Parecer Sobre a Proposta de Lei Relativa a Requisitos Técnicos Para a Codificação de Tecidos e Células de Origem Humana – CNECV

«(…) PARECER

Considerando que:

– É de valor ético relevante o propósito de promover legislação que garanta e reforce a qualidade e segurança relativa à aplicação de tecidos e células;

– O valor ético da dádiva de tecidos e células é garantido através da uniformização dos requisitos técnicos da sua rastreabilidade;

– É necessária, também do ponto de vista ético, a uniformização e coerência dos princípios que se aplicam a situações idênticas,

o CNECV não encontra objeções éticas à presente Proposta de Lei.

Lisboa, 29 de junho de 2016 O Presidente, João Lobo Antunes.

Foram Relatores o Conselheiro André Dias Pereira e a Secretária Executiva Cíntia Águas.

Aprovado por unanimidade em Reunião Plenária do dia 29 de junho de 2016, em que para além do Presidente estiveram presentes os seguintes Conselheiros/as:

Ana Sofia Carvalho; André Dias Pereira; Carlos Maurício Barbosa; Daniel Torres Gonçalves; Filipe Almeida; Francisca Avillez; Jorge Costa Santos; Jorge Soares; José Esperança Pina; José Manuel Silva; Lucília Nunes; Luís Duarte Madeira; Maria Regina Tavares da Silva; Pedro Pita Barros; Rita Lobo Xavier; Sandra Horta e Silva; Sérgio Deodato; e Tiago Duarte»

Parecer N.º 88/CNECV/2016 sobre a Proposta de Lei que altera a Lei N.º 12/2009, de 26 de Março, relativa a certos requisitos técnicos para a Codificação de Tecidos e Células de Origem Humana

Veja os outros pareceres e publicações do CNECV:

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Gratuito: DIA C | Conversas Sobre Ética nas Ciências da Vida, a 30 de Junho, em Lisboa – CNECV

Dia C – Ética nas Ciências da Vida

Ética nas ciências da vida

Pavilhão do Conhecimento | 19.30

Dia C é um ciclo de conversas sobre ética nas ciências da vida, organizado pela Ciência Viva e pelo Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida (CNECV). Decorre na última quinta-feira de cada mês, das 19.30 às 21.00. Em cada sessão um painel de especialistas apresenta um tema actual e controverso. Segue-se um debate entre os especialistas e o público, com o apoio de um moderador.


Dia 30 de Junho | ÉTICA NO USO E NO ACESSO À ÁGUA

A água, enquanto meio e agente de processos biológicos fundamentais, é essencial para a vida. Mais, a água é essencial para a vidacom qualidade: para cuidados de higiene e saneamento, para actividades de lazer e cultura, para o desenvolvimento económico. Mas a água é um bem ameaçado por alterações climáticas, degradação do ambiente, conflitos, sobreconsumo e má gestão.

Os debates éticos sobre o uso da água implicam reflectir sobre os direitos de acesso e a distribuição equitativa de água limpa entre indivíduos, grupos, regiões ou países, e sobre quem pode determiná-los. Terão também em conta questões de justiça ambiental, considerando o ciclo da água que liga a terra e atmosfera, a biosfera e as sociedades, e os princípios de precaução e responsabilidade para com o planeta e gerações futuras. Finalmente, a reflexão sobre este bem comum que diz respeito a todos não esquecerá tópicos como a participação, deliberação democrática e transparência governativa.

Entrada livre, com inscrição aqui.

Os oradores:

Carla Graça

CarlaGraça

É licenciada em Engenharia do Ambiente e Mestranda em Engenharia e Gestão da Água, na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa. Tem ainda formação na área do Ordenamento do Território, jornalismo e fotografia. Foi membro da Direcção Nacional da QUERCUS entre 2009 e 2015, e Vice-Presidente entre 2012 e 2015. Nesta associação coordenou também o Grupo de Trabalho da Água e desenvolveu o projecto Cidadania para o Acompanhamento Políticas Públicas da Água. Actualmente é vice-presidente da associação ZERO, onde acompanha as áreas de recursos hídricos, solo e gestão de território.

Catarina de Albuquerque

CatarinaAlbuquerque

Catarina de Albuquerque é a primeira Relatora Especial da ONU para o Direito à Água e Saneamento, tendo iniciado o seu mandato em 2008. É licenciada em Direito pela Faculdade de Direito de Lisboa e Mestre em Direito Internacional Público pelo Institut Universitaire des Hautes Études International, de Genebra. Catarina de Albuquerque é Professora Auxiliar da Licenciatura em Relações Internacionais da Universidade Autónoma de Lisboa, professora convidada nas faculdades de Direito de Braga e de Coimbra e Assessora jurídica do sector de Direitos Humanos do Gabinete de Documentação e Direito Comparado da Procuradoria-Geral da República. Catarina de Albuquerque foi condecorada pelo Presidente da República com a Ordem do Mérito e recebeu a Medalha de Ouro dos Direitos Humanos da Assembleia da República.

