A Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) vai lançar um projeto-piloto de rastreio que envolverá 15 agrupamentos de centros de saúde e cinco hospitais.
Dois milhões de utentes de Lisboa e Vale do Tejo serão rastreados aos cancros do colo do útero e do cólon e reto através do programa de rastreio, que arranca no dia 20 de julho, numa primeira fase com quatro unidades de saúde da península de Setúbal.
Até ao dia 4 de setembro, os utentes desta região deverão ser rastreados a estes tipos de cancro e o objetivo é que, até final de 2018, os dois milhões de pessoas que compõem a população alvo abrangida pelos rastreios já tenha feito o exame: 940 mil mulheres para o cancro do colo do útero e um milhão de homens e mulheres para o cancro do cólon e reto.
Na prática, os utentes irão receber uma carta do seu centro de saúde a comunicar a data do rastreio.
No caso do cancro do colo do útero, as mulheres irão realizar, no centro de saúde, uma colheita para análise à presença do Vírus do Papiloma Humano (VPH), a qual seguirá depois para o laboratório do hospital de referência para o programa. A utente irá, depois, receber uma carta com o resultado que, se for positivo, contará com uma marcação para uma colposcopia (biópsia ao colo uterino).
Para o rastreio ao cancro do cólon e reto, o utente será convocado da mesma forma e terá de obter no centro de saúde um kit para recolha das fezes, devendo entregar a amostra, depois, no mesmo local.
As análises serão realizadas num laboratório hospitalar e os casos suspeitos deverão realizar uma colonoscopia no prazo de 30 dias, no respetivo hospital.
Deverão fazer o rastreio todas as mulheres com idades entre os 30 e os 65 anos, de cinco em cinco anos.
O rastreio ao cancro do cólon e reto deverá ser feito por todas as pessoas sem esta patologia, com idades entre os 50 e os 74 anos, de dois em dois anos.
No final da cerimónia de assinatura dos protocolos que viabilizarão o programa, a Presidente da ARSLVT, Rosa Valente de Matos, referiu à Lusa que os hospitais têm capacidade para realizar os exames e que os centros de saúde estão devidamente preparados para os rastreios.
Segundo Rosa Valente de Matos, estes dois cancros foram escolhidos para o programa de rastreio por causa da sua incidência. Na região de Lisboa e Vale do Tejo são anualmente detetados cerca de 400 novos casos de cancro do colo do útero e 2.700 novos casos de cancro do cólon e reto.
Para Eunice Carrapiço, coordenadora clínica do programa de rastreios, o objetivo é, dentro de 10 a 15 anos, atingir o valor zero da mortalidade por cancro do colo do útero, o qual já está em fase descendente e conta com uma vacina contra uma das suas principais causas, o VPH.
No cancro do cólon e reto, cuja mortalidade ainda está em fase ascendente, o objetivo será estabilizar esta fase até 2022 e, até 2031, diminuir para 50 o número de mortos antes dos 70 anos.
O programa terá um custo de seis milhões de euros no primeiro ano.
Neste programa estão envolvidos 15 ACES: Almada-Seixal, Arco-Ribeirinho, Arrábida, Oeste Norte, Oeste Sul, Lezíria, Médio Tejo, Estuário do Tejo, Lisboa Norte, Lisboa Ocidental e Oeiras, Lisboa Central, Sintra, Amadora, Loures-Odivelas e Cascais.
Fazem igualmente parte do programa o Centro Hospitalar de Lisboa Norte (CHLN), o Hospital Garcia de Orta, o Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, o Instituto Português de Oncologia de Lisboa e o Centro Hospitalar de Setúbal.
Fonte: Lusa
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