Temperaturas Extremas Adversas: Instituto Ricardo Jorge Ativa Sistema de Monitorização e Vigilância ÍCARO

 INSTITUTO RICARDO JORGE ATIVA SISTEMA DE MONITORIZAÇÃO E VIGILÂNCIA ÍCARO

O Instituto Ricardo Jorge, através do seu Departamento de Epidemiologia, ativou, dia 1 de maio, o Sistema de Monitorização e Vigilância ÍCARO. Este sistema começou a ser desenvolvido em 1999, em parceria com o Instituto de Meteorologia e conta com a participação da Direção-Geral da Saúde e da Autoridade Nacional de Proteção Civil, fazendo parte integrante, desde 2004, do Plano de Contingência para Temperaturas Extremas Adversas, agora incluído na plataforma Saúde Sazonal e designado “Plano Verão e Saúde”.

O Sistema de Monitorização e Vigilância ÍCARO é ativado, todos os anos, entre maio e setembro, emitindo relatórios diários do Índice Alerta Ícaro, que são divulgados apenas a um grupo restrito de pessoas, com responsabilidades na decisão e prestação de cuidados à população. Sempre que as previsões da temperatura e o valor do Índice Alerta Ícaro o aconselharem, é transmitida uma recomendação de alerta de onda de calor.

As situações de alerta, as medidas de contingência e a respetiva informação à população são disponibilizadas pela Direção-Geral da Saúde e Administrações Regionais de Saúde, de acordo com o estabelecido no Plano de Contingência para Temperaturas Extremas Adversas. Este Plano visa prevenir e minimizar os efeitos negativos do calor intenso na saúde da população em geral e dos grupos de risco em particular.

Genericamente um Índice Alerta Ícaro é uma medida numérica do risco potencial que as temperaturas ambientais elevadas têm para a saúde da população. Para mais informações, consultar área do Departamento de Epidemiologia dedicada ao Sistema Vigilância ÍCARO:

Apresentação

ÍCARO é um instrumento de observação no âmbito do qual se estuda o efeito de fatores climáticos na saúde humana.

Trata-se de um projeto nacional que engloba atividades de investigação, vigilância e monitorização, fundamentalmente, do efeito de ondas de calor na mortalidade e morbilidade humanas.

No que se refere à vigilância e monitorização de ondas de calor com potenciais efeitos na saúde humana, sazonalmente, implementa-se o Sistema de Vigilância Ícaro. Este sistema começou a ser desenvolvido em 1999, em parceria com o Instituto de Meteorologia e conta com a participação da Direção Geral da Saúde e da Autoridade Nacional de Proteção Civil. Desde 2004 faz parte integrante do Plano de Contingência de Ondas de Calor.

Ao longo dos anos a atividade relacionada com este instrumento tem sido objeto de várias publicações. Nomeadamente têm sido divulgados resultados de projetos, alguns já concluídos, outros ainda em curso. Realce-se, ainda, as colaborações em projetos internacionais e participação em várias reuniões científicas, quer nacionais, quer internacionais.

Se procura informação sobre como proceder em situações de calor, por favor consulte os sites da Direção-Geral da Saúde (DGS),  Autoridade Nacional de Proteção Civil e Instituto Português do Mar e da Atmosfera.

Metodologia

 O “Sistema de Vigilância ÍCARO” é ativado, todos os anos, entre maio e setembro emitindo relatórios diários do Índice Alerta Ícaro.

É constituído por três componentes:

  1. A previsão dos valores da temperatura máxima a três dias realizada pelo CAPT do IPMA e comunicada ao DEP, todas as manhãs;
  2. A previsão do excesso de óbitos eventualmente associados às temperaturas previstas, se elevadas, realizada pelo DEP, através de modelos estatísticos desenvolvidos para esse fim;
  3. O cálculo dos índice Alerta ÍCARO, que resumem a situação para os três dias seguintes, calculado com base na previsão dos óbitos.

Este conjunto de operações é realizado diariamente.

Os valores dos índices Alerta ÍCARO são disponibilizados todos os dias úteis, através da edição do boletim ÍCARO, que é divulgado por via electrónica (e-mail) diretamente a um grupo restrito de decisores, profissionais e serviços públicos, ou com relação contratual com o Ministério da Saúde, que têm responsabilidade na decisão e prestação de cuidados, de nível populacional ou individual, à população presente em Portugal. Sempre que as previsões da temperatura e o valor do Índice Alerta Ícaro o aconselharem, é transmitida uma recomendação de alerta de onda de calor a estas entidades.

As situações de alerta, as medidas de contingência e a respetiva informação à população são disponibilizadas à população pela DGS e as ARS de acordo com o estabelecido no Plano de Contingência para Temperaturas Extremas Adversas – Módulo Calor.

O que é o Índice Alerta ÍCARO?

Genericamente um Índice Alerta Ícaro é uma medida numérica do risco potencial que as temperaturas ambientais elevadas têm para a saúde da população. Compara os óbitos previstos pelo modelo estatístico subjacente ao sistema de vigilância ÍCARO, com os óbitos esperados sem o efeito das temperaturas extremas. O índice Alerta ÍCARO toma valores maiores ou iguais a zero, sendo esperados efeitos sobre a mortalidade quando este ultrapassar o valor um.

Como é calculado o Índice ÍCARO?

O índice Alerta ÍCARO, para cada dia, é calculado através da razão:

Equação

* Por aplicação do modelo, citado atrás, à previsão da temperatura máxima
** Corresponde ao número médio de óbitos que se verificam por dia, no período de Junho a Setembro

1,96 corresponde ao percentil 97,5% da distribuição Normal padrão

O índice Alerta ÍCARO assume o valor zero sempre que o número de óbitos previsto não ultrapasse o esperado.

Atualmente o Sistema de vigilância é um sistema nacional, tendo com referência regiões que dividem Portugal continental em quatro partes, e sobre esta tem modelos ÍCARO para a população geral e para a população mais idosa.

O índice Alerta ÍCARO Nacional de referência é a média ponderada pela população residente em cada região ÍCARO, dos quatro índices Alerta ÍCARO para o total da população. Os índices Alerta ÌCARO por Administração Regional de Saúde são obtidos por ponderações dos índices Alerta ÍCARO da região ou regiões que cobre.