Luísa Schmidt

LuísaSchmidt

Socióloga investigadora principal do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, dedicando-se duas áreas de investigação principais: Sociologia da Comunicação e Sociologia do Ambiente, em que se doutorou. No ICS-UL coordena a Linha de Investigação ‘Sustentabilidade: Ambiente, Risco e Espaço’ e integra o Comité Científico do Programa Doutoral em “Alterações Climáticas e Políticas de Desenvolvimento Sustentável”. Faz parte da equipa de investigadores que criaram e montaram em 1996 o OBSERVA – Observatório de Ambiente e Sociedade que actualmente dirige, onde desenvolve vários projectos de investigação que articulam ciências sociais e ambiente. Membro do CNADS (Conselho Nacional do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável) e do Working Group for Sustainable Development no âmbito dos EEAC – European Environment and Sustainable Development Advisory Councils. Faz parte do Conselho Consultivo do Programa Gulbenkian Ambiente, FCG – Fundação Calouste Gulbenkian. É colunista regular do semanário Expresso sobre questões ambientais.

Não perca as próximas sessões:

Dia 29 de Setembro | MORTE NEGOCIADA

Dia 27 de Outubro | BIOÉTICA E RELIGIÃO

Sessões anteriores:

Dia 28 de Janeiro | PROCRIAÇÃO MEDICAMENTE ASSISTIDA

Dia 25 de Fevereiro | MELHORAMENTO COGNITIVO

Dia 31 de Março | BIOLOGIA SINTÉTICA

Dia 28 de Abril | BIOÉTICA E VACINAÇÃO INFANTIL

Dia 26 de Maio | DEBATES ÉTICOS NA COMUNICAÇÃO DE CIÊNCIA

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Gratuito: DIA C | Conversas Sobre Ética nas Ciências da Vida, a 26 de Maio, em Lisboa – CNECV

Dia C – Ética nas Ciências da Vida INSCRIÇÕES ABERTAS

Ética e sci com

Pavilhão do Conhecimento | 19.30

O Dia C é um ciclo de conversas sobre ética nas ciências da vida, organizado pela Ciência Viva e pelo Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida (CNECV). Decorre na última quinta-feira de cada mês, das 19.30 às 21.00. Em cada sessão um painel de especialistas apresenta um tema actual e controverso. Segue-se um debate entre os especialistas e o público, com o apoio de um moderador.

Entrada gratuita, com inscrição prévia aqui.

Dia 26 de Maio | DEBATES ÉTICOS NA COMUNICAÇÃO DE CIÊNCIA

A ciência ocupa um papel singular no mundo moderno, tendo impacto em todas as esferas da vida social. É pois cada vez mais importante a comunicação sobre ciência, a par da reflexão sobre as relações da ciência com os cidadãos.

O foco desta reflexão tem sido a forma como a comunicação de ciência promove a compreensão, aceitação ou o envolvimento do público; no entanto, esta avaliação não se esgota na qualidade técnica e na eficácia da comunicação. O próximo Dia C trata justamente de outro aspecto que não pode ser negligenciado — a forma como deve ser comunicada a ciência, os princípios que devem orientar a comunicação de ciência.

Em debate com o público estarão tópicos como a responsabilidade pela fundamentação das conclusões divulgadas; a precaução perante resultados preliminares, especulações ou afirmações exageradas; a honestidade quanto ao grau de incerteza da investigação; ou a transparência quanto a conflitos de interesses dos cientistas ou comunicadores envolvidos. A quem cabe assegurar o reconhecimento destes valores e o cumprimento destes deveres? De que modo?

Os oradores:

António Granado

Granado

António Granado é professor auxiliar na Universidade Nova de Lisboa, onde está desde 2006. É jornalista de ciência há mais de 25 anos. Foi professor de Jornalismo na Universidade de Coimbra entre 1996 e 2006, e fez a maior parte da sua carreira no jornal Público, onde foi jornalista, editor, chefe de redacção e subdirector. Entre Setembro de 2010 e Março de 2014 foi responsável da área multimédia da Direcção de Informação da RTP.

