Declaração OMS: Casos de Microcefalia São Emergência Internacional – Vírus Zika

OMS declara casos de microcefalia como emergência Internacional

OMS declara casos de microcefalia como emergência Internacional

O Comité de Emergência da Organização Mundial de Saúde (OMS) decidiu que os casos de microcefalia e de desordens neurológicas surgidas no Brasil constituem uma emergência sanitária de alcance internacional, mas não o vírus Zika, por não ter sido comprovada relação entre ambos.

A medida foi anunciada em conferência de imprensa pela diretora-geral da instituição, Margaret Chan, ao referir que os casos de microcefalia e outras desordens neurológicas por si mesmos, pela sua gravidade e pela carga que implicam para as famílias constituem por si só uma ameaça para o resto da população mundial.

Para mais informações consulte a Declaração da OMS.

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Informação atualizada até às 19:48 de 29/01/2016.
Informação sobre Zika

Zika

O vírus Zika é um vírus transmitido por mosquitos, inicialmente identificado no Uganda, em 1947. Posteriormente, foi identificado em seres humanos, em 1952, no Uganda e na Tanzânia. Atualmente, têm-se registado surtos da doença por vírus Zika nas Américas, África, Ásia e Pacífico. Está ainda a ser investigada a possível associação entre a infeção por vírus Zika e a microcefalia diagnosticada em fetos e recém-nascidos, bem como com a associação entre esta infeção e o síndrome de Guillain-Barré.

Atualização epidemiológica

Não há notificação de casos autóctones no continente europeu. No entanto, casos importado têm sido, esporadicamente, reportados.

Portugal registou, desde junho de 2015, 6 casos de Zika confirmados laboratorialmente, todos em viajantes regressados da América Latina.

Segundo dados do ECDC, até 28 de janeiro de 2016, vários países/territórios reportaram casos confirmados de infeção por vírus Zika, designadamente: Barbados, Bolívia, Brasil, Cabo Verde, Colômbia, Curaçau, Equador, El Salvador, Guiana, Guiana Francesa, Guadalupe, Guatemala, Haiti, Honduras, Ilhas Fiji, Ilhas Virgens, Ilhas Samoa, Ilhas Salomão, Maldivas, Martinica, México, Nova Caledónia, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Porto Rico, República Dominicana, Saint Martin, Suriname, Tailândia, Vanuatu e Venezuela.

O Brasil tem registado acentuado aumento do número de casos de Zika, com surtos a ocorrer maior parte dos Estados. Consulte aqui informação epidemiológica no Brasil
Mais informação sobre as áreas afetadas…

Comunicados

Orientações e Documentação Técnica

  • Orientação nº 001/2016 de 15/01/2016 da Direção-Geral da Saúde – Doença por vírus Zika
  • Rapid Risk Assessment do ECDC – É expectável que novos casos de infeção por vírus Zika venham a ser notificados, em especial nas regiões onde o vetor está presente.  Também na União Europeia aumentou a probabilidade de surgirem casos  importados por viajantes que se desloquem às áreas afetadas. Está a ser estudada a potencial associação da infeção com o aumento do número de fetos e recém-nascidos com microcefalia, embora não esteja estabelecida uma relação causal entre estas duas situações.

Vigilância entomológica e epidemiológica

Recomendações para viajantes e grávidas

A principal medida de prevenção é a proteção contra a picada do mosquito. Assim a Direção-Geral da Saúde recomenda:

  • Antes do início da viagem procurar aconselhamento em Consulta do Viajante;
  • No país de destino seguir as recomendações das autoridades locais;
  • Assegurar proteção contra picada de mosquitos: Utilizar vestuário adequado para diminuir a exposição corporal à picada (camisas de manga comprida, calças); optar preferencialmente por alojamento com ar condicionado; utilizar redes mosquiteiras; ter especial atenção aos períodos do dia em que os mosquitos do género Aedes picam; aplicar repelentes observando as instruções do fabricante (fazendo notar que: crianças e mulheres grávidas podem utilizar repelentes de insetos apenas mediante aconselhamento de profissional de saúde; não são recomendados para recém-nascidos com idade inferior a 3 meses; se tiver de utilizar protetor solar e repelente, deverá aplicar primeiro o protetor solar e depois o repelente).
  • Especial atenção às grávidas que tenham permanecido em áreas afetadas, devendo consultar o médico de família ou o obstetra após o regresso, mencionando a viagem. Uma vez que está em investigação a possibilidade desta doença causar malformações em fetos, é recomendado que as grávidas não se desloquem, neste momento, para zonas afetadas. Caso tal não seja possível, devem procurar aconselhamento em Consulta do Viajante e seguir rigorosamente as recomendações dadas.