Relatórios

Contactos

Susana Pereira da Silva

(+351) 217 526 488

susana.pereira@insa.min-saude.pt / icaro@insa.min-saude.pt

Morada: Av. Padre Cruz. 1649-016 Lisboa

Brochuras Acerca da História de Saúde Familiar, Autismo, Genética, Saúde e Doença, Doenças Cardiovasculares – INSA

É DE FAMÍLIA? GENÉTICA, SAÚDE E DOENÇA

“É de Família? Genética, Saúde e Doença” é o título de uma de quatro brochuras sobre saúde e doenças crónicas editadas recentemente pelo Departamento de Promoção da Saúde e Prevenção de Doenças Não Transmissíveis (DPS) do Instituto Ricardo Jorge com o objetivo de contribuir para a promoção da literacia em saúde da população portuguesa. Nesta publicação procura-se explicar, através de uma linguagem simples e clara, o contributo que os fatores genéticos têm para a saúde e para a doença.

Algumas doenças são causadas por uma alteração nas instruções de um determinado gene. Estas alterações chamam-se mutações e existem em todas as pessoas. Muitas vezes, estas mutações não têm nenhum efeito ou podem até ser benéficas. Mas, por vezes, podem ser responsáveis pelo desenvolvimento de doenças.

A maioria das doenças mais frequentes é causada por uma combinação entre as mutações, os estilos de vida e o ambiente em que se vive. Mesmo pessoas com genes semelhantes podem, ou não, vir a ter uma certa doença, dependendo das suas escolhas (por exemplo, se fumam ou fazem exercício) ou do ambiente em que vivem.

A história de saúde familiar permite saber que doenças se desenvolvem em determinada família. Quando um determinado problema de saúde surge nos familiares numa idade mais jovem, é possível que isso signifique que essa família tem um risco acrescido para esse problema. Embora não seja possível mudar os genes, é possível mudar o comportamento, no sentido de fazer escolhas mais saudáveis que diminuam o risco de vir a ter a doença.

Esta publicação faz parte de uma coleção de quatro brochuras sobre saúde e doenças crónicas, editadas pelo DPS no âmbito do projeto Bem Entender a Saúde (BEnS), financiado pela Fundação Calouste Gulbenkian, e que visam contribuir para a promoção da literacia, uma das atribuições do Instituto Ricardo Jorge. “Doenças Cardiovasculares”, “O Autismo”, e “História de Saúde Familiar” são os títulos das restantes brochuras, que estão a ser distribuídas por centros de saúde e outras instituições do sistema nacional de saúde.

As brochuras podem ser consultadas online e descarregadas a partir do Repositório Científico do Instituto Ricardo Jorge (O Autismo,  História de Saúde Familiar, Genética, Saúde e DoençaDoenças Cardiovasculares). Em caso de interesse, poderá também ser disponibilizado o ficheiro destas brochuras para impressão gráfica, mediante pedido formulado através do email biblioteca@insa.min-saude.pt

Veja as Brochuras:

Veja os Repositórios respetivos:

O Autismo,  História de Saúde Familiar, Genética, Saúde e DoençaDoenças Cardiovasculares

Circular ACSS: Contratação de Médicos Aposentados Durante o Ano de 2016 – Perguntas Frequentes

Circular dirigida às Administrações Regionais de Saúde e aos Serviços e Estabelecimentos de Saúde integrados no Serviço Nacional de Saúde.

Circular Informativa n.º 19 de 18/04/2016
Contratação de Médicos Aposentados durante o ano de 2016, ao abrigo do Decreto-Lei n.º89/2010, de 21 de julho
Perguntas Frequentes

Informação da ACSS:

Contratação de médicos aposentados no SNS

Os médicos aposentados que pretendam regressar ao exercício de funções, em qualquer especialidade, no Serviço Nacional de Saúde (SNS) passam, com a aprovação do Orçamento de Estado de 2016, a acumular com a pensão de reforma, 75% da remuneração, em contraponto a um terço previsto anteriormente. Este regime é também aplicável aos médicos aposentados, com recurso a mecanismos legais de antecipação, que se tenham aposentado antes da entrada em vigor da Lei n.º 7-A/2016, de 30 de março.

Relativamente aos médicos aposentados que já se encontrem a exercer funções (ao abrigo do regime previsto no Decreto-Lei n.º 89/2010, de 21 de julho), poderão beneficiar deste regulamento em vigor desde 1 de abril.
Os médicos aposentados que pretendam desempenhar funções no SNS podem manifestar o seu interesse através do preenchimento de um formulário disponível no Portal do SNS.

A ACSS será responsável pela análise do processo de candidatura e posterior contacto com o interessado.

Circular Informativa n.º19, de 18 de abril de 2016
Perguntas Frequentes

2016-04-18

Informação do Portal da Saúde:

Contratação de médicos aposentados no SNS

Médicos aposentados que regressem ao SNS acumulam pensão de reforma com 75% do ordenado.

Os médicos aposentados que pretendam regressar ao exercício de funções, em qualquer especialidade, no Serviço Nacional de Saúde (SNS) passam, com a aprovação do Orçamento de Estado de 2016, a acumular com a pensão de reforma, 75% da remuneração, em contraponto a um terço previsto anteriormente. Este regime é também aplicável aos médicos aposentados, com recurso a mecanismos legais de antecipação, que se tenham aposentado antes da entrada em vigor da Lei n.º 7-A/2016, de 30 de março.

Relativamente aos médicos aposentados que já se encontrem a exercer funções (ao abrigo do regime previsto no Decreto-Lei n.º 89/2010, de 21 de julho), poderão beneficiar deste regulamento em vigor desde 1 de abril.

Os médicos aposentados que pretendam desempenhar funções no SNS podem manifestar o seu interesse através do preenchimento de um formulário, também disponível no Portal do SNS.

A Administração Central do Sistema de Saúde, IP (ACSS) será responsável pela análise do processo de candidatura e posterior contacto com o interessado.

Para saber mais, consulte:

Veja também, relacionados:

N.º de médicos aposentados que podem ser contratados para o SNS em 2014

Estabelecimentos de Saúde com Autorização para Contratar até 400 Médicos Aposentados

Alteração ao Regime Excecional de Contratação de Médicos Aposentados

ACSS e BTE : Regime do Internato Médico e o Exercício de Funções por Médicos Aposentados em Consulta Pública

Brochuras Acerca do Autismo, História de Saúde Familiar, Genética, Saúde e Doença, Doenças Cardiovasculares – INSA

SABE O QUE É O AUTISMO?

O autismo é um dos temas abordado nas brochuras que o Departamento de Promoção da Saúde e Prevenção de Doenças Não Transmissíveis editou recentemente, com o objetivo de contribuir para a promoção da literacia em saúde da população portuguesa. Elaborada por especialistas do Instituto Ricardo Jorge, esta publicação explica, por exemplo, como se deteta, quais as causas e o que fazer em caso de existir um diagnóstico de autismo.

