O Algarve vai tornar-se na primeira região do país a distribuir metadona a turistas estrangeiros, uma forma de monitorizar o tratamento e de diminuir os riscos de propagação de doenças ou comportamentos criminosos, de acordo com a Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve.
Ao abrigo do projeto da Divisão de Intervenção nos Comportamentos Aditivos nas Dependências (DICAD), que deverá avançar já no próximo ano, os toxicodependentes que estejam de férias na região e referenciados pelos serviços de saúde dos seus países podem adquirir metadona nos centros de atendimento espalhados pela região, segundo revela o Presidente do Conselho Diretivo da ARS Algarve, João Moura Reis.
O responsável da ARS acrescenta que “trata-se de uma forma de monitorizar o tratamento dos toxicodependentes estrangeiros que vêm para cá e também de reduzir alguns riscos associados ao transporte de grandes quantidades de metadona, como a possibilidade de tráfico ou assaltos, por exemplo”.
O projeto implica que os toxicodependentes estejam referenciados pelos serviços de saúde dos seus países de origem, informação que deve ser partilhada com os serviços de saúde da região para que possam prosseguir o tratamento.
“O turista é referenciado no seu país para o Serviço Nacional de Saúde, que por sua vez o orienta para os locais mais próximos”, acrescentou o Presidente do Conselho Diretivo da ARS Algarve, entidade que tutela a DICAD, observando que o projeto é pioneiro em Portugal.
Ainda no âmbito da relação entre turismo e saúde, a ARS Algarve está a preparar um protocolo com o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge no sentido de alertar os operadores turísticos da região para as condições mais favoráveis ao desenvolvimento e propagação de doenças como a dengue ou a febre do Nilo Ocidental.
“Os charcos dos campos de golfe e as piscinas, por exemplo, são potenciais viveiros para a proliferação de mosquitos e outro tipo de insetos que podem ser vetores de determinadas patologias”, ilustrou João Moura Reis.
O plano envolverá também a Região de Turismo do Algarve, entidade com a qual a ARS quer ainda firmar outro protocolo, neste caso na área do Suporte Básico de Vida, que será desenvolvido em conjunto com o Instituto Nacional de Emergência Médica.
Segundo João Moura Reis, o objetivo é que a ARS Algarve seja certificada para ministrar cursos de formação em Suporte Básico de Vida e Desfibrilhação Automática Externa. Ao tornar-se uma entidade credenciada para dar formação nesta área, o objetivo seria, depois, formar profissionais de hotelaria e funcionários de estabelecimentos comerciais, entre outros, conclui o Presidente do Conselho Diretivo da ARS Algarve.
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