Está disponível, no Portal da Saúde, a lista dos Centros de Vacinação Internacional para informação e aconselhamento dos cidadãos que pretendam viajar  para fora da Europa. Inclui os contactos e respetivos horários de atendimento dos Centros de Vacinação Internacional em todas as regiões do País.

A Saúde 24 (808 242424) está disponível para aconselhamento.
Pedidos de informação ou esclarecimentos sobre vírus Zika deverão ser dirigidos à Direção-Geral da Saúde, através do email: zika@dgs.pt

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Vírus Zika: Perguntas Mais Frequentes e Respostas – INSA

Maria João Alves, investigadora do Instituto Ricardo Jorge

O Zika é um vírus da família Flaviviridae que é transmitido aos seres humanos pela picada de mosquitos infetados. Os principais vetores são do género Aedes. Em Portugal, o Instituto Ricardo Jorge, através do seu Centro de Estudos de Vetores e Doenças Infeciosas (CEVDI), em Águas de Moura, é o laboratório responsável pelo diagnóstico do vírus Zika.

O Instituto faz o diagnóstico laboratorial desta doença através da deteção de RNA viral em amostras biológicas de doentes na fase aguda da doença e da deteção de anticorpos no soro.  Para conhecer um pouco melhor o que é este vírus e algum do trabalho desenvolvido pelo CEVDI, conversámos com Maria João Alves, investigadora do Instituto Ricardo Jorge e uma das principais especialistas na área dos vírus hemorrágicos.

O que é o vírus Zika e como é que este se transmite?

O vírus Zika é um vírus do género Flavivírus (outros flavivírus são o vírus West Nile, Dengue, Febre amarela) descoberto em 1947 num macaco, sentinela para a febre amarela, que estava febril, na floresta de Zika no Uganda. Este vírus é transmitido por mosquitos do género Aedes, sobretudo Aedes aegypti. Um investigador norte-americano descreveu um caso de transmissão por via sexual em 2011 e em 2014 foi descrita a possibilidade de uma transmissão perinatal.

O vírus Zika não provoca sintomatologia em cerca de 80% das pessoas que infeta. Quando existe sintomatologia, esta ocorre entre 3 a 12 dias depois da picada do mosquito e é ligeira, auto-limitada, com febre, cefaleia, mal-estar, anorexia e exantema maculo-papular (erupção cutânea) e dura entre 2 a 7 dias.

Até 2007, foram conhecidas unicamente 14 casos clínicos de infeção por vírus Zika em África e no Sudeste Asiático. Em 2007 ocorreu, pela primeira vez fora de África e Ásia, um surto com 185 casos na Micronésia, seguido de outro na Polinésia Francesa em 2013-2014, com 8700 casos, e Nova Caledónia, com 1365 casos. Depois, em 2014, surgem casos na Ilha de Páscoa (Chile) e, em 2015, no Brasil.

Como é que se faz o diagnóstico desta doença e qual o seu tratamento?

O diagnóstico laboratorial de Zika é realizado no Instituto Ricardo Jorge desde 2007. O laboratório tem instaladas capacidades de diagnóstico molecular, que permite identificar o vírus na fase em que está em circulação no sangue (3 a 5 dias depois do início dos sintomas) ou na urina (3 a 10 dias depois do início dos sintomas), e diagnóstico imunológico que permite identificar anticorpos após a exposição. Não há tratamento específico para as infeções por vírus Zika, a não ser os sintomáticos como analgésicos, anti-piréticos e anti-histamínicos.

Que recomendações devem ser dadas à população?

Os cidadãos que viajem para zonas endémicas devem adotar sobretudo medidas preventivas para evitar a picada do mosquito, usando roupas que cobram maior parte do corpo, repelentes e redes mosquiteiras, entre outras.