O autismo é uma condição médica do sistema nervoso central que se manifesta na infância e que se caracteriza por dificuldades na comunicação e interação social e por comportamentos, interesses ou atividades repetitivos e estereotipados. Os sintomas de autismo estão presentes desde cedo durante o desenvolvimento das crianças, mas, muitas vezes só são valorizados quando determinadas capacidades, como a linguagem, não se desenvolvem no momento esperado.

O diagnóstico de autismo é feito por equipas especializadas e baseado na presença de determinadas alterações de desenvolvimento e comportamento. Existem vários instrumentos para a avaliação de crianças com suspeita de autismo que permitem um diagnóstico clínico fiável e sensível.

A perturbação do espetro do autismo abrange um grande número de crianças com problemas de desenvolvimento e comportamento de maior ou menor gravidade.
Os estudos mais recentes indicam que os genes são uma parte do problema, mas não explicam todas as situações, nem são sempre o único problema. Os fatores do ambiente podem também influenciar o efeito dos genes.

Esta publicação faz parte de uma coleção de quatro brochuras sobre saúde e doenças crónicas, editadas pelo DPS no âmbito do projeto Bem Entender a Saúde (BEnS), financiado pela Fundação Calouste Gulbenkian, e que visam contribuir para a promoção da literacia, uma das atribuições do Instituto Ricardo Jorge. “O Autismo”, “Genética, Saúde e Doença”, e “História de Saúde Familar” são os títulos das restantes brochuras, que estão a ser distribuídas por centros de saúde e outras instituições do sistema nacional de saúde.

As brochuras podem ser consultadas online e descarregadas a partir do Repositório Científico do Instituto Ricardo Jorge (O Autismo,  História de Saúde Familiar, Genética, Saúde e DoençaDoenças Cardiovasculares). Em caso de interesse, poderá também ser disponibilizado o ficheiro destas brochuras para impressão gráfica, mediante pedido formulado através do email biblioteca@insa.min-saude.pt

Dia Mundial da Saúde 2016 a 7 de Abril: “Vencer a Diabetes” – OMS

Dia Mundial da Saúde 2016

Imagem ilustrativa (fonte: site da OMS)

A diabetes é o tema escolhido, pela OMS, para as comemorações do Dia Mundial da Saúde, 7 de abril.

“Vencer a Diabetes” (Beat diabetes) é o tema escolhido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para celebrar o Dia Mundial da Saúde 2016, comemorado anualmente no dia 7 de abril. Esta data é celebrada desde 1950 e coincide com o aniversário da fundação da OMS, em 1948.

Os objetivos principais do tema das comemorações do Dia Mundial da Saúde 2016 são: aumentar a prevenção, reforçar a atenção dada a este problema e reforçar a vigilância.

Em 2012, a diabetes foi a causa direta de cerca de 1,5 milhões de óbitos, tendo mais de 80% ocorrido em países de baixo e médio rendimento. A OMS estima que a diabetes venha a ser a 7.ª causa de morte até 2030.

A diabetes é uma doença crónica que ocorre quando o pâncreas não produz insulina suficiente ou quando o corpo não pode usar eficazmente a insulina que produz. A insulina, uma hormona que regula o açúcar no sangue, dá-nos a energia que precisamos para viver.

Existem duas formas principais da diabetes, a tipo1 e a tipo 2. Pessoas com diabetes tipo 1 geralmente não produzem insulina e, portanto, necessitam de injeções de insulina para sobreviver. Pessoas com diabetes tipo 2, que afeta cerca de 90% dos casos, geralmente produzem sua própria insulina, mas não o suficiente ou são incapazes de a utilizar corretamente.

A diabetes pode conduzir a elevadas taxas de saúde precária, incapacidade e morte prematura. A doença provoca complicações graves, tais como cegueira, insuficiência renal, neuropatia, incapacidade e morte prematura, tendo igualmente sérias consequências económicas que incluem a perda de produtividade e custos elevados com os cuidados de saúde.

Assim, a OMS comemora o Dia Mundial da Saúde, em 7 de Abril de 2016, dedicado à diabetes porque:

  1. A epidemia da diabetes está a aumentar rapidamente em muitos países, com o aumento documentado mais alarmante a verificar-se nos países de baixo e médio rendimento.
  2. Uma grande percentagem dos casos de diabetes é evitável. Medidas simples de alteração do estilo de vida demonstraram ser eficazes para prevenir ou atrasar o início da diabetes tipo 2. Manter um peso corporal normal, praticar uma atividade física regular e fazer uma alimentação saudável pode reduzir o risco da diabetes.
  3. A diabetes é tratável. A diabete pode ser controlada e gerida para evitar complicações. Aumentar o acesso ao diagnóstico, à educação auto-gerida e aos tratamentos comportáveis do ponto de vista dos custos são componentes essenciais da resposta.
  4. Os esforços envidados para prevenir e tratar a diabetes serão importantes para se alcançar a meta mundial do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 3, que visa reduzir em um terço a mortalidade prematura causada pelas doenças não transmissíveis até 2030. Muitos sectores da sociedade têm um papel a desempenhar, designadamente governos, empregadores, educadores, fabricantes, sociedade civil, sector privado, comunicação social e as próprias pessoas.

A campanha do Dia Mundial da Saúde 2016 tem por objetivos:

  1. Aumentar a consciencialização para a diabetes e para o seu desconcertante fardo e consequências, sobretudo nos países de baixo e médio rendimento;
  2. Desencadear todo um conjunto de medidas específicas, eficazes e económicas para combater a diabetes. Estas vão incluir medidas para prevenir a doença, tratar e prestar cuidados às pessoas com diabetes;
  3. Publicar o primeiro relatório sobre a diabetes no mundo, que irá enunciar o fardo e as consequências da doença e exercer advocacia em prol de sistemas de saúde mais robustos para garantir uma melhor vigilância, prevenção e uma gestão mais eficaz da diabetes.

Em cada ano, a OMS aproveita a data comemorativa para fomentar a consciência sobre alguns temas chave relacionados com a saúde pública a nível mundial. Neste sentido, organiza eventos a nível internacional, regional e local para promover o tema escolhido.


“Projeto de Intervenção para a Prevenção e Rastreio da Diabetes em Populações Vulneráveis da Grande Lisboa”

O projeto europeu JA-CHRODIS (Joint Action on Chronic Diseases and Promoting Healthy Ageing Across the Life Cycle) publicou em 2015 um relatório sobre boas práticas na promoção da saúde e prevenção primária de doenças crónicas. Dos 41 exemplos de boas práticas apresentados por 13 países parceiros JA-CHRODIS, relativos a exemplos promissores ou já baseados em evidências mensuráveis, três foram sugeridos por Portugal.

