07-08-2020
A exposição ao calor intenso pode produzir efeitos negativos na saúde, como a desidratação e outras complicações que podem ser evitadas. As crianças, as grávidas, os doentes crónicos, pessoas com 65 ou mais anos e pessoas isoladas e que se encontrem em situação de carência económica e social são particularmente as mais vulneráveis aos efeitos das altas temperaturas.
No verão, quando a temperatura ambiente é superior à da pele, o corpo, em vez de perder calor, ganha-o, por irradiação e por condução, sendo a transpiração a principal forma de arrefecimento do corpo. Nestas situações, a prioridade é manter-se bem hidratado, aumentando a ingestão de água ou de sumos de fruta natural sem açúcar e evitar o consumo de bebidas alcoólicas. Deverá também manter-se afastado das fontes de calor, sempre que possível, procurando ambientes frescos e arejados ou climatizados e evitando a exposição direta ao sol.
Utilizar roupa solta, opaca e que cubra a maior parte do corpo, chapéu de abas largas e óculos de sol com proteção ultravioleta, e evitar atividades que exijam grandes esforços físicos, nomeadamente, desportivas e de lazer no exterior são outras das recomendações que deverá ter em atenção para se proteger dos efeitos negativos do calor intenso. Para mais informações, consulte a área dedicada aos Efeitos do Calor na Saúde no site da Direção-Geral da Saúde (DGS) ou, se persistirem dúvidas, ligue para o Centro de Contacto SNS 24 (808 24 24 24).
O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, através do seu Departamento de Epidemiologia, tem ativo, desde o dia 1 de maio, o Sistema de Monitorização e Vigilância ÍCARO, um instrumento de observação no âmbito do qual se estuda o efeito de fatores climáticos na saúde humana. Este sistema, que começou a começou a ser desenvolvido pelo Instituto Ricardo Jorge em 1999, em parceria com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera, é ativado todos os anos, entre maio e setembro, emitindo diariamente um índice de alerta que é disponibilizado às autoridades de saúde.
O sistema ÍCARO tem permitido antecipar os efeitos de temperaturas extremas na mortalidade da população portuguesa, contribuindo decisivamente para a preparação que as autoridades de saúde promovem junto da população com o objetivo de a proteger e de minimizar os efeitos do calor na população mais vulnerável, em especial os idosos, as pessoas com doenças crónicas e as crianças. As situações de alerta, as medidas de contingência e a respetiva informação à população são disponibilizadas pela DGS e Administrações Regionais de Saúde.