O que se sabe da relação entre o vírus Zika e as alterações fetais, em particular microcefalias?

A relação entre o vírus Zika e as microcefalias foi descrita apenas no Brasil, que viu o número de casos de microcefalia aumentar drasticamente no último ano. Ainda não há uma prova conclusiva desta relação, mas há uma coincidência temporal muito grande entre a ocorrência de casos de Zika e microcefalias. As mães durante a gravidez podem ter sido infetadas pelo vírus e mesmo sem sintomatologia na mãe, este pode ter afetado o desenvolvimento do feto.

No surto que ocorreu na Polinésia Francesa já tinham sido descritos em 1% dos casos, pela primeira vez, sintomatologia neurológica. Nessa altura os investigadores relacionaram a sintomatologia neurológica com a quase simultaneadade de um surto de dengue na mesma região.

Portugal tem desde há vários anos uma rede de vigilância de vetores. De que forma é que esta têm contribuído para o contribuído para o conhecimento epidemiológico das espécies de vetores presentes no nosso país?

Portugal tem desde 2008 uma Rede de Vigilância de Vetores (REVIVE) cujos participantes são as Administrações Regionais de Saúde, a Direção-Geral da Saúde e o Instituto Ricardo Jorge. Nesta rede é feita a vigilância sistemática de mosquitos. Os objetivos da REVIVE são identificar a diversidade e abundância de mosquitos, se são vetores de doença, quer dizer se estão ou não infetados com vírus, e detetar atempadamente a introdução de espécies exóticas e invasoras de maneira a que seja possível para as autoridades de nacionais reagirem atempadamente com medidas de controlo adequadas.

Uma das espécies exóticas/invasoras é exatamente a espécie, já identificada na ilha da Madeira, Aedes aegypti, que transmite Dengue, Chikungunya e Zika. Outra espécie é Aedes albopictus que já está presente na maior parte da Europa mediterrânica e que, apesar de menos eficaz, também pode transmitir dengue e chikungunya. Estas duas espécies não foram identificadas em Portugal continental, quer dizer que, por enquanto, não pode haver casos autóctones destas patologias.

Qual tem sido a contribuição do Instituto Ricardo Jorge em termos internacionais?

O Instituto Ricardo Jorge, enquanto autoridade competente na vigilância epidemiológica, formação e divulgação de conhecimento, tem contribuído, através do Departamento de Doenças Infeciosas e do CEVDI, para o estudo deste e de outros vírus transmitido por vetores através de redes internacionais de laboratórios.

A Rede Europeia para o Diagnóstico de Doenças Virais Importadas (European Network for Diagnostics of Imported viral Diseases – ENIVD) identificou, na Europa, 20 laboratórios, de 13 países, com capacidade para diagnosticar vírus Zika. O CEVDI do Instituto Ricardo Jorge contribuiu com material de referência que foi distribuído por todos esses laboratórios europeus.

Por outro lado, no âmbito da rede ibérico-americana (ViroRed), o CEVDI também distribuiu materiais de referência para apoio ao diagnóstico de Zika em países da América latina, assim como na organização de estágios para investigadores do Brasil, Venezuela e Panamá. O mais recente ocorreu no CEVDI em Novembro passado para treino em diagnóstico de Zika.

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Orientação DGS: Doença por Vírus Zika

Comunicado do Diretor-Geral da Saúde sobre Doença por vírus Zika

« Doença por vírus Zika

Recentemente verificou-se um aumento da propagação de doença por vírus Zika, sobretudo em países das Américas Central e do Sul, em particular Brasil e Colômbia, o que motiva preocupações na População.

Em Portugal, foram, até ao momento, notificados 6 casos de doença, todos importados da América do Sul. Nenhum deles ocorreu em grávidas.

Sublinha-se que a infeção é devida a picada de mosquito do género Aedes que desde há muito não existe no Continente Português. Uma vez que, em regra, a doença não se transmite de pessoa a pessoa não haverá risco de formação de cadeias de transmissão.

Perante a possibilidade desta doença causar malformações em fetos e a fim de eliminar este risco, a Direção-Geral da Saúde recomenda que as grávidas não se desloquem, neste momento, para zonas afetadas. Caso tal não seja possível, devem procurar aconselhamento em Consulta do Viajante e seguir rigorosamente as recomendações dadas.