O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (Instituto Ricardo Jorge) destaca agora, no mês em que se comemora o Dia Mundial da Saúde,  um desses exemplos: o “Projeto de Intervenção para a Prevenção e Rastreio da Diabetes em Populações Vulneráveis da Grande Lisboa”. Implementado entre 2008 e 2014 na área Metropolitana de Lisboa, em colaboração com os municípios e os parceiros sociais locais, a iniciativa teve como objetivo a promoção da saúde em comunidades vulneráveis, tendo em vista a melhoria da equidade no acesso aos cuidados de saúde, focalizando a sua ação na prevenção da diabetes e no rastreio de populações vulneráveis em risco.

Financiado pela Direção-Geral da Saúde, pela Fundação Ernesto Roma e pela Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP), o projeto permitiu identificar grupos de risco acrescido de vir a desenvolver diabetes, detetar pessoas com diabetes não-diagnosticada, referenciá-las e encaminhá-las para os sistemas de cuidados de saúde, bem como formar profissionais da área da saúde, da ação social e instituições participantes, para questões específicas e importantes no contexto do combate a esta doença.

De forma a atingir estes objetivos, as atividades implementadas durante esta ação incluíram sessões de formação sobre a prevenção e gestão da diabetes para profissionais da área da saúde e da assistência social, sessões sobre prevenção de diabetes e de promoção de estilos de vida saudável para a população adulta e também sessões de rastreio de risco da diabetes para a população em geral.

Para tal, uma equipa de nutricionistas e educadores de diabetes da Fundação Ernesto Roma deu suporte à implementação da intervenção, enquanto profissionais de saúde da APDP apoiaram a realização de testes de tolerância oral à glucose às pessoas identificadas com risco acrescido, para confirmação do estado glicémico atual.

No conjunto de pessoas identificadas (1959) com risco acrescido, foi possível detetar casos de diabetes não-diagnosticada em cerca de 20% dos que aceitaram realizar a prova de tolerância oral à glucose. Por último, os resultados obtidos permitiram mostrar que o agravamento do perfil de risco ocorre mais cedo nas populações vulneráveis de baixo rendimento económico e condição social deficitária comparativamente à população em geral.

Assinaladas como condições importantes para o sucesso do projeto foram a disponibilização dos serviços prestados de uma forma gratuita e a sua realização por meio de uma unidade móvel, com acesso direto às comunidades.

O envolvimento de instituições nacionais de referência em cuidados com a diabetes, como a Direção-Geral da Saúde e a APDP, foi igualmente reconhecido como um fator relevante para o êxito desta iniciativa.


JA-CHRODIS (Joint Action on Chronic Diseases and Promoting Healthy Ageing Across the Life Cycle)

O JA-CHRODIS é uma iniciativa desenvolvida por um consórcio europeu, tendo como principal objetivo a prevenção de doenças crónicas e a promoção do envelhecimento saudável.

Em Portugal, são entidades parceiras associadas o Instituto Ricardo Jorge, através do seu Departamento de Promoção da Saúde e Prevenção de Doenças Não Transmissíveis, a Direção-Geral da Saúde e a Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal, contando-se o consórcio Ageing@Coimbra com o estatuto de parceiro colaborador.

O parceiros trabalham em conjunto de forma a identificar, validar, partilhar e difundir na Europa boas práticas em doenças crónicas e facilitar a sua implementação para além das fronteiras locais, regionais e nacionais.

O foco desta iniciativa é a promoção da saúde e a prevenção primária, bem como a gestão da diabetes tipo 2 e da doença em pacientes com mais de uma condição crónica (multimorbilidade).

Um dos objetivos fundamentais é o desenvolvimento de uma “plataforma para o intercâmbio do conhecimento”, que irá incluir tanto um serviço de apoio online dirigido essencialmente para os decisores políticos como também uma “plataforma de troca de informação” com um repositório atualizado das melhores práticas e dos melhores conhecimentos sobre os cuidados em doenças crónicas.

De acordo com o Instituto Ricardo Jorge, as doenças crónicas como a diabetes, doenças cardiovasculares, cancro e perturbações neuropsiquiátricas, afetam 8 em cada 10 pessoas com mais de 65 anos na Europa. Cerca de 70 a 80 por cento dos orçamentos de saúde em toda a UE são gastos no tratamento destas doenças.

Não obstante, há uma riqueza de conhecimento nos Estados-membros da União Europeia sobre as formas mais eficazes e eficientes para prevenir e gerir doenças como as doenças cardiovasculares e a diabetes tipo 2. Neste contexto, o JA-CHRODIS foi projetado para explorar o grande potencial que existe para reduzir os efeitos deste tipo de doenças através de um melhor uso desse conhecimento.

O Instituto Ricardo Jorge participa neste projeto em duas áreas de trabalho específicas dentro das várias atividades do JA-CHRODIS:

  • No desenvolvimento da Plataforma sobre as doenças crónicas na Europa;

No estabelecimento de critérios de inclusão para a inscrição de boas práticas na plataforma. Nesta atividade está incluída a definição de critérios específicos para a avaliação de boas práticas em promoção da saúde e prevenção da doença crónica e a identificação de boas práticas já existentes e que importa disseminar.


Sobre a diabetes

O que é a diabetes?

A diabetes é uma doença crónica que se caracteriza pelo aumento dos níveis de açúcar (glicose) no sangue e pela incapacidade do organismo em transformar toda a glicose proveniente dos alimentos. À quantidade de glicose no sangue chama-se glicemia e quando esta aumenta diz-se que o doente está com hiperglicemia.

Quem está em risco de ser diabético?

A diabetes é uma doença silenciosa que se pode  desenvolver sem sintomas durante muitos anos. É uma doença em crescimento, que atinge cada vez mais pessoas em todo o mundo e em idades mais jovens. No entanto, há grupos de risco com fortes probabilidades de se tornarem diabéticos:

  • Pessoas com familiares diretos com diabetes;
  • Homens e mulheres obesos;
  • Homens e mulheres com tensão arterial alta ou níveis elevados de colesterol no sangue;
  • Mulheres que contraíram a diabetes gestacional na gravidez;
  • Crianças com peso igual ou superior a quatro quilogramas à nascença;
  • Doentes com problemas no pâncreas ou com doenças endócrinas.

Quais são os sintomas típicos da diabetes?

Todas as pessoas em risco devem fazer análises. Quando já tem valores muito elevados, manifesta-se:

Nos adultos – A diabetes é, geralmente, do tipo 2 e manifesta-se através dos seguintes sintomas:

  • Urinar em grande quantidade e muitas mais vezes, especialmente durante a noite (poliúria);
  • Sede constante e intensa (polidipsia);
  • Fome constante e difícil de saciar (polifagia);
  • Fadiga;
  • Comichão (prurido) no corpo, designadamente nos órgãos genitais;
  • Visão turva.

