Artigo: Diabetes na População Portuguesa – Uma Análise Do Estudo e_COR – INSA

Calcular a prevalência de diabetes mellitus na população portuguesa, bem como avaliar o conhecimento, tratamento e controlo desta patologia foram os objetivos de um estudo efetuado pelo Departamento de Promoção da Saúde e Prevenção de Doenças Não Transmissíveis do Instituto Ricardo Jorge. Este trabalho teve por base a população do estudo e_COR.

De acordo com os resultados obtidos, a prevalência absoluta da diabetes foi de 8,9%, o que extrapolado para a população portuguesa corresponde a 688.568 indivíduos entre os 18 e 79 anos. Esta prevalência é significativamente mais elevada no sexo masculino e aumenta significativamente com a idade. Na população dos diabéticos, 80,7% conhecem a sua patologia, 82,0% estão medicados, 64,0% estão controlados e 60,7% dos diabéticos medicados estão controlados.

A prova de tolerância à glicose (PTGO) não foi determinada, pelo que os resultados apresentados foram apurados com base somente nos valores de glicose em jejum. Os responsáveis pelo estudo admitem que cerca de 4% dos diabéticos só seriam identificados pela PTGO, pelo que a prevalência obtida neste trabalho está em consonância com a registada pelo Observatório Nacional da Diabetes em Portugal (13,1% em 2015).

O estudo e_COR é um estudo populacional, com uma componente laboratorial, que foi realizado nas cinco regiões de Portugal Continental, de modo a obter dados representativos dos principais fatores de risco cardiovascular na população portuguesa. Participaram neste estudo 1688 indivíduos (848 homens e 840 mulheres, com idade entre os 18 e 79 anos) distribuídos pelas regiões Norte, Centro, Lisboa, Alentejo e Algarve.

As doenças cardiovasculares são umas das principais causas de morbilidade
e mortalidade a nível mundial, sendo um importante problema de saúde pública. A diabetesmellitus é um fator de risco cardiovascular e a sua incidência tem vindo a aumentar mundialmente.

Para consultar na íntegra o artigo de Ana Catarina Alves, Quitéria Rato e Mafalda Bourbon, clique aqui.

Artigo: Vacinação Antigripal da População Portuguesa na Época 2014/2015 – INSA

Com o objetivo de estimar a taxa de cobertura pela vacina antigripal sazonal (VAGS) da população portuguesa na época gripal de 2014/2015 e caraterizar a prática da VAGS relativamente ao local de vacinação, o Departamento de Epidemiologia do Instituto Ricardo Jorge elaborou um estudo transversal, de prevalência, tendo como população alvo os residentes em Portugal Continental. Para tal, realizou um inquérito por entrevista telefónica à amostra de famílias ECOS (Em Casa Observamos Saúde).

Este trabalho revelou que a cobertura pela VAGS na população com 65 ou mais anos de idade foi 50,9%, o que representa um aumento absoluto de 1% em comparação com a estimativa de cobertura pela VAGS, obtida através da amostra ECOS para este grupo etário, na época anterior 2013/2014 (49,9%). Segundo os autores do artigo, “esta diferença, apesar de não significativa, reflete a manutenção da tendência crescente da cobertura da população pela VAGS, iniciada na época de 2012/2013”.

Em relação ao local de vacinação, a VAGS decorreu, principalmente, nos Centros de Saúde do Serviço Nacional de Saúde (SNS), com 62,1% de todos os respondentes (75,3% dos respondentes com 65 e mais anos) a indicarem este local, seguido pela farmácia, com 25,8% (18,8% dos respondentes com 65 e mais anos). Estes resultados representam uma inversão da distribuição observada desde o início da autorização da administração das vacinas nas farmácias iniciada em 2008.

Essas estimativas atuais refletem, assim, uma aproximação ao padrão observado na época 2007/2008, o que por certo pode estar relacionado com a gratuitidade da vacina antigripal para a população portuguesa com 65 ou mais anos de idade, disponível apenas nos Centros de Saúde do SNS, desde a época 2012/2013. Apesar deste aumento, os autores do estudo consideram “importante manter e reforçar as estratégias de promoção da vacinação pela população portuguesa, com vista a atingir a meta de 60% de cobertura vacinal da população idosa assumida para época 2014/2015”.

A VAGS é a principal medida de proteção contra a gripe e complicações associadas. Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde emite anualmente recomendações para a prescrição da vacina antigripal a grupos-alvo prioritários, com risco mais elevado de desenvolvimento de complicações associadas à gripe.