António Vaz Carneiro

Carneiro

António Vaz Carneiro é médico especialista em Medicina Interna, Nefrologia e Farmacologia Clínica, e professor na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, onde dirige o Centro de Estudos de Medicina Baseada na Evidência. É investigador clínico com especial interesse nas áreas da investigação secundária (revisões sistemáticas e meta-análises), assim como das metodologias da translação do conhecimento para a prática e dos sistemas de apoio à decisão clínica, de administração/gestão, das políticas de saúde e de aumento da literacia em saúde dos cidadãos. António Vaz Carneiro é Director da Cochrane Portugal.

João Lobo Antunes

Antunes

João Lobo Antunes é doutorado em Medicina pela Universidade de Lisboa. Trabalhou no Departamento de Neurocirurgia do New York Neurological Institute, Columbia Presbyterian Medical Center. Foi Fellow da Fundação Fulbright e da Fundação Matheson. Regressou a Portugal como Professor Catedrático de Neurocirurgia da Faculdade de Medicina de Lisboa e é Professor Emérito da Universidade de Lisboa. Mais recentemente foi Presidente do Conselho Consultivo do Programa Gulbenkian Inovar em Saúde; Comissário da conferência Portugal na balança da Europa e do Mundo, Roteiros do Futuro, Casa Civil da Presidência da República; Presidente da Comissão Nacional dos Centros de Referência do Ministério da Saúde; e Conselheiro de Estado por nomeação do Presidente da República.

João Lobo Antunes é presidente do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida.

Moderadora:

Catarina Ramos

Catarina Ramos

Licenciada em Microbiologia pela Universidade Católica Portuguesa, é doutorada em Ciências Biomédicas pelo Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar e pela Univerità deli Studi di Milano, e mestre em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova de Lisboa. Catarina Ramos é directora do Gabinete de Comunicação de Ciência do Programa de Neurociências da Fundação Champalimaud.

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Dia 30 de Junho | ÉTICA NO USO E NO ACESSO À ÁGUA

Dia 29 de Setembro | MORTE NEGOCIADA

Dia 27 de Outubro | BIOÉTICA E RELIGIÃO

Sessões anteriores:

Dia 28 de Janeiro | PROCRIAÇÃO MEDICAMENTE ASSISTIDA

Dia 25 de Fevereiro | MELHORAMENTO COGNITIVO

Dia 31 de Março | BIOLOGIA SINTÉTICA

Dia 28 de Abril | BIOÉTICA E VACINAÇÃO INFANTIL

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Gratuito: Seminário Justiça e Bioética a 20 de Maio em Lisboa – CNECV

Seminário Nacional, 20 maio 2016 – INSCRIÇÕES ABERTAS

JUSTIÇA E BIOÉTICA, nas suas múltiplas dimensões, será o tema do próximo Seminário Nacional do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida, que terá lugar no dia 20 de maio de 2016, com início às 09.30 horas, no Auditório 2 da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.

Este encontro contará com um painel de especialistas portugueses e estrangeiros de renome, assumindo-se como uma ocasião privilegiada para a troca de experiências e o diálogo com a sociedade civil. Convidamos-vos desde já a estar presentes e a participar na construção desta reflexão.

entrada é livre mediante a disponibilidade de lugares, pelo que aconselhamos a inscrição através do formulário disponível aqui

A confirmação de presença poderá ainda ser feita por telefone – 213 910884 ou correio eletronico – seminarionacional@cnecv.pt.

PROGRAMA

Gratuito: DIA C | Conversas Sobre Ética nas Ciências da Vida, a 28 de Abril, em Lisboa – CNECV

DIA C | Conversas sobre Ética nas Ciências da Vida
Vacinação

Pavilhão do Conhecimento | 19.30

O Dia C é um ciclo de conversas sobre ética nas ciências da vida, organizado pela Ciência Viva e pelo Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida (CNECV). Decorre na última quinta-feira de cada mês, das 19.30 às 21.00. Em cada sessão um painel de especialistas apresenta um tema actual e controverso. Segue-se um debate entre os especialistas e o público, com o apoio de um moderador.

Entrada livre, com inscrição prévia, aqui.


Dia 28 de Abril | Bioética e vacinação infantil

Que razões culturais, religiosas ou filosóficas poderão estar por trás da recusa de alguns pais em vacinar os filhos? Deverá esta situação ser encarada como um direito individual? E quais as consequências para a sociedade?

A disseminação de muitas doenças graves pode ser substancialmente limitada se parte considerável da população estiver vacinada. Esta protecção beneficia mesmo os poucos indivíduos não vacinados ou aqueles para quem a vacinação não é eficaz. Esta imunidade de grupo poderá ficar seriamente comprometida se um número elevado de pessoas não for vacinado.