A Direção-Geral da Saúde mantém as orientações anunciadas em 15 de janeiro:

1. Antes do início da viagem procurar aconselhamento em Consulta do Viajante;

2. No país de destino seguir as recomendações das autoridades locais;

3. Assegurar proteção contra picada de mosquitos:

a. Utilizar vestuário adequado para diminuir a exposição corporal à picada (camisas de manga comprida, calças);

b. Optar preferencialmente por alojamento com ar condicionado;

c. Utilizar redes mosquiteiras;

d. Ter especial atenção aos períodos do dia em que os mosquitos do género Aedes picam;

e. Aplicar repelentes observando as instruções do fabricante, fazendo notar:

i. Crianças e mulheres grávidas podem utilizar repelentes de insetos apenas mediante aconselhamento de profissional de saúde;

ii. Não são recomendados para recém-nascidos com idade inferior a 3 meses;

iii. Se tiver de utilizar protetor solar e repelente, deverá aplicar primeiro o protetor solar e depois o repelente.

4. As grávidas que tenham permanecido em áreas afetadas devem consultar o médico de família ou o obstetra após o regresso, mencionando a viagem.

Francisco George

Diretor-Geral da Saúde »

Veja o Comunicado do Diretor-Geral da Saúde sobre Doença por vírus Zika.

Comunicado do Diretor-Geral da Saúde sobre Doença por Vírus Zika

Doença por vírus Zika

Comunicado do Diretor-Geral da Saúde sobre Doença por vírus Zika:

«Doença por vírus Zika

O vírus Zika é transmitido aos seres humanos por picada de mosquitos infetados. Não se transmite de pessoa a pessoa.

Os sintomas e sinais clínicos da doença são, em regra, ligeiros: febre, erupções cutâneas, dores nas articulações, conjuntivite, dores de cabeça e musculares. Com menor frequência, podem ainda ocorrer dores nos olhos e sintomas gastrointestinais. Há suspeitas (ainda não inteiramente comprovadas) que a doença possa provocar alterações fetais durante a gravidez, em particular microcefalia.

Recentemente, foram notificados casos de doença por vírus Zika em vários países, nomeadamente Brasil, Cabo Verde, Colômbia, El Salvador, Fiji, Guatemala, México, Nova Caledónia, Panamá, Paraguai, Porto Rico, Samoa, Ilhas Salomão, Suriname, Vanuatu, Venezuela, Martinica, Guiana Francesa e Honduras.

Em Portugal, foram, até ao momento, confirmados laboratorialmente pelo Instituto Ricardo Jorge quatro casos que ocorreram em cidadãos portugueses que regressaram do Brasil. Todos evoluíram favoravelmente.

Nestes termos, os cidadãos que se desloquem para áreas afetadas devem adotar as seguintes medidas:

1. Antes do início da viagem procurar aconselhamento em Consulta do Viajante, em especial mulheres grávidas;

2. No país de destino seguir as recomendações das autoridades locais;

3. Assegurar proteção contra picada de mosquitos:

a. Utilizar vestuário adequado para diminuir a exposição corporal à picada (camisas de manga comprida, calças);

b. Optar preferencialmente por alojamento com ar condicionado;

c. Utilizar redes mosquiteiras;

d. Ter especial atenção aos períodos do dia em que os mosquitos do género Aedes picam mais frequentemente (a meio da manhã e desde o entardecer ao por do sol);

e. Aplicar repelentes de insetos observando as instruções do fabricante, bem como notar que:

i. Crianças e mulheres grávidas podem utilizar repelentes de insetos apenas mediante aconselhamento de profissional de saúde;

ii. Não são recomendados para recém-nascidos com idade inferior a 3 meses;

iii. Se tiver de utilizar protetor solar e repelente, aplicar primeiro o protetor solar e depois o repelente de insetos.

Por outro lado, os viajantes provenientes de uma área afetada que apresentem, até 12 dias após a data de regresso, os sintomas acima referidos, devem contactar a Saúde 24 (808 24 24 24), referindo a viagem recente.

Aconselham-se, ainda, as mulheres grávidas que tenham permanecido em áreas afetadas, que após o regresso, consultem o seu médico assistente mencionando a viagem.

Francisco George Diretor-Geral da Saúde »