Para consultar na íntegra o artigo de Mafalda Sousa Uva, Rita Roquette, Baltazar Nunes e Carlos Matias Dias, clique aqui.

Artigo: E_Lipid, Caraterização do Perfil Lipídico da População Portuguesa – INSA

As doenças cardiovasculares, particularmente a doença coronária e o acidente vascular cerebral, são as principais causas de morbilidade e mortalidade a nível mundial. A incidência destas doenças tem vindo a aumentar nos países de baixo e médio rendimento, como resultado da modificação dos estilos de vida e do aumento da prevalência de fatores de risco cardiovascular.

De entre os fatores de risco conhecidos para doenças cardiovasculares, a dislipidemia, a hipertensão arterial, a diabetes, o sedentarismo, o excesso de peso/obesidade, a dieta inadequada e o tabagismo são fatores de risco modificáveis e, portanto, passíveis de correção, o que pode minimizar situações de doença. Por outro lado, os fatores de risco genéticos não são modificáveis, mas se identificados precocemente, o risco associado pode ser minimizado.

Com o objetivo de determinar a prevalência dos principais fatores de risco cardiovascular na população portuguesa, com especial enfoque na dislipidemia e na caraterização genética do risco cardiovascular, o Departamento de Promoção da Saúde e Prevenção de Doenças Não Transmissíveis do Instituto Ricardo Jorge desenvolveu um estudo (e_COR) onde participaram 1688 indivíduos. Paralelamente foi realizado outro trabalho (e_LIPID) que pretendeu determinar o perfil lipídico da população portuguesa.

Os resultados do estudo e_LIPID mostram que a dislipidemia é um fator de risco prevalente na população portuguesa e a ligeira diminuição na prevalência da hipercolesterolemia verificada (16%) desde o último estudo nacional sobre o perfil lipídico da população portuguesa, em 2001, não acompanha o aumento exponencial da venda de estatinas em Portugal. Os investigadores sublinham, no entanto, que apesar da dislipidemia ser um fator de risco prevalente, é um fator de risco modificável, podendo ser evitado ou controlado/corrigido quando identificado.

Para saber mais sobre este trabalho, da autoria de Cibelle Mariano, Marília Antunes, Quitéria Rato e Mafalda Bourbon, clique aqui.

Artigo: Sofrimento Psicológico na População Portuguesa em 2004 e 2014: Resultados do Estudo Ecos – INSA

Com o objetivo de estudar o sofrimento psicológico na população portuguesa em dois momentos diferentes (2004 e 2014) utilizando dados gerados pela amostra de famílias ECOS (Em Casa Observamos Saúde), o Departamento de Epidemiologia do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (Instituto Ricardo Jorge) realizou um estudo que calculou e comparou a frequência e distribuição da versão reduzida do indicador de sofrimento psicológico Mental Health Inventory(MHI-5).

Os resultados deste trabalho mostram que, em 2004, 25,2% da população estava em provável sofrimento psicológico, comparativamente a 20,3% em 2014. Os autores deste trabalho, sublinham que, “contudo, esta diferença não é estatisticamente significativa”.

Outra dos resultados deste estudo revela que em cada um dos períodos, os grupos populacionais com prevalências de sofrimento psicológico mais elevadas foram: a população feminina, a população com 65 e mais anos, a população com ocupação doméstica ou reformada e a população com menor nível de escolaridade.

Estas taxas de prevalência do sofrimento psicológico observadas em 2004 (25,2%) e em 2014 (20,3%) vão ao encontro de outros estudos referentes à população portuguesa. Dados do Eurobarómetro de  2003 apontavam para uma prevalência de sofrimento psicológico na população portuguesa de 29,8% em 2003, e o Inquérito Nacional de Saúde para 27,6% em 2005/2006.

ECOS é um inquérito realizado anualmente a um painel de famílias portuguesas. A amostra aleatória é constituída por aproximadamente 1000 Unidades de Alojamento, contactáveis por telefone fixo ou móvel, estratificada por Região do Continente, com alocação homogénea. Os questionários aplicados através de entrevistas telefónicas em 2004 e 2014 incluíram a avaliação do sofrimento psicológico através do MHI-5.

Para conhecer melhor este artigo de Joana Santos, Ana João Santos e Carlos Matias Dias, publicado no último Boletim Epidemiológico do Instituto Ricardo Jorge, clique aqui.