OMS apela à tributação de refrigerantes para reduzir o consumo
A Organização Mundial de Saúde (OMS) apelou à tributação das bebidas açucaradas como forma de reduzir o consumo e os seus impactos na saúde, nomeadamente no aumento da obesidade, da diabetes e das cáries dentárias.
A OMS estima que uma política fiscal que aumente, pelo menos em 20%, o preço a retalho das bebidas açucaradas resultará numa redução proporcional do consumo desses produtos.
Os dados constam do relatório intitulado “Políticas Fiscais para a Dieta e a Prevenção de Doenças não Transmissíveis”, divulgado pela agência das Nações Unidas para a Saúde.
De acordo com o documento, a redução do consumo de bebidas açucaradas significa uma menor ingestão de “açúcares livres” e de calorias, uma melhoria nutricional e uma queda do número de pessoas a sofrer de excesso de peso, obesidade, diabetes e cáries dentárias.
Os açúcares livres são monossacarídeos (como a glucose e a frutose) e dissacarídeos (como a sacarose ou o açúcar de mesa) adicionados aos alimentos e bebidas pelo fabricante, cozinheiro ou consumidor, assim como os açúcares naturalmente presentes no mel, xaropes, sumos de fruta e sumos de fruta concentrados.
“O consumo de açúcares livres, incluindo produtos como bebidas açucaradas, é um fator importante no aumento global da obesidade e da diabetes”, referiu Douglas Bettcher, diretor do Departamento de Prevenção de Doenças Não-Transmissíveis da OMS, citado no comunicado.
Além de propor a tributação dos alimentos e bebidas para os quais existem alternativas mais saudáveis, o relatório agora divulgado sugere a concessão de subsídios aos legumes e frutas frescas que permitam reduzir os preços em 10 a 30% para aumentar o seu consumo.
A OMS recorda que mais de um em cada três adultos tem excesso de peso e que a prevalência da obesidade mais do que duplicou desde 1980.
O excesso de peso nas crianças também está a aumentar em todas as regiões do mundo. Globalmente, estima-se que 42 milhões de crianças com idades inferiores a 5 anos tenham excesso de peso ou obesidade, um aumento de cerca de 11 milhões nos últimos 15 anos.
De destacar também o número de pessoas que vivem com diabetes, número que tem vindo a aumentar, de 108 milhões em 1980 para 422 milhões em 2014, prevendo-se que a doença tenha sido diretamente responsável por 1,5 milhões de mortes só em 2012.
Para saber mais, consulte:
Organização Mundial da Saúde > Relatório sobre políticas fiscais para a dieta e a prevenção de doenças não transmissíveis – em inglês