Nas crianças e jovens – A diabetes é quase sempre do tipo 1 e aparece de maneira súbita, sendo os sintomas muito nítidos. Entre eles encontram-se:

  • Urinar muito, podendo voltar a urinar na cama;
  • Ter muita sede;
  • Emagrecer rapidamente;
  • Grande fadiga, associada a dores musculares intensas;
  • Comer muito sem nada aproveitar;
  • Dores de cabeça, náuseas e vómitos.

É importante ter presente que os sintomas da diabetes nas crianças e nos jovens são muito nítidos. Nos adultos, a diabetes não se manifesta tão claramente, sobretudo no início, motivo pelo qual pode passar despercebida durante alguns anos.

Os sintomas surgem com maior intensidade quando a glicemia está muito elevada. E, nestes casos, podem já existir complicações (na visão, por exemplo) quando se deteta a doença.

Como se diagnostica a diabetes?

Se sentir alguns ou vários dos sintomas deve consultar o médico do centro de saúde da sua área de residência, o qual lhe pedirá para realizar análises ao sangue e à urina.

Pode ser diabético…

  • Se tiver uma glicemia ocasional de 200 miligramas por decilitro ou superior com sintomas;
  • Se tiver uma glicemia em jejum (oito horas) de 126 miligramas por decilitro ou superior em duas ocasiões separadas de curto espaço de tempo.

Que tipos de diabetes existem?

  • Diabetes Tipo 2 (Diabetes não Insulinodependente) – É a mais frequente (90 por cento dos casos).
    O pâncreas produz insulina, mas as células do organismo oferecem resistência à ação da insulina. O pâncreas vê-se, assim, obrigado a trabalhar cada vez mais, até que a insulina produzida se torna insuficiente e o organismo tem cada vez mais dificuldade em absorver o açúcar proveniente dos alimentos.
    Este tipo de diabetes aparece normalmente na idade adulta e o seu tratamento, na maioria dos casos, consiste na adoção duma dieta alimentar, por forma a normalizar os níveis de açúcar no sangue. Recomenda-se também a atividade física regular.
    Caso não consiga controlar a diabetes através de dieta e atividade física regular, o doente deve recorrer a medicação específica e, em certos casos, ao uso da insulina. Neste caso deve consultar sempre o seu médico.
  • Diabetes Tipo 1 (Diabetes Insulinodependente) – É mais rara.
    O pâncreas produz insulina em quantidade insuficiente ou em qualidade deficiente ou ambas as situações. Como resultado, as células do organismo não conseguem absorver, do sangue, o açúcar necessário, ainda que o seu nível se mantenha elevado e seja expelido para a urina.
    Contrariamente à diabetes tipo 2, a diabetes tipo 1 aparece com maior frequência nas crianças e nos jovens, podendo também aparecer em adultos e até em idosos.
    Não está diretamente relacionada, como no caso da diabetes tipo 2, com hábitos de vida ou de alimentação errados, mas sim com a manifesta falta de insulina. Os doentes necessitam de uma terapêutica com insulina para toda a vida, porque o pâncreas deixa de a produzir, devendo ser acompanhados em permanência pelo médico e outros profissionais de saúde.
  • Diabetes Gestacional – Surge durante a gravidez e desaparece, habitualmente, quando concluído o período de gestação. No entanto, é fundamental que as grávidas diabéticas tomem medidas de precaução para evitar que a diabetes do tipo 2 se instale mais tarde no seu organismo.
    A diabetes gestacional requer muita atenção, sendo fundamental que, depois de detetada a hiperglicemia, seja corrigida com a adoção duma dieta apropriada. Quando esta não é suficiente, há que recorrer, com a ajuda do médico, ao uso da insulina, para que a gravidez decorra sem problemas para a mãe e para o bebé.
    Uma em cada 20 grávidas pode sofrer desta forma de diabetes.

Outras complicações associadas à diabetes

  • Retinopatia – lesão da retina;
  • Nefropatia – lesão renal;
  • Neuropatia – lesão nos nervos do organismo;
  • Macroangiopatia – doença coronária, cerebral e dos membros inferiores;
  • Hipertensão arterial;
  • Hipoglicemia – baixa do açúcar no sangue;
  • Hiperglicemia – nível elevado de açúcar no sangue;
  • Lípidos no sangue – gorduras no sangue;
  • Pé diabético – arteriopatia, neuropatia;
  • Doenças cardiovasculares – angina de peito, ataques cardíacos e acidentes vasculares cerebrais;
  • Obstrução arterial periférica – perturbação da circulação, por exemplo nas pernas e nos pés;
  • Disfunção e impotência sexual – a primeira manifesta-se de diferentes formas em ambos os sexos;
  • Infeções diversas e persistentes – boca e gengivas, infeções urinárias, infeções das cicatrizes depois das cirurgias.

Como se trata a diabetes?

  • Diabetes tipo 1 – Os doentes podem ter uma vida saudável, plena e sem grandes limitações, bastando que façam o tratamento prescrito pelo médico corretamente.
    O objetivo do tratamento é manter o açúcar (glicose) no sangue o mais próximo possível dos valores considerados normais (bom controlo da diabetes) para que se sintam bem e sem nenhum sintoma da doença. Serve ainda para prevenir o desenvolvimento das manifestações tardias da doença e ainda para diminuir o risco das descompensações agudas, nomeadamente da hiperglicemia e da cetoacidose (acidez do sangue).
    Este tratamento, que deve ser acompanhado obrigatoriamente pelo médico de família, engloba três vertentes fundamentais: adoção de uma dieta alimentar adequada, prática regular de exercício físico e o uso da insulina.
  • Diabetes tipo 2 – O tratamento é semelhante mas, devido à menor perigosidade da doença, a maioria das vezes basta que a alimentação seja adequada e que o exercício físico passe a fazer parte da rotina diária para que, com a ajuda de outros medicamentos específicos (que não a insulina), a diabetes consiga ser perfeitamente controlada pelo doente e pelo médico.
    Os medicamentos usados no tratamento deste tipo de diabetes são geralmente fármacos (comprimidos) que atuam no pâncreas, estimulando a produção de insulina.
    Seguindo uma alimentação correta e adequada, praticando exercício físico diário e respeitando a toma dos comprimidos indicada pelo médico, um doente com diabetes tipo 2 garante a diminuição do risco de tromboses e ataques cardíacos; a prevenção de doenças nos olhos e nos rins e da má circulação nas pernas e nos pés, fator que diminui significativamente o risco de amputações futuras.