Portugal dispõe desde há 50 anos de um Programa Nacional de Vacinação. Poderá a sua eficácia estar em risco devido a decisões individuais e controvérsias sobre a vacinação?

Esta iniciativa integra as Conversas Ciência Conhecimento (Dia C) organizadas em parceria com o Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida, que decorre no Pavilhão do Conhecimento até Novembro na última quinta-feira do mês.

Oradores: Filipe Almeida (Universidade do Porto e CNECV), Graça Freitas (DGS) e Virgínia Calado (Universidade do Minho)

Os oradores:

Filipe Almeida

Filipe Almeida

Médico pediatra do Centro Hospitalar de São João, com a subespecialidade em Cuidados Intensivos Pediátricos, Filipe Almeida é Professor Auxiliar da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto – FMUP. Presidente da Comissão de Ética para a Saúde do CHSJ e da FMUP, é também membro da Comissão de Ética para a Investigação Clínica. Filipe Almeida é director do Serviço de Humanização do Centro Hospitalar de São João, director do Centro de Estudos de Bioética, membro da Academia Pontifícia para a Vida e director do Departamento de Educação e Simulação Médica da FMUP.

Graça Freitas

Graça Freitas

Licenciada em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, onde foi assistente convidada. Graça Freitas é Subdirectora Geral de Saúde. Coordena o Programa Nacional de Vacinação, preside à Comissão Técnica de Vacinação e coordena outros programas de controlo de doenças transmissíveis. Integra os Comités de Doenças Transmissíveis e de Vacinação da Organização Mundial da Saúde e a Rede de Vigilância de Doenças Transmissíveis da União Europeia e diversas redes de vigilância europeia, representando a Direcção-Geral da Saúde e Portugal no sistema de alerta e resposta europeu (Early Warning and Response System).

 Virgínia Calado

Virgínia Calado

Doutorada em Ciências Sociais – especialidade de Antropologia Social e Cultural pelo ICS-UL, mestre em Sociologia pelo ISCTE e licenciada em Antropologia Social pela mesma instituição. Virgínia Calado é investigadora e professora na área das ciências sociais (Universidade do Minho). Tem feito investigação sobre questões ligadas ao corpo, saúde, alimentação e adopção de terapêuticas não-convencionais, desenvolvendo actualmente investigação sobre alimentação, políticas alimentares e políticas de saúde. Virgínia Calado integrou a equipa do projecto “A vacinação – sociedade e administração do corpo: abordagens antropológicas”.

Saiba mais:

Sobre o Programa Nacional de Vacinação.

Sobre a história da vacinação (em inglês).

Semana Europeia da Vacinação decorre no Pavilhão do Conhecimento entre 21 e 24 de Abril.

E não deixe de visitar a nossa exposição Viral.

 [Inscrições]


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Dia 26 de Maio | DEBATES ÉTICOS NA COMUNICAÇÃO DE CIÊNCIA

Dia 30 de Junho | ÉTICA NO USO E NO ACESSO À ÁGUA

Dia 29 de Setembro | MORTE NEGOCIADA

Dia 27 de Outubro | BIOÉTICA E RELIGIÃO

Sessões anteriores:

Dia 28 de Janeiro | PROCRIAÇÃO MEDICAMENTE ASSISTIDA

Dia 25 de Fevereiro | MELHORAMENTO COGNITIVO

Dia 31 de Março | BIOLOGIA SINTÉTICA

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Parecer Relativo Aos Projetos de Lei da Procriação Medicamente Assistida e da Gestação de Substituição – CNECV

«(…) ENQUADRAMENTO GERAL

A Comissão Parlamentar de Saúde endereçou ao Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida (CNECV) um pedido de apreciação e parecer sobre as seguintes iniciativas legislativas: Projeto de Lei 6/XIII (1ª) PS – Segunda Alteração à Lei n.º 32/2006, de 26 de Julho, alargando o âmbito dos beneficiários das técnicas de Procriação Medicamente Assistida; Projeto de Lei n.º 29/XIII (1.ª) PAN – Assegura a igualdade de direitos no acesso a técnicas de Procriação Medicamente Assistida, procedendo à segunda alteração à lei n.º 32/2006 de 26 de Julho; Projeto de Lei n.º 36/XIII (1ª) BE – Garante o acesso de todas as mulheres à Procriação Medicamente Assistida (PMA) e regula o acesso à gestação de substituição, procedendo à segunda alteração à Lei n.º 32/2006, de 26 de julho, alterada pela Lei n.º 59/2007, de 4 de setembro; Projeto de Lei n.º 51/XIII (1.ª) PEV – Alarga as condições de admissibilidade e o universo dos beneficiários das técnicas de procriação medicamente assistida, alterando a Lei nº 32/2006, de 26 de julho.

