa “RESEARCH 4 COVID19” da Fundação para a Ciência e Tecnologia – passa por criar uma ferramenta que permita determinar o risco de infeção pelo novo coronavírus (SARS-CoV2), responsável pela atual pandemia. Entre os parâmetros utilizados para avaliação do risco estão o número de infetados, a gravidade dos casos e o número de profissionais de saúde, por exemplo.
A ideia é que esta escala possa ser utilizada por todos os hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS). “É essencial que os hospitais estejam preparados para agirem proativamente, por antecipação, perante a Covid-19”, salienta o coordenador do projeto, Ricardo Cruz Correia.
A aplicação desta escala permitirá calcular o nível de risco a cada momento, reorientar as equipas e adequar a capacidade e a oferta do hospital, num curto espaço de tempo, garantindo a segurança e a qualidade dos cuidados prestados.
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Hospital de Ovar > Notícia
Covid-19 | ULS Guarda cumpre missão
ULS repõe serviços, reduz área de internamento e já fez cerca de 9 mil testes
A Unidade Local de Saúde (ULS) da Guarda «respondeu com sucesso» à pandemia da Covid-19 e atravessa um período de acalmia, que permite repor serviços nos locais originais e reduzir a área de internamento de 110 para 40 camas.
«Eu acho que respondemos às solicitações. Nós tínhamos visto o que tinha acontecido noutros países, nomeadamente em Itália e em Espanha. Num tempo muito curto, reestruturámos o hospital e preparámo-nos para a chegada da Covid-19, e acho que conseguimos atingir os objetivos, que era ter capacidade de resposta», disse hoje, dia 21 de maio, à agência Lusa Luís Ferreira, Diretor do Serviço de Pneumologia do Hospital Sousa Martins – Guarda (HSM), integrado na ULS Guarda, e coordenador da equipa multidisciplinar para a Covid-19 na ULS da Guarda.
Segundo o responsável, o hospital «teve sempre» capacidade de resposta, «quer a nível de internamento, quer a nível de cuidados intensivos».
«E acho que, nesta primeira fase, a nossa missão foi cumprida com sucesso, na medida em que nunca houve nenhuma falha que nos possa ser atribuída de alguma dificuldade de assistência. Isso não aconteceu», declarou.
Luís Ferreira reconhece que a existência do novo bloco do HSM, inaugurado em junho de 2014, «foi uma mais-valia enorme» para o trabalho realizado no Hospital da Guarda que, no início de março, foi ativado como unidade de segunda linha para contenção da infeção pelo coronavírus.
«Lentamente, vamos regressando, vamos diminuindo a área covid e vamos reafetando os profissionais de saúde» aos serviços de origem
«Porque nós conseguimos ter uma área covid e uma área não covid completamente separada, conseguimos ter dois blocos operatórios completamente autónomos, conseguimos ter duas unidades de cuidados intensivos e, se não fosse esta estrutura, nós nunca conseguíamos fazer isso. E mesmo a definição dos circuitos, haver corredores separados para doentes não Covid e doentes Covid, se não houvesse esta estrutura isso era impossível de fazer, era muito difícil de fazer», justificou o responsável.
O HSM foi preparado para ter uma capacidade de 110 camas para doentes Covid, incluindo 12 camas de cuidados intensivos mas, com o abrandamento de casos infetados, reduziu a lotação do internamento para 40 camas.
«Neste momento, temos quatro internados e já não temos nenhum nos cuidados intensivos. Estamos numa fase residual comparativamente aos 40 que chegámos a ter internados em simultâneo», disse Luís Ferreira.
Como no início da pandemia o HSM reorganizou os serviços para responder às necessidades, alguns setores estão agora a retomar aos seus locais de origem, o que já aconteceu com as áreas da pneumologia e da ortopedia.
«Lentamente, vamos regressando, vamos diminuindo a área covid e vamos reafetando os profissionais de saúde» aos serviços de origem, rematou o coordenador da equipa multidisciplinar para a Covid-19 na ULS da Guarda.
A Presidente do Conselho de Administração da ULS, Isabel Coelho, referiu à Lusa que «os últimos três meses foram um grande desafio para todos os profissionais» da instituição.
«Foram dias muito intensos, mas nos quais contámos com uma disponibilidade total por parte de todos os funcionários e colaboradores. Em menos de uma semana transformámos um hospital em dois: um covid e outro não covid. Claro que isto só foi possível graças ao trabalho de todos e porque dispúnhamos de algum espaço livre, no designado Pavilhão Cinco», explicou.
Laboratório Patologia Clínica realizou nove mil testes
O Laboratório de Patologia Clínica da ULS realizou cerca de nove mil testes de diagnóstico desde o início da pandemia causada pela Covid-19.
«Nós, desde o início, já processámos aproximadamente nove mil amostras» de pessoas da área de abrangência da ULS da Guarda e de outros centros hospitalares da zona Centro (Castelo Branco, Covilhã, Viseu e Aveiro), informou, esta quinta-feira, à agência Lusa a Fátima Vale, Diretora do Laboratório de Patologia Clínica da ULS Guarda.
Segundo a responsável, a capacidade de resposta do serviço é de 300 amostras diárias.
«Neste momento, as coisas estão mais calmas e estamos a processar muito menos amostras. A nível nacional, as coisas estão um bocadinho mais calmas e a necessidade de testes está a ser menor. E, neste momento, praticamente só estamos a fazer amostras do distrito da Guarda», relatou.
O laboratório também está a efetuar, desde o dia 7 de maio, exames serológicos ao novo coronavírus.
Fátima Vale referiu que o Laboratório de Patologia Clínica funciona diariamente com um quadro de 22 técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica, cinco técnicos superiores de saúde e três especialistas.
Visite:
ULS Guarda – http://www.ulsguarda.min-saude.pt/