O que é a insulina?

A insulina é uma hormonal hipoglicemiante segregada pelas células beta dos ilhéus de Langerhans do pâncreas, que é usada no tratamento dos doentes diabéticos. Pode ser obtida a partir do pâncreas do porco ou feita quimicamente e de forma idêntica à insulina humana através do uso de tecnologia do DNA recombinante ou da modificação química da insulina do porco.

Em Portugal só é comercializada insulina igual à insulina humana, produzida com recurso a técnicas de engenharia genética, sendo as reações alérgicas muito raras em virtude da sua grande pureza. No mercado estão disponíveis diversas concentrações de insulina. No nosso país, só se encontra disponível a concentração U-100 (1ml=100 unidades).

Por que é que a insulina é necessária para o tratamento da diabetes tipo 1?

Porque, nos doentes com a diabetes tipo 1, as células do pâncreas que produzem insulina foram destruídas, motivo pelo qual este produz muito pouca ou nenhuma insulina. Como sem insulina não se pode viver, a administração de insulina produzida laboratorialmente é um tratamento imprescindível de substituição.

Como se usa a insulina?

O tratamento com insulina é feito através de injeção na gordura por baixo da pele ou através da utilização da bomba de perfusão subcutânea de insulina.

Até à data o desenvolvimento científico ainda não conseguiu produzir nenhuma forma de insulina que possa ser tomada por via oral, uma vez que o estômago a destrói automaticamente.

Insulina injetável

Por ser injetável, é necessário que o doente tenha atenção ao modo como manuseia a insulina. Deve ter os seguintes cuidados:

  • Colocar a cápsula de proteção sem tocar na agulha após a utilização da seringa/caneta;
  • Guardar a seringa/caneta à temperatura ambiente;
  • Não utilizar a seringa ou a agulha da caneta se estas estiverem rombas;
  • Não limpar a agulha com álcool;
  • Manter a cápsula quando inutilizar a seringa/caneta e ter muito cuidado na sua eliminação.

Onde se injeta a insulina?

A insulina pode ser injetada na região abdominal, nas coxas, nos braços e nas nádegas. A parede abdominal é o local de eleição para uma mais breve absorção da insulina de ação rápida. Deve ser usada para as injeções realizadas durante o dia. A coxa utiliza-se preferencialmente para as injeções de insulina de ação intermédia, sendo a região das nádegas uma boa alternativa.

Deve proceder-se à rotação dos locais onde se administra a injeção, de forma a evitar a formação de nódulos, porque estes podem interferir na absorção da insulina.

Como conservar a insulina?

Os frascos de insulina, as cargas instaladas nas canetas e as seringas pré-cheias descartáveis em uso devem ser conservados à temperatura ambiente, mas afastados da luz solar direta e de locais como a televisão e o porta-luvas do carro.

Bomba de perfusão subcutânea de insulina

Este método terapêutico visa adequar a insulinoterapia a padrões de vida intensivos com motivação para a monitorização, a situações de gravidez ou de má tolerância a terapias intensivas com múltiplas administrações de insulina e, ainda, a casos de hipoglicemias severas frequentes.

As pessoas com diabetes tipo 1 podem candidatar-se à utilização da bomba de perfusão subcutânea de insulina. Para tal, basta dirigirem-se aos centros de tratamento e serem eleitas para a disponibilização do referido aparelho.

Onde me posso informar sobre os centros de tratamento?

Os centros de tratamento são aprovados pela Direção-Geral da Saúde, mediante candidatura espontânea de hospitais do Serviço Nacional de Saúde e de entidades com acordos/contratos estabelecidos nesta área com o Serviço Nacional de Saúde.

Quais são os critérios de elegibilidade dos doentes para o tratamento para perfusão subcutânea contínua de insulina?

A elegibilidade dos doentes para este tipo de tratamento exige uma adequada validação das suas características. No entanto, existe um requisito fundamental e comum a todos os doentes selecionados: haver motivação e prática de automonitorização da glicemia capilar, bem como competência na sua utilização de forma satisfatória (por parte das pessoas com diabetes tipo 1 e seus familiares no caso das crianças), uma vez que o ajuste da dose de insulina deve ser efetuado de forma progressiva e automonitorizada. 

Entre os requisitos (não cumulativos), figuram ainda a necessidade de flexibilidade no estilo de vida e de pequenas doses de insulina, bem como situações de gravidez.

O que significa ter a diabetes controlada?

Significa que os níveis de açúcar no sangue se encontram dentro dos parâmetros definidos pelos especialistas. É o médico que, de acordo com fatores como a idade, tipo de vida, atividade e existência de outras doenças, define quais os valores de glicemia que o doente deve ter em jejum e depois das refeições.

Convém lembrar-se de que os valores do açúcar no sangue variam ao longo do dia, motivo pelo qual se fala em limites mínimos e limites máximos.

Como se sabe se a diabetes está controlada?

Diariamente, é o doente que se analisa e vigia a si próprio, quer através do seguimento da alimentação correta e da prática de exercício, quer da realização de testes ao sangue e à urina em sua casa.

São justamente os testes realizados diariamente pelo doente que permitem saber se o açúcar no sangue está elevado, baixo ou normal e que, posteriormente, lhe permitem o ajustamento de todo o tratamento.

Consequentemente, a melhor forma de saber se a diabetes se encontra ou não controlada é realizando testes de glicemia capilar (picada no dedo) diariamente e várias vezes ao dia.

Se os valores estiverem dentro dos limites indicados pelo médico, a diabetes está controlada. Se não, o doente deve consultar o médico assistente.

Como prevenir a diabetes?

  • Controlo rigoroso da glicemia, da tensão arterial e dos lípidos;
  • Vigilância dos órgãos mais sensíveis, como a retina, rim, coração, nervos periféricos, entre outros;
  • Bons hábitos alimentares;
  • Prática de exercício físico;
  • Não fumar;
  • Cuidar da higiene e vigilância dos pés.

Que direitos têm os doentes diabéticos?