O CNECV teve a oportunidade de expressar a sua reflexão em matéria de procriação medicamente assistida (PMA) em anteriores ocasiões, designadamente pelo Parecer sobre Reprodução Medicamente Assistida (3/CNECV/93), Parecer sobre o Projecto de Proposta de Lei relativa à Procriação Medicamente Assistida (23/CNECV/97) e, sobre a iniciativa legislativa que deu lugar à legislação em vigor, pelo Parecer sobre a Procriação Medicamente Assistida (44/CNECV/2004), acompanhado das respetivas Declarações e Relatório. Especificamente sobre a matéria abordada pelo Projeto de Lei n.º 36/XIII (1ª) BE, o Conselho teve ocasião de refletir sobre a temática da gestação de substituição no âmbito do seu Parecer sobre Procriação Medicamente Assistida e Gestação de Substituição (63/CNECV/2012), acompanhado das respetivas Declarações e Relatório.

O lapso temporal entretanto decorrido, bem como a evolução verificada justificam o entendimento de que o CNECV se deve pronunciar sobre uma questão sobre a qual já emitiu parecer, o que lhe compete fazer no âmbito da análise das iniciativas agora em discussão no Parlamento.

Em mandatos anteriores, o CNECV afirmou a importância da reflexão ética sobre a PMA nos pareceres sobre o tema já referidos. As principais razões que os determinaram estão hoje presentes de maneira reforçada: o contínuo desenvolvimento e aperfeiçoamento das técnicas; o aumento da taxa de infertilidade/esterilidade sugerido pelo indicador indireto do aumento da idade média da mãe ao ter um filho1; a complexidade das questões éticas suscitadas; a insuficiência e imperfeições da atual legislação.

Estando em causa a solicitação de um parecer sobre concretos projetos legislativos, o CNECV entende circunscrever a sua intervenção definindo os contornos éticos das opções políticas em apreciação.

O CNECV considera importante continuar a desenvolver uma reflexão ética que possa ser partilhada pelo maior número possível de cidadãos que integram a nossa sociedade plural, apoiada em valores éticos fundamentais que apontam para a busca humana da felicidade e da autorrealização em instituições justas, na perceção de que novas técnicas podem oferecer a possibilidade de profundas mudanças sociais e no pressuposto de que que “nem tudo o que é tecnicamente possível é necessariamente desejável para a vida e para a dignidade humana” (cfr. 3/CNE/93).

O CNECV não pretende retomar todo o processo de reflexão sobre as técnicas de PMA que foi desenvolvido a propósito da legislação vigente (Lei n.º 32/2006, de 26 de julho, que regula a utilização de técnicas de PMA), sendo a presente reflexão ética focada no atual processo legislativo e nas alterações sugeridas, tendo como adquiridas mesmo algumas das soluções da Lei de 2006 que não correspondiam totalmente às apontadas pelos anteriores pareceres do CNECV. Assim, não são objeto da presente reflexão a fundamentação ética da PMA com intervenção de dador, da criopreservação de embriões ou da situação dos embriões ditos excedentários.

Tal como aconteceu nos pareceres anteriores, a atitude fundamental subjacente à reflexão ética apresentada neste relatório é de reconhecimento “da eminente dignidade e altíssima importância social da geração humana” e da “inalienável responsabilidade” de todos, indivíduos, sociedade e Estado perante a mesma (cfr. 23/CNECV/98). O CNECV tem consciência de que estão em causa valores e princípios relativos ao adequado uso das técnicas da Biomedicina, no que respeita à geração da vida humana, à identidade pessoal e ao livre desenvolvimento da personalidade, que envolvem consequências jurídicas e sociais complexas e delicadas.

A análise das quatro iniciativas legislativas não revela, no que respeita às alterações propostas em matéria de PMA, diferenças substanciais que justifiquem a sua análise individualizada, e serão por isso tratadas em conjunto.

Por outro lado, entendeu-se que seria conveniente autonomizar o tema da gestação de substituição incluído num dos projetos em análise, pela especificidade das questões éticas que esta última matéria suscita. (…)»

Veja o Parecer N.º 87/CNECV/2016 sobre os Projetos de Lei n.ºs 6/XIII (1ª) PS, 29/XIII (1.ª) PAN, 36/XIII (1ª) BE e 51/XIII (1.ª) PEV em matéria de Procriação Medicamente Assistida (PMA) e 36/XIII (1ª) BE em matéria de Gestação de Substituição (GDS)

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