  • Um plano de tratamento e objetivos de autocuidado
  • Aconselhamento personalizado sobre a alimentação adequada;
  • Aconselhamento sobre a atividade física adequada;
  • Indicação sobre a dosagem e o horário da medicação e ainda sobre como adequar as doses com base na autovigilância;
  • Indicação sobre os objetivos para o seu peso, glicemia, lípidos no sangue e tensão arterial;
  • Análises laboratoriais regulares para controlo metabólico e do seu estado físico
  • Revisão, pela equipa de saúde, dos resultados da autovigilância e do tratamento corrente, em cada contacto com profissionais da equipa;
  • Análise, revisão e alteração, sempre que necessário, dos objetivos de autovigilância;
  • Ajuda e esclarecimento;
  • Educação terapêutica contínua;
  • Verificação, pela equipa de saúde, do seu controlo;
  • Verificação, se necessário, do peso, tensão arterial e dos lípidos sanguíneos;
  • Avaliação anual dos olhos e da visão, dos pés, da função renal, dos fatores de risco para doenças cardíacas, das técnicas de autovigilância e de injeção e dos hábitos alimentares;
  • Tratamento de problemas especiais e emergências
  • Conselhos e cuidados às mulheres que desejem engravidar;
  • Acompanhamento especializado na gravidez e no parto;
  • Conselhos e cuidados a crianças, adolescentes e às suas famílias;
  • Acessibilidade adequada a cuidados especializados, em caso de problemas nos olhos, nos rins, nos pés, nos vasos sanguíneos ou no coração;
  • Acompanhamento adequado à pessoa idosa;
  • Educação terapêutica para o doente e para a sua família
  • O porquê da necessidade de controlo dos níveis de glicemia;
  • Como controlar os níveis de glicemia através de uma alimentação adequada, atividade física adaptada e tratamento com medicação oral e/ou insulina;
  • Como avaliar o seu controlo através de testes de sangue e/ou urina (autovigilância) e atuar face aos resultados (autocontrolo);
  • Quais os sintomas de aumento dos níveis de glicose e acetona, como prevenir e tratar;
  • Quais os sintomas de descida do nível de glicose, como prevenir e tratar;
  • O que fazer quando está doente;
  • Prevenção e tratamento das possíveis complicações crónicas, incluindo lesões nos olhos, nos rins, nos pés e o endurecimento das artérias;
  • Como lidar com o exercício físico, com as viagens e com outras situações sociais ou de lazer;
  • Como atuar perante eventuais problemas de emprego, serviço militar, seguros, licença de condução automóvel, entre outros;
  • Informação sobre o suporte social e económico existente, para que o diabético tenha os direitos sociais (emprego, reforma e outros) que as suas capacidades e habilitações possibilitem, sem qualquer tipo de restrição ou discriminação.

Quais são os deveres dos diabéticos?

Para que a vida se prolongue e a diabetes não seja um impedimento ao usufruto de uma vida normal, o diabético deve:

  • Assumir comportamentos que o conduzam permanentemente à obtenção de ganhos de saúde e que contribuam para o seu autocontrolo
  • Predispor-se a aprender continuamente a controlar a sua diabetes;
  • Tentar ser autónomo, praticando o seu próprio autocontrolo;
  • Examinar regularmente os pés;
  • Avaliar/observar os olhos, de dois em dois anos;
  • Tentar seguir um estilo de vida saudável;
  • Controlar o peso;
  • Praticar atividade física regular;
  • Evitar o tabaco;
  • Esclarecer-se sobre quando e como contactar a equipa de saúde em situação de urgência ou de emergência;
  • Contactar a equipa de saúde sempre que sinta necessidade e até que fique esclarecido sobre as questões que o preocupam;
  • Entrar em contacto e conversar com outras pessoas que tenham a diabetes e com associações locais ou nacionais de doentes diabéticos;
  • Assegurar que a família, amigos e colegas de trabalho se encontram esclarecidos sobre as necessidades da diabetes;
  • Controlar diariamente a sua diabetes, desempenhando um papel ativo no seu tratamento
  • Fazer a sua autovigilância e adaptando o tratamento aos resultados – autocontrolo;
  • Tomar corretamente a medicação;
  • Examinar e cuidar dos pés;
  • Contactar a equipa de saúde se verificar que está mal controlado ou se apresentar hipoglicemias graves, ou ainda se surgirem sintomas de infeção;
  • Evitar desperdícios dos recursos comuns existentes, de forma a contribuir para a manutenção e, se possível, aumento dos seus direitos
  • Cumprir o plano de vigilância e terapêutica;
  • Usar corretamente os materiais de controlo e tratamento;
  • Usar adequadamente os serviços de saúde;
  • Utilizar corretamente o Guia do Diabético disponibilizado pelo seu médico assistente e ajudar os outros diabéticos a fazê-lo também.

Em suma, olhe por si próprio, ajude os profissionais a cuidar bem da sua saúde, seguindo conselhos tão simples e práticos como os seguintes:

  • Pratique exercício com regularidade;
  • Não fume;
  • Vigie bem a sua diabetes;
  • Não engorde;
  • Controle a tensão arterial;
  • Mantenha os níveis de colesterol e triglicéridos controlados e dentro dos parâmetros aconselhados pelos médicos.

Onde procurar ajuda?

No centro de saúde da sua área de residência, onde deverá contactar o seu médico de família.

Para saber mais, consulte:

Documento: Amianto – Perguntas Mais Frequentes – INSA

 AMIANTO: TUDO O QUE PRECISA SABER SOBRE ESTE AGENTE

O amianto e a sua presença em edifícios públicos é muitas vezes notícia nos órgãos de comunicação social. A informação veiculada, muitas vezes incompleta e algumas vezes incorreta, gera frequentemente grande preocupação na população.

Para evitar alarmismos desnecessários, a Unidade de Ar e Saúde Ocupacional (UASO) do Departamento de Saúde Ambiental do Instituto Ricardo Jorge elaborou um documento com as perguntas mais frequentes sobre amianto, juntamente com as respostas, de modo a que possa esclarecer as suas questões. Caso não encontre resposta às suas perguntas, por favor contacte a UASO.

O Instituto Ricardo Jorge desenvolve há mais de 40 anos estudos relacionados com a exposição a amianto, tendo sido pioneiro, a nível nacional, na resposta a pedidos de avaliação da exposição profissional e ambiental a este agente. Até 2005, enquanto foi permitida o fabrico/utilização de amianto ou materiais com amianto, os pedidos de estudo tinham como objetivo, essencialmente, a avaliação da exposição profissional dos trabalhadores (avaliação efetuada durante as atividades de fabrico ou manuseamento direto de amianto ou de materiais com amianto).

Após a proibição total de amianto no nosso país, em janeiro de 2005, os pedidos de estudo têm como objetivo, essencialmente, a avaliação da exposição ambiental. Destes pedidos, a maioria está associada a locais onde existe fibrocimento, material não friável considerado de baixo risco, como comprovado pelos resultados de estudos efetuados pelo Instituto Ricardo Jorge.

A UASO promove também ações de formação teóricas relativa a amianto nos edifícios, com destaque para os temas localização, aplicação, risco e avaliação da exposição. A UASO dispõe de laboratórios em Lisboa e Porto. Para mais informações, consultar Amianto – Perguntas mais frequentes.

Vírus Zika: Perguntas Mais Frequentes e Respostas – INSA

Maria João Alves, investigadora do Instituto Ricardo Jorge

O Zika é um vírus da família Flaviviridae que é transmitido aos seres humanos pela picada de mosquitos infetados. Os principais vetores são do género Aedes. Em Portugal, o Instituto Ricardo Jorge, através do seu Centro de Estudos de Vetores e Doenças Infeciosas (CEVDI), em Águas de Moura, é o laboratório responsável pelo diagnóstico do vírus Zika.

O Instituto faz o diagnóstico laboratorial desta doença através da deteção de RNA viral em amostras biológicas de doentes na fase aguda da doença e da deteção de anticorpos no soro.  Para conhecer um pouco melhor o que é este vírus e algum do trabalho desenvolvido pelo CEVDI, conversámos com Maria João Alves, investigadora do Instituto Ricardo Jorge e uma das principais especialistas na área dos vírus hemorrágicos.

O que é o vírus Zika e como é que este se transmite?

O vírus Zika é um vírus do género Flavivírus (outros flavivírus são o vírus West Nile, Dengue, Febre amarela) descoberto em 1947 num macaco, sentinela para a febre amarela, que estava febril, na floresta de Zika no Uganda. Este vírus é transmitido por mosquitos do género Aedes, sobretudo Aedes aegypti. Um investigador norte-americano descreveu um caso de transmissão por via sexual em 2011 e em 2014 foi descrita a possibilidade de uma transmissão perinatal.

O vírus Zika não provoca sintomatologia em cerca de 80% das pessoas que infeta. Quando existe sintomatologia, esta ocorre entre 3 a 12 dias depois da picada do mosquito e é ligeira, auto-limitada, com febre, cefaleia, mal-estar, anorexia e exantema maculo-papular (erupção cutânea) e dura entre 2 a 7 dias.

Até 2007, foram conhecidas unicamente 14 casos clínicos de infeção por vírus Zika em África e no Sudeste Asiático. Em 2007 ocorreu, pela primeira vez fora de África e Ásia, um surto com 185 casos na Micronésia, seguido de outro na Polinésia Francesa em 2013-2014, com 8700 casos, e Nova Caledónia, com 1365 casos. Depois, em 2014, surgem casos na Ilha de Páscoa (Chile) e, em 2015, no Brasil.

Como é que se faz o diagnóstico desta doença e qual o seu tratamento?

O diagnóstico laboratorial de Zika é realizado no Instituto Ricardo Jorge desde 2007. O laboratório tem instaladas capacidades de diagnóstico molecular, que permite identificar o vírus na fase em que está em circulação no sangue (3 a 5 dias depois do início dos sintomas) ou na urina (3 a 10 dias depois do início dos sintomas), e diagnóstico imunológico que permite identificar anticorpos após a exposição. Não há tratamento específico para as infeções por vírus Zika, a não ser os sintomáticos como analgésicos, anti-piréticos e anti-histamínicos.

Que recomendações devem ser dadas à população?

Os cidadãos que viajem para zonas endémicas devem adotar sobretudo medidas preventivas para evitar a picada do mosquito, usando roupas que cobram maior parte do corpo, repelentes e redes mosquiteiras, entre outras.

O que se sabe da relação entre o vírus Zika e as alterações fetais, em particular microcefalias?

A relação entre o vírus Zika e as microcefalias foi descrita apenas no Brasil, que viu o número de casos de microcefalia aumentar drasticamente no último ano. Ainda não há uma prova conclusiva desta relação, mas há uma coincidência temporal muito grande entre a ocorrência de casos de Zika e microcefalias. As mães durante a gravidez podem ter sido infetadas pelo vírus e mesmo sem sintomatologia na mãe, este pode ter afetado o desenvolvimento do feto.

No surto que ocorreu na Polinésia Francesa já tinham sido descritos em 1% dos casos, pela primeira vez, sintomatologia neurológica. Nessa altura os investigadores relacionaram a sintomatologia neurológica com a quase simultaneadade de um surto de dengue na mesma região.

Portugal tem desde há vários anos uma rede de vigilância de vetores. De que forma é que esta têm contribuído para o contribuído para o conhecimento epidemiológico das espécies de vetores presentes no nosso país?

Portugal tem desde 2008 uma Rede de Vigilância de Vetores (REVIVE) cujos participantes são as Administrações Regionais de Saúde, a Direção-Geral da Saúde e o Instituto Ricardo Jorge. Nesta rede é feita a vigilância sistemática de mosquitos. Os objetivos da REVIVE são identificar a diversidade e abundância de mosquitos, se são vetores de doença, quer dizer se estão ou não infetados com vírus, e detetar atempadamente a introdução de espécies exóticas e invasoras de maneira a que seja possível para as autoridades de nacionais reagirem atempadamente com medidas de controlo adequadas.

Uma das espécies exóticas/invasoras é exatamente a espécie, já identificada na ilha da Madeira, Aedes aegypti, que transmite Dengue, Chikungunya e Zika. Outra espécie é Aedes albopictus que já está presente na maior parte da Europa mediterrânica e que, apesar de menos eficaz, também pode transmitir dengue e chikungunya. Estas duas espécies não foram identificadas em Portugal continental, quer dizer que, por enquanto, não pode haver casos autóctones destas patologias.

Qual tem sido a contribuição do Instituto Ricardo Jorge em termos internacionais?

O Instituto Ricardo Jorge, enquanto autoridade competente na vigilância epidemiológica, formação e divulgação de conhecimento, tem contribuído, através do Departamento de Doenças Infeciosas e do CEVDI, para o estudo deste e de outros vírus transmitido por vetores através de redes internacionais de laboratórios.

A Rede Europeia para o Diagnóstico de Doenças Virais Importadas (European Network for Diagnostics of Imported viral Diseases – ENIVD) identificou, na Europa, 20 laboratórios, de 13 países, com capacidade para diagnosticar vírus Zika. O CEVDI do Instituto Ricardo Jorge contribuiu com material de referência que foi distribuído por todos esses laboratórios europeus.

Por outro lado, no âmbito da rede ibérico-americana (ViroRed), o CEVDI também distribuiu materiais de referência para apoio ao diagnóstico de Zika em países da América latina, assim como na organização de estágios para investigadores do Brasil, Venezuela e Panamá. O mais recente ocorreu no CEVDI em Novembro passado para treino em diagnóstico de Zika.

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Comunicado do Diretor-Geral da Saúde sobre Doença por Vírus Zika (1)

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